quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Justiça: A Falta de Senso Comum

"Quando uma comissão da Câmara ou o Ministério da Justiça me propõe reformas parciais ou totais, respondo invariavelmente que não. Isto criou-me fama de reacionária mas o que eu sou de facto é uma rebelde: sou a primeira anarquista do Grão-Ducado. O código é que é, porém os pedidos de graça a que eu concedo perdão e o agravar de penas que inflijo, essas modificações das sentenças civis é que vão formar a jurisprudência; e nas setenças posteriores, os tribunais levam em conta as minhas modificações (...)

O estar acima da lei permite-me chegar onde a lei não chega. O sendo comum, o bom-senso, esta coisa que parece estar à disposição de todos, como a água dos chafarizes, ninguém pode usá-lo. Para usá-lo é preciso ser rei. O poucos reis o usam. Sirvo-me dele todos os dias. Surpreende-lhe que muitas vezes agrave a pena?
- Não. O que eu ão sabia é que a graça pudesse ser concedida às avessas...
Giselda volveu:
- Quer alguns exemplos? - E sem esperar resposta continuou:
- Se alguém involuntariamente mata o cão de luxo de um daqueles ricos senhores que fazem mais caso do "pedigreee" que do afeto, e o manda passear com os criados, é condenado a reembolsar o rico senhor com alguns milhares de xelins de indemnização; mas se mata por perversidade, com um tiro de espingarda, o cão de um cego que constituiu seu afeto, o seu património, o seu guia, o juiz condena-o a três xelins de castigo, porque o valor comercial do cão é mínimo e porque, pressupondo-se que a morte do cão tenha sido instantânea não há a agravante das sevícias. Acha que isto é justo? 

Se numa chávena de café não entrar nem sequer um grama de café, não acontece nada de mal, mas se ao pagar aquele café o senhor deixa sobre a mesa sessenta cêntimos em lugar de setenta, o empregado tem o direito de o arrastar até à esquadra mais próxima. Acha que é justo?
Quebrar o vidro de uma montra leva à cadeia, mas para quem destruir a um pobre órfão a única fotografia que possui de sua mãe, não há processo penal, porque o dano não é computável. Acha justo? Quem viola uma sepultura recente para roubar o alfinete de gravata do morto é condenado a seis meses. Mas se a sepultura está no Vale dos Reis e data de 4000 anos atrás, quem a profana é considerado um insigne egiptólogo. Convenço-o?


Loura Delicocéfala / Pitigrilli (1936)

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Touradas KO!

Confesso que não sou grande apreciador da rubrica "Não Me Obriguem a Vir Para a Rua Gritar" da Ana Markl na Antena 3. Primeiro porque se está a dar destaque às barbaridades que os trogloditas dizem na internet; depois, porque muitas vezes não acho que os comentários tenham especial relevo ou graça. Mas hoje confesso que o comentário escolhido foi, de facto, mesmo muito bom. A comprová-lo a gargalhada espontânea e sonora de Inês Lopes Gonçalves!

"A MAG publicou uma entrevista a um toureiro que usa a argumentação do costume. Ele diz que se não fosse a tourada os touros já não existiam. Comentário de Rui Manuel Castro:

"Então porque não começar a tourear linces ibéricos e pandas"? 

Ouvir aqui: Panda, olé...


Agradecimento à Camport

Como é sempre mais fácil dizer mal que bem, acho que também convém sublinhar bem quando alguém age de forma extremamente correta para connosco, mais ainda quando se tratam de empresas que, por norma, hoje em dia, só querem vender e se estão a borrifar para os clientes. E está quase a passar um ano mas, mesmo assim, não quero deixar de o assinalar aqui no blogue. 

Há uns bons anos comprei umas botas Camport. Como gostei do primeiro par acabei mesmo por depois ter comprado um outro um pouco diferente. Custaram-me na altura 60€. 

As primeiras ainda duraram bastante, mas tiveram um problema, que foi, as solas terem-se partido completamente a meio. Tudo bem, deitei-as ao lixo e continuei com o segundo par. Ora eu só uso botas no Outono-Inverno, maioritariamente quando chove ou com os dias frios. Não é propriamente um calçado que eu use muito, porque com bom tempo uso calçado mais leve. Mas passado algum tempo, aconteceu de novo o mesmo com as segundas botas. De novo o raio da sola partiu-se a meio. 

As botas depois da última caminhada
Esta situação deixou-me um pouco chateado, visto que, uma marca tão conceituada como a Camport deveria ter padrões de qualidade elevados. No entanto desta feita não deitei as botas fora, porque ainda por cima, tirando a sola, as botas estavam novas!

Então o que fiz? Contactei a Camport, expus a situação, expliquei que as botas já não tinham garantia, mas que ainda estavam novas, e quis saber se eles substituíam a sola e qual seria o orçamento. De imediato me responderem, e pediram mesmo "encarecidamente" que lhes enviasse as botas para analisarem a questão das solas. 

