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sábado, 21 de junho de 2025

A Riqueza Obscena

"Para contar de 1 a um milhão sem parar é preciso 11 dias. 

Para contar a fortuna de Musk sem parar levaria mais de 13 mil anos. 

Quem é que precisa de tanto dinheiro"?

(1a página da revista The New Republic)


"No início deste ano, soube que Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg valiam agora todos bem mais de 200 mil milhões de dólares. A notícia que li referia que, nos três casos, as suas fortunas tinham pelo menos duplicado na última década, e a de Musk aumentara até dez vezes.

Este é um aumento incompreensível. Passar, por exemplo, de 30 mil milhões para 300 mil milhões não é o mesmo que passar de 30 para 300 dólares, ou de 30 mil para 300 mil. Sim, todos são aumentos por um factor de 10. Mas ter 300 dólares significa que pode oferecer um bom jantar a si e a um convidado. Ter 300 mil permite comprar um bom barco. Ter 300 mil milhões significa que poderia comprar vários países pequenos.

A desigualdade de riqueza neste país atingiu proporções obscenas e claramente antidemocráticas. Nem sempre foi assim. Na verdade, nunca foi assim. Há cinquenta anos, J. Paul Getty era o homem mais rico do país, com 6 mil milhões de dólares. Hoje, mesmo ajustando à inflação, os mais ricos dos Estados Unidos mal considerariam convidar Getty para jantar.

Nesta edição especial, examinamos como é que isto aconteceu, o que pensam os americanos sobre esta realidade, e como poderá eventualmente ser revertida. O jornalista Timothy Noah apresenta o relato sombrio e épico de como chegámos até aqui. A cineasta e escritora Abigail Disney (neta de Roy, irmão de Walt) faz um apelo emocionado ao aumento dos impostos sobre ela e os seus pares. O veterano jornalista Joe Conason analisa a corrupção de Trump, argumentando que esse tipo de autoenriquecimento é característico dos regimes autoritários. E, por fim, encomendámos uma sondagem exclusiva, analisada pelo editor executivo Ryan Kearney, sobre o grau de consciência dos americanos em relação à desigualdade de riqueza (muito elevado) e o quanto gostariam de ver isso mudar (bastante).

As palavras de Louis Brandeis continuam a ser verdadeiras: “Podemos ter democracia neste país, ou podemos ter uma grande riqueza concentrada nas mãos de poucos, mas não podemos ter as duas coisas.” De formas que Brandeis nunca poderia ter imaginado, podemos estar prestes a descobrir qual das duas prevalecerá. 

quinta-feira, 22 de maio de 2025

São Pepe Mujica - Padroeiro dos Políticos

 Para ilustrar com texto estas páginas de jornais de todo o mundo sobre a morte de Pepe Mujica (13 de maio), e que, diga-se, não teve, infelizmente, grande eco em Portugal, escolhi o texto de John Carlin intitulado "Habemus Pepem!" publicado no jornal espanhol La Vanguardia:

"Por que não um santo para os ateus? Por que não um papa secular? Tenho o candidato: Pepe Mujica, um homem que demonstrou que se pode ser cristão sem acreditar em Deus, que se pode viver uma vida mais de acordo com a mensagem de Cristo do que muitos - quase todos, atrever-me-ia a dizer – daqueles que o louvam todos os domingos diante de um altar.

Bom, é demasiado tarde para que Pepe seja Papa, já que acabou de falecer. Mas o ex-presidente do Uruguai tem os atributos para ser declarado um santo católico, salvo o detalhe de que não partilhou o mistério da fé santa. Não transformou água em vinho, que se saiba, nem conseguiu a ressurreição de nenhum morto, mas realizou milagres suficientes para ser nomeado santo honorário dos políticos.

O primeiro representaria uma enorme exceção à regra: nunca permitiu que o poder lhe subisse à cabeça. Não considerou que estivesse acima de qualquer outro ser humano, nem sequer de qualquer outro ser terrenal. Quando lhe perguntaram uma vez como gostaria de ser lembrado, respondeu: “Não me preocupa. Pensamos que somos importantes… não somos nem um grão de areia na magnitude do universo. Não sei por que razão haveríamos de ser mais importantes do que as formigas”.

