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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

O Paraíso Que Era Portugal nos Anos 60

Por estes dias andei a separar um montão de tralhas para deitar ao lixo, desde toda uma sérias de capas ainda do tempo da escola, bem como o primeiro computador (que me custou 250 contos!) e toda uma série de tralhas que já não faz sentido estar estar guardadas, apesar de eu ainda ter espaço (até porque estou solteiro e não tenho filhos) mas é preciso que nos livremos de um monte de tralha desnecessária, para que outras tralhas ocupem o seu lugar.

Foram horas e horas a passar os olhos por muita tralha antiga, até que cheguei a um monte de revistas, a maioria de Heavy Metal que fui colecionando ao longo dos anos e que, definitivamente, não irão para o lixo, mas encontrei também outros tipos de revistar, mormente Notícias Magazine, dos tempos em que comprava, quase religiosamente, todos os domingos, o Jornal de Notícias. Mas porque há hábitos que se perdem, há muitos anos que deixei de comprar, quer revistas ou jornais de quaisquer espécie.

Um número em particular da Notícias Magazine chamou-me a atenção. A capa do  #832 de Maio de 2008 sobre os quarenta anos do Maio de 68 fez-me pegar e abrir a revista. No meio de várias reportagens interessantes, como, por exemplo, o feminismo em Portugal, as "Três Marias", as drogas, o rock, os equipamentos eletrónicos dos anos sessenta, até que passo por uma entrevista com Jacinto Godinho, vencedor do Grande Prémio Gazeta 2006 pelo documentário da RTP "Ei-los que partem - Uma história da Emigração Portuguesa".

E as imagens dos portugueses nos arredores de Paris, em bairros de lata, fotografados por Gérald Bloncourt chocam, e levam a questionar, mas que raio de boa vida se levaria no Portugal fascista de Salazar para ser preferível ir viver para outro país naquelas condições?

"Foi uma consequência da crise do modelo económico do Estado Novo. Por variadíssimas razões, os campos ficaram esgotados, não tivemos a capacidade de basear a nossa produção industrial apenas nas matérias primas nacionais. A mecanização tardia nos campos, nos anos cinquenta, introduziu mais uma crise neste modelo, voltando a produzir muitos desempregados: a industrialização absorveu parte da mão-de-obra mas não a absorveu toda. França porquê? Porque a América estava fechada. E no Brasil praticamente tinha deixado de existir trabalho para mão-de-obra barata. 

Porque é que as pessoas emigravam na década de sessenta? 

A guerra foi um fator, mas o motivo principal que levava as pessoas a saírem do país era a falta de emprego. A agricultura ocupava muita gente e quando a mecanização chegou aos campos, com a introdução das ceifeiras, a partir dos anos cinquenta e muito fortemente na década de sessenta, deixou de haver trabalho". 



Aos poucos querem apagar e reescrever uma história passada. Branqueador o nosso ditador, que, afinal, nem matou tantas pessoas como os outros. Se calhar até era fofifnho. Se calhar nunca vivemos tão bem como no tempo de Salazar. Se calhar, o que precisávamos, hoje, a meio dos anos vinte do terceiro milénio é de outro Salazar! 

Não! Vivemos 48 anos de obscurantismo, de repressão, fome, miséria e de morte. De prisões e mortes arbitrárias. De um atraso descomunal. A vida era tão difícil que os portugueses arriscavam um ano de cadeia a tentar emigrar ilegalmente. E só na década de sessenta, nos últimos anos governados pelo ditador, cerca de um milhão de portugueses emigrou, principalmente para França. 

Não precisamos de outro Salazar. Precisamos é de aprender alguma coisa com a História. 

# Quem Foram os Responsáveis pela Ditadura em Portugal?

domingo, 24 de janeiro de 2021

Por Todo o Mundo Falam de Portugal Por Causa da Pandemia mas Mostram a Fotografia Deste Café?


Ontem passava os olhos por notícias no estrangeiro até para perceber o que se dizia de Portugal e deparamo-me com esta fotografia. Olhei melhor e pensei "Espera lá, mas isto não é um Hospital! Isto é a montra de um café"! Num hospital não há montras com lanches e croissants! 

