Mostrar mensagens com a etiqueta jornalismo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta jornalismo. Mostrar todas as mensagens

domingo, 1 de junho de 2025

Que Alguém os Mate

Entrevista de Xavier Mas de Xaxás (La Vanguardia) a Patricia Evangelista, jornalista, acerca do seu  livro "Alguém que os mate". É nas Filipas mas poderia bem ser em Portugal. O meu discurso populista, as mesmas soluções fáceis para problemas difíceis. O perigo de em democracia se acreditar em salvadores da Pátria que vêm com discursos de ódio. 

"A partir de julho de 2016 e durante seis anos, Patricia Evangelista cobriu a guerra contra a droga nas Filipinas, uma campanha de violência e populismo lançada pelo presidente Rodrigo Duterte para chegar ao poder e consolidá-lo. Até ao momento, mais de 30 mil pessoas foram assassinadas por justiceiros e polícias à paisana, embora o governo só reconheça 6252. Evangelista publica agora Que alguém os mate, um relato arrepiante sobre a violência impiedosa exercida pelo Estado - um testemunho que também revela o perigo que qualquer democracia corre e o enorme valor do jornalismo para a salvar.

Como trabalha?

No início da guerra contra a droga havia mortos todos os dias. Às vezes cinco, outras vezes vinte e cinco. Eu trabalhava para o jornal digital Rappler, em Manila, no turno da noite, com uma equipa de jornalistas e fotógrafos. Corríamos de um crime para outro, alertados pela polícia. Ao chegar, aprendi a ficar imóvel, em silêncio, à espera dos gritos que indicavam onde estavam os familiares. Então, com muita calma e humildade, perguntava-lhes sobre a vítima. Eram perguntas simples e diretas, porque não se pode perguntar como se sentem, nem se quer causar-lhes mais dor do que aquela que já estão a sofrer.

Imagino que os testemunhos ainda ecoam na sua mente.

Não posso nem quero esquecer, mas, ao mesmo tempo, tenho de continuar. E, sempre que a emoção me vence, digo a mim mesma que não sou eu quem está a sofrer, mas sim eles — os sobreviventes.

E sente então culpa, a sensação de os ter traído.

Exatamente. Penso que algo lhes pode acontecer por terem falado comigo. Eu posso entrar e sair do seu mundo, mas eles ficam, e não têm proteção. A maioria das vítimas da guerra contra a droga eram os mais pobres entre os pobres, e tu sabes que não podes ajudá-los. É um remorso que, como tantos jornalistas, ultrapasso com cafeína, nicotina e álcool. Também com a ajuda de outros colegas. O jornalismo é uma comunidade. Há outros repórteres a fazer o mesmo que tu, e apoiamo-nos uns aos outros.

Por que há tantas mulheres jornalistas nas Filipinas? Trabalhou com Maria Ressa, diretora do Rappler, que ganhou o Prémio Nobel da Paz por enfrentar Duterte.

O jornalismo nas Filipinas é feminino. Durante a ditadura dos anos 70 e 80 era mais masculino, mas os homens foram detidos, assassinados ou acabaram por ceder ao governo. As melhores histórias começaram a ser escritas pelas mulheres que trabalhavam nas secções de moda, estilo, e que mesmo assim entrevistavam dissidentes e denunciavam a corrupção e a violência do sistema.

É importante a sensibilidade feminina perante o trauma?

As mulheres sabemos o que sente uma filha, o medo e a responsabilidade que cai sobre ela ou sobre o irmão mais velho ao ver que os pais foram assassinados. As vítimas tendem a sentir-se mais à vontade com uma jornalista mulher. Sou sincera com elas e não lhes dou conselhos.

Acredita que o jornalismo ajuda a mudar as coisas?

Se acreditasse que o que escrevo ajuda a evitar mais crimes, sentiria um fracasso tão grande que já teria desistido há muito tempo. O jornalismo não ajuda a mudar nada.

A culpa: “Ultrapasso remorsos com cafeína, nicotina e álcool, como tantos jornalistas.”


Escrevo para registar o que aconteceu, e faço-o da forma mais honesta e precisa possível, para honrar as pessoas que me deram a informação. E, embora não sirva para mudar as coisas, é útil para preservar a memória.

E para preservar a dignidade das vítimas.