Entretanto fiquei à espera de notícias, e qual não é o meu espanto quando me devolveram as botas com as solas substituídas, completamente novas, e não me cobraram nem um cêntimo pelo trabalho. 

Tão habituado que ando a ser tão maltratado pelas empresas, que quando alguém assume um erro e faz um pequeno mimo ao cliente, que até fico surpreendido quando, se calhar, ser bem tratado no serviço após venda deveria ser a regra e não a exceção. 

Aqui fica o meu agradecimento público à empresa portuguesa de calçado Camport pela forma impecável como tratou desde caso. 

"Tu não gostas de Kate Bush e de Doom"?



É sempre engraçado quando nos convidam a ir ver um concerto de alguém que nem sequer tínhamos ouvido falar. Sim, eu gosto de Doom Metal e Kate Bush não é das piores coisas. Os dois juntos é que não sabia como ia resultar. Mas há muito que não ia a um concerto. 
Gostei, principalmente do ritual; do ir a um concerto. E da companhia, obviamente.
Do concerto propriamente... Bom... Casa da Música; bilhete caro. Esperava mais. Esperava algo decente, com qualidade. Já lá tinha estado mas há uns dez anos. Desta vez um som de merda. Um calor insuportável que mais parecia uma sauna. Lá fora chovia mais que na noite da tempestade e fazia imenso frio. Lá dentro estava-se a ver quem era eleita a Miss Tshirt Molhada. Eu acho que estava bem lançado pois se torcesse a roupa ela devia pingar bastante. E só isto tudo já me deixou um bocadinho irritado. Já não tenho paciência para certas coisas. E ao vivo afinal a menina não soa tanto Kate Bush... 

domingo, 25 de novembro de 2018

No Meu País as Touradas Não Têm Touros Nem Bandarilhas

- "Vossa Alteza falou em caçada ao veado? Julgava ter ouvido dizer que em todo o Grão-Ducado era proibida a caça. 
- E assim é - respondeu Giselda - esta selvajaria está proibida há dez anos, desde que subi ao trono; a caça abusiva é punida com seis meses de reclusão, um ano para os reincidentes, mil xelins de multa e a confiscação da arma. Há cinco anos, em França convidada pela Duquesa d'Uzès, tive o desgosto de assistir a uma caçada ao veado. Ao verdadeiro veado. O pobre animal, de olhos errantes, perseguido por imbecis a cavalo, despedaçado pelos cães, no meio de delicadas senhoras que teriam desmaiado se as manicuras lhes tivessem enfiado as tesouras por baixo da unha, fez-me chorar de indignação; sem saudar ninguém, deixei a Duquesa, um ministro, um pretendente ao trono de França, e fugi para Paris. No dia seguinte mandei buscar as malas. Para se justificar, a Duquesa d'Úzès disse que antes da caçada as matilhas, os cavalos e os cavaleiros eram abençoados, numa solene cerimónia, pelo seu capelão privado. Eu disse: "Quanto a isso gostava bem de conhecer a opinião de Jesus". Toda a imprensa da direita, desde a "Croix" até à "Action Française" me atacou. Quando regressei a Glotenburgo o partido clerical tinha-se unido com aos comunistas para me derrubar. Então, mandei que em todos os cinemas do Grão-Ducado os beijos na boca, que antes duravam três metros e meio de fita fossem limitados a um metro e setenta e cinco, e em dois dias acalmei a opinião pública e os jornais. A caça ao veado, no meu país, é uma caçada sem veado e sem espingardas: um pretexto para correr ao ar livre, jogar às escondidas nos bosques, cair na relva. 


Loura Delicocéfala / Pitigrilli (1936)

Nua no Jardim a Apanhar Chuva no Corpo


quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Quão Populista és Tu? Responde ao Inquérito para Saber!



"O populismo está a destruir a politica global, forçando muitos de nós a lidar com o que o conceito significa. Responde às perguntas para descobrires quão populista és, e como te comparas a líderes como Donald Trump."

O desafio é do jornal britânico The Guardian. Para ficarem a saber respondam ao inquérito aqui.

O meu resultado, ainda que um pouco distante no mapa (e menos populista!) está mais perto de Pablo Iglesias e o mais afastado possível de Donald Trump.


Portugal Apura-se Para o Europeu de Ténis-de-Mesa Frente à Áustria


Salvo erro de memória, acho que foi ontem que, pela primeira, fui apoiar uma Seleção Portuguesa... e foi a seleção de Ténis-de-Mesa que disputava ontem o apuramento para o Europeu de 2019 que se realizará em Nantes. A noite estava fria e chuvosa. À mesma hora jogava a seleção de futebol. Lá rumei ao pavilhão de Gaia e cheguei uns quinze minutos antes da partida começar. 

