No mês passado, tinha acabado de deixar o segurança do Lidl de Dark para trás e uma meia hora depois já estava no Outlet de Vila do Conde. O parque estava bastante cheio, mas acho que isso é normal. É verdade que lá devo ir duas ou três vezes por ano, se tanto, e sempre que lá passo o parque encontra-se cheio, mas o que não é normal, pelo menos no resto do ano que não Agosto, é ter o parque cheio de carros com matrícula estrangeira, maioritariamente matrículas suíças e francesas.
Lá dentro nas lojas só se ouvia falar francês. A determinado momento comecei a achar que era o único português naquele enorme espaço comercial. Melhor dito, comecei a achar que era o único português que não estava a falar francês naquele enorme espaço comercial! Ainda assim, quando queriam pedir ajuda às empregadas das lojas, a muito custo, que eu bem vi, lá perguntavam, em português, se tinha outro tamanho ou coisas do género.
No fim do mês, o Jornal de Notícias até fazia destaque com a notícia que as vendas de Agosto, por causa das compras dos emigrantes, já valem mais que as vendas no Natal, o que não deixa de ser impressionante.
Entretanto, na oficina do mecânico, estive à conversa com um emigrante na Suiça. Estava lá com uma Volkswagen Transporter para mudar a bateria, coisa que qualquer leigo como eu até sabe fazer. E entretanto o homem gaba-se que enche a carrinha, cheia de produtos como vinho, para levar para lá e vender, e à minha pergunta, se vendia a portugueses ou suíços, responde: "a quem quiser". E que depois cá volta, carrega de novo a carrinha e para lá voltar de novo para vender. Portanto, há compras de produtos a serem feitas cá em Portugal por emigrantes, com o intuito de depois serem vendidos lá na Suíça (ou noutros países também).
Mas tudo isto deixou-me sem dúvida a pensar, pois como diria o camarada Jerónimo, isto não bate a bota com a perdigota. Vamos lá ver uma coisa. Os emigrantes chegam cá a Portugal, em grandes máquinas, carros que devem valer cá, no mínimo de cinquenta mil euros para cima....
... mas depois vão comprar t-shirts a dois euros a um Outlet!
Qual e a lógica disto tudo? Se eu tenho muito dinheiro para comprar um carro de 100 mil Euros, vou ter um padrão de vida condizente com isso, certo? Se eu tenho cem mil euros para dar por um carro, terei muito mais para comprar roupa no país em que vivo, ou não? Por que é que estes emigrantes todos, se vivem assim tão bem como os seus carros querem fazer parecer, parece que passam o ano todo sem fazer compras, para depois cá chegarem a Portugal e desatarem a comprar a torto e a direito tudo que é roupa barata?
Nuno Ribeiro, no Google+ comentou o seguinte:
ResponderEliminar"Eu acho que é característica, de alguns Portugueses. O carro representa o supra sumo de tudo! É a jóia da coroa. Há quem não tenha dentes. Mas tem um bolo de germânico de 💯 mil euros. Essa agora! Então não é mais importante um BMW do que arranjar a boca? :) É ou não verdade, que mais vale ter um aparelho no bolso, da marca da "Maçã", aka Apple, e estar endividados até aos olhos sem saber como se paga a mensalidade dessa marca que ganha astronomicamente com desgraçados, do que saber e ler bem português? Não é um símbolo de status? Perdão, estupidez saloia e retrógrada!
Admirável estupidez!"