"A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão."
domingo, 27 de dezembro de 2020
A Luta de Classes e o Ódio às Minorias nas Pequenas Coisas do Trânsito
O Brio Pode Mais Que o Frio
Ontem, enquanto pedalava pelas ruas do Porto e observava tranquilamente tudo o que se passava ao meu redor, fiquei com uma dúvida depois de por mim terem passado, em momentos diferentes, dos carros descapotáveis com a capota aberta. A temperatura máxima para o dia eram 12º, não era propriamente calor, e eu perguntei-me: será que o ar condicionado faz efeito com a capota aberta?
Na rádio tinha ouvido aconselharem o uso de roupa quente, casacos, luvas, gorros, tudo o que se tiver à mão e ao gosto do freguês para as pessoas se aquecerem. A maioria das pessoas que via na rua assim faziam, muitos casacos, cachecóis, carapuços e gorros. Mas eis senão quando passa por mim uma jovem de cabelos aloirados, de topzinho fininho preto, sem mangas e toda ela também descapotável!
Bem sei que os jovens, até porque eu já fui um, não é?!, têm mais sangue na guelra e são mais acalorados, mas o calor é outro, chama-se brio. Há uma expressão portuguesa que retrata bem este tipo de situações: "O brio pode mais que o frio".
sábado, 26 de dezembro de 2020
Porque é Que os Asiáticos Resolveram o Problema Pandémico e os Ocidentais Não?
Ontem, dia de Natal, a grande generalidade dos portugueses ainda estava a dormir porque se deitou muito tarde porque ficou à espera do Pai Natal que este ano não veio porque lhe mataram as renas todas na Quinta da Torre Bela e já eu andava de bicicleta junto ao rio Douro. Mas não satisfeito, logo após o almoço que aqui em casa dos meus pais é sempre ao meio-dia, meti a bicicleta no reboque e rumei em direção à cidade do Porto. Deixei o carro a três quilómetros do Freixo, peguei na bicicleta e fui dar uma volta, para exorcizar do meu corpo os últimos vestígios de bolo-rei da noite anterior. Fiz o passadiço de Valbom e rumei ao passadiço de Rio Tinto, passando pelo Parque Oriental.
Ainda era cedo e fui vendo poucas pessoas a caminhar. Maioritariamente ninguém usava máscara, e na rua, a caminhar ao ar livre eu também não vejo grande problema com isso uma vez que o distanciamento facilmente se consegue. Eu também não ando de bicicleta com a máscara colocada, ainda que de vez em quando lá passa uma pessoa com ela colocada.
Sobre a China muita gente coloca dúvidas como é que eles erradicaram o vírus tão rapidamente e já fazem a sua vida normal e vão aos bares e discotecas. Colocam-se dúvidas porque é um regime autoritário que não cumpre os direitos humanos e devemos sempre ter cautela com as informações que de lá vêm. Contudo a China não foi o único país asiático a resolver o problema da pandemia, foi a grande generalidade. O Japão, por exemplo, pertence ao G7 (os países mais industrializados do mundo) e é de todos eles o país que está melhor.
Podem-me dizer que por aquelas bandas eles estão mais preparados porque já convivem com as máscaras há mais tempo e é verdade. Em muitas cidades chineses sei que já se usava máscara simplesmente para as pessoas se protegerem da poluição. Existe essa familiaridade com esse objeto que para nós, excluindo as pessoas que já as tinham que usar nos seus trabalhos, era ainda uma novidade.
Mas os asiáticos resolveram os seus problemas com a pandemia porque cumprem! Os asiáticos que estão em Portugal poderiam comportar-se como qualquer português e não usar a máscara, ou usá-la no queixo, mas não, eles usam-nas sempre e de forma correta. Estão em Portugal, e aqui não há nenhum regime autoritário de pontos que os possa prejudicar. Da Ásia também conheço nem ouvi falar em grupos negacionistas como aqui na Europa, e que infelizmente chegaram também a Portugal, que são contra o confinamento e contra o uso das máscaras como os conhecidos grupos de mentirosos pela verdade.
Os asiáticos têm um sentido de comunidade muito forte. Ajudam-se uns aos outros e respeitam o próximo. Nós portugueses e ocidentais em geral, só pensamos no nosso umbigo. Devemos guardar distanciamento e respeitar as regras para que a pandemia acabe mais depressa? Nada disso, eu faço o que me apetece e ninguém manda em mim e têm que respeitar a minha liberdade individual de ser um atrasado mental.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
As Pessoas Com as Vacinas São como os Cães Pela Comida!
sábado, 19 de dezembro de 2020
Os Livros Que Li em 2020
Comecei o ano com um pequeno livro de cariz romântico, "Noites Brancas" o segundo que li de Dostoiévski, depois do Pobre Gente.
