terça-feira, 16 de agosto de 2022

E a Verdade que Importa é que Nunca te Deixo ir...

 

"But through all the sorrow
We were riding high
And the truth of the matter is
I never let you go, let you go

...


We were searching for reasons
To play by the rules
But we quickly found
It was just for fools


"Mary On A Cross" - Ghost (2019)

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

A Minha Vida é uma Paródia



Num destes dias desta última semana que passou ria-me, quando, vestido com o equipamento da seleção de ténis-de-mesa, seguia em direção ao trabalho, ao volante do meu bólide de 1995 que nem direção assistida ou vidros elétricos tem, a ver a série da RTP que todos falam: Pôr-do-Sol. 

E para tornar as coisas ainda mais bizarras levava uma bíblia comigo para entregar a um colega de trabalho, e que me tinha custado 1€ na visita a um armazém com centenas de livros, todos à venda por um euro cada fosse qual fosse o livro. 

Bom, não é sempre, mas, por vezes, a minha vida é uma verdadeira paródia quase saída dum filme de Chaplin ou Jacques Tati. E, obviamente, que isso me diverte!

sábado, 13 de agosto de 2022

Que Livro dar a Alguém Que Nunca Leu Nada?

Na empresa com o chefe somos seis pessoas. Acho que, uns mais outros menos, todos lêem ainda que coisas muito diferentes. Todos menos a colega mais jovem, que assinou contrato no mesmo dia que eu, e que tem uns vinte e dois anos. Então, já por diversas vezes comentei que lhe hei-de arranjar qualquer coisa para começar a ler. Mas por onde começar?

Por mera brincadeira, esta quinta-feira, coloquei a pergunta no Twitter: o que dar a ler a alguém jovem, que nem sequer leu O Principezinho para que lhe possa espoletar o gosto da leitura? E surpreendentemente, choveram inúmeras respostas. Então aqui ficam essa inúmeras sugestões, em jeito de serviço público, porque talvez possa ser útil a alguém:


"Só conhecendo o tipo de pessoa, designadamente os seus interesses relevantes, não sendo um caso perdido, uma vez que tem vinte e poucos anos - tem de ser um livro que valha o tempo gasto com a sua leitura e há tantos, tantos ...

Dou-te uma sugestão, eu uso muito o goodreads.com tem um sistema de classificação que me dá boas referências (se o livro tem nota 4 ou + é normalmente interessante) para além de aparecerem resumos e críticas que me ajudam a perceber melhor o interesse do livro.

Depende da personalidade: se é romântica, pragmática, etc. Ou então, por choque, ex: um livro q a esclareça num erro em q labora. Um trecho interessante e com significado na vida dela. Mas, não é fácil, infelizmente

No meio de conhecidas que não gostam de ler posso dizer que elas pegam em Nicholas Sparks ou Isabel Allende. Eu sugeria uma biografia de alguém que ela admire ou livro de alguma série que veja (os livros são sempre melhores). Algo leve, com um final simples


O livro Misery (Stephan King) quando ainda não tinha visto o filme, foi em mim uma explosão de entusiasmo adolescente.

Livros romance/fantasia da Juliet Marilier (fantasia/Celta), ou mais só romance tipo clichê da Nora Roberts. Fáceis de ler e softs.

A pérola, de John Steinbeck.

O meu pé de laranja Lima ou Mar me quer de Mia Couto.

O mais adequado seria um livro de contos para não haver a pressão do volume  ou crónicas. Luís Fernando Veríssimo tem umas crónicas deliciosas. As crónicas do Lobo Antunes são viciantes mas é preciso gostar do estilo. A metamorfose é pequeno e enigmático

Terá que ser algo que não a obrigue a raciocinar muito, o mais curto possível (70 páginas no máximo), leve e concreto. Gostando ela de viagens, por exemplo, enverede pela literatura de viagens, naquela coleção da Tinta da China, bem conhecida sobre esta temática, há vários que reúnem essas características que digo. Senão, um conto, que não divague muito e não a deixe frustrada ao final, que seja com um final (semi) espectável. Não sei o suficiente para dar mais sugestões. Palavra de livreiro!

O Sorriso ao Pé das Escadas, Henry Miller; O Livro de San Michele, Axel Munthe; 100 Anos de Solidão, Gabriel Garcia Marquez; A Obra ao Negro, Marguerite Yourcenar. 4 boas experiências de leitura.