Estacionei tranquilamente a cinquenta metros do pavilhão. A entrada era gratuita. Entrei para o recinto e ninguém me revistou como se fosse um terrorista, nem havia polícia, nem os adeptos precisaram de escolta policial para as bancadas como se fossem animais selvagens. Eu estava confortavelmente instalado num pavilhão, bem quentinho apesar de estar frio e a chover lá fora. Tive direito a um espetáculo, não de noventa minutos mas de três horas, em que, de minuto a minuto, se aplaude os jogadores e as jogadas espetaculares que fazem, e não raras vezes, aplaude-se mesmo os próprios adversários, que no ténis-de-mesa, são isso mesmo, adversários, e não inimigos. No público, ninguém insultava os árbitros do princípio ao fim dos jogos. E mesmo tendo Portugal perdido o jogo (mas termos conseguido o apuramento) saí de lá enebriado pela beleza deste desporto. Onde é que o futebol (chamado de desporto-rei) se consegue comparar a isto? 

A primeira partida foi disputada entre João Geraldo 2 - Robert Gardos 3  (11-4, 10-12, 11-13, 15-13, 12-14)








Entretanto no banco, ia-se petiscando qualquer coisa, que isto do ténis-de-mesa é precisa muita energia!





Segunda partida Diogo Carvalho 1 x Daniel Habesohn 3 (6-11, 11-8, 4-11, 10-12)






Na terceira partida, quando Portugal já perdia por 2-0, entra em campo o jogador português mais cotado de sempre, Marcos Freitas (que já esteve no Top 10, e é atual 16º do mundo) para impedir a imediata derrota da seleção portuguesa e consequente afastamento do Europeu de Nantes.

Marcos Freitas 3 – Stefan Fegerl 1 (11-9, 11-7, 9-11, 11-7)






No último jogo André Silva 2 – Daniel Habesohn 3 (8-11, 13-11, 2-11, 11-8, 5-11)



Parece-me que nas bancadas só estava gente da modalidade, jogadores (muito jovens) treinadores, ex-jogadores, público em geral, como eu, se calhar pouco. Sim, também vi por lá a menina árbitra.

domingo, 18 de novembro de 2018

A Fidelidade Laboral Não Compensa - Queres um Aumento? Muda de Emprego!



Ser "fiel" para com a entidade patronal não compensa. Minimamente. Vamos ficando porque nos sentimos bem, porque estamos confortáveis, mas não somos valorizados naquilo que mais interessa, que é a retribuição do nosso trabalho ao fim do mês, porque palmadinhas nas costas não compram bens no supermercado para comermos. E a larga maioria dos trabalhadores trabalha porque precisa, não trabalha porque gosta do que faz. E os anos passam (e eu que o diga) e aumentos salariais nem vê-los. 

Por outro lado, quem está empregado e muda de emprego é logo valorizado à cabeça. 
- Não é estranho isto?
Valoriza-nos mais quem não nos conhece, que aqueles para quem trabalhamos há anos e que sabem que desenvolvemos um bom trabalho. E se calhar é assim em tudo na vida. 

Portanto, se queremos ser valorizados e receber um aumento salarial só temos uma solução: mudar de empresa. Não podemos esperar que sejamos valorizados pelo bom desempenho, temos simplesmente procurar quem nos valorize mais. Isto é um concelho que eu mesmo deveria seguir. Porque não o fazemos? Isso são outros quinhentos. 

Make America Metal Again!

Obrigado Brasil pela Eleição de Bolsonaro - Aqui Vamos Todos Rir às Gargalhadas!

Se aquando das eleições americanas aqui referi que estava a torcer pela vitória de Donald Trump, de igual forma nas eleições brasileiras torci pelo fascista, simpatizante da ditadura militar, misógino e o diabo a quatro do candidato Jair Bolsonaro, porque, sem dúvida, o mundo passará a ser um lugar muito mais divertido com ele na presidência do Brasil. O mundo está muito chato, ainda pior depois da saída de Bruno de Carvalho da presidência do Sporting!

Se já em campanha eleitoral, o próprio Bolsonaro avançou ele mesmo que gostaria de ver Alexandre Frota como Ministro da Cultura, ficamos agora a saber que o nome de Maitê Proença, conhecida atriz de novelas brasileiras, foi proposto para.... Ministra do Ambiente! Isso mesmo! E num vídeo que publicou no Twitter em que confirmou o seu nome e se chegou à frente disse o seguinte:

"Bolsonaro não ganhou porque as pessoas querem a volta da tortura, as mulheres ganhando menos. Ele ganhou porque ele foi autêntico, porque ele inaugurou uma forma nova."

Maitê, querida, deixa ver se eu consigo perceber esse teu argumento. Então, as pessoas não querem de novo a tortura mas votaram num candidato que prometeu fazer voltar a tortura e como ele foi realmente autêntico e fez parecer às pessoas que vai mesmo fazer voltar a tortura, então as pessoas votaram nele! Fôda-se isso é um argumento genial! Que é que tu tens dentro dessa cabecinha linda? Ar e vento? Sim, o mesmo que todas as pessoas que votaram nele, é verdade!