Depois peguei no livro "Ratos e Homens" de Steinbeck simplesmente porque era um livro citado em Lost, a minha série preferida: É de Of Mice and Men - Tu Não Lês? E a verdade é que ao longo das seis temporadas, vários livros são citados. Portanto, neste caso podemos dizer que as séries também podem incentivar à leitura, pelo menos comigo funcionou, e posso dizer que gostei muito deste primeiro livro que li de Steinbeck. Muito bom. O livro foi publicado em 1936, a seguir à grande depressão nos Estados Unidos, fala-nos duma grande amizade entre dois homens e das muitas dificuldades que é viver no mundo rural dos anos trinta nos Estados Unidos.
Quando gostamos muito de um autor é normal queremos ler mais coisas que tenha publicado. Foi o que me aconteceu, e então, logo a seguir a Ratos e Homens resolvi ler "As vinhas da Ira". E ainda que o fiz pois é que grande livro e não foi à toa que a academia sueca atribuiu o Nobel ao escritror americano. Gostei mesmo muito e recomendo a todos. O livro o grande êxodo dos americanos do Oklahoma rumo à California em busca de uma vida melhor, e depois a frustração de lá chegados verem o preconceito e racismo dos próprios concidãos, que os maltratam e exploram, quando não os matam mesmo. Um retrato extremamente atual do que é capitalismo selvagem da sociedade americana.
Depois de dois livros seguidos de Steinbeck peguei no Outubro do Patriarca de Garcia Márquez mas ao fim de vinte páginas, talvez porque não fosse o melhor momento par o ler, resolvi encostá-lo e pegar no estoicismo de Séneca em "Cartas a Lucílio", o livro mais inspirador do ano.
E ao quinto livro comecei entrei nos tempos da ditadura, o tema mais lido do ano com o primeiro volume de Andanças para a Liberdade de Camilo Mortágua.
Seguidamente, porque já tinha o livro e quis conhecer mellhor o perfil do general sem medo Humberto Delgado, e confrontar com a opinião de Camilo Mortágua, resolvi ler "Obviamente Demito-o" antes de me embrenhar nas aventuras do segundo volume.
Depois de completado o segundo volume das Andanças de Camilo Mortágua resolvi ler "Opressão e Repressão - Subsídios para a História da PIDE" para ficar a perceber ainda melhor todo o modus operandi da polícia fascista de Salazar.
Depois de cinco volumes sobre o combate ao Estado Novo e à ditadura fascista, de novo o regresso a um romance, um que romance, o clássico Ana Karenina.
Para desenjoar de um livro com tantas centenas de páginas, e porque nas semanas seguintes se comemorava os duzentos anos de do nascimento acabei ler uma pequena biografia de Engels.
Após umas duas semanas sem saber muito bem em que livro dos muitos que tenho em casa para ler, acabei por pegar no livro "Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado de James Hogg que para já estou a gostar bastante.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
Probabilidades e Numerologia: 17
Num destes dias de fim-de-semana prolongado andei a arrancar uma data de azevinhos e coloquei-os num vaso para depois transplantar apara garrafões de água. Depois de almoço fui ao monte e trouxe um carro-de-mão cheio de terra. Depois disso, fui então pegar num monte de garrafões de água que guardo para o efeito e cortei-lhes a parte de cima para servirem como vasos e fiz-lhes uns furos no fundo sem grande cuidado para como é lógico escoar a água.
Quando já faltava pouco para acabar o trabalho pensei "bom, já estou a ver que a terra não vai chegar e terei que ir de novo ao monte buscar mais terra para os azevinhos.
Mas a verdade é que, quando olhei, restavam precisamente quatro azevinho e quatro garrafões e a terra chegou e não sobrou um só bocadinho. Qual a probabilidade disto?, pensei. O número mágico foi dezassete!
Provavelmente sou eu que reparo sempre nestas coisas e valorizo quando acontecem e ignoram quando não batem certo, mas a verdade é que me estão sempre a acontecer!
domingo, 6 de dezembro de 2020
SIC: Tenham Noção a Bem da Informação!
Sim, é verdade, eu não vejo televisão, mas não é preciso ver televisão para estar minimamente informado do que se passa na televisão. Este foi, de longe, um dos piores anos que me lembro para o jornalismo, em que a pressa de dizer alguma coisa foi inimiga da verdade, mas se foi um dos piores anos para o jornalismo, foi especialmente mau para a SIC.
O caso mais mediático foi desde logo a capa falsa do New York Times sobre a Festa do Avante! em pleno Jornal da Noite apresentado por Clara de Sousa. A pressa de denegrir o partido de Jerónimo de Sousa, que este ano foi alvo de uma nojenta campanha por parte dos média não os impediu sequer de fazer a coisa mais simples que se faz no jornalismo, que é, confirmar a fonte, e vai daí apresentam uma imagem manipulada e falsa que corria pela internet!
