Mostrar mensagens com a etiqueta política. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta política. Mostrar todas as mensagens

domingo, 7 de setembro de 2025

Devemos Prestar Mais Atenção no que Diz Paulo Raimundo

 Em meados de Julho, Paulo Raimundo preveniu o presidente da república, Marcelo, que o país estava "preso por arames". 



Um mês e pouco depois percebemos que esses "arames", nem sequer estavam bem presos.


O país está completamente destravado, a caminho do precipício. Percebemos que Moedas tinha razão: "Lisboa é uma cidade insegura", mas não é por culpa dos imigrantes, é sim, por causa do presidente da câmara municipal, que de forma tão lesta pediu a demissão de Medina, mas agora, quando lhe toca a ele, agarra-se ao poder como uma lapa. 

Make Geração à Rasca Outra Vez

 Porque a Troika e o racionamento é quando o partido que tem escrito "social democrata" no nome quiser, e, como diz a Susana Romana no Jornal de Notícias "antes era uma sardinha para três, agora é o rolo de papel higiénico para três turmas"!

Se os alunos agora se quiserem agora limpar o cu na escola, que levem papel de casa!, e que aproveitem todo o stock que ainda guardam desde a pandemia! 

Já estou a imaginar a cena:

Hey, ó colegiuinha, estou mesmo a ressacar, não tens aí uma folha de papel higiénico que me arranjes? - 

- Vais fumar papel higiénico?

Não, pá, é para limpar o cu! Estou mesmo à rasca!

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A Sorte que Tens

Quando estiveres triste porque a vida não te corre bem, lembra-te das crianças que morrem de fome em Gaza ou das que são abatidas a tiro quando tentam arranjar comida.

Ou, ainda pior, lembra-te daquelas pessoas que perderam completamente o juízo e começam a dizer barbaridades como "o André Ventura diz as verdades". E percebes logo a sorte que ainda tens.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Ser Pobre Não é Crime...

Ser Pobre Não é Crime e o Rendimento Mínimo foi a Melhor Coisa que se Fez  em Portugal nos Últimos Trinta Anos


No tasco que serve presunto com mão - sim, não me enganei, devem ser uns três centímetros de presunto fatiado fininho, com pão - fiquei a saber que, apesar de no ano passado quase todo o concelho ter ardido,  andava a arder novamente aqui na união de freguesias, mas não propriamente aqui na minha aldeia. 

E é curioso que foi preciso, no dia anterior ter ido treinar, para ficar a saber que por lá andava a arder, primeiro porque vi o monte a arder, e depois o colega que ia treinar, escrever no grupo do Whatsapp, que não ia treinar porque tinha ficado de prevenção. 

E no dia seguinte, enquanto almoçava no tasco, fiquei a saber, porque na televisão mostrava o incêndios entre Penafiel e Gondomar. 

De imediato a simpática senhora que serve às mesas diz:

"Era meter os do rendimento mínimo a apagar incêndios".

E logo me ferveu o sangue!

O Rendimento Mínimo, criado por Guterres (que depois a direita como nada sabe fazer nada mudou o nome para Rendimento Social de Inserção) foi a melhor coisa que se fez em Portugal depois de António Arnaut (também do Partido Socialista) ter criado o Serviço Nacional de Saúde. 

Mas não sei porquê, nunca foi um apoio muito popular, pelo contrário! O Estado pode gastar milhões de euros seja lá no que for, por exemplo, num palco para a vinda do Papa, mas se dá 155€ a um pobre, que não dá sequer para se alimentar convenientemente durante um mês, ui que é o fim do mundo!


E é verdade, o rendimento mínimo são 155€, não são, como o outro acólito mentiroso passa a vida a dizer, que são mil euros e dá para ter um BMW à porta. É que cada pessoa que recebe o rendimento não é o Macaco que tem um Pinto da Costa que, apesar de declarar o salário mínimo, consegue construir uma casa de dois milhões de euros!

Mas, para esta senhora pobre - porque se vivesse bem não andava a servir à mesas - ser mais pobre do que ela, e, infelizmente, precisar de ajuda do Estado, é crime.

Para muitas pessoas, receber o rendimento mínimo é como se fosse um crime! E então têm que ser punidos! 

Tenho horror a Pobre!, dizia Caco Antibes!