Agora com certeza que os diferentes sites de informação não se lembraram todos de pegar nesta imagem do nada. Esta foto é da Associated Press, uma agência de notícias independente, que lança as notícias e depois muitos outros pontos de informação vão lá bebê-las. 

Movido pela curiosidade decidi tentar investigar e com recurso ao Google Maps consegui mesmo chegar à identificação! Isto é na rua Silva Carvalho em Lisboa, e está sinalizado com sendo um edifício da Sociedade Filarmónica Aluno de Apolo. 

Alguém precisa de um detetive?

sábado, 23 de janeiro de 2021

A Pandemia por um Especialista em Senso Comum


"A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões é estatística"

Neste dia em que estou a escrever, Portugal tornou-se no pior país do mundo da pandemia. Em nenhum outro sítio do mundo se morre tanto como em Portugal. E de março até agora, quem por aqui passa mais frequentemente sabe que eu nunca escrevi aqui no blogue sobre a pandemia no que se refere à análise da situação. Bem sei que o que não falta agora são especialistas ou treinadores de bancada do coronavírus e da COVID-19. Gente que mais parece que fez um doutoramento em epidemiologia ou saúde pública, mas não é o meu caso.

Agora há pessoas que sabem tudo sobre os testes, como funcionam, se são fiáveis ou não e as percentagens de erro; pessoas que até nunca meteram os pés dentro de um hospital público mas sabem de tudo que se passa lá dentro, e até são capazes de discutir comigo, porque acham que sabem melhor do que eu, que há trinta anos frequento hospitais público. Pessoas que sabem que não faz sentido fechar as escolas e outras pessoas que sabem muito o porquê da aberração que é deixá-las abertas. Pessoas que sabem tudo sobre as vacinas, quais as marcas, as percentagens da eficácia de cada; enquanto outras pessoas sabem que tudo isto não passa de um plano para nos injetar um chip para nos tornar em zombies e controlar o mundo, criando uma nova ordem mundial liderada pelo Bill Gates.

Eu não sou médico, não sou político, não sou especialista de coisa alguma. Sou um cidadão comum, que tem que cumprir as regras que mandam. Contudo tenho opinião e tenho mantido a mesma desde o início da pandemia: se quisermos, estamos sempre a quinze dias de acabar com a pandemia. Eu informo-me o suficiente, consumo a informação que considero suficiente, sem excessos, muito menos sem televisão, no entanto vejo as coisas de modo empírico, com aquilo que o senso comum me dotou.

E eu sei que lidar com uma pandemia não é uma coisa nada fácil. Por cá nunca ninguém lidou, apesar dos historiadores saberem o que se passou há cem anos. E é sempre mais fácil estar na posição de esperar para depois criticar. Mas nessa tarefa eu também me sinto muito confortável porque desde a primeira hora elogiei e disse que, se calhar, tivemos o governo mais competente no momento em que mais precisávamos. E elogiei a forma rápida como confinamos porque evitou todos aqueles milhares de mortos que, infelizmente, se verificaram nos países aqui ao lado e, nem quero imaginar se ainda estivéssemos a ser governados por Passos e Portas. Não quero mesmo imaginar. 

Mas o tempo foi passando e a pandemia para nós tornou-se naquela espécie de gripe mal curada, que nunca desaparece. Passamos o verão com mais casos que a média europeia e fomos até excluídos do corredor aéreo do Reino Unido. 

Acabamos também por perceber aquilo que o senso comum nos dizia, e dizia-me pelo menos a mim, que no verão as coisas melhorariam, até porque no verão também quase não há gripe. E assim foi. Apesar de tudo ter reaberto em Junho, com centros comerciais, teatros e cinemas, mas verdade é os números andaram sempre abaixo dos 400 novos casos diários, mas não esquecer que as escolas e universidades também estavam fechadas.

E até que as escolas e as universidades reabriram a meio de setembro e a verdade é que foi a partir daí que os números começaram a disparar. No início de outubro os novos casos tinham já subido para 750 e, no fim do mês eram 3500 novos casos. Apontava-se na altura que tinham sido as festas universitárias e festas familiares as responsáveis pelo disparar de novos casos. 