100 anos de solidão para quem nunca leu um livro? Dificilmente. Ao cabo da primeira geração já se perdeu na genealogia

Recorrente. Uma das delícias do livro a busca nos Buendia.

E ela vê filmes ou séries? Do que gosta de ver? Podes oferecer algum com uma temática que ela aprecie assistir… gosta de animais, cães, gatos, posso sugerir alguns bons… ou um livro de compilação de contos podem ser também estimulantes!

Mary John, da Ana Pessoa

Os Filhos da Droga.

Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafon. Sleeping Beauty, Anne Rice. A Rainha do Sul, Artur Perez Reverte. A Fortaleza, Dan Brown. Distopias é sempre bom: Animal Farm ou Brave New World. Li todos no secundário, estilos mto diferentes, depende do gosto. Tenho mil mais recomendações

O velho que lia romances de amor do Luís Sepulveda. Já foi sugerido , excelente opção.

A queda de um anjo, de Camilo

Ainda esta semana disse no Facebook q o Principezinho é uma seca e repito. Já levei porrada lá, agora aguento aqui. Posto isto, só sabendo os interesses da pessoa é que se pode sugerir um livro. Meus amigos sabem q não me dão romances, pq só leio história, filosofia e biografias.

A Amiga Genial, da Ferrante. Pessoas Normais, da Sally Rooney. Os Interessantes, da Meg Wolitzer. Mataram a Cotovia, da Harper Lee. Travessuras da Menina Má, de Vargas Llosa. Ensaio sobre a Cegueira, do Saramago. A Sombra do Vento, do Zafon

Um thriller qualquer que a prenda. Coisas tipo os Maias não

Cartilha Maternal, de um sujeito q dava pela graça de João de Deus. Note-se q o livro está desprovido de bonecos, ou ilustrações, sendo este o seu ponto fraco. Por isso, a respectiva leitura deve ser acompanhada de adulto q saiba ler. Já a hermenêutica é irrelevante no caso.

Balada para Sophie. É banda desenhada, mas a história é maravilhosa e lê se muito bem. Um bom policial também. Li agora cães de caça e acabei o muito rapidamente. O Dias birmaneses do Orwell é hilariante. Mil sois resplandecentes do Khaled Hosseini, lindo e emocionante.

Para quem não aprecia ler será difícil mas livros gráficos ou bd é uma boa forma de introdução

Estive a ler tudo isto e acho muito interessante. Mas se queres mesmo fazer da tua amiga desfrutar de um bom livro aqui vai a minha sugestão: Mataram a cotovia - Harper Lee

Ilha Teresa, do Richard Zimler


Talvez um livro de contos. Contos de São Petersburgo, do Gogol. Se ela tiver mente aberta, Correios de Charles Bukowski

Comics e graphic novels leves podem ser um bom entry point. Talvez o Miga, Esquece Lá Isso da Clara Não. Gibis da Turma da Mônica e da Disney (não estou a ser irónica, são maravilhosos e em grande parte responsáveis pela literacia de gerações inteiras)

Livros "tradicionais", diria para começar com literatura YA em Português ou traduzida. Claro que dentro disso há para todos os géneros e depende do gosto dela. Uma Aventura/Os Cinco/Os Sete (qualquer coisa da Enid Blyton, really), Harry Potter, Diário da Princesa, sei lá

Hoje em dia há sugestões bem melhores em termos de qualidade e diversidade, mas esses eram aqueles que na minha pré-adolescência lia numa tarde. Se ela for nerd, os livros d'Os Horríveis eram maravilhosos, mas só funcionam para quem tem aquele tipo de curiosidade adolescente

Vi alguém a recomendar John Green e pareceu-me uma óptima sugestão. Está imensa gente a recomendar clássicos maravilhosos, mas que dificilmente captarão quem nunca teve hábitos de leitura, parece-me. Entry level para quem sempre gostou de ler não é bem entry level

AHHH! Heartstopper! E a autora tem livros "tradicionais" no mesmo universo! Conheci-os através de uma aluna da minha mãe que não costumava ler NADA e agora lê imenso. São uma óptima "gateway drug"

Outra boa opção são colecções de short stories. Não há estilo em que não as haja, é uma forma fácil de explorar vários géneros, perceber o que gosta e depois passar para as obras longas dos mesmos autores

Porque não as Martian Chronicles de R Bradbury?

Não é uma má sugestão, mas não sei se sugeria Ray Bradbury a quem nunca leu nada.

