pois nunca a minha face aproximei da tua.
O meu amor ideal é com a luz da Luz,
da Lua que ilumina e não aquece nada.
Apenas surges tu - visão eterea, alada,
na sombra que me cerca, inteiramente nua,
a luz do teu olhar sobre a minha alma atua,
deixando-a de visões e sonhos povoada.
Nudez que ninguem mais descobre ou adivinha!
Nem sabes tu, meu Bem, com quanto ardôr te quero,
sabendo que és só minha, e toda, toda minha.
E nunca a tua carne em minhas mãos agarro!
- É porque Deus (vê lá que sonho belo gero!)
Não soube traduzir, minha visão, em barro.
Desejada / Poemas / Roberto Macedo (1965)
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