Mas a senhora disse ainda mais:
"O homem comum ele quer segurança, emprego e comida na mesa. Ele abriu mão dos direitos humanos pra ter isso."


Puta que pariu Maitê! Qual humor britânico, isto é do melhor nonsense que tenho visto! 

Mas já agora relembrar aos mais esquecidos quem é Maitê Proença. É aquela mesmíssima atriz brasileira que ficou furiosa porque não lhe arranjaram um técnico de informática no Hotel cinco estrelas onde estava hospedada em Portugal, como se um Hotel, só por ser cinco estrelas, tivesse que ter disponível no minuto seguinte, um técnico de tudo e mais alguma coisa para satisfazer os caprichos e requintes de uma menina mimada. E então vai daí decide gozar com o país que a acolhe e para onde vem vender os seus livros e os seus espetáculos. E nesse rol de críticas, ironicamente goza com o facto dos portugueses terem sido governados durante vinte anos (?) pelo ditador Salazar e por este ainda ser muito querido por cá. Digo ironicamente porque agora apoiou, ela mesma, um fascista e candidato a ditador para a presidência do Brasil que, entre muitas barbaridades, defendeu abertamente a tortura e a pena de morte, bem como os próprios esquadrões da morte!


A todos os brasileiros que votaram na eleição de Bolsonaro, aqui deixo o meu sincero muito obrigado! Nós por cá deste lado do Atlântico certamente vamo-nos certamente rir às gargalhadas com a vossa presidência brasileira e que dure o máximo de anos possível!

sábado, 17 de novembro de 2018

Desejada

"Tens sido para mim tão sómente a Desejada, 
pois nunca a minha face aproximei da tua.
O meu amor ideal é com a luz da Luz, 
da Lua que ilumina e não aquece nada.

Apenas surges tu - visão eterea, alada, 
na sombra que me cerca, inteiramente nua, 
a luz do teu olhar sobre a minha alma atua, 
deixando-a de visões e sonhos povoada.

Nudez que ninguem mais descobre ou adivinha!
Nem sabes tu, meu Bem, com quanto ardôr te quero, 
sabendo que és só minha, e toda, toda minha.

E nunca a tua carne em minhas mãos agarro!
- É porque Deus (vê lá que sonho belo gero!)
Não soube traduzir, minha visão, em barro.

Desejada / Poemas / Roberto Macedo (1965)


sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A Justiça Portuguesa Tem os Três Olhos Bem Abertos

Imagem emprestada da net
Estamos habituados a ver a Justiça ser representada por uma mulher com uma espada, uma balança e uma venda nos olhos. Em Portugal significa que a Justiça com a sua espada é forte, com os fracos, mas não dá luta quando em causa estão os poderosos. A Justiça é muito forte quando alguém rouba um polvo e um champô no Fisco Doce, mas com casos como o dos submarinhos ou com os banqueiros a justiça é fraquinha, muito fraquinha mesmo basta ver como já passaram dez anos do caso BPN, que todos nós pagamos muitos mil milhões e, até agora, ninguém foi preso. A Balança significa isso mesmo, que se pesa muito bem se o arguido é rico ou pobre. Se for pobre cadeia com ele, se ao invés for rico, certamente que pode sair em liberdade. E a venda nos olhos significa que, apesar de querer dar a entender o contrário, a Justiça tem os olhos muito bem abertos. Casos há até, em que a Justiça tem os três olhos bem abertos!

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A Menina que Via as Horas nos Olhos do Gato

Selligmann trazia-lhe os jornais ilustrados e o cirurgião oferecia-lhe os livros da sua biblioteca. Mas Paulo suplicou:
- Tragam-me cor!
Queria dizer: "Tragam-me flores do Sul, ou frutos do além-mar, ou uma matilha andaluza, ou uma ingénua colcha do Sudão, de cores berrantes." O cirurgião premiu o botão da campainha e a uma enfermeira que apareceu silenciosa, disse:
- Liana.
Pouco depois entrou uma menina de quinze anos, de cabelos tão vermelhos e luminosos, que parecia haver dentro deles uma lâmpada acesa.
- Aqui está a cor - disse o cirurgião.
Era sua filha: tinha os olhos maravilhados e grandes como os olhos das crianças quando lêem os contos de fadas.
- Os enfermos a quem visita - disse-lhe Paulo - curam-se logo; deve trazer a sorte consigo!
(...)