Duterte passou seis anos a dizer que as pessoas assassinadas por alegadas ligações ao narcotráfico e ao consumo de droga não eram humanas. E os familiares dos mortos tiveram de lutar muito para provar que eram. O jornalismo ajudou a deixar isso claro.

Duterte está agora numa cela do Tribunal Penal Internacional, em Haia.

Sim. As vítimas estão contentes, mas não totalmente, porque ainda há assassinos à solta.

O presidente Ferdinand Marcos entregou-o depois de se desentender com a sua filha, a vice-presidente Sara Duterte.

Sim, a política é muito turva. Esta semana houve eleições e, desde a sua cela em Haia, Rodrigo Duterte venceu as autárquicas em Davao. Ronald “Bato” dela Rosa, o arquiteto da guerra contra a droga, foi eleito senador. O povo considera que estas pessoas, mesmo acusadas de crimes contra a humanidade, merecem estar no poder.

A democracia não está no seu melhor momento.

Nas Filipinas sofremos o terror nas mãos de um autocrata democrata - e isto pode acontecer em qualquer democracia. Veja os Estados Unidos. A política reduziu-se a um homem carismático com uma história para contar a um povo que precisa de acreditar. Somos muito vulneráveis.

A droga não era um problema tão grave nas Filipinas quando Duterte fez campanha com a promessa de eliminar traficantes e consumidores.

Todo autocrata precisa de um inimigo. Com a sua narrativa, Duterte tocou em todos os medos e queixas dos filipinos nas últimas décadas: o fracasso das instituições e do Estado social, a corrupção e a pobreza extrema. E disse que tudo se devia às drogas, e que ele mataria para nos proteger desse mal. Votamos em narrativas, ou seja, em personagens imaginários. Foi assim que Duterte esmagou nas urnas e é por isso que a sua filha pode vir a ser presidente.

Como desmontar as narrativas dos autocratas?

Informando no terreno, a partir da rua, registando o que acontece.

Xavier Mas de Xaxás | La Vanguardia (28 de Maio de 2025) 

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Jornalismo à Concorrente do Big Brother

No Big Brother, e pelo menos o primeiro eu vi (e ainda vi outros ali pelos anos 2010 quando soube que um ex-colega de trabalho estava lá) fomo-nos habitando a ouvir "os portugueses lá em casa", "os portugueses estão a ver", "os portugueses...". E o primeiro Big Brother passou na televisão há já vinte e cinco anos.

Hoje vemos os jornalistas a usar a mesma terminologia "os portugueses querem", "os portugueses" isto, e aquilo. E eu agradecia que os senhores jornalistas deixassem de me incluir nessas generalizações bacocas, porque, como sou português, e, por regra, não concordo nada com os restante "portugueses", e como  tal gostaria que acabassem que este unanimismo imbecil, como que a querer passar a mensagem que todos queremos o que, de facto, muitos, que pensam pela sua cabeça, não querem. 

E o que eu quero é um governo de esquerda, que trate de resolver os problemas no SNS, que trate de resolver o grave problema da habitação em Portugal, que reduza o horário de trabalho, que aumente o salário mínimo para fazer face ao aumento do custo de vida e que pense, principalmente, nos mais carenciados e não, como fez este governo do Esteves, que melhorou a vida dos mais ricos e fodeu a dos mais pobres. É mais ou menos isso que eu quero.



sábado, 30 de novembro de 2024

Nesta Black Fraude Comprei Jornalismo de Qualidade

 Na importada Black Fraude lá dos states, não comprei nenhum bem físico. Comprei informação, crónicas e reportagens. Comprei jornalismo, que considero de qualidade. Decidi assinar o jornal "O Público" por 1€ por semana. 



Agora já poderei ler o Miguel Esteves Cardoso, o Pacheco Pereira ou a Ana Sá Lopes (mais aqueles que espero descobrir) bem como posso fuçar em todo o arquivo do jornal...

E, ainda que Mark Twain tenha escrito que se leres jornais estás desinformado 

domingo, 7 de maio de 2023

Jornalismo da Treta Deixa-me Arrasado



"Marcelo arrasa Galamba".

"Rainha Letízia arrasa em look..."

"Cristina Ferreira arrasa em look...."

Há demasiada terraplanagem no jornalismo da treta. E depois ainda dizem que o vocabulário está a diminuir cada vez mais. Isto é de uma pessoa fica arrasada. 


quinta-feira, 24 de junho de 2021

Por Quem me Tomas, Expresso?