Que os mais ricos, tenham horror aos pobres, e até calcem botas e vistam calças de ganga quando visitam um bairro social, até aceito, que outros pobres criticam os apoios a outros pobres, mais pobres do que eles, acho verdadeiramente aberrante. 

Eu nasci numa família, que, fruto das circunstâncias era muito pobre. Não passei fome, mas comi muita sopa e a minha mãe teve de trabalhar muito, porque, ao contrário do meu pai, quis pôr-me a estudar. 

E sempre tive apoio escolar. Se calhar, para estas pessoas, também deveria ter ido apagar incêndios! Ou, sei lá, varrer as ruas! Para me punir por eu ser pobre! Afinal eu tive culpa de ter nascido numa família extremamente pobre, que precisou inclusive da ajuda da família para poder ter um abrigo. 

Sim, foi o esforço da minha mãe, mas o Estado deve existir para diminuir as desigualdades e não aumentá-las e perpetuá-las. Senão para que serve um governo? 

Pequenos apoios, tal como, por exemplo, os que Lula da Silva implementou no Brasil, conseguem tirar milhões de pessoas da pobreza. E depois é lamentável que sejam os próprios pobres a criticar os apoios que se dão a outros pobres como eles. 

E, nem de propósito, deixo aqui uma análise de uma longa entrevista que saiu no Jornal de Negócios na semana passada à historiadora Josephine Quinn:

“É do interesse dos ricos e poderosos que os pobres e menos poderosos se ataquem entre si”

Os nacionalismos crescentes e os discurso anti-imigração apoiam-se nesse pressuposto?

"Vemos isso acontecer ao mais alto nível político – nos discursos intermináveis de Putin e nos discursos bizarros de Trump, nos comunicados oficiais – e, ao mesmo tempo, assistimos a um movimento mais “popular” de isolacionismo, populismo e, acima de tudo, de medo de contaminação ou até de aniquilação cultural. Esse medo deixa-me furiosa, porque é um medo fabricado e alimentado pelas classes políticas. Parece um movimento vindo das bases, mas não é. Não é do interesse de 99% de nós estarmos a lutar uns contra os outros. É do interesse dos ricos e poderosos que os pobres e menos poderosos se ataquem entre si. Por isso, se conseguirmos pôr de parte a ideia de civilizações fixas, deixa de haver algo “a defender”, algo “a temer”. E já não há propriamente motivo para lutar. Podemos simplesmente viver juntos, neste mundo que é de todos.

(Josephine Quinn)

segunda-feira, 28 de julho de 2025

As Pessoas de Direita Não Fodem?

 


As urgências dos hospitais continuam fechadas e as grávidas continuam a parir em ambulâncias, mas o tema discutido toda a semana - enquanto os filhos da puta dos israelitas matam os palestinianos à fome e os bebés com tiros na cabeça - foi a exclusão da sexualidade das aulas de cidadania. 

No jornal O Público li este excelente título:

"Deus, pátria e família. Sexo não"

De imediato surgiu-me outro excelente título?

"As pessoas de direita não fodem"?

E depois lembrei-me quando a Natália Correia, em 1982, que era deputada pelo PSD, num debate na assembleia da República sobre a despenalização do aborto, em resposta ao deputado João Morgado do CDS, sobe à tribuna para lhe dar uma resposta em forma de poema e em que, segundo se lê sobre o sucedido, as gargalhadas foram tantas que foi preciso proceder à interrupção dos trabalhos. 

Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

(Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )

sábado, 19 de julho de 2025

É o Que dá Escrever Discursos no ChatGPT, Luís!

 


Eu borrava a minha cara com merda e não saía mais de casa. 

Montenegro quer fazer bonito e cita Sophia, que até foi deputada do Partido Socialista, mas acaba a citar o maior comunista de todos: Saramago!

