quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Ana Karenina

 "Todos os géneros de felicidade se parecem, mas todas as desgraças têm o seu carácter peculiar. "

É com esta frase que começa o Ana Karenina, livro de Tolstoi que acabei por estes dias, e que posso garantir que acaba "bem". Este é um livro sobre relações de amizade e de amor, de traições, mas também sobre as dúvidas existenciais que nos assolam. É um livro sobre a vida e por isso intemporal. É um livro sobre todos nós ou, sobre todos aqueles que já amaram; sobre os que amaram e não foram correspondidos, sobre aqueles que se deixaram amar mas por quem as regras da sociedade não acham aceitável; sobre todos aqueles que já amaram e foram trocados por outro; sobre todos aqueles que já amaram e foram correspondidos. É também um livro sobre as dúvidas existenciais que nos assolam, como o medo da morte e sobre o porquê de aqui estarmos e se afinal isto faz algum sentido...

Neste romance identifiuei-me principalmente com a personagem de Levine, que se sentia bem era no campo, que preferia a companhia dos trabalhadores e não tanto a socializar na alta sociedade ou com o seu próprio irmão, destacado escritor e que gostava sempre de lhe ganhar as discussões.


Gostei muito do livro, que acabei por ler em tempo recorde (pensei inicialmente só lá para o Natal o conseguir acabar!) e de seguida vi o filme e nunca tinha visto, nenhum dos vários que já se fizeram. Vi a edição de 1997, com Sophie Marceau no papel de Ana Karenina, Sean Bean como Vronsky e Alfred Molina como Levine. O filme tem uma fotografia muito bonita e lindas paisagens (foi filmado na Rússia) mas logo nos primeiros minutos tudo me começou a parecer como se estivesse a ver unicamente fotografias ou fragmentos dos momentos mais importantes de tudo que li. E como é lógico nem de longe nem de perto o espectador do filme compreenderá a densidade e os dramas de cada uma daquelas personagens, nem todos os pormenores que levaram a certas tomadas de posição, mas há que compreender que não será fácil pegar num livro com tantas páginas (as edições modernas têm mais de mil) e conseguir contar tudo, porque para tal seriam precisas muitas horas.  

De qualquer forma eu recomendo o livro. Achei muito bom. 


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