Não sei se se passa o mesmo convosco, mas eu que estou com imensa curiosidade em saber o que se estará a passar  de muito grave neste momento no país, mas que o Expresso - jornal que é dono do fundador do PSD - só irá divulgar algumas semanas antes das legislativas de 2023 ou a dois meses das autárquicas de 2025.

Quando, em vez de se fazer jornalismo se tem uma agenda política, parece que há um tempo certo para as notícias saírem. Por exemplo, a coisa mais grave que aconteceu no país no ano passado - o assassinato do cidadão ucraniano às mãos do SEF - só começou a ser notícia nove meses depois. E certamente que estas coisas não acontecem por acaso. 

Hilary Clinton teve os e-mails, Fernando Medina teve a partilha de dados. 

Eu confesso que nem prestei grande atenção a este caso, por um lado porque não voto em Lisboa,  e depois - mesmo não simpatizando muito com o autarca lisboeta - percebi logo o que estava em causa, mas, de facto esta história tem contornos tão hilariantes que merece ser mencionada, nem que seja para memória futura, porque diz muito como a guerrilha e a manipulação política passa muito pelos media que continuam a querer ganhar eleições.

O enquadramento. Saem as primeiras sondagens sobre as autárquicas em Lisboa e, surpresa, o mordomo de Passos Coelho que fez a venda e privatização dos CTT, parece não encantar os eleitores e Medina continua destacado. Bom, se o candidato de direita não dispara, se calhar o melhor é arranjar um escândalozito para ver se a coisa se inverte, não? Ó Expresso, não tens aí nada que se possa arranjar?

Em Janeiro uma emigrante russa falou aos jornalistas e reportou esta situação da partilha de dados na Câmara de Lisboa, mas simplesmente ninguém ligou, talvez porque, no entender dos jornalistas, a questão não fosse relevante. Ora bem, mas então que tal lançarmos agora essa notícia para ver se atolamos o Medina na lama e o nosso candidato de direita se chega à frente? Bora lá então!

E é então que, seis meses depois de uma emigrante russa se ter queixado, como que por milagre das coincidências, aparece a notícia plantada na primeira página do Expresso, logo em vésperas da campanha eleitoral para as autárquicas! Não há mesmo coincidências e se calhar podiam disfarçar um bocadinho melhor!

Como facilmente se percebe não há aqui uma intenção de denunciar algo que está mal, e é verdade que está e precisa ser corrigido - mas porquê só Lisboa? Sim Lisboa tem embaixadas - mas e o que se passa nas outras centenas de municípios por esse país fora? Se eu organizar uma manifestação também não quero que os meus dados pessoais sejam públicos! E curiosamente, e não que me surpreenda, já ficamos a saber que mais de metade das câmaras viola o código de proteção de dados, tal como Lisboa! - Não, não há aqui o dever de informar, o que há aqui no jornal Expresso é uma agenda política, não escondida pois como se vê até é por demais evidente, para enlamear um candidato para que o outro possa tirar dividendos. E isto não é jornalismo, é outra merda qualquer. E sem jornalismo isento também não existe democracia, existe sim outra merda qualquer. 

domingo, 17 de janeiro de 2021

Crónicas da Pandemia: Quando os Média Mentem por Ocultação

https://www.manipalthetalk.org/

As pessoas continuam-me a dizer que tenho que usar máscara na rua porque é proibido andar fora de casa sem máscara. Por estes dias fui dar uma caminhada com o meu padrasto, e ele, a medo perguntou: é melhor levar máscara não é? Mas se nós somos do mesmo agregado familiar, e vamos andar pelo meio do monte, qual seria o sentido de andar com a máscara colocada? O que lhe disse foi que, se prefere, leva a mascara consigo que, caso nos encontremos com alguém, podemos colocar, mas mesmo assim não seria necessário, porque estamos a falar de uma aldeia, onde facilmente, na rua, podemos ficar a dois metros uns dos outros!

Esta foi das coisas que mais me irritou nos média. Ainda me lembro muito bem. A minha colega chega ao trabalho e diz-me "amanhã já vai ser obrigatório andar de máscara na rua". Ao que eu lhe respondi "isso não pode ser verdade", e ela contrapõe "mas eu ainda agora ouvi na Rádio Comercial". Não interessava onde ela tivesse ouvido! Se nesse mesmo dia a lei estava a ser votada no parlamento como é que no dia seguinte já seria obrigatório o uso de máscaras na rua? Era uma impossibilidade! Se a lei é discutida no parlamento, primeiro tem que ser aprovada pelos deputados, depois tem que ser aprovada pelo presidente da república, mas depois ainda tem que ser publicada em Diário da República, e só a partir daí é então lei e alguém pode ser multado pelo seu incumprimento.