Mas esta até a burrice artificial já sabe.



quinta-feira, 17 de julho de 2025

Merditocracia

 Merditocracia é fazeres uma valente merda no ministério da saúde e depois não seres reconduzida mas o governo arranja-te um valente tacho noutro sítio para continuares a tua carreira merdosa.




sábado, 7 de junho de 2025

Os Números da Nossa Vergonha

Vou começar por este número mágico:

Acabar com a Pobreza custaria 1,3% do PIB

"Em Portugal, 1,761 milhões de pessoas vivem com menos de 632 euros por mês. Uma em cada dez famílias vive em pobreza extrema. E um em cada quatro pobres trabalha a tempo inteiro. Sem as transferências sociais, mais de 40% da população estaria naquela condição. Mas, afinal, quanto “custaria” erradicar este flagelo, no sentido de subir os rendimentos daqueles quase dois milhões de portugueses ao limiar de pobreza? Cerca de 3,5 mil milhões de euros, aproximadamente 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional". (Jornal de Notícias 4 de Junho de 2025)



Acabar com a Pobreza ou gastar quatro vezes mais em armas?




"As empresas em Portugal gastam em média 14% em salários".


"Empresas estrangeiras em Portugal pagam mais 61% dos que as portuguesas"

Um estudo publicado na Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal (BdP), com base em dados de 2014 a 2022, conclui que as multinacionais, em média, pagam salários médios quase 61% mais elevados, são cerca de 57% mais produtivas, utilizando a produtividade do trabalho, e 65% utilizando a receita por trabalhador.


O preço dos produtos alimentares básicos subiu, em média, 35% desde 2022. O aumento está acima do verificado no salário mínimo nacional, que cresceu 23,4% no mesmo período:


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Política é fazer opções, é onde aplicar o dinheiro dos impostos que todos pagamos. E eu olho para este cenário e vejo que tudo é demasiadamente mau. As pessoas não têm juízo nenhum na cabeça, comem as barbaridades que se diz nas televisões - e por isso eu sempre fui contra a democracia - e depois escolhem para as representar quem lhes vai meter o pé no pescoço. E andamos eternamente nisto. 

Vêm com a cantilena falsa que as empresas não podem aumentar salários senão vão todos à falência mas ficamos a saber que o custo da exploração da mão de obra dos trabalhadores custa às empresas essa enorme quantia de 14%!

Depois vendem a cartilha que o nosso problema são os impostos, que se baixassem os impostos todos ganhávamos mais, mas ficamos a saber que as empresas estrangeiras chegam cá a Portugal e, pagando os mesmos impostos que as empresas portuguesas, pagam logo à cabeça mais de 60% que as empresas portuguesas. 

Sim, eles defendem que devemos baixar os impostos mas é para as empresas pagarem menos impostos e lucrarem muitos mais milhões. Os trabalhadores que se fodam, que fiquem na miséria e continuem a receber cada vez menos, porque o aumento do salário mínimo não acompanhou sequer o aumento do custo do cabaz de alimentos básicos. 

Podíamos facilmente acabar com a pobreza em Portugal, mas ah e tal, como um país pobre, mas depois vamos gastar quatro vezes mais do que isso na indústria da morte, e comprar armamento aos americanos para ver se eles melhoram a economia deles porque estão todos fodidos. 

É simplesmente revoltante o estado de coisas atual e estar rodeado de atrasados mentais que não sabem pensar e que, por causa disso, e dessa coisa linda da "democracia"  (mas não há democracia sem pessoas bem informadas e que votem de forma esclarecida) acabam por nos prejudicar a todos. Voltarão a torcer as orelhas, mas depois não valerá a pena chorar. 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Crime é Currículo


 
Então diga-me lá porque é que acha que deveria fazer parte deste governo do grande Luís...

- Bom, assim de repente, como bem se lembra, no governo anterior e, de forma totalmente incompetente, consegui matar ao desmazelo 12 pessoas doentes que só estavam a dar despesa ao Estado e com a maior lata do mundo ainda consegui dizer que a culpa não foi minha. Conta?

Está contratadíssima!

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Make Tendas de Campismo Great Again

Depois de oito anos em que o PS de António Costa no poder nada quis fazer pelo problema da habitação, que se estava a adensar, eis que, na sequência do golpe de Estado de 7 de Novembro, o povo achou por bem que o ideal seria colocar no governo uma agência imobiliária. Pá, uma agência imobiliária, é que ia resolver o problema dos portugueses serem os que no mundo mais dificuldade têm para comprar casa em proporção ao salário que ganham.