O segundo milagre: nunca caiu na tentação, porque simplesmente não lhe interessava, de transformar o poder em riqueza pessoal. Longe de viver numa mansão com paredes de ouro ou de aceitar o presente de um Boeing 747 de um xeque do Catar, viveu até à sua morte, e mesmo quando era presidente, numa espécie de cabana e conduziu não um Mercedes, mas um decrépito Volkswagen Carocha.

Visitei-o na sua cabana – bom, chacra – há um ano, no campo, a meia hora de Montevideu. Cheguei à porta de entrada por um caminho de terra que, devido às chuvas, se transformou num lamaçal. O interior era escuro, os móveis pareciam mais velhos do que ele, aos seus 88 anos, e não havia espaço para uma sala de jantar nem para uma sala de estar. Recebeu-me, como a todos, na cozinha; o seu trono, uma pequena cadeira de madeira.

Como corresponde ao currículo de todo bom santo, tinha sofrido: quase quinze anos como preso político, sete deles em solitária, a mais absoluta das solitárias, sem sequer acesso a livros. Do sofrimento não extraiu rancor, mas sim um modo de viver com decência e generosidade. Aprendeu a riqueza da humildade, ou como ele a chamava: “o estoicismo”.

“É viver leve de bagagem, tentar cultivar uma sobriedade feliz, aplicar aquele velho princípio: ‘nada em demasia’… no fundo, é uma questão de liberdade, porque se estou submetido à necessidade, não sou livre”.

Não foi a primeira vez que pensei no bem que faria a muitos políticos passar algum tempo presos para refletirem sobre o que é importante na vida e possível na política. Mujica disse-me que, na solidão dos seus pensamentos, arrependeu-se das “loucuras” da sua juventude, loucuras do ego que outros políticos nunca abandonam. Tal como Nelson Mandela, aprendeu que o perfeito é inimigo do bom e que não devemos deixar-nos contaminar pela vaidade do poder.

Pensei também na injustiça da vida, no facto de que pessoas como Mujica e Mandela passaram, entre os dois, mais de 40 anos na prisão, enquanto que um par de personagens que me vêm à mente estão hoje em liberdade quando deveriam estar a cumprir prisão perpétua por corrupção, assédio sexual e insurreição armada ou por múltiplos assassinatos e sequestros de crianças, entre milhares de outros crimes.

Claro, nestes dois casos, nunca houve nada a fazer. Com eles, a minha regra das vantagens filosóficas do encarceramento cai por terra. Ou nasceram maus ou as circunstâncias da vida os fizeram maus. Hitler esteve preso (apenas nove meses, é verdade) e saiu mais determinado do que nunca a vingar-se da humanidade.

Mas o exemplo serve, quero acreditar, para reforçar o argumento a favor desta espécie de canonização que proponho para Mujica. Foi posto à prova, in extremis, e emergiu não cheio de ódio, mas de amor. E não um amor ao estilo do convertido católico J.D. Vance, que entende a mensagem cristã em termos relativos – valorizar mais a tua família e os teus vizinhos do que os desconhecidos – mas sim como a verdadeira mensagem revolucionária (o outro é fácil): valorizar e amar todos por igual. O novo Papa, que Deus o abençoe, criticou a interpretação dos evangelhos feita pelo seu compatriota Vance, o vice-presidente dos Estados Unidos. Disse que ele está errado, e em grande.

Talvez o Papa norte-americano não esteja tão de acordo com um dos principais motivos que eu proporia para que Mujica fosse rebatizado como São Pepe. Ao contrário de todas as outras personagens que a Igreja nomeou como santos, Mujica amou o próximo e viveu com humildade sem qualquer incentivo. Ele foi bom por ser bom, e ponto final. Sem antecipar recompensa nem no Céu nem na Terra. Pelo contrário, até desafiou a Igreja na vez em que falei com ele na sua cozinha.

“Eu penso – disse-me – que as religiões monoteístas fizeram um mal do caralho à humanidade. Geraram um fanatismo e uma intolerância profundas que se estendem ao mundo político”.

Isso, suponho, é o que se chama um pecado. Mas não deslegitima, creio eu, o direito que Mujica teria de dizer que viveu uma vida cristã no seu sentido mais essencial. Um Deus cristão consequente e justo (perdoem-me a heresia) poderia perfeitamente dar mais mérito a uma boa pessoa que não acredita na salvação eterna do que a uma boa pessoa que acredita. Ou estarei enganado?

