quarta-feira, 30 de julho de 2014

Psoríase: não morrer da doença, morrer do tratamento

Por estes dias uma amiga comentava comigo que, a mãe estava a ler um livro sobre o cancro, coisa séria ao que parece, e não um qualquer livro sensacionalista, e então como abordava lá a psoríase, resolveu enviar-me as páginas que descriam os riscos associados ao uso dos medicamentos para tratar tanto a psoríase como a artrite reumatóide (e psoriática a que tenho), para eu dar uma vista de olhos.

Como é lógico, eu não sou ingénuo, sei perfeitamente que a medicação que estou a fazer acarreta bastantes riscos (por isso ando sempre a fazer análises a tudo e mais alguma coisa) mas de qualquer forma achei por bem, nunca me pôr a ler a bula dos medicamentos, porque se não era estar a preocupar-me desnecessariamente, pois a alternativa a não tomar não é melhor. O importante é que a medicação me trouxe qualidade de vida, foi sempre o que pensei.


De qualquer forma, é sempre um choque quando lemos o que eu li, que precisamente a droga caríssima que estou a tomar (Enbrel) e que vai começando agora a perder efeito, é um desses medicamentos que aumenta tremendamente o risco de eu desenvolver um cancro. A psoríase não mata, a artrite psoriática também não, mas ironicamente ao que parece estas drogas podem mesmo curar as doenças, ainda que para isso tenham de matar o hospedeiro.



Claro que estamos sempre a ouvir que isto ou aquilo aumenta o risco de cancro, no fundo hoje em dia está tudo contaminado - ainda há semanas via um filme no cinema sobre vampiros, coisa gó como eu costumo gostar "Só os amantes sobrevivem", e já os pobres coitados dos vampiros se viam à rasca para arranjar sangue não contaminado! - mas é sempre um choque pensar que, ao tratarmos uma doença nesta medicina convencional que só ataca as consequências da doença e não propriamente as suas causas, no fundo, estamos a contribuir para acelerar a nossa morte.

Por outro lado, como eu sempre pensei, de nada adianta durar até aos cem anos se for para estar enfiado numa cama, mais vale durar metade mas com qualidade de vida. Resta-me aproveitar os dias que me restam - eu e todas as pessoas, porque meus caros, com cancro ou cheios de saúde vamos todos c'o caralho! - e devemos é aproveitar da melhor forma possível, fazendo o que nos dá prazer, viver e não nos deixarmos meramente existir, aproveitar os bons momentos pois é o que uma pessoa leva desta vida!

Só os amantes sobrevivem - Jim Jarmusch

P.S: Se acidentalmente alguém passar por aqui que esteja a fazer um destes medicamentos "biológicos" no tratamento da psoríase/artrite comunique, eu gostava de conversar com alguém que esteja a fazer o mesmo tipo de tratamento que eu.

terça-feira, 22 de julho de 2014

E quem testa os políticos?

Não deixa de ser irónico que, o governo dos rapazes com cursos e doutoramentos por encomenda e com equivalência pelo rancho folclórico, venham agora exigir testes aos professores. Ao ouvir a notícia do dia interrogo-me porque não testar também os médios que nem usar um computador sabem, e têm de passar receitas à mão? E os juízes? E os lixeiros? E os polícias? E a corja toda que está atrás de um balcão de uma qualquer repartição pública? Porquê só os professores? E afinal para que servem os institutos, faculdades, universidades e ranchos folclóricos que passam diplomas? Se não garantem que as pessoas que lá estudam (e dançam o malhão!) estão habilitadas a exercer a sua profissão porque não são todos então encerrados? 

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E os políticos? Quem é que testa essa escumalha da sociedade que cedo ingressam nas juventudes partidárias, e que não sabem nada da vida, se não foder a vida aos outros e aproveitar-se dos dinheiros públicos em proveito próprio? E quem é que testa um deputado, um presidente de junta de freguesia, um candidato a primeiro-ministro ou a presidente da república? 

Pois eu também acho que depois de eleito, um primeiro-ministro deveria fazer um exame para ver se estava apto a poder governar o resto da população. E presidentes da república com idade superior à esperança média de vida deveriam passar num teste de psiquiatria, para não chegarmos ao cúmulo de ter um presidente completamente senil no mais alto cargo da nação. 


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Pensamento do dia

Estava aqui a pensar como tenho escrito pouco nos blogues. E de imediato tirei uma conclusão:

"Os blogues são como o sexo, quanto menos se escreve menos apetece escrever".

Tenho de seguir o conselho da genicologista Maria do Céu Santo que aconselha às mulheres: "Mesmo que não lhe apeteça fazer amor - faça! Só custa é começar. Se a pessoa ultrapassar aquela inércia de começar, excita-se e tem um orgasmo."

E eu também tenho de começar a vencer a inércia, mesmo andando mais ocupado, cansado e com menos disposição. Há que vencer a inércia do começar a escrever, que como diz a sôtora, só custa mesmo é começar, depois rapidamente lá vêm os textos fluídos de  disparates!


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Não têm tesão e são felizes assim

"Mas aquele casal é um bocado estranho, já namoram há sete anos, nunca tiveram sexo nem são de muitos afetos e acham que assim é que estão bem". Disse-me isto uma amiga, quando ontem lhe perguntei sobre uma outra amiga dela e seu namorado, casal que conheci há uns quantos anos.  
E de imediato concordei com ela, achando também um pouco estranho, que quando duas pessoas gostam uma da outra, não queiram andar de mão dada, dar uns miminhos, trocar saliva e que na intimidade, pelo menos nos primeiros tempos, não passem o tempo a fazer a rodagem ao novo parceiro! 