E foi por esta altura, em meados de Outubro, que resolvi encerrar temporariamente com os treinos de ténis-de-mesa. Ninguém me disse que tinha de confinar obrigatoriamente, ninguém me proibiu nem me senti coartado na minha liberdade individual. Não, fui eu mesmo que decidi fazê-lo, voluntariamente, quer para me proteger, quer para proteger os meus pais que têm setenta anos. Chama-se a isto "senso comum", não é?


Em meados de outubro morriam cerca de 11 pessoas por dia em Portugal de COVID-19. Os casos disparavam e o primeiro-ministro achava que a salvação disto tudo - mesmo indo contra as indicações da Organização Mundial de Saúde - era que uma aplicação no telemóvel que ia resolver o problema, e meteu mesmo na cabeça que ia obrigar a polícia a pegar nos telemóveis das pessoas e multar quem não tivesse a aplicação instalada no telemóvel. Felizmente que a proposta (ridícula) foi chumbada no parlamento. 


Mas, curiosamente, dias antes, Rui Rio, líder da oposição, queixava-se no Twitter, mostrando a sua ignorância sobre o funcionamento da aplicação. E se o líder da oposição, economista e que até fala alemão e tudo, não sabe como funciona uma aplicação, será que a maioria dos portugueses iria saber? Não me parece.

Os números foram escalando por toda a Europa e, enquanto por cá discutíamos uma APP e a constitucionalidade da lei, nos outros países tomaram-se medidas a sério. Deixo só um exemplo de um país que tem mais ou menos o mesmo número de habitantes que nós: a Bélgica. A Bélgica confinou com medidas a sério em Outubro, quando estava com oito mil novos casos por dia. A Bélgica teve o número máximo de novos casos em 31 de Outubro e os resultados estão à vista: hoje tem cinco vezes menos mortos que Portugal. 

Entretanto chegamos à festa americana do Dia de Ação de Graças que nos dias seguintes resultou num escalar absurdo de novos infetados e milhares de mortos e, mesmo não percebendo um cu de saúde pública, mas já antevendo o que iria acontecer no final do ano se deixássemos as pessoas todas à solta, escrevi no Twitter, quando já tínhamos um recorde de 70 mortos por dia:



Entretanto chegamos ao Dia de Todos os Santos e Dia de Finados, 1 e 2 de Novembro e o governo decidiu proibir as viagens e os cemitérios tiveram regras apertadas. Os Estados de emergência sucederam-se e os partidos da oposição começaram-se a manifestar contra! Ou seja, eu criticava o governo por deixar toda a gente à solta, e olhava para a oposição e via todos os partidos, da esquerda à extrema-direita a maniffestar-se contra regras mais apertadas! Se os partidos de esquerda quase só falavam no reforço de meios para o SNS, já os partidos de direita, sempre ao lado do patronato, mostraram-se sempre contra os confinamentos, não percebendo esta coisa simples: enquanto não debelarmos a pandemia e a confiança não for recuperada, a economia não se levanta. 

Entretanto as coisas começaram a piorar e, aqueles que gritavam contra os confinamentos, gritam agora que a culpa dos mortos é do governo! Já tardava a demagogia da direita. O candidato neoliberal às presidenciais, Tiago Mayen (o tal que trabalha no ISMAI mas declarou que ganha menos do que o calceteiro Vitorino Silva) que sempre se mostrou contra confinamentos, teve mesmo a lata de afirmar que a culpa dos mostos é da ministra Marta Temido! 