Não havia outra menina com quem brincar. O seu único amigo era o Relógio.
- Um gato.
- Que nome!
- Pus-lhe o nome de Relógio porque os olhos dele marcam as horas. Quando o chamo, ele vem logo, e os seus olhos não erram nunca. A pupila contrai de dia e dilata-se de noite com movimento tão regular que por ela deduzo as horas com exatidão: na obscuridade a pupila é redonda; pela manhã torna-se oval; ao meio-dia é uma vertical finíssima, que progressivamente se dilata pela tarde. Quando o senhor quiser saber as horas pergunte-me.
Paulo pensou em Jutta e confrontou a cerebralidade dela com a candura desta menina.
- Liana - disse-lhe -, você lê as horas nos olhos dos gatos e passa as noites a confiar as suas aspirações às estrelas, mas faz também outra coisa que não me confessou ainda.
A menina enrubesceu.
- Ontem, da minha janela, vi-a, no jardim, desfolhando um malmequer.
A menina baixou a cabeça para esconder o sorriso e a indignação e fugiu. Mas quando, dois ou três dias depois, Paulo Pott deixou a casa de saúde, ela ofereceu-lhe um ramo de malmequeres e presenteou-o com um retrato de Relógio, dizendo:
- Vejamos se aprendeu alguma coisa: a que horas foi tirada esta fotografia?
- Não sei.
- Repare nos olhos. Às quatro da tarde. É tão simples.

O Americano Médio Não Consegue Juntar 450 Euros Para Emergências

"O americano médio não consegue juntar 450€ para uma emergência . Um terço dos americanos não pode pagar comida, abrigo e cuidados de saúde. Os cuidados de saúde para uma família agora custam 25 mil Euros - cerca de metade da renda média, que é de 50 mil Euros."

"Todas as coisas que realmente elevam a qualidade de vida das pessoas - saúde, finanças, educação, transporte, moradia e assim por diante - passaram a consumir uma parcela tão grande da renda média das famílias que têm pouco para poupar, investir ou gastar. em qualquer outra coisa."

"Assim, os americanos não são apenas absolutamente ou relativamente pobres, mas pobres de uma maneira totalmente nova. Primeiro, os fundamentos da vida explodiram de preço, a tal ponto que agora são inacessíveis para muitos, talvez a maioria dos lares. Em segundo lugar, os americanos arcam com os riscos de pagar esses custos inacessíveis a um grau extremo, arcando com os riscos que as instituições deveriam ter, e, portanto, esses riscos estão agora ruinosamente altos." 

"Os americanos trabalham muito mais do que em qualquer outro lugar - eles estão sempre a um passo de perder tudo, da ruína genuína, mas os seus pares em países verdadeiramente ricos não o estão." 

"Os americanos vivem vidas bastante abismais - curtas, solitárias, infelizes, cheias de trabalho, stresse e desespero, em comparação com seus pares."



terça-feira, 13 de novembro de 2018

Ainda Podemos Ganhar!


A coisa não está a correr bem. Estamos a ser verdadeiramente humilhados. Falta um só ponto para o adversário ganhar mais um set. Mas ainda não ganhou. Falta esse ponto que não vamos entregar facilmente. Os próximos serão todos nossos pois se ainda não perdemos, ainda estamos vivos, não vamos desistir e ainda podemos ganhar!

Vigésimo Torneio Aberto de Ténis-de-Mesa Ala Nun'Alvares de Gondomar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Diferentes Traduções do Mesmo Título dum Livro Trazem Ainda Outro Problema

Más Traduções de Títulos que Ainda Por Cima Revelam o Enredo é mau. Decidir-se dar diferentes nomes ao mesmo título traduzido ainda é pior!

Logo após ter publicado esta entrada no blogue fui à estante ver que livros de Pitigrilli ainda tinha para ler, afinal, se gostei tanto do último, porque não continuar pelo mesmo autor?

Só que, de repente pego no livro "O homem que inventou o amor" viro a capa e leio "título orignal: "L'esperimento di Pott". Ou seja, comprei uma série de livros do autor, e dois deles, um dos anos quarenta e outra edição dos anos sessenta, com diferentes títulos, são afinal o mesmo livro. Haja paciência!


Método Simples Para Acabar Com as Falsas Presenças no Parlamento

Nos últimos dias soubemos que há deputados (caso Silvano Silva / PSD) que fornecem a sua senha a outros colegas (a deputada que Emília Cerqueira confessou que foi ela que usou ilegalmente a senha do deputado Silvano Silva e disse que é "normal" os deputados do PSD trocarem as senhas entre si!) apesar de saberem perfeitamente que é "pessoal e intransmissível"!, porque essa mesma senha do computador valida as suas presenças no parlamento. Esta senhora comete uma fraude e depois ainda por cima vem falar em "virgens ofendidas"! Eu gostava de saber o que me aconteceria se, numa qualquer entidade patronal deste país, eu andasse a picar o ponto por outros colegas! 

Ouvi algumas opiniões, gente a falar que se deveria usar a biometria que valida a presença com a impressão digital, a forma como, por exemplo, muitos trabalhadores, como eu, validam a sua assiduidade nas empresas. 