O princípe feliz - Oscar Wilde

O meu namorado nunca tinha lido um livro até me conhecer e o primeiro que leu foi o Hippie do Paulo Coelho que fala sobre viagens. Hoje em dia ele lê mais do que eu e tudo porque me viu a ler esse livro e teve curiosidade. Acho uma boa sugestão

Qq coisa da Sophia de M.B. Andersen? Talvez A Menina do Mar. Ou o Diário de Anne Frank?.. Mais "soft" do q isto?

Difícil de responder. O Perfume - P Suskind, pode ser interessante

Guerra e paz ou os Maias.

Mia Couto! Nada melhor que Mia Couto. Sugiro este pro cada vez q querem começar a ler

Qualquer um da Catherine Clément. Eu talvez começasse pel’A Senhora. Ou qualquer um do Richard Zimmler, talvez começando pel’O último Cabalista de Lisboa

O estrangeiro. Camus

A mim, o que me cativou foi “A Relíquia” de Eça de Queirós. O que me ri com aquele livro. Já tinha lido outros, mas aquele marcou-me! É por acaso, há muito que não leio. Tenho que recomeçar :)

Para alguém que não lê... Jerónimo Stilton.

Ah, leitura fácil!  Tens tido Guillaume Musso, um francês bom a fazer isso

Catarina de Bragança ou Felipa de Lencastre da Isabel Stillwell caso gosta de História e de Rainhas fortes e marcantes

Corin Tellado... romance anos 60

Pessoas Normais da Sally Rooney. É o livro certo para alguém que cresceu com a internet descobrir lugares emocionais onde só se vai através da literatura. A linguagem é acessível e o universo da obra também

"No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar levantou-se às 5 e 30 da manhã para esperar o barco em que chegava o bispo.” Crónica de uma morte anunciada, Gabriel Garcia Marquez

Algo que cative desde logo, sugiro bd. Existem coisas giras de todo o tipo. O Ghost world, o sandman nos americanos. Franco belga, o Astérix, tintim, o Decálogo se quisermos uma coisinha mais exigente. Manga, samurai x eventualmente. É um romance muito interessante

Utz de Bruce Chatwin

Eu sugeria a “Parábola do Cágado Velho” de Pepetela. Lembro-me que me marcou imenso na altura. Outra sugestão, e sem ironias, poderia ser “As 50 sombras de Grey”. Aquilo, admitamos, prende!

Para quem nunca leu, pode começar pelo o Homem que plantava árvores de Jean Giono.

Deixo-lhe aqui algumas sugestões: Deve ser primavera algures - Pedro Rodrigues Onde - José Luís Peixoto Morreste-me - José Luís Peixoto

As redações da Guidinha do Sttau Monteiro!

Eu, que não sou de ler, vi-me "obrigada" a ler para literatura inglesa "of mice and men" Até lia o livro devagar para não acabar e chorei com o final :')

A metamorfose, do Kafka. curto e cativante

Para começar qualquer livro de Mia Couto

O Código Da Vinci e semelhantes. Sim, não é bom. Mas é um page turner, e neste momento a prioridade parece ser essa.

Faulkner. Não há melhor escritor para começar

Aconselharia um livro divertido de BD, com boa ilustração.

Mulherzinhas

“Anibaleitor” do Rui Zink

As revistinhas da Turma da Mônica, se não puxar pela leitura já nada mais puxa.

O Principezinho, precisamente.

“O diário de Adão e Eva” Mark Twain

Loucura de Mário Sa Carneiro. Poucas páginas mas um grande livro

Pode tentar outra abordagem. Para treinar o inglês dela, ofereça-lhe "The Book Thief". Mesmo em inglês é fácil de ler e cativante. Pode ser que com o intuito de melhorar o inglês funcione!

O Siddhartha de Herman Hesse, lê-se num dia e é lindíssimo.

O Triunfo dos Porcos 
O estrangeiro

Sugiro um thriller ou um livro de humor. Os livros românticos são outra hipótese mas depende do alvo...

Qualquer um daqueles que faça querer avançar

Fernão Capelo Gaivota

“A história do Gato e da Gaivota que o ensinou a voar”. Do Sepulveda. Curto e fofo. A biografia de um/a artista q ela goste. Mas também podes ter uma abordagem diferente- “A Grande Fabrica das Palavras” é um livro da seção infantil com uma magnífica história. (Fernanda Freitas)

A lua de Joana

O estranho caso do cão morto. 
Os Maias 
As pupilas do sr reitor. 
D. Flor e seus dois maridos. 
Um qq do Gustavo. 
Nunca, mas nunca, um daquele sr q apresenta o Telejornal da 1.