Curiosamente logo no dia seguinte fui a uma consulta no hospital e a verdade é que constatei que as pessoas andavam generalizadamente de máscara nas ruas ainda que, em bom rigor a maioria não tivesse que o fazer. Porquê? Porque os média não informaram corretamente. Os média focaram o "obrigatório" mas não leram a lei até ao fim, acabando por semear o medo pela fata da máscara e não informaram corretamente. 


E a correta informação é que SIM, o uso de máscara é OBRIGATÓRIO por lei, mas, sempre que não seja possível o distanciamento de dois metros. E claro que ninguém vai andar com uma fita métrica no bolso para medir se está, ou não, a dois metros de distância dos outros. É uma questão de sensatez. Se eu vou ao Porto e vou passar pela rua Santa Catarina que está com centenas de pessoas, pois com certeza que vou colocar a minha máscara para me proteger e, principalmente proteger os outros. Se estou a caminhar sozinho não faz sentido colocar a máscara se não a estava a usar antes.

Que as pessoas confundam o que ouvem é normal. Mas que sejam os jornalistas, profissionais da comunicação, em que a sua vida é informar os outros, a não o fazer convenientemente e espalhem a desinformação é que já não se admite. 

Outra questão noutro sentido. É sabido que o valor das coimas para o não uso da máscara duplicou. Então e qual é, pergunto eu, a multa para, publicamente, apelar ou difundir ideias de que a máscara e o distanciamento não protege nada? Aquela malta dos Mentirosos pela Verdade foi multada? E a médica que andou a explicar como falsear os resultados dos testes, foi impedida de exercer medicina?

domingo, 6 de dezembro de 2020

SIC: Tenham Noção a Bem da Informação!


 Sim, é verdade, eu não vejo televisão, mas não é preciso ver televisão para estar minimamente informado do que se passa na televisão. Este foi, de longe, um dos piores anos que me lembro para o jornalismo,  em que a pressa de dizer alguma coisa foi inimiga da verdade, mas se foi um dos piores anos para o jornalismo, foi especialmente mau para a SIC.

O caso mais mediático foi desde logo a capa falsa do New York Times sobre a Festa do Avante! em pleno Jornal da Noite apresentado por Clara de Sousa. A pressa de denegrir o partido de Jerónimo de Sousa, que  este ano foi alvo de uma nojenta campanha por parte dos média não os impediu sequer de fazer a coisa mais simples que se faz no jornalismo, que é, confirmar a fonte, e vai daí apresentam uma imagem manipulada e falsa que corria pela internet!

Outro erro gritante e inadmissível foi quando, em Março, pleno início da pandemia, resolve passar uma reportagem sobre confrontos entre a polícia e as pessoas dando a entender que seria por causa da pandemia e essas imagens eram de 2011!!

Mas ontem à noite acontece o insólito! Dão a morte, sempre de lamentar do jornalista Pedro Camacho mas mostram imagens do Paulo Camacho, ele mesmo ex-jornalista da própria SIC!



Fazer jornalismo não é ir às redes sociais e partilhar a primeira merda que se vê. Nem passar qualquer coisa na televisão sem confirmar primeiro o que se está a fazer. Para isso não precisamos de jornalistas, e se o jornalismo quer ser relevante é bom que não seja ele mesmo a difundir mentiras senão deixa de ter credibilidade. E de facto, infelizmente, o jornalismo de qualidade está cada vez mais em vias de extinção. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Este País Não é Para Velhos. Mas Não é Só Para Alguns


 Jerónimo de Sousa tem 73 anos.

Marcelo Rebelo de Sousa tem 72 (dentro de dias)

Donald Trump tem 74 anos

Joe Biden tem 78 anos

Aos candidatos americanos à presidência da república, pode ter acontecido, mas não me recordo que algum jornalista ter perguntado a Trump ou Bidden se iam levar ou não o mandato presidencial até ao fim. Mas neste fim-de-semana que passou os jornalistas portugueses não falaram de outra coisa que não fosse se Jerónimo de Sousa iria ou não levar o seu mandato à frente do PCP até ao fim. 

