Pormenores na cidade do Porto de perder a cabeça dentro de uma gaiola.
"A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão."
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
terça-feira, 3 de outubro de 2023
Estátuas Pornográficas no Cu dos Outros
Porque o significado de pornográfico é esse: "provocar excitação sexual". E então o atual presidente da câmara do Porto decidiu retirá-la e ponto final. Porque ele é que manda, ele é que é o "presidente da junta"! Verdadeira chatice foi que no dia seguinte já existia uma petição de mais de oito mil pessoas, certamente todas taradas, na defesa da permanência da mesma estátua do escritor.
Curiosamente hoje andei de novo pelos Jardins de Nova Sintra e estive de novo junto à estátua que a câmara ali colocou, ironicamente a mando de Rui de Moreira em 2017.
Ponho-me a olhar para a estátua e penso: então mas esta estátua, de uma jovem de mamas durinhas e arrebitadas a apontar para o céu já não é pornográfica?
O problema é que Para Rui Moreira umas nádegas são pornográficas porque a estátua foi mandada colocar no mandato do presidente da câmara anterior. Já estas novas mamas, descaradamente ao léu, ali a apanhar frio e sem o aconchego de Camilo, e sujeita como diria Marcelo, a apanhar uma pneumonia já está tudo bem porque foi adjudicada diretamente por si e pelos seus.
Até para ser estátua é preciso ter sorte e estátuas pornográficas no cu dos outros é refresco.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
A Origem do Bolo-Rei (que deixou de ter fava)
"Se calhar a maioria das festas do meu quinteiro teve origem em comemorações remotas adaptadas a novos tempos. Assim, folguedose e costumes da Natividade foram - digamos - a cristianização das saturninas romanas.
As saturninas, celebradas a 16 e 17 de Dezembro - quando começa a novena de Natal -, eram grandes festejos a Saturno (que, na tradição romana promoveu a paz, trouxe a abundância e ensinou a agricultura aos homens). Tais honrarias celebravam a igualdade entre os indivíduos e davam origem às maiores licenciosidades e liberdades. Incusive dos escravos, a quem tudo permitiam. Rezam as crónicas que pessoas de bem e gent séria até abandonava Roma, ness ocasião, para não serem incomodadas.
Porém, não só herdámos do passado as grandes festividades - Natal, Páscoa, Entrudo, São João e outras - mas também pequenas tradições, humildes e significativas. É o que caso da fava que aparece no bolo-rei, estranho costume hoje visto ao contrário do seu significado original. A história é assim: o alimento base dos primeiros romanos, camponeses e rudes e sóbrios, tinha o nome de pulmentum, composto de farinha de trigo (ou cevada) e água. No serão que precedia a festa saturnal - que tem evidente analogia com a atual consoada -, era costume comer daquela espécie de pão, em cujas entranhas se escondia uma fava seca. O comensal que, bafejado pela sorte, a recebesse no prato convertia-se no homem principal da comemoração de Saturno. E isto independentemente da sua condição social, já que, por sorteio, a igualdade da condição humana era proclamada.
O crescimento do Império transformou o pulmentum em pão de qualidade e a própria festa saturnal em extensa e imaginativa orgia. Neste novo contexto festivo-luxirioso, os escravos, vestidos como os amos, vinham para as ruas fazer pantominas nas calendas de Januaris, e o velho costume do sorteio gastronómico da fava converteu-se em jogo erótico. Mediante ele elegia-se o rei escravo que encontrasse o fruto seco, aquando da partilha de um grande doce chamado scriblita. O poder daquele "rei por um dia" não era mais do que possuir mulher (ou homem - conforme os gostos) que quisesse escolher, de qualquer condição social.
Estes saturnais, criticados por Séneca na frase non semper sunt saturnalia (nem tudo são saturnais), foram abolidos após a cristinização do Império, que, todavia, não conseguiu evitar o enraizamento da crença nas virtudes da fava. Desde há mais de 2000 anos ela adquiriu novos cambiantes, deslizando das formulações eróticas e sexuais romanas para as interpretações que atualmente lhe damos: encontrar a fava é pouca sorte, pois implica comprar um novo bolo-rei para a festa seguinte.
No entanto, mesmo este costume pacífico e amigável não corresponde à lenda cristã sobre a origem do bolo-rei e do uso da fava: aquando do nascimento do Menino-Deus, começaram a chegar a Belém sábios, sacerdotes e magos. Vinham prestar homenagem ao anunciado redentor do mundo. Os magos não chegaram, todavia, a acordo sobre qual deles seria o primeiro a oferecer os presentes ao Menino. Resolveram então fazer um bolo contendo, no interior, uma fava (a continuidade do uso romano). O bolo seria repartido por todos, em partes iguais, e aquele a quem saísse a fava teria sorte de oferecer o presente antes dos outros (é a crença num objeto benfazejo e signo da sorte).
A lenda não diz a quem saiu. Mas o facto correu de boca em boca e, a partir daí, propagou-se o hábito de cozinhar um bolo com a fava dentro sempre que fosse necessário resolver - pela sorte - qualquer divergência. Posto isto, se lhes sair a fava, em vez de chorarem o que vão ter que pagar, pensem como, há milhares de anos, em Roma, ficaria o felizardo a quem caberia ser rei por um dia - com os atributos e facilidades daí advindas.
"Vistas do Meu Quinteiro" / Hélder Pacheco (1995)
quinta-feira, 7 de outubro de 2021
De Olho em Ti
"A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens mas sim em ter novos olhos".
sábado, 26 de dezembro de 2020
Porque é Que os Asiáticos Resolveram o Problema Pandémico e os Ocidentais Não?