Vistas bem as coisas, no fundo, é o sexo que distingue a relação de duas pessoas jovens e saudáveis que são namorados/casados/juntos, de outras duas pessoas que são "só" amigos e que até podem também partilhar casa. Mas apesar da estranheza, o que eu também disse à minha amiga, é que, se ambas as pessoas estão bem assim, ótimo, quem somos nós para estranhar ou até fazer julgamentos? Algo só é um problema quando as pessoas se sentem incomodadas com isso, quando estão (supostamente) felizes ótimo para elas. 

Mas nem de propósito, o jornal Público de hoje (edição 16/7), trás uma reportagem (que li no site) sobre os "assexuados", gente que não tem tesão nenhum, mas que curiosamente, segundo os especialistas não têm qualquer doença ou problema. Na reportagem falam que a coisa ainda foi muito pouco estudada e alguns especialistas apontam para "orientação sexual", o que não é de todo consensual e eu entendo perfeitamente.O que me parece, pelo que percebo, é que uns (como eu) orientam-se para as gaijas, outros para os gaijos, outros ainda para ambos, e este pessoal sem tesão parece-me é que não se orienta de todo!



Na reportagem do Público, falaram com uma jovem de dezoito anos, que teve uma relação recente com outra mulher. Diz que não funcionou porque ,como não tem desejo, retribuir sexualmente é como se fosse uma obrigação, e acrescenta que depois surgiram os "problemas". E aí é que está a minha dúvida sobre dizerem que não é uma doença, pois eu entendo que uma doença é tudo aquilo que não está bem connosco, tudo aquilo que "incomoda", e é lógico que para quem nunca teve qualquer relacionamento isso não é um problema, não têm desejo não se masturbam nem têm sexo, mas a partir do momento que se enfiam numa relação, isso pode ser um grave problema para a outra pessoa, porque quando um quer sexo e o outro não quer e ainda por cima se sente obrigado, chega-se a um ponto de rotura.

Já há algum tempo, vi também num documentário, uma reportagem sobre os "herbívoros" japoneses, malta nova, assexuada, que não gosta de mulheres, nem querem ter uma namorada porque isso implica contacto físico! Nem quero imaginar o horror que deve ser para eles ter de dar um beijo numa mulher, ter de lhe apalpar as mamas, quanto mais ter de lhe lamber o grelo ou enfiar o dito cujo! E não estamos a falar de casos pontuais, não, estamos a falar de grande maioria dos jovens japoneses. Gostam é de estar enfiados em casa, a jogar nas suas bugigangas eletrónicas, e caso se lhes arrebite alguma vontade, então recorrem a jogos virtuais, e em último recurso preferem usar a Tenga a uma qualquer cona verdadeira!

O que me parece é que o mundo está a mudar e muito rapidamente. Os putos passam a vida enfiados dentro de casa a jogar, socializam mas é com o telemóvel nas redes sociais durante a noite toda, estão todos ligados e são todos amigos mas é à distância, depois, como é que vão ter vontade de pinar? No fundo esta malta nova é alérgica ás pessoas e ao contacto físico, tal como muitos outros são alérgicos aos pólens. Não faltará muito para que um dia destes, dar umas trancadas seja olhado como uma coisa medieval e nojenta, e os órgãos sexuais serão meros apêndices, vestígios de um passado longínquo em que o ser humano para se reproduzir tinha obrigatoriamente de ter contacto físico. 

domingo, 6 de julho de 2014

Estereótipos na publicidade

É muito difícil estar imune à publicidade porque ela está em todo o lado. Para já estou imune à que passa na televisão, mas no caso vou referir-me a dois anúncios da mesma marca que passam na rádio.

Uma conhecida marca revendedora de material de escritório (Staples) tem neste momento dois anúncios que passam constantemente na rádio. São dois anúncios diferentes, um com um homem e o outro com uma mulher, invocando o tema das férias e direcionando o consumidor para os produtos tecnológicos que a marca revende.

A mulher passa a mensgem que está preparada para as férias, conseguiu desta vez fazer uma mala pequena, e leva só o indispensável, a bugiganga eletrónica que a marca vende e tem espaço só mesmo para o indispensável bikini.

No anúncio com o homem, este dá a entender que quer convencer a mulher a levar com eles uma outra mulher por quem está apaixonado, e que "também a vais adorar". Depois ficamos a saber a saber que "ela" é afinal o último modelo da bugiganga fotográfica de uma marca conhecida.
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Daqui retiro que a publicidade continua presa a estereótipos um pouco desatualizados. Nunca na vida que um gaijo tem algum interesse em juntar amante e esposa no mesmo espaço, quanto mais fazer das duas amigas. O que qualquer homem que se preze pretende é, ir de férias com a mulher, e conseguir a proeza de, mesmo debaixo do nariz dela, tratar de faturar a morena (ou loira) boazona do apartamento ao lado!

E ao contrário dos homens, as mulheres é que têm muito mais interesse em juntar o marido e um amigo - ou desconhecido que sirva para o efeito - para com ambos preencher necessidades que com um só homem não podem ser preenchidas!