Outro erro gritante e inadmissível foi quando, em Março, pleno início da pandemia, resolve passar uma reportagem sobre confrontos entre a polícia e as pessoas dando a entender que seria por causa da pandemia e essas imagens eram de 2011!!
Mas ontem à noite acontece o insólito! Dão a morte, sempre de lamentar do jornalista Pedro Camacho mas mostram imagens do Paulo Camacho, ele mesmo ex-jornalista da própria SIC!
sábado, 5 de dezembro de 2020
PERSEPOLIS
Continuando ainda a saga de ir vendo os filmes daquela enorme compra que fiz (todos a 1€) o filme que verdadeiramente me surpreendeu ultimamente foi este Persepolis.
Esta é a história de uma menina que cresce no Irão durante a Revolução islâmica mas é também a história autobiográfica de Marjane Satrapi (ilustradora e romancista) e a autora dos livros que deram depois este filme. A destemida Marjane de nove anos que é fã de Bruce Lee vê a esperança do povo iraniano ser destruída (com a queda da ditadura) quando os fundamentalistas religiosos tomam o poder, forçando as mulheres a usar o véu e prendendo milhares de pessoas.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Este País Não é Para Velhos. Mas Não é Só Para Alguns
Jerónimo de Sousa tem 73 anos.
Marcelo Rebelo de Sousa tem 72 (dentro de dias)
Donald Trump tem 74 anos
Joe Biden tem 78 anos
Aos candidatos americanos à presidência da república, pode ter acontecido, mas não me recordo que algum jornalista ter perguntado a Trump ou Bidden se iam levar ou não o mandato presidencial até ao fim. Mas neste fim-de-semana que passou os jornalistas portugueses não falaram de outra coisa que não fosse se Jerónimo de Sousa iria ou não levar o seu mandato à frente do PCP até ao fim.
Espero que, por uma questão de equidade, quando por estes dias Marcelo Rebelo de Sousa avançar com a sua candidatura à presidência da república, todos os jornalistas, e até para mostrarem que são completamente isentos, também lhe perguntem frontalmente se espera levar o seu mandato de cinco anos até ao fim ou se é só para ficar lá um ou dois anos e depois ir gozar a velhice com os netinhos.
domingo, 29 de novembro de 2020
Sozinho
sábado, 28 de novembro de 2020
200 Anos do Nascimento de Engels
Hoje, 28 de Novembro de 2020, passam duzentos anos do nascimento de Engels. Algumas breves notas deste génio humanista.
A miséria e as desgraças de que Engels fora testemunha desde criança, causaram-lhe uma impressão inapagável. Nas "Cartas de Wuppertal", sua primeira obra, Engels descreve com uma sincera compaixão as duras condições de vida dos operários fabris e artesãos de Barmen e Elberfeld. A principal causa das desgraças e sofrimentos dos operários, no dizer de Engels são "os desmandos revoltantes dos donos das fábricas".
O pai de Engels era um homem religioso, conservador e despótico. Além de Friedrich, ele tinha mais três filhos e quatro filhas. Estes três filhos seguiram a carreira do pai e as filhas casaram com homens do seu círculo Somente o modo de vida de Friedrich estava em flagrante contradição com o espírito que reinava na família. Sedento de saber e voluntarioso, ele revelou muito cedo uma inteligência aguda e perspicaz, o dom de ter ideias próprias e uma índole independente. Lendo uma carta do pai de Engels dirigida à esposa, vemos que a educação do filho, que contava então com 15 anos lhe causava grande inquietação.
"Exteriormente, como sabes, ele tornou-se mais bem educado, mas apesar das severas sanções anteriores, ele, ao que parece, nem mesmo por temor ao castigo, deseja aprender a obedecer ser reservas. Para grande desgosto meu, hoje, descobri novamente na sua escrevaninha um livro vil da biblioteca do século XIII... Que Deus salve a sua alma! Muitas vezes sinto medo por este rapaz que, em geral, é excelente."
Jovem de raro talento, Friedrich, interessava-se profundamente pela literatura, arte, música e o estudo de idiomas. Compunha versos, desenhava muito bem caricaturas. De índole alegre e jovial, Engels era fisicamente resistente e muito ágil. Praticava com entusiasmo hipismo e esgrima, era um exímio nadador. Engels conservou este amor ao desporto por toda a vida.
Em Setembro de 1837, Engels teve que abandonar o ginásio sem ter concluído o último ano. O pai, desejando que o seu primogénito seguisse a carreira de comerciante, tratou de habituá-lo a trabalhar no comércio. Primeiro, Engels, durante um ano, trabalhou no escritório do pai e depois partiu para servir numa grande casa comercial em Bremen.
