As urgências dos hospitais continuam fechadas e as grávidas continuam a parir em ambulâncias, mas o tema discutido toda a semana - enquanto os filhos da puta dos israelitas matam os palestinianos à fome e os bebés com tiros na cabeça - foi a exclusão da sexualidade das aulas de cidadania.
No jornal O Público li este excelente título:
"Deus, pátria e família. Sexo não"
De imediato surgiu-me outro excelente título?
"As pessoas de direita não fodem"?
E depois lembrei-me quando a Natália Correia, em 1982, que era deputada pelo PSD, num debate na assembleia da República sobre a despenalização do aborto, em resposta ao deputado João Morgado do CDS, sobe à tribuna para lhe dar uma resposta em forma de poema e em que, segundo se lê sobre o sucedido, as gargalhadas foram tantas que foi preciso proceder à interrupção dos trabalhos.
E depois lembrei-me quando a Natália Correia, em 1982, que era deputada pelo PSD, num debate na assembleia da República sobre a despenalização do aborto, em resposta ao deputado João Morgado do CDS, sobe à tribuna para lhe dar uma resposta em forma de poema e em que, segundo se lê sobre o sucedido, as gargalhadas foram tantas que foi preciso proceder à interrupção dos trabalhos.
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
(Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )
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