Eu acho que não era preciso ser-se médico ou comentador-tudólogo, para perceber o que iria acontecer no Natal e passagem de ano. Se elogiei o governo no início da pandemia pelas rápidas medidas de ataque ao vírus, agora não posso deixar de criticar este deixa andar e decretar sucessivos Estados de Emergência com medidas que mais parece que são para chatear as pessoas, tal como criticar a oposição que não exigiu medidas para conter o vírus e proteger as pessoas. Se é para atacar o vírus, então que se feche, mas que se feche tudo de uma vez, que se fecham as fronteiras e que nenhum avião levante ou aterre. Que se esmaguem os números de novos infetados e que se pare com esta mortandade. Se estamos a pensar na economia, pois então esperem por um 2021 exatamente igual a 2020 e ainda teremos muito que penar  nesta pandemia. Ainda assim, independentemente do que os governos decidam, nós temos sempre uma grande vantagem: é protegermo-nos e evitar contactos desnecessários. Protejam-se, que isto não está fácil. 

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Como Um Pénis Pequeno é Maior Pénis da Europa

Bom, agora que já devo ter conseguido captar a atenção do leitor (se um título sensacionalista não consegue certamente não é o conteúdo que conseguirá) venho aqui dizer que, uma das coisas que mais me irrita é ouvir constantemente e de forma generalizada, toda a gente afirmar que "Portugal é um país pequeno". 

Eu, que até sempre fui olhado como estrangeiro no meu próprio país, não tenho qualquer sentimento tribalista, patriótico, nem sou defensor acérrimo do meu país, contudo, gosto sempre de colocar os pontos nos is. E, se não gosto de exaltamentos bacocos de que somos sempre os maiores do Guiness na maior chouriça de Arrebimba-o-Malho-de-Cima, também não gosto deste sentimento tão desgraçadinho e miserabilista do triste fado português que olha sempre para o copo meio vazio. 

Factualmente Portugal não é um país pequeno. Na União Europeia, agora a 26, Portugal é 11º maior país, ou seja, fazemos parte dos maiores países da Europa (e não dos mais pequenos). 

De entre os quase 200 países do mundo Portugal é o 89º país com mais população do mundo, ou seja, de novo no quadro superior dos mais populosos. 

Mas podemos medir a dimensão de um país de diferentes formas. 

Portugal possui também a 3a maior zona económica exclusiva da União Europeia e a 11a do mundo!

E depois ainda há outras questões muito curiosas. Por exemplo, alguém que passe a vida a dizer que Portugal é um país pequeno (como ouço por exemplo todos os dias os bloggers de viagens dizerem no programa da Antena 1 #EuFicoEmCasa e que supostamente deveriam conhecer muito bem o nosso país) é, como é que essas pessoas explicam o facto de um "país pequeno" ter, por exemplo a maior estrada da Europa e a terceira mais estrada do mundo?

https://www.wikiwand.com/pt/EN2

É verdade. A mítica estrada nacional nº2, que liga Chaves a Faro é a maior estrada da Europa e a terceira maior estrada do mundo,só ficando atrás da Rota 40 da Argentina e da Route 66 dos Estados Unidos. 

Isto faz tanto sentido como se os portugueses dissessem que Portugal tem um pénis pequeno, mas que no entanto é o maior pénis da Europa! Então parem lá de dizer que Portugal é um país pequeno, sim?

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Portugal Apura-se Para o Europeu de Ténis-de-Mesa Frente à Áustria


Salvo erro de memória, acho que foi ontem que, pela primeira, fui apoiar uma Seleção Portuguesa... e foi a seleção de Ténis-de-Mesa que disputava ontem o apuramento para o Europeu de 2019 que se realizará em Nantes. A noite estava fria e chuvosa. À mesma hora jogava a seleção de futebol. Lá rumei ao pavilhão de Gaia e cheguei uns quinze minutos antes da partida começar. 

Estacionei tranquilamente a cinquenta metros do pavilhão. A entrada era gratuita. Entrei para o recinto e ninguém me revistou como se fosse um terrorista, nem havia polícia, nem os adeptos precisaram de escolta policial para as bancadas como se fossem animais selvagens. Eu estava confortavelmente instalado num pavilhão, bem quentinho apesar de estar frio e a chover lá fora. Tive direito a um espetáculo, não de noventa minutos mas de três horas, em que, de minuto a minuto, se aplaude os jogadores e as jogadas espetaculares que fazem, e não raras vezes, aplaude-se mesmo os próprios adversários, que no ténis-de-mesa, são isso mesmo, adversários, e não inimigos. No público, ninguém insultava os árbitros do princípio ao fim dos jogos. E mesmo tendo Portugal perdido o jogo (mas termos conseguido o apuramento) saí de lá enebriado pela beleza deste desporto. Onde é que o futebol (chamado de desporto-rei) se consegue comparar a isto? 