Mas a perspetiva de seguir essa carreira nem de longe seduzia o jovem Friedrich. Em Bremen, grande porto comercial, Engels teve a possibilidade de ler jornais ingleses, holandeses e franceses e publicações proibidas na Alemanha. Os livros e jornais ampliavam a visão do mundo de Friedrich, sendo, além disso, um meio excelente para dominar línguas estrangeiras. Engels, frequentava com agrado os teatros, concertos, apreciava sobretudo as sinfonias de Beethoven.
Em Bremen, o jovem Engels também observava a vida dos trabalhadores que nada possuíam, mas eram "o que de melhor pode ter o rei no seu Estado".
O pai de Engels, preocupado com o rumo do desenvolvimento espiritual do filho, enviou-o precavidamente para a casa dum pastor de Bremen. Mas justamente sob o teto desta casa, Friedrich, atacado por dolorosas dúvidas religiosas, rompeu para sempre com o credo dos seus ancestrais.
Começou a pensar cada vez mais nos problemas sociais e políticos do desenvolvimento da sociedade. A situação social e política formada nesta altura na Alemanha em vésperas da revolução e nos países vizinhos fornecia um material abundante para meditações, exercendo uma influência excecional sobre a formação intelectual do jovem Engels.
Depois de sepultar o filho, Marx escrevia a Engels: "Já suportei muitas angústias, mas só agora sei o que é uma verdadeira desgraça... No meio de todas as terríveis torturas por que passei durante estes dias, sempre me animou a lembrança de ti e da tua amizade, e a esperança de que juntos ainda temos muito a fazer, neste mundo, algo de razoável."
Engels fazia tudo ao seu alcance para que a família de Marx não passasse e mal. Quando se lhe ofereceu a oportunidade de proporcionar a Marx uma ajuda material suplementar escrevendo artigos, ele aproveitou-a com satisfação. Em Agosto de 1851, o jornal progressista americano New York Daily Tribune propôs a Marx que escrevesse artigos para um periódico. Numa carta a Engels, Marx pediu a sua ajuda: "No que respeita ao New York Daily Tribune, peço-te que me ajudes, pois estou ocupadíssimo com a economia política. Escreve alguns artigos sobre a Alemanha a partir de 1848." Engels pôs imediatamente mãos à obra, enviando sistematicamente um artigo após outro a Marx, que os remetia ao New-York Daily Tribune". Foi assim que surgiu a célebre série de artigos "Revolução e Contra-Revolução na Alemanha". Só depois de publicada a correspondência entre os dois, é que se constatou que se tratava de uma obra de Engels e não de Marx.
Verdadeiro poliglota, Engels dominava (falava e escrevia) doze idiomas e lia em quase vinte. Sabendo tantas línguas, Engels pôde dedicar-se a problemas gerais da linguística como tal e da linguística comparada, lançando um sólido fundamento marxista destas ciências.
Friedrich Engels Breve biografia - Eugénia Stépanova (1986)
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
A Amizade de Marx & Engels
segunda-feira, 23 de novembro de 2020
Fica Comigo
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
O Negador do Racismo Condenado Por Racismo
Estávamos no Verão, em plena pandemia, e o líder partidário André Ventura do CHEGA, que tinha criticado a manifestação contra o racismo que se fez em Portugal, na sequência da morte de George Floyd, isto porque afinal estávamos em pandemia, resolve, ele mesmo, dando o dito pelo não dito, porque afinal a sua manifestação dos negadores de máscaras não ia infetar ninguém, resolve ele mesmo fazer a sua manifestação afirmando que "não há racismo em Portugal".
Estamos a falar do líder partidário que é apoiado por nazi-fascistas, incluindo, por exemplo, Mário Machado condenado a dez anos por ter matado um negro em que o seu único crime foi ter-se cruzado com ele no Bairro Alto. Estamos também a falar do líder partidário que mandou a deputada eleita da nação Joacine Moreira "ir lá para para a sua terra.
Hoje ficamos a saber que o líder partidário que nega que exista racismo em Portugal, foi ele mesmo condenado por racismo. Este é um daqueles casos em que se costuma dizer que a realidade ultrapassa a ficção.
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Pra Cima de Puta
- É uma puta - disse.
Disse-o ao calhas, vendo uma gravura de Fermina Daza disfarçada de pantera negra num baile de máscaras e não precisou de mencionar ninguém para que Florentino Ariza soubesse de quem falava. Temendo uma revelação que o perturbasse para toda a vida, este apressou-se numa defesa cautelosa. Alegou que só conhecia Fermina Daza de vista, que nunca tinham passado dos cumprimentos formais e não sabia nada do que se passava na sua intimidade, mas dava como certo que era uma mulher admirável surgida do nada e enaltecida pelos seus próprios méritos.