Se isto é um homem" Primo Levi

Se gosta de filmes e séries porque não começar por novelas gráficas?  (Maus e Persepolis)

O diário de um Killer sentimental

Dan Brown. A sua escrita quase cinematográfica e os capítulos muito curtos ajudam a cativar e prender. Depois de cativada, logo poderão olhar para outro tipo de literatura..

Balada para Sophie

Leitura leve, Moby Dick, Grandes Esperanças. Algo diferente, A Romana (Alberto Moravia).

"Sexus" de Henry Miller.

Tropicos cancer e capricórnio do mesmo autor

Crime e castigo, de Dostoievski

Isso é como pôr alguém que quer aprender a conduzir logo ao volante de um Ferrari

Qualquer um do Mia Couto, talvez começar por um dos mais pequenos. Por exemplo 'Um Rio chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra'

Um bom livro de contos. Talvez o "Todos os contos" da Lispector.

A minha sogra, 75 anos, depois de se ver viúva e sem ninguém para cuidar, olhou para a estante e lembrou-se de abrir um volume das obras completas de Eça de Queiroz que lá jaziam. Já leu A relíquia, o Primo Basílio, os Maias, o Crime do Padre Amaro, etc. Por isso recomendo Eça.

Para quem nunca leu nada, recomendo "Eurico o Presbítero" de Alexandre Herculano. É um romance histórico de fácil leitura e que "prende" desde o início!

"O velho que lia romances de amor" de Luís Sepúlveda. Só tem cem páginas e é de fácil leitura.

E a história de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar

Não ter lido o pricipezinho é uma das vantagens de nunca ter lido nada. Adiante, que o tweet não é sobre isso. Algo não muito complicado, para começar: o velho que lia romances de amor.

A Sombra do Vento

Por estranho q pareca um dos Dan Brown. Capitulos de 3 paginas ssao faceis de digerir - mas pergunta se goatou dos filmes... / robinHood é um classico com piada. Tenta perceber q filmes gosta e um livro q tenha dado filme ajuda..

Tenta dar-lhe umas mangas para começar. Poucas palavras e muitas imagens.

A Arte da Guerra!

Pode começar por Ulisses de James Joice...

Isto Vai Doer - Diário secreto de um médico" de Adam Kay é um livro engraçado

A Cabana do Pai Tomás...

Pulp" ou outro do Bukas.

Sob o sol jaguar.... Italo Calvino

Doze contos peregrinos, de Gabriel G Marquez

O Perfume

A Pequena Vendedora de Fósforos de Hans Cristian Handersen.

Coisa mais simples de ler, ainda mais que o Principezinho: O Homem que plantava árvores, do Jean Giono. Também é das coisas mais bonitas que vai ler, a par do Principezinho. Depois, O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos. Se nada disto a agarrar, é desistir.

O Meu Pé de Laranja Lima partiu-me o coração acho que foi o primeiro livro que me fez chorar

Os Maias. 

Ou a Sibila. 

O Visconde Cortado ao Meio

"Por favor não matem a cotovia", "A Rapariga que roubava livros", "O grande Gatsby". São todos razoavelmente fáceis de ler, com uma escrita fácil e acessível e um ritmo bom. Já estive numa situação idêntica e resultou para a pessoa em questão. Mas depende, claro.

O Mistério da Estrada de Sintra. Foi publicado no Diário de Notícias, de Lisboa, sob a forma de cartas anónimas. É a primeira narrativa de cariz policial da literatura portuguesa, e marca a estreia literária de Eça de Queirós, em colaboração com o seu grande amigo Ramalho Ortigão

Crónica de uma morte anunciada ou O Estrangeiro.

O meu Pipi

Bichos - Miguel Torga (profundidade de um grande autor, moderada pelo facto de ser um livro para garotos) Ou se a quiseres impressionar com retratos de verdadeira natureza humana: Contos da Montanha, ou Os Novos Contos da Monhanha, também do Torga Tudo histórias curtas, cativantes

Talvez “Os capitães da areia” de Jorge Amado.

Filosofia de Alcova. Marquês de Sade.

Cozinha confidencial do Bourdain. Se ela curte restaurantes, vai curtir esse.