Ontem, dia de Natal, a grande generalidade dos portugueses ainda estava a dormir porque se deitou muito tarde porque ficou à espera do Pai Natal que este ano não veio porque lhe mataram as renas todas na Quinta da Torre Bela e já eu andava de bicicleta junto ao rio Douro. Mas não satisfeito, logo após o almoço que aqui em casa dos meus pais é sempre ao meio-dia, meti a bicicleta no reboque e rumei em direção à cidade do Porto. Deixei o carro a três quilómetros do Freixo, peguei na bicicleta e fui dar uma volta, para exorcizar do meu corpo os últimos vestígios de bolo-rei da noite anterior. Fiz o passadiço de Valbom e rumei ao passadiço de Rio Tinto, passando pelo Parque Oriental.
Ainda era cedo e fui vendo poucas pessoas a caminhar. Maioritariamente ninguém usava máscara, e na rua, a caminhar ao ar livre eu também não vejo grande problema com isso uma vez que o distanciamento facilmente se consegue. Eu também não ando de bicicleta com a máscara colocada, ainda que de vez em quando lá passa uma pessoa com ela colocada.
Sobre a China muita gente coloca dúvidas como é que eles erradicaram o vírus tão rapidamente e já fazem a sua vida normal e vão aos bares e discotecas. Colocam-se dúvidas porque é um regime autoritário que não cumpre os direitos humanos e devemos sempre ter cautela com as informações que de lá vêm. Contudo a China não foi o único país asiático a resolver o problema da pandemia, foi a grande generalidade. O Japão, por exemplo, pertence ao G7 (os países mais industrializados do mundo) e é de todos eles o país que está melhor.
Podem-me dizer que por aquelas bandas eles estão mais preparados porque já convivem com as máscaras há mais tempo e é verdade. Em muitas cidades chineses sei que já se usava máscara simplesmente para as pessoas se protegerem da poluição. Existe essa familiaridade com esse objeto que para nós, excluindo as pessoas que já as tinham que usar nos seus trabalhos, era ainda uma novidade.
Mas os asiáticos resolveram os seus problemas com a pandemia porque cumprem! Os asiáticos que estão em Portugal poderiam comportar-se como qualquer português e não usar a máscara, ou usá-la no queixo, mas não, eles usam-nas sempre e de forma correta. Estão em Portugal, e aqui não há nenhum regime autoritário de pontos que os possa prejudicar. Da Ásia também conheço nem ouvi falar em grupos negacionistas como aqui na Europa, e que infelizmente chegaram também a Portugal, que são contra o confinamento e contra o uso das máscaras como os conhecidos grupos de mentirosos pela verdade.
Os asiáticos têm um sentido de comunidade muito forte. Ajudam-se uns aos outros e respeitam o próximo. Nós portugueses e ocidentais em geral, só pensamos no nosso umbigo. Devemos guardar distanciamento e respeitar as regras para que a pandemia acabe mais depressa? Nada disso, eu faço o que me apetece e ninguém manda em mim e têm que respeitar a minha liberdade individual de ser um atrasado mental.
domingo, 30 de agosto de 2020
O Turismo na Cidade do Porto em Agosto de 2010
Cais da Ribeira com meia dúzia de pessoas:
Sé do Porto vazia:
Vista de São Bento com a Igreja dos Congregados ao centro, passa um autocarro de turismo e meia dúzia de pessoas a atravessar uma passadeira...
segunda-feira, 22 de junho de 2020
A Ponte Despiu-se de Pessoas
sexta-feira, 9 de agosto de 2019
Conversas Improváveis (45) - Ignorância Cultural do Grande Porto
![]() |
Viagem Medieval 2001 |
sábado, 22 de setembro de 2018
Entretanto no Portugal da Idade Média
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
domingo, 3 de junho de 2018
Viaduto do Cais das Pedras
domingo, 1 de abril de 2018
domingo, 21 de janeiro de 2018
Anda Tudo Muito Desconsoladinho

O que é que move esta gente? Há qualquer coisa que se passa nos cérebros humanos, eu não sei bem o que é mas certamente que a psicologia deve explicar, que mal as pessoas ouvem a palavra saldo, promoção, rebaixa ou "dá-se" que como que ficam todos paralisados e hipnotizados. Isto até seria um teste interessante: qual seria o máximo tempo que alguém estaria disposto a estar ali, de pé, em pleno frio de Inverno, a esperar, salivando, pelas suas duas trincas numa fatia de pizza? Duas horas? Três horas? Até desfalecerem e caírem para o lado?
Mas depois ainda há outra questão. Estamos ainda a meio de Janeiro (e ontem na Loja do Cidadão ainda ouvia alguém a desejar "Bom Ano!" - até quando mesmo é que se pode desejar um bom ano? Até quê, 30 de Dezembro?) e ainda há menos de um mês as pessoas empanturraram-se com a consoada de Natal, com o almoço do Dia de Natal, com a consoada do jantar de fim de ano, com o almoço do primeiro dia do ano, com a consoada dos reis e com todos os dias seguintes a comer restos e mais restos de quinhentos mil doces diferentes, mas mesmo assim, ainda há gente disposta a esperar mais de uma hora numa bicha, para dar duas trincas numa pequena fatia de pizza! Parece que anda tudo desconsoladinho.
sábado, 21 de outubro de 2017
domingo, 1 de outubro de 2017
quinta-feira, 20 de julho de 2017
sábado, 24 de junho de 2017
São João no Porto
Fernando Veludo / nFactos |