- Por obra e graça de um casamento por interesse com um homem de que não gosta - interrompeu-o Sara Noriega.
- É a maneira mais baixa de ser puta."
"O Amor em Tempos de Cólera" / Gabriel Garcia Marquez (1985)
Queres Ser Meu Amigo? Então Sê Como Engels Foi de Marx
"Marx concluiu o primeiro volume de "O Capital" sob condições extremamente difíceis. De par com imensos estudos teóricos, realizava uma obra colossal e complexa dirigindo a Internacional. A permanente tensão e as privações materiais minavam a saúde de Marx, que já se encontrava abalada.
Num dos momentos críticos, Marx, pedindo a Engels de novo ajuda, escrevia-lhe: "Asseguro-te que preferia que me cortassem o dedo polegar do que ter de escrever esta carta. A ideia de que metade da vida se vive a depender de outrem pode levar ao desespero. A única coisa que me anima é a consciência de que ambos atuamos como sócios, eu dedico o meu tempo ao aspeto teórico e partidário da causa comum".
Com o afeto e a fidelidade de amigo e com o grande ilimitado desvelo de membro do Partido pelo seu grande guia, Engels ia sempre em auxílio de Marx. Como a saúde deste piorou muito, Engels, alarmado, depois de consultar os médicos, pede a Marx que mude para Manchester para descansar e tratar a sério da doença que poderia ter um desfecho funesto.
"...Faz-me a mim e à tua família o único favor - permite que cuidemos da tua saúde. O que será do movimento se contigo suceder alguma coisa? Ora se te portares como até agora, isso será inevitável. Com efeito, não tenho nem terei sossego, seja dia ou noite, enquanto não te tirar dessa embrulhada: todos os dias que não recebo notícias tuas, fico preocupado, pensando que pioraste outra vez"
A ajuda proporcionada por Engels na composição de "O Capital" não se limitou ao aspeto material. Marx geralmente consultava Engels a respeito dos problemas teóricos mais importantes, expondo nas cartas as suas deduções e pedindo a opinião de Engels sobre várias questões. Marx pedia frequentemente auxílio ao amigo a respeito de diversas questões práticas da economia em que Engels era grande perito (...)
A 16 de Agosto de 1867, Marx comunicou a Engels que tinha concluído a revisão do último (49.º) caderno de "O Capital". O prefácio também já fora remetido. "Deste modo, este volume está pronto - escreveu Marx. - É só graças a ti que isto se tornou possível. Sem os sacrifícios que fizeste por mim, eu jamais conseguiria realizar a obra colossal que exigiram os três volumes. Abraço-te, cheio de reconhecimento!.. Saúdo-te, meu caro e fiel amigo!"
"Desde que no mundo existem capitalistas e operários ainda não apareceu um livro que tivesse tamanha importância para a classe operária" - escreveu Engels sobre "O Capital".
Marx precisou de vinte e cinco anos de tensas pesquisas científicas para que a sua doutrina económica adquirisse uma forma clássica e perfeita.
domingo, 15 de novembro de 2020
A Vespa Parasitóide e o Hospedeiro Adormecido
Por entre os pingos da pandemia e das melhores eleições americanas dos últimos anos, cheias de imprevisibilidade e comédia, em que o candidato que perde diz que ganhou e manda parar a contagem de votos enquanto estava a perder!, eis que o PSD decide coligar-se com os fascistas do CHEGA com vista a governar o arquipélago dos Açores, mas, afinal, veio-se a descobrir que, ao contrário do que Rio queria fazer crer, o acordo é nacional.
O Partido Popular Democrático, mais à frente Partido Social Democrata foi um partido criado depois do 25 de Abril por Sá Carneiro e era assumidamente, dito pelo próprio, um partido de Esquerda. Entretanto como bem sabemos, depois de Cavaco, Durão e Passos Coelho, qualquer pessoa afirma sem margem para dúvidas que o PSD é de Direita, ou Neo-Liberal, que privilegia a defesa dos interesses dos mais ricos, apesar de, à semelhança dos vários partidos existentes, haver diferentes sensibilidades.
Sobre o CHEGA.
Pela mão de Passos Coelho, o verdeiro Dr. Frankenstein, pessoas como eu, que não faziam ideia que o senhor era comentador da bola no CMTV, foi lançado o monstro do populismo-fascista André Ventura como candidato à câmara municipal de Loures e rapidamente começou a falar que Portugal tinha um problema com os ciganos. O homem exagerou de tal maneira que o próprio CDS decidiu retirar-lhe o apoio à candidatura e avançou com o seu próprio candidato.