E o sucesso está à vista: cada vez mais portugueses a viver em tendas de campismo porque não conseguem fazer face às despesas. A reportagem é do Jornal de Notícias:


"Há pessoas que não conseguem encontrar casa digna a preços que podem pagar e estão a procurar alternativas nos parques de campismo para terem ao menos um teto. Ainda que seja a lona de uma tenda. Os grupos que acompanham os problemas da habitação em Portugal e vários campismos confirmam a situação, mas é difícil perceber a sua verdadeira dimensão. Está escondida debaixo do manto da vergonha, de quem se vê apanhado num momento de fragilidade, e da lei, já que não é permitida a residência permanente neste tipo de espaços.

“É uma realidade com a qual nos vamos deparando, pessoas a procurarem alternativas cujo custo seja inferior às habitações”, diz André Escoval, do movimento Porta a Porta, explicando que tem conhecimento de pessoas “em parques de campismo, autocaravanas, em garagens ou lojas devolutas”. São na sua maioria cidadãos nacionais, cujos rendimentos não chegam para as despesas.

Pode ser lido na íntegra aqui

terça-feira, 3 de junho de 2025

Pergunta do Dia: O que é um Militar Pró Vida?


 O candidato à presidência da república, O Enforcado I, Gouveia e Melo, de quem ninguém sabe quase nada, tirando que a facharia toda gosta muito dele, veio dizer que é contra a eutanásia e "pró vida".

A minha pergunta é: o que é um militar pró vida? Um militar que vai para a guerra com um pauzinho para não matar ninguém?

Quem é "pró vida" é objetor de consciência e não pega numa arma para matar outra pessoa. Mas vindo de alguém que também disse que "não é não", e que pedia que lhe dessem uma corda para se enforcar se fosse para a política, espera-se de tudo. 

domingo, 1 de junho de 2025

Que Alguém os Mate

Entrevista de Xavier Mas de Xaxás (La Vanguardia) a Patricia Evangelista, jornalista, acerca do seu  livro "Alguém que os mate". É nas Filipas mas poderia bem ser em Portugal. O meu discurso populista, as mesmas soluções fáceis para problemas difíceis. O perigo de em democracia se acreditar em salvadores da Pátria que vêm com discursos de ódio. 

"A partir de julho de 2016 e durante seis anos, Patricia Evangelista cobriu a guerra contra a droga nas Filipinas, uma campanha de violência e populismo lançada pelo presidente Rodrigo Duterte para chegar ao poder e consolidá-lo. Até ao momento, mais de 30 mil pessoas foram assassinadas por justiceiros e polícias à paisana, embora o governo só reconheça 6252. Evangelista publica agora Que alguém os mate, um relato arrepiante sobre a violência impiedosa exercida pelo Estado - um testemunho que também revela o perigo que qualquer democracia corre e o enorme valor do jornalismo para a salvar.

Como trabalha?

No início da guerra contra a droga havia mortos todos os dias. Às vezes cinco, outras vezes vinte e cinco. Eu trabalhava para o jornal digital Rappler, em Manila, no turno da noite, com uma equipa de jornalistas e fotógrafos. Corríamos de um crime para outro, alertados pela polícia. Ao chegar, aprendi a ficar imóvel, em silêncio, à espera dos gritos que indicavam onde estavam os familiares. Então, com muita calma e humildade, perguntava-lhes sobre a vítima. Eram perguntas simples e diretas, porque não se pode perguntar como se sentem, nem se quer causar-lhes mais dor do que aquela que já estão a sofrer.

Imagino que os testemunhos ainda ecoam na sua mente.

Não posso nem quero esquecer, mas, ao mesmo tempo, tenho de continuar. E, sempre que a emoção me vence, digo a mim mesma que não sou eu quem está a sofrer, mas sim eles — os sobreviventes.

E sente então culpa, a sensação de os ter traído.

Exatamente. Penso que algo lhes pode acontecer por terem falado comigo. Eu posso entrar e sair do seu mundo, mas eles ficam, e não têm proteção. A maioria das vítimas da guerra contra a droga eram os mais pobres entre os pobres, e tu sabes que não podes ajudá-los. É um remorso que, como tantos jornalistas, ultrapasso com cafeína, nicotina e álcool. Também com a ajuda de outros colegas. O jornalismo é uma comunidade. Há outros repórteres a fazer o mesmo que tu, e apoiamo-nos uns aos outros.

Por que há tantas mulheres jornalistas nas Filipinas? Trabalhou com Maria Ressa, diretora do Rappler, que ganhou o Prémio Nobel da Paz por enfrentar Duterte.