O Alquimista

Eu escolhi a liberdade - A vida privada e política de um funcionário soviético

"A cartilha maternal” do João de Deus, depois de aprender nunca mais pára.

Um de crónicas do Ricardo Araújo Pereira, se ela lhe achar graça.

O monge e o executivo de James hunter..

Gariela Cravo e Canela do Jorge Amado

Limitless.

Nicholas Sparks ou uma coisa do género… muito soft, de praia e um bocadinho lamechas

Uma biografia de alguém que ela seja fã.

Como água que corre.

De João Ubaldo Ribeiro. Educativo e um page turner

Sugiro: os livros que devoraram o meu pai. Afonso Cruz. Pode ser que abra o apetite pela leitura.

Talvez Fruits Basket. É MANGA.

Se ela gosta de psicologia “O homem que confundiu a mulher com um chapéu” de Oliver Sacks É super fácil de ler, tem alguma comédia a mistura na escrita dele e aprende-se alguns conceitos bastante interessantes

Talvez um do Carlos Ruiz Zafon.

Código de Da Vinci. Cola uma pessoa

Qualquer um do Rui Zink ou Afonso Cruz

A sombra do vento. Esquece, depois vi que não querias muitas páginas, e este é um calhamaço, apesar de o ter devorado. É um dos meus favoritos de sempre!

A trilogia das Jóias Negras, escrito pela Anne Bishop. Foram os primeiros livros de fantasia que li, e nunca mais parei

Arranca com Luis Sepúlveda.. o Killer Sentimental ou o Gato que ensinou a Gaivota a voar.

Memórias de Kissinger.... dá para um ano!!!

Um livro do Luis Sepúlveda, são pequenos mas muito bons.

D. Quixote

Que assuntos lhe interessam ? Acho que será importante pensar nisso. Ela gosta de séries policiais, rom coms, thrillers, sci-di? (Tentei ler o princepezinho e detestei, no entanto, li paletes de livros na adolescência).

Mia Couto - Histórias abensonhadas

Histórias extraordinárias, de Edgar Allan Poe; O meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos; A menina que roubava livros, de Markus Zusak; A cor do Hibisco, Chimamanda Ngozi Adichie; Rumo a Casa, Yaa Gyasi; Melhores Contos Espirituais do Oriente, Ramiro Calle.

Só para destoar, Crónica dos Bons Malandros, do Mário Zambujal. Pequeno, leve, e a pessoa parte-se a rir. E é o Mário

Rosa Lobato Faria. Qualquer um. Simples, curtos e agarram o leitor. Ofereceram-me "Os três casamentos de Camila E.". De seguida, comprei todos os outros dela. A leitura simples é uma boa aposta para quem não tem hábitos de leitura.

Se ela gosta de psicologia “O homem que confundiu a mulher com um chapéu” de Oliver Sacks É super fácil de ler, tem alguma comédia a mistura na escrita dele e aprende-se alguns conceitos bastante interessantes

Os Filhos da Droga. Muito popular quando era pré-adolescente. E para algueym com interesse em psicologia, a dependência (e esta história verídica) podem ser fascinantes.

Dom Casmurro, A Morte de Ivan Ilitch, A metamorfose, O Jogador, A Quinta dos animais, Os contos dos irmãos Grimm, e Dicken

"O Romance da Raposa" de Aquilino

Novos dados requerem novas sugestões. Noites Brancas-Dostoievski

Os mais curtos de Don Winslow

Os Pilares da Terra

Com esse perfil, acho que iria gostar dos livros da Marian Keys (leves, divertidos e com alguma loucura, à mistura). Para começar sugiro: Melancia e Los Angeles :)

Cândido ou o Optimismo, de Voltaire.

Chocolat, Johanne Harris é sobre comida, sabores e romance, pode se interesse

Contos, autores mediante interesses da colega. E qualquer livro da Adília Lopes. O Manhã é óptimo para descobrir o prazer em ler.

‘Ninguém escreve ao coronel’ porque poucos escrevem como GM. ‘Ficções’ porque Borges vale muito a pena.

Como é linda a puta da vida do MEC :)

Erico Veríssimo é de leitura muito agradável (começar com Clarissa, seguir com Música ao longe, Caminhos cruzados, Um lugar ao sol, Saga, e deixar para o fim a trilogia "O tempo e o vento").

Já agora, Somerset Maugham tem vários volumes de contos muito giros e agradáveis de ler (era um fabuloso contador de histórias) e alguns romances não muito longos e muito bons. As traduções dos Livros do Brasil são muito boas.