Entretanto ficamos a saber ao que vem André Ventura. Apoiado por nazis e pessoas de extrema-direita, racistas e xenófobos, incluindo pessoas como Mário Machado condenado em tribuanal a dez anos de cadeia por matar um preto em Lisboa, e apoiado também por fundamentalistas cristãos, tem tido um discurso de ódio e provocação em linha com o pior que temos visto no mundo, replicando comportamentos de Trump e Bolsonaro, e, com os seus grupos, como os recentes conhecidos dos "médicos e jornalistas pela verdade" e com os seus exércitos de bots espalha mentiras pela net, financiados por grandes grupos financeiros. As suas propostas para "ajudar" o povo passam por acabar com o Serviço Nacional de Saúde (que daria imenso jeito agora nestes tempos de pandemia!), acabar com escola pública, diminuir os impostos aos mais ricos pondo os pobres a pagar mais! E tem gente que adere a estas ideias!
E entretanto Rui Rio decide coligar-se com esta gente, e relembro que Ventura o chamou de "pacóvio"!
Aos Vossos Avós Foi Pedido Que Fossem Para a Guerra...
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Ana Karenina
"Todos os géneros de felicidade se parecem, mas todas as desgraças têm o seu carácter peculiar. "
terça-feira, 10 de novembro de 2020
Viva a Meritocracia!
sábado, 7 de novembro de 2020
Conversas Improváveis (57): 400 Matchs no Tinder
Mais Historiadores, Menos Epidemiologistas
Mas depois do uso generalizado de máscara ter resultado e as infeções tinham baixado muito, as autoridades de saúde resolveram levantar estar restrições logo em Novembro, um mês depois da chegada da pandemia aos Estados Unidos. Houve imensas festas na rua, milhares de máscaras espalhadas pelo chão, com as pessoas a dançar e abraçadas umas às outras. Resultado: as infeções voltaram a subir e a máscara acaba por voltar a ser obrigatória em 1919, só que desta vez há enormes manifestações contra o uso das máscaras, prisões, devido àquilo que se designa por "cansaço pandémico".
Ora, se a política prestasse mais atenção aos historiadores e à história, já teria antecipado que, ou se ataca a dispersão de uma pandemia logo no início, com medidas obrigatórias ou, se deixar as coisas nas mãos da responsabilidade individual a coisa vai descambar com ajuntamentos como os que vimos por estes dias na Nazaré e já com mais de três mil casos diários reportados. Mais. Quando depois quiser impor alguma coisa, começarão a aparecer os negacionistas dos movimentos anti-máscara ou, pior, dos negacionistas da própria pandemia, exatamente como aconteceu em 1918.
Não era preciso inventar muito, bastaria olhar para o que aconteceu há cem anos. As mesmas formas de combater a transmissão da doença, as mesmas reações que as pessoas começaram a ter fruto do cansaço pandémico. Por isso, se calhar, teria sido bem mais importante os governos rodearem-se de historiadores e não tanto de epidemiologistas.
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
"Mentirosos pela Verdade"
Depois de termos sabido que nos "médicos pela verdade" não existia um único epidemiologista, mais engraçado ainda é descobrir-se que nos "jornalistas pela verdade" não existe um único jornalista!!
A fonte é da conhecida jornalista da RTP, Rita Marrafa de Carvalho que fez a seguinte publicação no Twitter:
sábado, 31 de outubro de 2020
Revolta - Hecatombe Genocida
REVOLTA é um projeto musical de grandes músicos brasileiros formado por João Gordo (Ratos de Porão, vocal), Prika Amaral (Nervosa, vocal), Moyses Kolesne (Krisiun, guitarra), Guilherme Miranda (Entombed AD e Krow, guitarra), Castor (Torture Squad, baixo) e Iggor Cavalera (Cavalera Conspiracy e Mixhell, bateria) que se juntaram há um mês para com a sua música protestar contra o que está a acontecer no Brasil. O primeiro vídeo é "Hecatombe Genocida" que ataca a forma como Bolsonaro está a gerir a pandemia.
A primeira música e vídeo que foi lançada chama-se "Hecatombe Genocida" e critica violentamente a forma como Bolsonaro está a gerir a pandemia.
Misturado com ódio e veneno
A Pandemia Como Se Fosse Um Incêndio
Vamos imaginar que esta pandemia que vivemos, era de um incêndio que se tratava e não de um vírus e a floresta eram as pessoas Vejamos então as diferentes abordagens que já tivemos até agora:
- É só uma fogueira chinesa, fraquinha que não tem problema nenhum.
- Mas não está nada a arder. É tudo uma grande mentira dos média que querem meter medo na cabeça das pessoas.
- É só uma fogueirazinha como qualquer outra e fogueiras sempre houve e vamos ter que viver com isso.
- Isto está tudo a arder mas não podemos só pensar em salvar as árvores. Temos é que pensar em salvar a economia.