O jornalismo nas Filipinas é feminino. Durante a ditadura dos anos 70 e 80 era mais masculino, mas os homens foram detidos, assassinados ou acabaram por ceder ao governo. As melhores histórias começaram a ser escritas pelas mulheres que trabalhavam nas secções de moda, estilo, e que mesmo assim entrevistavam dissidentes e denunciavam a corrupção e a violência do sistema.

É importante a sensibilidade feminina perante o trauma?

As mulheres sabemos o que sente uma filha, o medo e a responsabilidade que cai sobre ela ou sobre o irmão mais velho ao ver que os pais foram assassinados. As vítimas tendem a sentir-se mais à vontade com uma jornalista mulher. Sou sincera com elas e não lhes dou conselhos.

Acredita que o jornalismo ajuda a mudar as coisas?

Se acreditasse que o que escrevo ajuda a evitar mais crimes, sentiria um fracasso tão grande que já teria desistido há muito tempo. O jornalismo não ajuda a mudar nada.

A culpa: “Ultrapasso remorsos com cafeína, nicotina e álcool, como tantos jornalistas.”


Escrevo para registar o que aconteceu, e faço-o da forma mais honesta e precisa possível, para honrar as pessoas que me deram a informação. E, embora não sirva para mudar as coisas, é útil para preservar a memória.

E para preservar a dignidade das vítimas.

Duterte passou seis anos a dizer que as pessoas assassinadas por alegadas ligações ao narcotráfico e ao consumo de droga não eram humanas. E os familiares dos mortos tiveram de lutar muito para provar que eram. O jornalismo ajudou a deixar isso claro.

Duterte está agora numa cela do Tribunal Penal Internacional, em Haia.

Sim. As vítimas estão contentes, mas não totalmente, porque ainda há assassinos à solta.

O presidente Ferdinand Marcos entregou-o depois de se desentender com a sua filha, a vice-presidente Sara Duterte.

Sim, a política é muito turva. Esta semana houve eleições e, desde a sua cela em Haia, Rodrigo Duterte venceu as autárquicas em Davao. Ronald “Bato” dela Rosa, o arquiteto da guerra contra a droga, foi eleito senador. O povo considera que estas pessoas, mesmo acusadas de crimes contra a humanidade, merecem estar no poder.

A democracia não está no seu melhor momento.

Nas Filipinas sofremos o terror nas mãos de um autocrata democrata - e isto pode acontecer em qualquer democracia. Veja os Estados Unidos. A política reduziu-se a um homem carismático com uma história para contar a um povo que precisa de acreditar. Somos muito vulneráveis.

A droga não era um problema tão grave nas Filipinas quando Duterte fez campanha com a promessa de eliminar traficantes e consumidores.

Todo autocrata precisa de um inimigo. Com a sua narrativa, Duterte tocou em todos os medos e queixas dos filipinos nas últimas décadas: o fracasso das instituições e do Estado social, a corrupção e a pobreza extrema. E disse que tudo se devia às drogas, e que ele mataria para nos proteger desse mal. Votamos em narrativas, ou seja, em personagens imaginários. Foi assim que Duterte esmagou nas urnas e é por isso que a sua filha pode vir a ser presidente.

Como desmontar as narrativas dos autocratas?

Informando no terreno, a partir da rua, registando o que acontece.

Xavier Mas de Xaxás | La Vanguardia (28 de Maio de 2025) 

Partido Fascista Chega


 "Há em Portugal um Partido Comunista, um Socialista, Social Democrata, Democrata Cristão, Liberal, há pequenos partidos de “trabalhadores” ou “revolucionários “. E há um Partido Fascista chamado Chega - o único que dá a si próprio o nome não de uma ideia mas de uma interjeição. Essa esparrela onde tantos caíram tem que ser revertida. Ninguém deve escrever ou dizer o Chega ou o Partido Chega. Deve dizer-se sempre o “Partido Fascista Chega”. Parte da propaganda deste Partido é ocultar o seu programa com um nome genérico. A ideologia, ação, programa e direção deste Partido é fascista - ainda que muitos dos seus votantes possam não ser. Que os media aceitem tratar Ventura pelo que ele diz que é e não pelo que é resulta da crise do jornalismo. Na esfera científica , pública e democrática não podemos ceder na forma - trata-se de um Partido fascista, assim deve ser nomeado.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

O Enforcado I

 


Gouveia e Melo acaba de apresentar a sua candidatura à presidência da república. Portanto, depois de dez anos da Múmia e de mais dez anos do Escorpião Traidor, e porque os portugueses adoram um bom aldrabão, que diz uma coisa e faz outra, arriscamo-nos de seguida a ter "O Enforcado I".