Espero que, por uma questão de equidade, quando por estes dias Marcelo Rebelo de Sousa avançar com a sua candidatura à presidência da república, todos os jornalistas, e até para mostrarem que são completamente isentos, também lhe perguntem frontalmente se espera levar o seu mandato de cinco anos até ao fim ou se é só para ficar lá um ou dois anos e depois ir gozar a velhice com os netinhos. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

"Mentirosos pela Verdade"

 Depois de termos sabido que nos "médicos pela verdade" não existia um único epidemiologista, mais engraçado ainda é descobrir-se que nos "jornalistas pela verdade" não existe um único jornalista!!

A fonte é da conhecida jornalista da RTP, Rita Marrafa de Carvalho que fez a  seguinte publicação no Twitter:




Posto isto, eu acho que vou criar uma página intitulada "Mentirosos pela Verdade" para mostrar às pessoas todas as mentiras em que precisam de acreditar! Nós, os mentirosos, nós é que dizemos as verdades!

Editado: Recomendo esta reportagem sobre os "jornalistas e médicos pela verdade". Muito elucidativa:



sexta-feira, 3 de abril de 2020

Como é Que se Proíbe Algo Que Aconteceu Há 3500 Anos?


Vejo as páginas dos jornais do dia de hoje e desde logo há uma dúvida existencial que me assalta. Segundo vários órgãos de comunicação social (não é só o Correio da Manhã como vemos na imagem) afirmam que, por causa do estado de emergência a Páscoa será proibida. E a pergunta que eu faço aos senhores jornalistas é: como é que se consegue proibir algo que aconteceu há 3500 anos?  


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Ao Cuidado do Provedor da RTP

Semana passada. Saio do trabalho e vou na viagem para casa. Às 18 horas ouço o noticiário da rádio pública na Antena 1. Chamou-me a atenção a notícia que, apesar da enorme quantidade de pobres que o país tem, o risco de pobreza tem vindo de forma sustentável sempre a descer nos últimos anos.  

Pouco depois já em casa dos pais, a televisão depois 19 horas costuma estar sempre sintonizada na RTP e aquela hora o Fernando Mendes é senhor das audiências. Até que, de repente, entra o Telejornal, e eis se não quando, entra José Rodrigues dos Santos, extremamente exaltado e  em tom sensacionalista abre o noticiário dizendo: "Risco de pobreza em Portugal aumentou"!


Foda-se! Espera lá! Mas isto não é o mesmo que ler o escarro do Correio da Manhã e depois ler algo diferente no Diário de Notícias! Estamos a falar do mesmo órgão de comunicação social que foi beber a informação ao INE! E o mais engraçado de tudo é que, no próprio site da RTP de 26 de Novembro, consta lá que, de facto o risco de pobreza em Portugal diminuiu! 

Isto é um facto tão interessante que eu acabei de questionar o senhor provedor da RTP, se afinal as notícias na RTP são dadas em função da ideologia do senhor apresentador. Porque se não é parece!

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Marshall Eriksen É Um Jornalista Metaleiro Infiltrado numa Rádio do Brasil!


Não podia acreditar no que estava a ver! Alguém partilhava umas daquelas muitas coisas que se partilham no Twiiter que nos passam ao lado. Ainda por cima era no Brasil. Simplesmente não interessa e passamos à seguinte publica... ção... Alto! Pára tudo! Está ali um jornalista (deixa ver melhor) da Rádio Itatiaia com uma t-shirt de Morbid Angel do primeiro álbum Altars of Madness?! Uau! Respeito!

Olho mais para cima e... não pode ser!! É o Marshall Erikson de How I Met Your Mother! É jornalista numa rádio brasileira e é grande fã de Death Metal! 


Se não é... é o seu sósia perfeito!

# How I Met Your Mother


quarta-feira, 19 de junho de 2019

Dizer 500 Vezes João Félis

João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis  João Félis João Félis João Félis João Félis João Félis  João Félis João Félis João Félis



Que o povo todo dê um pontapé na gramática ao dizer João "Féliks" tudo bem, não vem grande mal a mundo, afinal, a quarta classe já foi há algum tempo e todos nós cometemos erros. Mas quando a maioria dos jornalistas, comentadores, e gente com alguma responsabilidade passa a vida a dizer à boca cheia "Féliks", é que já me parece grave, afinal, se um jornalista nem português sabe, o que é que andou a fazer na universidade?