- Vamos deixando arder enquanto fazemos as nossas vidas normalmente porque isto há-de passar.
- É preciso primeiro apagar o incêndio e salvar as árvores todas. A economia regenera, as árvores ardidas não.
Eu tenho para mim que a forma de ter resolvido a pandemia era ter apagado o incêndio rapidamente quando ainda estava no inicio mas fazendo o devido rescaldo, tal como fizeram muitos países, como por exemplo a Nova Zelândia que esteve três meses sem um único caso, ou o Vietnam que tem uma população de 95 milhões de pessoas e, graças ao lema: "Se continuarmos vivos a riqueza e a economia pode vir depois" só conta até ao momento com 34 mortes por COVID-19.
A Europa faz-me lembrar aquele clube inexperiente que pela primeira vez vai às competições europeias e depois só obtém derrotas e empates.
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Amor em Tempos de Máscaras
Hoje saí de casa para mais um longo e duro dia de trabalho sem ter nada que fazer, entretido nos últimos capítulos do Ana Karenina intercalando com vegetar de vez em quando com o telecrã. Saio, no carro o relógio ainda marca 8:30 porque ainda não me dei ao trabalho de acertar as horas, ponho o motor a trabalhar, ligo os médios e lá vou eu, devagarinho aldeia abaixo.
Um quilómetro depois, passo pela mesma menina de todos os dias, sozinha na paragem de autocarro, e ainda há tão pouco tempo uma criança e agora cada vez mais com formas de mulher. Vestia hoje calças brancas que condiziam com a máscara branca.
Continuando a descer por entre mais curvas e contracurvas, quinhentos metros adiante, tendo já começado a subir em direção à estrada nacional, e logo após a curva mais fechada de todo o percurso, o momento romântico do dia.
Mal percorro a curva e começo a ver a nova prolongada subida, deparo-me com dois adolescentes na paragem. Trata-se mesmo só de uma paragem de autocarro, sem as comodidades, por falta de espaço, do comum abrigo, mais ou menos moderno, de betão ou de vidro, e com o banco onde as pessoas se podem sentar. Eles eram uma rapariga, em quem reparei primeiro, cheiinha, de cabelos escorridos pelos ombros, e sorridentemente desconfortável de máscara no queixo. Ele, mais alto e trinca-espinhas, abraçava-a pela cintura e tomava conta do momento, beijando-a, certamente não tão à vontade quando a minha carroça lhes surgiu na estrada.
É assim que, em tempos de pandemia, que os mais jovens vivem os seus primeiros amores, na clandestinidade de uma máscara caída no queixo.
domingo, 25 de outubro de 2020
Dica Para Ser Feliz
Mas quem to impede? - perguntou Levine sorrindo.
- Sim tu és um homem feliz, porque possuis tudo aquilo de que gostas; gostas de cavalos, tem-los; gostas de cães, também os tens, assim como caça excelente; enfim, adoras a agronomia e podes-te ocupar dela.
- É talvez porque aprecio o que possuo e não desejo muito vivamente o que não tenho - respondeu Levine pensando em Kitty.
Ana Karenina / Tolstoi (1877)O Que É Isso dos "Médicos pela Verdade"?
Joana D'arque
Quem quiser namorar com uma figura histórica, tem uma boa oportunidade indo ali para terras de Viana do Castelo. Basta deixar-se apaixonar por uma Joana para poder dizer que está a namorar com a Joana D'arque!
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Conversas Improváveis (56): O Negacionista da Pandemia
sábado, 17 de outubro de 2020
O Politicamente Correto da App STAYAWAY COVID
Numa altura em que, e depois de se ter passado a mensagem errada que, em pleno verão tínhamos que regressar o mais rapidamente às nossas vidas normais, e chorava-se pelos ingleses porque não vinham para cá, e num tempo em que regressaram as festas e festinhas, os espetáculos com milhares de pessoas, as feiras do livro (que segundo Marcelo "deviam ter quatro vezes mais pessoas" o futebol, as touradas e os espetáculos, as excursões e passeios de autocarro, mas pior os ajuntamentos nas ruas, as festas de família, os casamentos de centenas de pessoas, basicamente tudo voltou ao normal e só havia um perigo muito sério daquela gente que come criancinhas ao pequeno-almoço: a Festa do Avante! Esse é que era o perigo, já os comícios do CHEGA com centenas de pessoas sem máscara não incomodou ninguém, nem a DGS nem Rui Rio ou a bastonária dos enfermeiros que esteve presente no congresso, nem o próprio Marcelo. Não incomodou, ao contrário da festa comunista que, à semelhança do 1º de Maio foi um exemplo de organização como não se viu igual em Portugal.