Sim, esta pirueta do almirante está ao nível da "demissão irrevogável" de Paulo Portas ou da "Nem que Cristo desça à Terra serei candidato à liderança do PSD".

Disse o almirante Gouveia e Melo em setembro de 2021 (retirado do jornal Público):

“Acho que daria um péssimo político. Não sinto necessidade de dar [o meu contributo] enquanto político, primeiro porque não estou preparado para isso, acho que daria um péssimo político e também acho que devemos separar o que é militar do que é político, porque são campos de actuação completamente diferentes”.

“Os militares devem fazer o que sabem fazer, que é ser militar e os políticos fazem o que sabem fazer, que é ser políticos (...) nós vivemos numa democracia estável, não devemos confundir as coisas”

"Se isso acontecer, dêem-me uma corda para me enforcar”.

Já em 2023: 

"Não gosto que me imiscuam na área política. Sou militar e não tenho intenção no futuro de me candidatar a nada. Isto é um não. Quando eu digo não é não"


Por favor, alguém que dê uma corda homem. 

domingo, 25 de maio de 2025

Quem Adormece em Democracia...

 Frase do dia (adaptada):

Quem adormece em democracia, um dia pode acordar sem Constituição". 




quarta-feira, 21 de maio de 2025

Legislativas 2025 - Tudo Isto é Triste, Tudo Isto é Facho

 Na sequência da descoberta que o primeiro-ministro tinha uma empresa para ser avançado por debaixo da mesa, fomos para novas eleições, porque o homem é como o outro - para ser mais honesto do que ele é preciso nascer duas vezes - e não quis esclarecer nada e vai daí, cai outro vez o governo e tivemos novamente eleições. 

´

Esperava-se que tudo ficasse na mesma e, na prática, foi o que aconteceu, mas, o grave, é a direita, sozinha, e sem o PS poder rever a Constituição. O que se calhar ninguém estaria à espera é que - depois dos roubos das malas, dos nazis, da pedofilia e o diabo-a-sete - que o partido ilegal tivesse quase tantos votos como o PS, que caiu bastante; e que o Bloco de Esquerda ficasse sem bancada parlamentar, à custa da movimentação dos eleitores para o LIVRE que, diga-se, não me convence. Sim, o Rui Tavares é um grande historiador e escritor e parlamentar, tem boas ideias, mas o partido ainda vive muito - à semelhança do CH - à custa dele. E ainda há coisas ali que me deixam de pé atrás, sem falar naquela ideias de gastar à toa o orçamento do Estado em armas. O LIVRE é uma espécie de novo PS, onde, diga-se, o próprio Rui Tavares já esteve, como esteve no Bloco de Esquerda. 

Passei a noite eleitoral à conversa com três mulheres, duas amigas, e a ex-colega de trabalho. As três mandaram mensagem a manifestar-me a sua estupefação. 

À minha piada "20% das mulheres andam a deitar-se com fachos", uma resposta improvável: "foi o meu caso" e, quando descobriu, passou quatro meses a dormir no sofá e depois pô-lo a andar.

Outra, filha de pai espanhol, diz-me que não deve ser difícil obter a nacionalidade espanhola, que se for o caso casamos e eu também obtenho também a nacionalidade! 

Eu decidi deixar de seguir toda a gente que segue a conta do quarto pastorinho de Fátima e a partir de agora, sempre que vir alguém a partilhar merdas do partido ilegal será imediatamente bloqueado. 

É assustador pensar que vivemos rodeados de fascistas - "ai não lhes chamem isso, coitadinhos, são só revoltados" - pois, mas é isso que acabam por ser ao votar no partido racista, xenófobo e misógino. Uma em cada quatro pessoas que foi votar, votou no CH, é assustado tamanha ignorância. 