Questões teológicas à parte, chamem-lhe santo ou chamem-lhe o que quiserem, Mujica oferece um exemplo a seguir raramente visto. Ele disse uma vez: “Dediquei-me a mudar o mundo e não mudei um caralho”. Enganou-se. Alguma coisa mudou – pelo simples facto de ter sido como foi. Deixou-nos a mensagem de que se um líder como ele pôde existir, podem voltar a existir mais. De que se alguém aspira a governar, não tem de ser um pobre narcisista cuja motivação consiste, em primeiro lugar, em alimentar a sua frágil vaidade. Mujica foi, acima de tudo, um homem seguro de si mesmo, um papa laico firme nas suas convicções morais, rico na pobreza, mais consciente da sua insignificância na magnitude do universo do que do seu imenso valor. 

(Nome do Artigo: ¡Habemus Pepem! Publicação: La Vanguardia Autor: John Carlin | 18 de Maio de 2025)









Frases recolhidas no artigo "Sou um velho louco" da Folha de São Paulo de 17 de Maio de 2025:

“O único caminho para a libertação nacional e a revolução socialista é a luta armada” —aos 35 anos, em 1967, quando era Facundo, comandante dos Tupamaros.

“A coisa mais linda é entrar num banco com um Colt 45: todo mundo te respeita.”

“Não tenho vocação para herói.

‘Aprendemos que a luta do tudo ou nada é o melhor caminho para não mudar nada. A maior parte dos países que estão socialmente à frente tem uma vida política serena, de pouca épica, poucos heróis, poucos vilões’, afirmou Mujica, em 2010, ao tomar posse da Presidência do Uruguai

Na verdade, peguei vários anos de cana porque me apanharam; me faltou velocidade.”

“Não seria quem sou se não fosse a solidão da cela. Seria mais fútil, mais frívolo, mais superficial.”

“O problema é que o mundo é dirigido por pessoas velhas que se esquecem de como eram quando jovens.”

“Aprendemos que a luta do tudo ou nada é o melhor caminho para não mudar nada. A maior parte dos países que estão socialmente à frente tem uma vida política serena, de pouca épica, poucos heróis, poucos vilões” —aos 74, em 2010, ao tomar posse na Presidência.

“Descobrimos que governar é bem mais difícil do que pensávamos. Que os recursos públicos são finitos e as demandas sociais infinitas.

Bruna Barros

Que a burocracia tem vida própria e a economia tem regras ingratas, mas obrigatórias. Tivemos de aprender, com enorme dor e vergonha, que nem todos do nosso lado são imunes à corrupção.”

“Deveria eleger-se um comandante dos bombeiros para presidente; sua função mais importante é apagar incêndios.”

“Fui uma vez à Alemanha e me puseram num Mercedes-benz. Só a porta pesava uns 3.000 quilos. Botaram 40 motocicletas na frente e outras 40 atrás. Fiquei com vergonha. Ficamos na casa para presidentes. Tinha quatro andares. Para tomar um chá você tinha de andar três quarteirões. Era totalmente inútil. Deviam transformá-la numa escola.”

“A sobriedade é uma forma de viver, uma luta para manter a liberdade. Se deixo que as necessidades se multipliquem ao infinito, tenho que viver para cobrir as necessidades e não sobra tempo para fazer o que me motiva. Pobre é quem precisa muito.”

“O homem deve superar o capitalismo, mas os caminhos que tentou foram de uma ingenuidade espantosa.”

“O capitalismo não é a solução. Há que se buscar outra coisa. A América Latina não tem soluções, a América Latina procura. Pertencemos a essa busca.”

“Nada de colocar o Estado como patrão, porque já vimos esse filme. E nada de passar para o lado do capitalismo. Temos de achar outro caminho para chegar ao socialismo.”

“A sífilis é evitável; o capitalismo por enquanto não.”

“Confunde-se desenvolvimento com o fetiche de acumular coisas.”

“Não viemos ao mundo para desenvolver a economia, mas para sermos felizes.”

“Os ricos não querem mudar nada, e os pobres não podem.”

“O que estou fazendo? Reinventando o capitalismo, mas não renuncio ao socialismo.”

“A sociedade uruguaia protegeu os funcionários públicos muito mais que os trabalhadores privados. Na crise de 2002 e 2003, quase 300 mil perderam o emprego e 200 mil tiveram redução de salário. Todos trabalhadores privados. Todos.”