Os contos curtos do Manuel da Fonseca são de leitura muito agradável e com uma componente de análise psicológica muito gira. "À lareira, nos fundos da casa onde o Retorta tem o café" é um livro de crônicas muito giro, também do M da Fonseca.

Os contos do Checkov são frequentemente muito giros, embora às vezes sejam desconcertantes, e há uma série de volumes em tradução bastante boa.

O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë é um livro fascinante e não é muito longo, tem um bom ritmo.

Se ela tiver sentido de humor, começa com os "Casos do Beco das Sardinheiras", do Mário de Carvalho. Já converti alunos renitentes à leitura com esse livrinho.

Memória das minhas p*tas tristes do Gabriel Garcia Marquez - é pequenino, por isso há aquela satisfação de acabar um livro.

qualquer coisa do john green, as historias dele viciavam me imenso quando tava no secundario ou isabel allende

Eu gosto de Arturo Perez Reverte. O jogo de xadrez ou assim. Bem escritos e leitura leve/média.

A trilogia das Jóias Negras, escrito pela Anne Bishop. Foram os primeiros livros de fantasia que li, e nunca mais parei

Lembrei-me, não sei pk de “a vegetariana” Hang Kang “ Nada maçador Leitura fácil Tema pertinente

Também recomendava policiais da Ágatha Christie. Em jovem li tudo o que havia dela e não conseguia parar. O enredo ajuda a prender para descobrir o assassino. Boa sorte nessa tarefa hercúlea. Os Maias que eu adorei como todo o Eça é muita areia para a camioneta dela para já!

Tudo de Bill Bryson.

Há um do Murakami que é capaz de resultar para alguém assim: After Dark, ou Os Passageiros da Noite. Pequenino, estranho, cinemático, misterioso. Já o li há muito, mas sendo Murakami é muito provável que passe por comida e restaurantes.

O primeiro do Quarteto de Alexandria, o Durrell é bom para quem gosta de viajar.

Obras de Sophia de Mello Breyner: A fada Oriana; A menina do Mar; A floresta etc. Literatura infanto-juvenil que, talvez, lhe agrade.


quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Tens a Certeza que Gostas de Pretos?


"O racismo é um problema difícil de abordar. Como e o quê poderemos considerar racismo? Hoje pouca gente considera alguém inferior ou superior só porque pertence a esta ou aquela raça, tem esta ou aquela cor. É que o racismo anda misturado com tantos outros fatores que por vezes nos é difícil reconhecê-lo. A primeira interrogação acerca do racismo, que me surgiu, foi quando o paquete acostou ao cais de Luanda e vi todos aqueles negros, da mangueira na mão, preparados para o abastecer de combustível. É que não vi sequer um branco em algum trabalho pesado, duro; esses trabalhos eram executados por pretos. Até que ponto isto é expressão de racismo? Ou será expressão de uma exploração meramente económica?
(...)
Em Luanda fui visitar a ti Maria Júlia; conheci-a era eu ainda criança; as nossas famílias davam-se bastante bem. Como tinha de tratar de assuntos relacionados com a Companhia tinha um jeep à minha disposição; o condutor era um soldado preto de Luanda, extraordinariamente educado e amável; tornamo-nos logo amigos. Fui então com o Neves, assim se chamava ele, a casa da ti Maria Júlia. Conversei animadamente com ela. Passado algum tempo disse que não me podia demorar pois estava ali o condutor com o carro à minha espera. 
- Então não mandaste entrar o rapaz?
- Ó Zé, manda-o entrar que lhe havemos de dar uma cerveja. 
Saí de casa, atravessei o pequeno quintal e fui chamar o Neves. Este estacionou melhor a viatura e preparava-se para entrar. Quando eu entrei disse-me a ti Maria Júlia:
- Se calhar é preto, é?
- É... sim... o condutor é preto - respondi. 
- Ah!! Pode beber mesmo aí no quintal...
Tive vontade de de desaparecer, enterrar-me pelo chão abaixo; tive vontade de nunca mais pôr os pés naquela casa e jurei-o mesmo. 
Foi logo buscar a cerveja e trouxe-a até à porta de casa de modo que o Neves não entrou. Trouxe apenas a garrafa; não trouxe o copo. 
- Ele não se importa de beber pela garrafa - disse ela quando passou a garrafa ao condutor. 
E o meu amigo Neves, por ser preto, bebeu a cerveja no quintal e sem copo... Despedi-me mal ele acabou de beber e saí revoltado. Eu não queria que em Angola existisse racismo!! Eu que não supunha estas pessoas da minha aldeia capazes de tal ato! Afinal o racismo existia! Mas porquê, se o Neves tinha mais nível, mais formação e mais valor humano que toda aquela gente junta?