Ficou claro - escrevi - que, a maioria dos portugueses, quer trabalhar mais horas e receber menos; quer ter ainda mais dificuldades para comprar ou arrendar casa; que a Saúde Pública fique ainda mais doente e a educação com menos professores; que o país é para eucaliptar e é preciso meter as mulheres na cozinha e que as touradas são cultura. 


Como em toda a Europa, com a feliz exceção dos nossos vizinhos espanhóis, o vírus da ignorância espalha-se. Chegou mais tarde, mas acabou por chegar a Portugal. 

Apesar de todas as contingências que estou a viver, saí de casa para ir votar. Acordei às cinco da manhã da noite eleitoral com a revoltante constatação: o meu voto foi para o lixo e não serviu para eleger ninguém. No fundo valeu tanto como se tivesse ficado em casa. 

Vi depois também a declaração da candidata a deputada em quem votei, socióloga de formação: 

"Sei também de forma muito triste, que as pessoas que estão a celebrar a redução da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, são aquelas que mais irão precisar de nós no futuro.

Não é segredo para quem por aqui passa e me lê, que, à semelhança de Sócrates, não me revejo minimamente na democracia. Mas é mais revoltante ainda quando, depois de ter visto os jornalistas a levar ao colo o quarto pastorinho de Fátima, vermos que os nossos concidadãos, são uma cambada de idiotas a votar em quem os irá esmagar. Mas é lidar, talvez o idiota seja eu, e a vida dos portugueses vá ficar muito melhor. Pelo menos para a Spinumviva já ficou. 

domingo, 18 de maio de 2025

O Fascismo Tira a Tosse

"Cada vez mais médicos fumam Camel".

Este é um cartaz de 1946 que vendia a ideia que fumar fazia bem à saúde, afinal, até os médicos os fumavam. Hoje todos sabemos que fumar mata. Infelizmente, muitos, esqueceram-se que o fascismo também mata.



Não vi nenhum debate, não perdi tempo com os tempos de antena. Não me deixo seduzir por sorrisos cínicos, por candidatos com a voz colocada junto do cantor popular plagiador, ou com implantes capilares e cabelos imaculadamente pintados para esconder as brancas. Não me iludo com promessas bacocas. Voto de forma útil naqueles que me representam. 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

André: o Diabo Está Nos Detalhes

Chego a casa do treino e tenho uma mensagem da minha colega de trabalho:
- Então o Ventura sentiu-se mal?
Bom, eu não sabia de nada, mas fui logo ao céu (Bluesky) para tentar saber o que se passou. E comentei logo sem me ter inteirado dos detalhes, porque a cartilha da extrema-direita é sempre a mesma, seja com Trump ou Bolsonaro, e já se esperava que acontecesse o mesmo com Ventura. 

Falou-se em ataque cardíaco mas o diagnóstico acabou por ser azia! "Uma doença que está para o enfarte como os rateres da mota estão para os tiroteios" (Jovem Conservador de Direita)

Eu já estive internado quatro vezes em dois hospitais diferentes. Nunca até hoje vi um doente ser internado num hospital público com relógio de pulso e depois acordar de camisa! Se o doente não vai prevenido com pijama de casa, o hospital fornece dos seus.
 
André: se é para fazer uma encenação de vítimazinha estilo facada de Bolsoanro, então faz a coisa a sério, de forma convincente, porque este teatro que fizeste num 13 de Maio saiu quase pior que a encenação que aconteceu na Cova da Iria em 1917. 

É que o Diabo está nos detalhes.



sábado, 10 de maio de 2025

Daqui por Quatro Anos um Carro a Gasóleo Não Vale Nada! (2)

"Hoje é muito evidente que quem comprar um carro a diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca". 

(Matos Fernandes, Ministro do Ambiente, Janeiro/2019)


"Em abril, abastecer um carro a gasóleo ficava mais barato 49 cêntimos por cada 100 quilómetros percorridos (...) Mas há mais: é que os mesmos 100 quilómetros feitos por um carro a gasóleo vão sair mais barato 49 cêntimos, num total de 7,40 euros. Os dados divulgados pela UVE mostram que o custo do quilowatt/hora está a subir desde janeiro.

Pacifistas do PCP

É só Esteves anunciar o corte de feriados para financiar os milhões gastos em armas que os portugueses viram logo pacifistas do PCP num instantinho.