Mas não é preciso nada disso! Nem sequer é preciso gastar um só cêntimo! 
Eu não sei o que se passa hoje nas escolas, mas no meu tempo de escola, a primeira coisa que cada professor fazia em cada aula era a chamada! Não é preciso senha nenhuma, nem sistema biométrico! Basta fazerem a chamada, e quem não estiver leva falta! Se calhar estar a consultar as redes sociais ou pintar as unhas também deveria dar direito aos senhores deputados levarem umas faltas disciplinares! 


domingo, 11 de novembro de 2018

Más Traduções de Títulos que Ainda Por Cima Revelam o Enredo

Acabei de ler "O homem que procura o amor" de Pitigrilli. Gostei bastante. Talvez tenha sido o livro que li mais depressa nos últimos tempos mas isso não vem ao caso agora. O que interessa é que, desde logo suspeitei que este não fosse o título original. No livro não consta o título original com que foi publicado. E se calhar deveria. Fui então pesquisar na internet e fiquei a saber o que título original é: "L'esperimento di Pott" de 1929.



Desde logo não deixa de ser muito curioso que, em 1932, foi traduzido para inglês por Warre B. Wells e, nos Estados Unidos saiu com o título de "The man who searched for love", enquanto que, a mesma tradução, saiu no Reino Unido com o título de "Mr. Pott". 


E o que eu acho que a tradução de um título tem de ser o mais fiel possível ao original. Se me dizem assim "ah mas ó Konigvs, se tivesses visto o livro com o título de "O experimento de Pott" (como também foi editado em português) se calhar não o ias ler. Mas não é nada disso que está em questão. Se o autor lhe chamou "a experiência de Pott" é esse título que deve ser usado em todo o mundo, ainda que, um melhor título possa vender melhor o livro. Muito pior ainda, é quando a própria tradução do título do livro revela ele mesmo parte do enredo do livro, que só o leitor deveria descobrir mais à frente! O próprio título está a estragar toda a surpresa do livro! 
- Por que é que eu chamei a esta publicação "Está bonita a Dona Irene"? Certamente se calhar até teria mais interesse se eu lhe tivesse chamado "A história de um amor destruído", mas eu quis-lhe chamar "Está bonita a dona Irene" e, quem quiser saber do que se trata, tem que ler até ao fim. A graça está muitas vezes em manter a surpresa, em ir revelando aos poucos e não escancarar logo tudo. 

É como aquelas traduções de títulos de filmes, em que só pelo título já percebemos o fim do filme! Qual seria a piada do filme "Sexto Sentido" (The sixth sense) se tivessem traduzido o título para "O homem morto que conversa com vivos"? Não faz qualquer sentido. E o que não faltam para aí são péssimas traduções de títulos de filmes, que além de não serem minimamente fieis, ainda por cima revelam o enredo. Um dos bons exemplos disso e que aqui no caso até tem graça, é o título do filme "Lost in Translation" que no português não se chamou "Perdido da Tradução" mas sim "O amor é um lugar estranho! Oh pá, se é difícil traduzir o título para português, então não mexam! Deixem estar o título quietinho no original. 

O livro "L'esperimento di Pott" de Pitigrilli é sobre a vida de um bom juiz, de origem grega que vive em França, de seu nome Paulo Pott que, certo dia, apesar de ser juiz-presidente, mas vendo-se obrigado a votar vencido pelos outros dois juizes, demite-se, insultando os seus dois colegas e causando assim uma grande sensação na imprensa do país. Pelo meio conhece uma linda mulher inteligente e entretanto decide mudar radicalmente de carreira. E o ex-juiz vai fazer o quê? Vai ser palhaço. De juiz a palhaço tão irónico! Sem querer revelar muito mais é isto. Claro que pelo meio há a constante procura da resposta ao que é o amor, mas o livro chama-se "O experimento de Pott" não se chama "O homem que procura o amor"!

Chamassem-lhe simplesmente "Pott" que ficava muito melhor!

O Que é Que Tendes Dentro da Cabeça?


...Mas quando há um vácuo na nossa democracia, 
quando não votamos, quando tomamos os nossos direitos básicos e liberdades por garantidos,
 e viramos as  costas e deixamos de prestar atenção,
 e deixamos de nos importar, e deixamos de acreditar,
 então, outras vozes preenchem o vazio. 

Uma política de medo de ressentimento e guerrilha toma conta. 
E os demagogos prometem soluções fáceis para problemas complexos. 
Eles prometem lutar pelos mais fracos
eles prometem acabar com a corrupção, 
e apelam ao sentimento nacionalista racial que está oculto, 
oculto de todo. 
A maior ameaça à nossa democracia é a indiferença. A maior ameaça à nossa democracia é o cinismo. Um cinismo que levou a que demasiadas pessoas virassem costas aos políticos e ficassem em casa no dia das eleições. Portanto, se não gostam do que está a acontecer neste momento, e não deviam gostar, não se queixem, não hashtag, não fiquem ansiosos, não se percam num desapego irónico, não enfiem a cabeça na areia, não insultem, 
Votem!

O Grande Feito de Donald Trump - E Quem São os Fanáticos Defensores Trump?