E, como dizia, numa altura em que, todos os especialistas já tinham alertado, porque é matemática, que Outubro a pandemia poderia ser muito pior que em Abril, eis que o senhor primeiro-ministro se lembra de dizer que vai fazer uma lei para ser votada no parlamento a obrigar o uso da aplicação STAY AWAY COVID-19!
Bom, para começar estes são os telemóveis cá de casa:
E eu vou-vos contar uma coisa. Eu até já tenho um telecrã e tudo! Sim, comprei uma dessas mini-televisões com internet na mão a 31 de Julho, porque já sabem, a seguir entrava a gosto! É verdade. Eu tenho andado um pouco afastado aqui dos meus queridos diários e não tenho tenho contado muita coisa. Mas este telecrã é um simples ponto de acesso à internet. O meu telemóvel, está está o cartão SIM que permite efetuar chamadas continua a ser o mesmo: o Nokia 5800 que se vê na imagem. Mas continuando. Eu até já tenho uma bugiganga eletrónica e posso-vos assegurar que mal saiu a aplicação portuguesa eu instalei-a.
Logo muito se falou muito da privacidade. Mas o que eu gostava de saber é, como é que se pode vir falar de falta de privacidade de uma aplicação que é totalmente anónima? Depois também não deixa de ser muito curioso que as mesmas pessoas que vêm falar em privacidade dizem-nos em redes sociais como o Facebook e usam ferramentas como Google ou outras aplicações como Instagram, ou outras aplicações russas e chinesas que sabe-se lá, como já se provou com o escândalo do Facebook e a Cambridge Analytica, o que fazem com os dados pessoais das pessoas. Como é que alguém que usa todas essas redes sociais, vem depois dizer que não instala a aplicação por causa de questões de "privacidade"? Inventem outra desculpa, essa só faz de vós completamente idiotas.
E a aplicação STAYAWAY COVID-19, como é que funciona?
Bom, isso é que é importante saber, e não foi devidamente informado ou as pessoas não se informaram devidamente. O próprio Rui Rio, por exemplo, cometeu uma enorme gafe no Twitter, quando o conselheiro de estado Lobo Xavier fez um teste positivo, e ele afirmou que a aplicação o deveria ter avisado imediatamente e não avisou! Mas isso não é assim que funciona!
A aplicação funciona da seguinte forma:
Contudo, apesar de eu mesmo ter instalado a aplicação, que não meu caso de pouco servirá porque eu acho que não estou com ninguém mais de quinze minutos e a menos de dois metros, sou liminarmente contra a obrigatoriedade da instalação na aplicação, porque facilmente se percebe que é inconstitucional.
E este é o melhor exemplo do que é na verdade o tão falado "politicamente correto". Recomendar a instalação da aplicação? Sim. Fazer uma lei a obrigar? Não! E não há nada de errado em agir corretamente na política, bem pelo contrário.
A lei é completamente inconstitucional porque nem toda a gente sequer tem telemóvel! Olhem, sabem quem por exemplo não tem telemóvel? O Sobrinho Simões, o médico talvez maior especialista de cancros em Portugal. Sabem quem, por exemplo, não tem um smartphone? O constitucionalista Jorge Miranda, que na rádio, depois de afirmar que essa lei é inconstitucional disse que tem um telemóvel "muito simples" para sua própria proteção. Portanto, há pessoas que nem sequer têm telemóvel, outras não possuem um equipamento onde possam instalar a aplicação ou nem sequer sabem mexer devidamente no equipamento.
Mas disse-se uma coisa ainda pior! Permitir que a polícia peça os smartphones e verifique a instalação da aplicação. E isto deixa-me incrédulo! Em tempos de pandemia, em vez de se colocar as polícias todas na rua, a verificar se os restaurantes estão a cumprir as regras do distanciamento, se nas ruas as pessoas cumprem as regras e não há ajuntamentos, não!, vamos permitir que as polícias andem por aí, livremente, qual regime militar, a pedir os equipamentos às pessoas a ver se têm ou não a dita aplicação! Mais, colocando os próprios polícias e pessoas em risco, não fossem os telemóveis a coisa mais suja que os humanos usam e uma fonte de verdadeiro contágio!
Tudo isto acabou por ter o efeito contrário ao pretendido. A ideia da aplicação que até poderia ser boa, ainda que não seja uma aplicação que vai travar a pandemia, apenas coloca a pessoa de sobreaviso a ter cuidado com os outros porque esteve em contacto com alguém infetado, acaba por gerar uma onda de indignação, e causa verdadeiros anti-corpos contra a dita aplicação.
Ainda assim, dou algum desconto porque vivemos tempos muito complicados. E se a mim é muito fácil estar aqui a criticar à posteriori, quando na Europa estarmos bem longe de ser os piores, bem mais difícil será para os responsáveis tomar medidas. Ainda assim continuo incrédulo como é que alguém se foi lembrar duma coisa destas.