sábado, 22 de setembro de 2018

Entretanto no Portugal da Idade Média

No Portugal da Idade Média uma mulher desmaiada é violada numa casa de banho pelo barman e pelo porteiro de uma discoteca de Gaia. E no Portugal da Idade Média apesar dos factos terem sido provados pelo tribunal, os criminosos os homens bons costumes ficaram em liberdade, com pena suspensa, porque o Tribunal da Relação confirmou a sentença de primeira instância, alegando no acórdão que "a ilicitude não é elevada" visto que "não há danos físicos nem violência". Ou seja, violar é grave se se partir um braço ou uma perna à vítima, agora desde que se viole no cumprimento de todas as regras, com jeitinho e sem deixar marcas, a vítima é que se calhar ainda deveria pagar ao violador.

No Portugal da Idade Média é assim. Porque na volta a culpa de ter sido violada foi da mulher, que se lembrou de desmaiar, ficando ali a pedi-las. O que é que qualquer homem faz quando vê uma mulher desmaiada? Viola-a! Que é que um médico faz antes de operar uma mulher?  
E estar desmaiada, sem sequer ter hipótese de se defender e dizer não, no Portugal da Idade Média não é agravante. Então se ainda por cima eles usaram mas até fizeram o trabalho com jeitinho, sem deixar marcas, queriam o quê? Meter na cadeia dois bons homens que cumpriram o seu papel de machos cobridores?



Nesta mesma semana, no Portugal da Idade Média, na exposição de Robert Mapplethorpe em Serralves (Porto na linha da frente da Idade Média em Portugal!) o diretor artístico do Museu de Arte Contemporânea resolveu interditar a menores de 18 anos uma parte da exposição dedicada ao fotógrafo norte-americano. É que o respeitinho é muito lindo e no Porto não há cá poucas vergonhas!

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