"Por exemplo, em relação a Trump eu acho que isso joga a favor dele, sabe? Porque, em entrevistas que eu por vezes oiço, a opinião das pessoas, e nomeadamente atendendo aquilo que são os pré-conceitos, joga a favor dele. Porquê? Por que é a estratégia da vitimização de, lá estão todos aqueles intelectuais de pacotilha, na CNN, no New York Times, etc, a atacar o "coitadinho", só porque ele não é um deles, só porque ele foi contra os interesses estabelecidos, que foi, se quiser, o grande feito dele. É que, pertencendo ele à alta finança americana, estando ele a vida inteira às cotoveladas com os políticos e os financeiros mais poderosos, ele conseguiu passar a mensagem de "eu sou contra o sistema (e como ele próprio disse): eu vou drenar o pântano de Washington".  A partir dessa altura, ele é o campeão dos desfavorecidos que, é tristemente irónico num tipo que nós sabemos que ainda por cima tem uma trajetória em termos de fortuna pessoal que não foi propriamente feita à custa de justiça para com os seus próprios trabalhadores(...)

Nós estamos a falar de um homem que mandou fazer Photoshop na cerimónia de investidura, para parecer que estava mais gente do que estava, para poder dizer que tinha sido a maior cerimónia. Está a ver a fragilidade de narcisismo desta pessoa?




Fascinante, para quem trabalha na área que eu trabalho é como, o núcleo duro de apoiantes de Trump, que dizem, vezes sem conta às televisões "estou-me nas tintas para isso tudo; mesmo que seja verdade o que dizem dele eu continuo a votar nele" quem são?

Os brancos. Homens. Os frustrados profissionalmente. E os com pouca educação. 

Ou seja, gente em que há um ressentimento muito grande. E às vezes com razão. A vida foi madrasta percebe? E as fake news sobre o Obama a dizer que ele tinha nascido no Quénia e que portantanto não se podia candidatar? E os sociólogos que estavam cheios de razão "Hillary Clinton não é uma boa candidata nas suas permanentes ligações à alta finança (como o próprio Trump, não é?), mas não é só isso que está em jogo. Nos Estados Unidos um homem negro vá que não vá, agora uma mulher, seja de que cor for, nem pensar"! Não estão preparados para isso. 

A espada de Dâmocles - O Amor é / Júlio Machado Vaz


Conversas Improváveis (31) - Alterações Climáticas

"Eu com a idade que tenho, não me lembro de um dia de São Martinho assim."



sexta-feira, 9 de novembro de 2018

O Comunista. O Nazi. O Colecionador de Vinis

"Eu sou todo Bolsonaro" dizia-me este senhor em sua casa, "apartamento que tinha de ser meu quando vi este terraço enorme com três frentes". 
- "Sabe como é que eu resolvia o problema naquelas favelas do Brasil? Regava aquilo com napalm e matava tudo. Ia matar alguns inocentes? Sim ia, mas assim os bandidos também não matavam mais ninguém". 

Eu como que estava fascinado a ouvi-lo, não propriamente pelas ideias que, como facilmente se percebe são completamente opostas às minhas, mas porque achava extremamente interessante a riqueza das diferentes pessoas que tenho conhecido. Semanas antes tinha conhecido um professor, alto, vertical, cabelo preto e cheio, voz radiofónica e que tem um horário de poucas horas em várias escolas, filho de professora e que me contou que se estava a desvincular do PCP. Não iria sair, mas iria continuar como independente por causa da não concordância com algumas coisas que se passam no partido. Falou-me dos vários partidos comunistas no mundo, das bases, das diferenças com o Bloco de Esquerda, partido das "causas fraturantes", ouviu algumas das minhas críticas e acabou por dizer que o PCP deveria sair  dos gabinetes e ouvir as pessoas. Pessoas como eu.

E semanas depois eu estava, pela segunda vez, na casa deste senhor nazi, de cabelos brancos, pequeno bigodinho e voz que o cigarro terá ajudado a ficar ainda mais grave. Nas paredes da sala onde o estava a ouvir, estavam vários quadros pintados por si. E depois de um professor comunista, com uma cultura assinalável, estava agora a ouvir este senhor burguês, "sabe, eu não posso ter dinheiro, fodo-o todo"!, muito viajado, que assumidamente tem grande simpatia por Hitler.

Dias depois, num dia de chuva certinha, que terminaria com um concerto na Casa da Música, estava agora numa bela vivenda na casa de outro senhor de cabelos brancos, licenciado em Direito e que tem trinta e tal inquilinos. Este senhor com alguns problemas de saúde, "para ter ideia, demorei sete horas a fazer Porto - Lisboa" e que gostava de ir viver para Cascais, entretém-se a comprar lotes e mais lotes de vinis. Fica com uns quantos, e depois vende os outros todos para todo o mundo, não propriamente para fazer dinheiro, mas para satisfazer a procura de determinado título.