E o que dizer daqueles a quem informamos que estão a dar uma calinada mas preferem continuar a dizer mal?

# Ó Judite, Escreve 500 Vezes Florida para ver se Aprendes!

# Pessoas Que Não Gostam de Ser Corrigidas

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Fumadores que Fumam Mais Cigarros Vivem Mais Anos

A memória é uma coisa muito chata não é jornal "Público"?



No dia 20 de Junho de 2017 (aqui) o Público publica uma crónica (que não teve qualquer partilha nas redes sociais - mas eu nunca mais me esqueci dela) em que fala sobre como se pode mentir com a estatística. Nada de novo. Todos nós sabemos o que Pitigrilli disse a esse respeito:

"Estatística: a ciência que diz que se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um."

Na crónica do Público de Diogo Trigo ficamos a saber coisas como:

"A manipulação ou distorção de dados científicos é frequentemente usada como contra-informação para vender ou rebater uma ideia. Este processo assume vários aspetos e pode acontecer independente da integridade da investigação em si. Um dos processos mais comuns é o embelezamento de dados estatísticos, conferindo-lhes uma carga positiva ou negativa consoante a agenda a vender."

"Outro ardil frequente é a utilização de correlação como exemplo de causalidade, isto é, confundir o facto de duas coisas estarem associadas com uma delas ser especificamente um resultado da outra. Como dissemos no título, de facto, um fumador que morra de causas naturais aos 95 anos terá fumado na sua vida toda, em média, mais cigarros do que um fumador que morre de acidente de viação com 23, mas isto não quer dizer que a vida tenha sido prolongada pelos cigarros consumidos adicionalmente."

"Estes casos sucedem-se nos diferentes meios de comunicação, caindo-se por vezes em desgraça quando por negligência ou por irresponsabilidade se fazem afirmações ridículas com certezas de autoridade, sem ter havido um estudo prévio das fontes originais dos factos anunciados. "

Entretanto, na semana passada, no dia 10 de Janeiro, o mesmo jornal Público faz esta capa:



Perguntas: Era só para vermos se estávamos atentos? ou andam a tentar imitar o escarro jornalístico mais vendido do país?

Os alunos com piores notas reprovam. Os alunos com melhores médias escolhem e entram no curso que querem.

Lamentável.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Do Daltonismo Jornalístico

Isto é Amarelo:



À doença que algumas pessoas têm que não conseguem distinguir as cores chama-se daltonismo. 

E isto definitivamente não é amarelo. É verde. Logo, anda para aí muita gente que ao que parece não sabe distinguir as cores. 




segunda-feira, 9 de julho de 2018

Jornalismo: pergunta de retórica

Quando a Ponte de Castelo de Paiva caiu, levando consigo 59 vidas, quantos jornalistas tailandeses é que vieram a Portugal cobrir o evento, com reportagens no local e diretos para as televisões? E durante quantos dias seguidos é que as televisões tailandesas só passaram nas suas televisões as imagens da queda da ponte portuguesa? 
E quando foi a Maddy que desapareceu? Também vieram cá jornalistas tailandeses fazer diretos e reportagens para as televisões falando dos Mccann e dos filhos, e de todos os indícios e suspeitas que estavam a ser alvo, porque naquela altura nada mais interessa saber aos tailandeses que a menina inglesa desaparecida?
E aquando das enchentes na Madeira que mataram 42 pessoas? E nos incêndios do ano passado?
Será que sempre que acontece alguma coisa em Portugal de relevo, também vêm para cá jornalistas armados em repórteres para que os tailandeses saibam tudo sobre o que se passa em Portugal?

Para já era só isto que queria saber. Obrigado. 

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Jornalismo: Inventar Paragonas

A ortografia está correta e já tenho lido pior gramática, mas é dar com o cerne da história que faz um bom jornalista. Começa inventando parangonas. Curtas, com força, dramáticas.
Lá ao longe, que vês? Diz a parangona. 
"Horizonte Coberto por Escuras Nuvens". 

(aceno negativo com a cabeça)

"Tempestade Iminente Ameaça Aldeia". 
E se não houver nenhuma tempestade? 
"Aldeia Poupada por Tempestade Violenta". 




The Shipping News" (2001)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Notícia Mais Importante do Dia

Está frio. 