A primeira partida foi disputada entre João Geraldo 2 - Robert Gardos 3  (11-4, 10-12, 11-13, 15-13, 12-14)








Entretanto no banco, ia-se petiscando qualquer coisa, que isto do ténis-de-mesa é precisa muita energia!





Segunda partida Diogo Carvalho 1 x Daniel Habesohn 3 (6-11, 11-8, 4-11, 10-12)






Na terceira partida, quando Portugal já perdia por 2-0, entra em campo o jogador português mais cotado de sempre, Marcos Freitas (que já esteve no Top 10, e é atual 16º do mundo) para impedir a imediata derrota da seleção portuguesa e consequente afastamento do Europeu de Nantes.

Marcos Freitas 3 – Stefan Fegerl 1 (11-9, 11-7, 9-11, 11-7)






No último jogo André Silva 2 – Daniel Habesohn 3 (8-11, 13-11, 2-11, 11-8, 5-11)



Parece-me que nas bancadas só estava gente da modalidade, jogadores (muito jovens) treinadores, ex-jogadores, público em geral, como eu, se calhar pouco. Sim, também vi por lá a menina árbitra.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Conhecer Melhor os Portugueses na Europa

O relatório da PORDATA que faz o retrato de Portugal na Europa foi apresentado ontem e creio que apresentará alguns dados surpreendentes para muitas pessoas. Afinal, será que nos conhecemos assim tão bem?

Antes de mais parem de dizer que Portugal é um país pequeno! Esse é mais um mito que se repete erradamente, mas que não corresponde minimamente à verdade. Portugal é hoje o 12º mais populoso da União Europeia. Existem dez países na União Europeia que têm menos de cinco milhões de habitantes! Não temos que ter nenhum complexo de inferioridade, nós fazemos parte, sublinho, dos maiores países da Europa. 

Depois, o dado que achei mais interessante e surpreendente: a maioria das crianças que nasce em Portugal, nascem fora do casamento e parecidos connosco só os países do norte da Europa, como os suecos e dinamarqueses. No oposto estão estão os italianos e os gregos. Ou seja, nós não somos o país tipicamente do sul da Europa. Interpretação minha, que acho que não será abusiva, dizer que isto significa a completa falência da instituição casamento e da Igreja Católica. 

Depois, puxar o ego para cima - já basta os jornais e televisões para nos enterrar - e nos aspetos positivos dizer que, nós somos o país que, desde os anos sessenta até hoje, mais reduziu a mortalidade infantil quer da Europa como no Mundo. 

No que se refere à saúde, por vezes muito se fala pelos piores motivos, mas na verdade a Esperança Média de Vida dos portugueses é superior à média europeia.

Estes e outros dados podem ser ouvidos na entrevista da Antena 1 à diretora da Pordata, Maria Valente Rosa aqui.



domingo, 8 de julho de 2018

Leitura Aconselhável para Quem Acha que Portugal Não é um País Racista

Não sei o que pensará a maioria dos portugueses sobre o assunto, mas as pessoas que me são próximas no trabalho, todas acham que Portugal não é um país racista. Pois eu discordo totalmente. Claro que os portugueses não são racistas, só não querem que os filhos casem com um preto(a)! E isso é racismo?! Os portugueses não são racistas, só não alugam as suas casas a pretos! Qual é o mal? Portugal não é um país racista, só não atribui a nacionalidade a quem nasceu em Portugal, filho de emigrantes negros, enquanto que, qualquer chinês ou indiano rico, obtém facilmente a nacionalidade bastando para isso comprar um visto dourado. Ou então bastando para isso ser futebolista e estar cá durante três anos!

Deixo aqui duas sugestões de leitura, dois livros que ainda estão quentinhos, saídos para as livrarias ainda neste ano de 2018, e que talvez possam elucidar as mentes menos atentas.