Outro dia tive que passar por casa da ti Maria Júlia; alguém de família mo pedira. Conversamos um pouco; tinha eu nessa altura alguns meses de Angola. Disse-lhe então muitas coisas que não gostaram de ouvir...
- Mas gostas mesmo dos pretos? - perguntou.
- Não posso é com estes brancos; que querem enriquecer depressa e à custa dos pretos - respondi. 
- Olha que é mau pensares assim... parece turra. 

Turra é uma palavra muito feia em Angola; está carregada de ódio e de medo. É aplicada aos negros que não se submetem passivamente aos colonos, e aos brancos que estão do lado dos pretos, que os defendem.  

Desde o início, desde que pisei terras de Angola, coloquei-me ao lado dos pretos. Na sua própria terra eram os mais fracos e mais pobres, e eu, não sei por que intuição interior, sempre tive a impressão de que os pobres e os fracos têm razão. 

Angola! Angola! Testemunho sobre o problema colonial - José Pires (1975)  (escrito antes do 25 de Abril de 74)

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Ó Viagem Medieval: 30 é Mais do Que 70?


Depois do interregno pandémico lá regressei à Viagem Medieval. Tal como me farto de ouvir os meus pais sobre a falta de respeito da SIC na novela da tarde, também eu há muitos anos critico mas acabo por regressar sempre à feira medieval, a original. 

Tinha ficado alinhavado uma visita no fim de semana com os colegas de trabalho. Mas falei com o meu amigo. A namorada não podia, mas veio ele. Combinamos às três da tarde e às três da tarde estava eu a dar cinco euros pelo bilhete de uma feira que durante tantos anos foi gratuita. 

Lá nos encontramos junto à igreja e aquela hora, eu, que já lá vou há mais de vinte anos, nunca tinha visto tanta gente. Este ano é sempre tanta gente em todo o lado. Depois de dois anos em casa está tudo cheio de dinheiro e a querer gastá-lo e meter fotos na internet para mostrar que são pessoas que fazer coisas.

Pusemos a conversa em dia, quase em modo caminhada pelas ruas e floresta da feira. Invariavelmente falamos sempre da política, da nossa vida. Falou-me que agora comece Lisboa como as palmas das mãos. Que se tivesse hoje vinte anos ia viver para lá. É lá que estão as boas ofertas de trabalho e que se ganha bons salários. 

Disse-me também que se sentiu especial. Afinal, no meio de todo aquele maralhal era a única pessoa que estava de máscara. E claro que eu só me dou com pessoas especiais!  

Apesar de fresco o sol acabou por me avermelhar a testa. E eu que ando quase sempre com protetor solar. Mas para a testa não queimar é preciso aplicá-lo na testa. E ainda por ali estivemos um bom tempo sentados, à sombra. 

Aquelas ruas repletas de gente. Às cinco da tarde já eram enormes as bichas para comer. E grandes ajuntamentos não é mesmo para mim. E bem antes do previsto acabei mesmo de me vir embora com ele. 

No dia seguinte a surpresa: no jornal a organização fala num recorde de visitantes de sempre e fala nuns impressionantes trinta mil visitantes. Acontece que em 2019, tinham anunciado setenta mil visitantes!

A organização da viagem medieval mostra que leva o rigor histórico da feira medieval muito a sério encarna o perfil da grande generalidade das pessoas na Idade Média não sabia ler nem escrever. Contudo, ainda assim, essas pessoas para fazerem a sua vida e irem à feira e comprar e vender sabiam contar. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Pra Quem Nem Sequer um Torneio de Bisca Tinha Organizado...


 Saía do treino, tarde e a más horas com o meu colega e ele pergunta-me: vamos à banda perguntar ao Ricardo se nos deixa organizar um torneio lá? 

E assim foi. O dono do café que explora o espaço logo acedeu de forma simpática, comunicamos no grupo da direção como quem nem sequer espera o aval, e avançamos. E rapidamente ele já tinha patrocinador para os prémios, cartaz, enquanto que eu fiquei com a organização da competição. 