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A Menina Árbitra


No vigésimo Torneio Aberto de Ténis-de-Mesa Ala Nun'Alvares de Gondomar, quando a árbitra* captou a atenção da minha objetiva.


domingo, 4 de novembro de 2018

As Coisas Não São Como São, Mas Como Se Consideram

"As coisas não são como são: são como as consideramos: a genebra, se lhe chamarmos genebra, é uma bebida para as pessoas que trabalham nas minas; mas se lhe chamarmos gín, é um licor de grande luxo.
Se enquanto examinar a Ceia de Leonardo de Vinci lhe não disserem: Que rosto de traidor tem o quarto conviva à esquerda!" o senhor não sabe qual dos doze é o Judas. Mas apenas lhe disserem: "Aquele é o Judas", achar-lhe-á um rosto de canalha. 
(...)
Se pronunciar diante de um farmacêutico, ou dum botânico, ou dum bebedor, ou duma porteira, a palavra "ruibarbo", o farmacêutico pensará na raiz, o botânico na planta, o bebedor no aperitivo e a boa mulher em pastilhas digestivas. 
Se um homem vai por uma estrada internacional e não tem dinheiro no bolso, os gendarmes prendem-no, porque o seu caso chama-se vagabundagem; mas, se tem um livro de cheques, toda a gente o respeitará, porque se trata não de vagabundagem, mas de turismo. 
(...)
Um senhor qualquer que dorme com sua própria mãe ou sua própria filha, faz simplesmente um ato imundo; mas, se esse senhor se chama Oedipo, o seu ato torna-se imediatamente um episódio mitológico. Eschilo faz dele uma tragédia. Se se chama Loth , o seu nome é imortalizado na Bíblia e as suas porcarias são contadas em todas as línguas em todas as escolas do mundo. Uma senhora nua será simplesmente imodesta, como dizem os eclesiásticos; mas, se lhe puser uma árvore atrás das costas, torna-se numa ninfa. Se lhe pusermos legumes nas mãos, torna-se Ceres; se for um espelho, será a Verdade; se uma espada, a Vitória; se lhe prender aos pés um pedaço de corrente, torna-se a Liberdade. Com uma camisa de noite, abotoada nos ombros, é a Tragédia. Enfie-lhe uma liga, torna-se uma cortesã. As coisas não são como são, mas como se consideram. 



sábado, 3 de novembro de 2018

O Evangelho da Riqueza

"A santificação da propriedade privada e a conversão de qualquer valor mercantil têm por consequência a profunda desumanidade da classe dirigente, o seu desprezo pelo homem, a maior parte das vezes mascarado sob as aparências de uma falsa filantropia, mas então exibido cinicamente. Os homens são julgados pela sua força de trabalho e considerados como simples instrumentos. As relações humanas são vazadas de qualquer conteúdo que não seja utilitário e o trabalho de um assalariado pode ser comparado a qualquer mercadoria: "O trabalho como farinha ou o tecido de algodão, deveria ser sempre comprado ao preço mais baixo e vendido ao preço mais alto". A regra que comanda a retribuição dos operários ("qualquer salário é equitativo se é igual ao que obtém este tipo de trabalho no mercado livre") não deve sofrer nenhuma exceção nem ser submetida consideração de ordem humanitária. Pois "a beneficiência e os negócios são e devem permanecer eternamente dissociados. Um patrão não está mais adstrito a obrigações financeiras em relação aos seus operários após lhes ter pago salários ordinários, que estes a seu respeito ou ao de um desconhecido". A verdadeira ética do business está completamente contida nesta declaração de um industrial: "Eu considero os meus operários exatamente como considero as minhas máquinas. Enquanto puderem executar o meu trabalho por aquilo que decidi pagar-lhes mantenho-os tirando  deles o que posso tirar". E sem dúvida espera tirar ainda mais convencendo o operário que o triunfo está à mercê de todos, que só depende do mérito individual. Daí o regresso a um puritanismo militante e agressivo. 

O Capitalismo Selvagem nos Estados Unidos - Marianne Debouzy (1972)

O Problema das Homenagens Parolas Cedo Demais

"Senhores passageiros, é o Comandante de Bordo que vos fala. Dentro de momentos vamos aterrar no Aeroporto Violador Cristiano Ronaldo, na Madeira. A temperatura exterior é de 22 graus e em Portugal são atualmente 15 horas e 32 minutos. Esperamos que o nosso voo para a Madeira vos tenha agradado. Desejamos a todos uma boa estadia, e esperamos voltar a ver-vos nos voos da nossa companhia."


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

CTT: Quanta Condescendência!

Na sequência da minha reclamação no Livro de Reclamações do posto dos correios cá da terra devido a um atraso inexplicável, visto que a encomenda deveria chegar até dois dias (como me foi dito) e chegou treze dias depois!, os CTT resolveram devolver-me o valor que paguei pelo envio, ficando ainda o destinatário com o prejuízo do valor da encomenda que se estragou. Mas os CTT ressalvam que o estão a fazer "excepcionalmente"! Fazem merda mas ainda se acham cheios de razão!