O primeiro livro chama-se "Racismo no país dos brancos costumes" de Joana Gorjão Henriques, jornalista do Público, que tem recebido várias distinções pelos seus trabalhos sobre racismo. 

HISTÓRIAS REAIS DO PORTUGAL RACISTA QUE AINDA VIVE NO MITO DO NÃO-RACISMO

Um homem quer alugar uma casa, mas assim que diz o seu nome africano deixa de receber respostas. Uma avó da Cova da Moura é atirada ao chão por um polícia quando pergunta pelo neto. Uma mulher negra com formação superior vai ao hospital e perguntam-lhe se sabe ler as placas informativas. Por causa da cor da pele. Tudo isto acontece em Portugal, a portugueses negros, e é contado na primeira pessoa no livro No País dos Brancos Costumes, que dá continuidade à investigação de Racismo em Português. Assim se completa o retrato de um país que em 1982 deixou de atribuir a nacionalidade portuguesa aos filhos de imigrantes nascidos em Portugal, e onde ainda há quem encontre listas de escravos (com os respectivos preços) nos baús dos avós, entre outros brandos - brancos - costumes. 

"Vês casos de futebolistas que facilmente tiveram a nacionalidade, isso cria-te uma revolta. Vês alguns que chegam a Portugal e passados três anos têm a nacionalidade, e tu que nasceste cá... Não podes estudar, não podes jogar à bola, então o que podes fazer?"









O segundo livro sobre o tema do racismo intitula-se "Porque é lixo o rating social dos negros" de Filipe Silvestre: 


"Ao escrever este livro – afirma o autor – não pretendo chocar ninguém, pretendo acima de tudo revelar factos, pretendo revelar as verdades que são difíceis de ouvir e digerir, e pretendo levar o leitor ao âmago da realidade dos negros nos países ocidentais, mais especificamente em Portugal. Eu, que sou descendente de africanos, tenho o dever de dizer a verdade…» Filipe Oliveira Silvestre considera que a pobreza e a exclusão social das comunidades negras não se podem exclusivamente atribuir à sociedade de acolhimento, esquecendo ou marginalizando as culpas das próprias minorias, em particular as dificuldades e recusas em se integrarem. O autor afasta-se de leituras enviesadas pela ditadura do politicamente correcto, que envenena a discussão intelectual. Com grande frontalidade, afirma: «Os negros que lerem este livro vão perceber que dessa pequena “aventura” pelos caminhos tortuosos da ilegalidade e da pobreza resultaram apenas prejuízos étnicos que – muitos deles – deixarão rasto ao longo de pelo menos mais uma geração!".

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Conversas Improváveis 16

Nomes de países começados pela letra: A...B...C...D...E....

Países começados por P:

- Paraguai
- Polónia
- Panamá
- Palestina
-  A Palestina é um país não é?
Acho que sim, tem bandeira e tudo.

Países por P....acho que não me lembro de mais nenhum. 
Oh... que parvos! Não nos lembramos de Portugal! 

sábado, 5 de agosto de 2017

Portugueses: Os Falsos Pacifistas

Recentemente ficamos a saber que Portugal passou a ocupar o terceiro lugar na lista de países mais pacíficos do mundo, sendo só suplantado pela Islândia e Nova Zelândia. Quem não conhecer a realidade, imaginá que por cá não existe violência doméstica e somos um país de cavalheiros, fazendo jus a termos sido o primeiro país do mundo a abolir a escravatura e um dos primeiros a abolir a pena de morte. 

Mas depois na prática, somos tão pacíficos, mas tão pacíficos, que uma avioneta aterra de emergência numa praia, e os populares querem linchar, à boa maneira medieval, os tripulantes do aparelho. Era só ir buscar uma corda, que fazia-se já ali justiça! 

E depois reparem como afinal, pensando bem, para as pessoas, a diferença entre o heroísmo e a bestialidade é extremamente ténue. Tivesse a avioneta aterrado sem que ninguém tivesse ficado ferido, e estes homens, agora acusados de homicídio por negligência, podiam muito bem ser os novos Eder deste verão.