Arranjei todo o material, separadores e marcadores na associação, e comecei a pensar na forma de organizar o sorteio, fase de grupos e eliminatórias até à final.

Divulgamos os cartazes bem como nas redes sociais. Desde a primeira hora sabia que os nossos amigos do Vila Verde viriam, recebi também e de forma surpreendente a inscrição de um clube do Porto com três senhores veteranos e federados já nossos conhecidos de outras competições e fomos aguardando por mais inscrições. 

Comecei a ficar nervoso e ansioso. Não sabia se haveria de estar só na mesa a organização o torneio ou se também poderia jogar. Pesei os prós e contras. Seria bem mais tranquilo estar só focado na organização mas a verdade é que eu gosto de jogar. Acabaram por me incentivar e assim foi. Fiz as duas coisas. 

No dia anterior ao torneio transportamos as mesas para o local do evento e montamos o espetáculo que se realizaria no melhor dia para não sofrer nenhum desgosto: o 31 de Julho porque depois entraria Agosto!

Preparei o sorteio que foi quase mais complexo que um sorteio da Liga dos Campeões! Os papelinhos, em cartolina preta foram tirados pelo dono do café. À noite ainda estive a tratar de algumas coisas. Enviar e-mails para os dois clubes que vinham, fazer os mapas com os jogos dos grupos que iriam estar na mesa de quem arbitrasse. Fui deitar tarde e levantei cedo, para cedo estar a receber os atletas. Levei o computador portátil e a impressora da coletividade. 

E as pessoas começaram a chegar. Recebia o dinheiro das inscrições e comecei a preparar o início dos jogos. Fazia a chamada dos atletas que iriam jogar de seguida. E também tive que jogar quando chegou a minha vez, 

Foi tudo muito simples, sem conflitos, todos com um bom espírito de desportivismo e as coisas foram decorrendo bem. E eu lá fui avançando também na competição e a determinada altura percebi que já estava nos quatro finalistas. 

Iniciamos a competição pouco depois das 9h e acabou depois das 17h.

E por grande sortilégio, na meia-final, iria defrontar o mesmo atleta que me tinha vencido em São Pedro da Cova há uns meses. E voltei a perder pelos mesmos 3-2 porque, de facto, ele é-me superior, ainda que os jogos sejam sempre discutidos taco-a-taco até ao final e a vitória possa cair para qualquer dos lados. E um dia terá que cair para o meu. Pelo menos assim espero! 

Gosto muito daquele pessoal de São Pedro da Cova. Parece-me boa gente. 

E, seguindo o que tinha delineado, iria-se jogar, antes da final, a atribuição do terceiro e quarto lugares. Mas logo o senhor da equipa federada do Porto me disse que nestes torneios individuais não há esse jogo, só por equipas. O colega dele contrapôs que nós é que estávamos a organizar e nós é que tínhamos que decidir e, se queríamos fazer esse jogo, ótimo! Eu ainda tentei escapar, porque, como estava a cair de cansaço queria mesmo era descansar, mas como vi que o senhor que iria disputar o pódio comigo queria jogar lá acedi. 

Pensei mesmo que iria perder. Primeiro porque da última vez que jogamos ele venceu-me, depois, porque já não podia com uma gata pelo rabo! Mas a verdade é que, mesmo assim, acabei mesmo por vencer por 3-1 e garanti o último lugar do pódio. Não é que fosse importante, mas, se não tivesse disputado esse jogo teria ficado em quarto lugar porque o terceiro lugar seria atribuído a quem perdesse com o vencedor do torneio. 

E a final, mesmo para um torneio amador como este, acho que foi espetacular. Muito bem jogada. Foi discutida até à última jogada e caiu para o senhor mais velho, ficando o meu conhecido num honrroso segunda lugar. 

Logo de seguida improvisamos o pódio, que no dia anterior tinha sido pintado cá em casa pela minha mãe!, e chamei os três primeiros classificados, começando por mim mesmo! A filha do dono do café procedeu à entrega dos prémios simbólicos e as pessoas começaram-se a despedir, desfazendo-se em elogios e afirmando que passaram um domingo espetacular.

E no fim de tudo é isto que importa. Passar bons momentos. E neste dia, muito mais importante que a minha prestação desportiva, e ainda por cima estamos a falar de desporto amador, era que as coisas tivessem corrido bem e as pessoas tivessem gostado. E gostaram. 

E, tendo em conta que nunca sequer tinha organizado um torneio de bisca, acho que até me saí muito bem!