“Não quero nos chamar de latino-americanos porque não descendemos só de latinos. Somos descendentes de negros, povos indígenas, asiáticos. Somos descendentes de todos os pobres e perseguidos do mundo que vieram para a América sonhando com um futuro.”

“A religião é uma forma de consolo, não de transformação social.”

“Sou um velho meio louco” — aos 89 anos, em novembro do ano passado, em sua última entrevista.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Porque é que os Ricos Compram Televisões e Jornais?

"Os demagogos não são os únicos nem mesmo os mais eficientes exploradores da sugestionabilidade humana.  Os proprietários dos jornais levaram a arte dos cavalheiros de indústria a um grau ainda mais alto. O alargamento da educação elementar foi acompanhado por um grande aumento de influência da imprensa. Quem lê pode correr - na mesma direção em que corre o seu jornal. Isto é um facto do qual os ricos não foram lentos em tirar vantagem. Praticamente falando, toda a imprensa inglesa está agora nas mãos de quatro ou cinco homens ricos. Oligarcas plutocráticos, aspiram a governar, sob a capa das instituições democráticas, impessoalmente e sem responsabilidade. Explorar a democracia, viram eles, é mais fácil e mais rendoso do que opor-se a ela. Deixem que os muitos votem mas conforme lhe disserem os poucos opulentos que são os donos dos jornais. Os muitos obedecem - geralmente, mas nem sempre. As eleições podem ser ganhas, como foi demonstrado pelos Liberais em 1860* e pelo Partido Trabalhista em 1923, em oposição direta com uma imprensa quase unanimemente hostil. Os proprietários dos jornais não governarão indisputavelmente enquanto não descobrirem em que circunstâncias os homens concordam, e em que outras correspondem al alvitre por contradição deliberada. Eles já se aperceberam (o que os mestres-escolas já descobriram há muito) de que a sugestão indireta está menos sujeita a levantar contradição do que a direta. As notícias deturpadas convencem muito mais efectivamente do que muitos artigos de fundo dogmáticos. Mas a ciência do cavalheirismo de indústria jornalístico está ainda na sua infância. Chegará sem dúvida o tempo em que os métodos de propaganda dos proprietários de jornais contemporâneos parecerão barbaramente verdes e ineptos. 

*no livro está escrito 1960, mas como este foi publicado em 1927 isso é impossível pelo que deduzo que seja 1860

Sobre a Democracia e Outros Estudos / Aldous Huxley (1927)


sexta-feira, 6 de julho de 2018

Como Podemos Saber que a História não foi Manipulada? E Como Deve Agir o Historiador?


"Os jornais não servem para dizer a verdade. Já é bom que eles não mintam."

"Numa viagem de Mário Soares à Índia, parou o presidente da república em Omã. No sultanato de Omã. O sultão convidou-o a ver um museu sobre Omã, onde havia uma praça forte portuguesa. E nesse museu, o presidente da república portuguesa foi confrontando com uma figura de Vasco da Gama, mas na legenda dessa figura, não estava que ele era o descobridor, ou que era um magnífico navegador, mas sim que foi um usurpador, um homem que usurpou nomeadamente os conhecimentos dos verdadeiros conhecedores da navegação que eram de Omã. Raptava os pilotos de Omã, e era com eles que ia navegando ao longo da costa. Em suma era ali um bandido... (eu fui testemunha deste episódio porque era repórter) a tal ponto o tradutor teve mesmo que dizer ao presidente da república que o Vasco da Gama é um pirata e o Mário Soares não gostou.

Vasco da Gama: o pioneiro descobridor ou um mero pirata usurpador e sanguinário?


Dito de outra maneira, como é que podemos aferir o que é a História se as fontes são engajadas? 

O estudo dos jornais como de qualquer outra fonte histórica exige previamente uma análise crítica, o crivo crítico, muito apertado. Os jornais são particularmente useiros e vezeiros na deturpação do narrar dos factos e depois na sua interpretação. Portanto, nós temos sempre que ter, e sobretudo nós que trabalhamos com a imprensa, mas não só, e que trabalhamos com depoimentos vários e pessoais, nós temos sempre que ter este distanciamento e ter esta precaução. 

Um historiador deve ser o mais objetivo possível. e o mais rigoroso possível na interpretação. Agora, a verdade é que, nesse tempo, por essas razões, também na Gazete de France por exemplo, o Françoi Rene Dau a certa altura tem uma frase que se aplica aos jornais desse tempo, entre os quais se integra as gazeta da restauração. Ele tem esta frase que é impressionante de confissão: 
"Os jornais não servem para dizer a verdade. Já é bom que eles não mintam."