Um gajo sai do trabalho, liga o rádio para saber das notícias do país e do mundo, e a coisa mais importante que os jornalistas têm para nos informar é que, estranhamente, em pleno pico do Inverno, está frio!

Estou em crer que para os senhores jornalistas, o normal seria que, nas primeiras semanas de Fevereiro, as pessoas saíssem para ir até à praia, ou para os rios, para se refrescarem do imenso calor que costuma fazer por estes alturas costuma fazer em Portugal. 

Mas não, estranhamente, em pleno Inverno a notícia é que está frio! 

E que fazem as pessoas para combater o frio? 

Uma coisa estranhíssima e sem qualquer sentido. Nestes dias normais, de frio de Inverno, em Portugal, com temperaturas de -2 ou -3 graus, os portugueses cometem a loucura de vestir roupa para se agasalharem e acenderem lareiras ou aquecedores em casa. É uma loucura, uma coisa nunca vista. 

Estamos em pleno Inverno, e a notícia mais importe do dia é esta: Está frio!

Imagem Via Google Images

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Da Manipulação da Imprensa e das Opiniões que Contam para Limpar o Cu

 Hoje, 4 de dezembro de 2017 Mário Centeno, Ministro das Finanças do governo socialista, apoiado pelos partidos de Esquerda, é eleito (para o bem e para o mal) Presidente do Eurogrupo. Mas em Novembro de 2016, o pasquim Sol, dava como certa a sua saída do governo no início deste ano, provando-se que se tratou de mais uma mentira descarada e de uma campanha de intoxicação e manipulação da opinião pública.


Ora bem, Mário Centeno não sai do governo em Janeiro tal como afirmava o pasquim do Saraiva, mais, em face dos bons resultados que a economia portuguesa apresentava, Centeno começa a granjear simpatia na Europa, mesmo na família política da direita europeia, tanto que, o próprio Schäuble, Ministro alemão das Finanças, chega mesmo a apelidá-lo de "Ronaldo do ECOFIN. E começa-se mesmo até a falar dele como possível candidato a Presidente do Eurogrupo.

E o que é que tem a dizer sobre isto o comentador e ex-político frustrado, Marques Mendes, na SIC, canal do fundador do PSD e aquele de quem Belmiro de Azevedo disse que não servia nem para porteiro da SONAE?

 

Muito elucidativo não é? E dizem que esta é a "opinião que conta". Jornais e comentadores a manipular e a mentir descaradamente. Mas infelizmente, os jornais nem para para limpar o cu servem.

E o que é que eu acho de Centeno no Eurogrupo? 
Não acho nem deixo de achar. Pode ser prestigiante para Portugal sim, se desenvolver um bom trabalho, mas neste momento acho que os portugueses estão mais preocupados com a economia portuguesa do que com a economia europeia. E depois eu não tenho especial simpatia por portugueses no estrangeiro, principalmente se forem incompetentes. Prefiro todo e qualquer estrangeiro competente a um português incompetente por dois motivos: primeiro ficamos melhor servidos, segundo, não passamos vergonhas como com Durão Barroso. Vou esperar para ver.

domingo, 26 de novembro de 2017

Tu Votas em Partidos que Defendem as Touradas?

É muito curioso que não se fez eco desta notícia, eu pelo menos não ouvi nada. Parece que a notícia que interessava badalar no final da semana, era que o INFARMED se ia mudar de Lisboa para o Porto. Desta notícia, bem mais importante por sinal, não se fez qualquer eco, e não terá sido por coincidência que os maiores partidos em Portugal, todos, votaram da mesma forma. Estranha unanimidade diria! E quando não se faz eco na comunicação social é como se as coisas não tivessem acontecido. Mas vamos então à notícia:

esquerda.net

No segundo dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2018, o Bloco de Esquerda apresentou uma proposta para que as touradas e os toureiros deixassem de estar isentos do pagamento de IVA. Mas a proposta, que à partida é de uma enorme sensatez, foi rejeitada no parlamento. Porquê?

Porque CDS, PSD, PS e PCP votaram contra. Fica aqui preto no branco quais são os partidos que em Portugal defendem as touradas. E defendem também que um sem abrigo tenha de pagar IVA na compra de um pedaço de pão para comer, enquanto que, aqueles que fazem espetáculos bárbaros que implicam o sacrifício e a morte de animais não paguem IVA. Sou só eu que achei isto aberrante?

Tu votas em partidos que defendem as touradas?