José Manuel Tengarrinha (que faleceu no dia 29 de Junho) no programa Quinta Essência) da Antena 2.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Da Manipulação da Imprensa e das Opiniões que Contam para Limpar o Cu

 Hoje, 4 de dezembro de 2017 Mário Centeno, Ministro das Finanças do governo socialista, apoiado pelos partidos de Esquerda, é eleito (para o bem e para o mal) Presidente do Eurogrupo. Mas em Novembro de 2016, o pasquim Sol, dava como certa a sua saída do governo no início deste ano, provando-se que se tratou de mais uma mentira descarada e de uma campanha de intoxicação e manipulação da opinião pública.


Ora bem, Mário Centeno não sai do governo em Janeiro tal como afirmava o pasquim do Saraiva, mais, em face dos bons resultados que a economia portuguesa apresentava, Centeno começa a granjear simpatia na Europa, mesmo na família política da direita europeia, tanto que, o próprio Schäuble, Ministro alemão das Finanças, chega mesmo a apelidá-lo de "Ronaldo do ECOFIN. E começa-se mesmo até a falar dele como possível candidato a Presidente do Eurogrupo.

E o que é que tem a dizer sobre isto o comentador e ex-político frustrado, Marques Mendes, na SIC, canal do fundador do PSD e aquele de quem Belmiro de Azevedo disse que não servia nem para porteiro da SONAE?

 

Muito elucidativo não é? E dizem que esta é a "opinião que conta". Jornais e comentadores a manipular e a mentir descaradamente. Mas infelizmente, os jornais nem para para limpar o cu servem.

E o que é que eu acho de Centeno no Eurogrupo? 
Não acho nem deixo de achar. Pode ser prestigiante para Portugal sim, se desenvolver um bom trabalho, mas neste momento acho que os portugueses estão mais preocupados com a economia portuguesa do que com a economia europeia. E depois eu não tenho especial simpatia por portugueses no estrangeiro, principalmente se forem incompetentes. Prefiro todo e qualquer estrangeiro competente a um português incompetente por dois motivos: primeiro ficamos melhor servidos, segundo, não passamos vergonhas como com Durão Barroso. Vou esperar para ver.

sábado, 30 de janeiro de 2016

A notícia só tem um lado: O negativo

Passo agora pelo site da TSF e a notícia sobre a final do Open da Austrália não é sobre quem venceu. Não, é acerca de quem perdeu.

Quem venceu não teve mérito nenhum. O mérito foi todo de quem perdeu.

www.tsf.pt


Eu apesar de há muito não acompanhar o desporto (porque não tenho televisão) até gostava de ver a carinha laroca da tenista que venceu, certamente com uma carinha bem mais feliz que esta que ali meteram, que até mete medo ao susto, mas isso para o nosso jornalismo de trazer por casa não interessa nada. 

Meteram nas cabeças ocas dos jornalistas - classe que cada vez menos respeito - que só vendem as notícias negativas, e pronto, é isto que temos de aturar. E mesmo que isso seja verdade, e eu aceito que assim o seja, pois o ser humano interessa-se muito pelo negativo, pelo escândalo - basta ver que, pelo menos em Portugal, sempre que há um acidente na auto-estrada num sentido, rapidamente dá-se outro acidento no outro sentido, tão simplesmente porque os condutores de imediato abrandam a marcha para ver se conseguem vislumbrar algum corpo retalhado aos bocados - acho que os jornalistas têm uma responsabilidade, pedagógica se quiserem. 

E mesmo que assim seja, mesmo que as notícias escabrosas vendam mais, os grandes grupos que dominam os média, e que são muito poucos e que cada um domina vários jornais e várias revistas, deveriam ter a responsabilidade de tentar influenciar as pessoas para o bem ou para o melhor. Fala-se muito na responsabilidade social das empresas, mas no fundo tudo isso são balelas. O que importa é vender, e quanto mais escarro jornalístico nas notícias melhor, mais se vende, e para isso basta só ver qual o jornal mais lido do país.  

P.S: Bem, lá fui informa-me devidamente, e de facto, apesar da senhora não ser nenhum portento de beleza física, acho que em Portugal até venderia muito bem, pois toda a gente parece ficar logo com a roupa interior molhada mal vê uma coisa amarela de olhos azuis.