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sábado, 19 de dezembro de 2020

Os Livros Que Li em 2020


 Estamos a poucos dias de terminar o ano de 2020, e acho que pela primeira vez, porque fui tomando nota, sei precisamente todos os livros que li este ano. Não são muitos, eu também nunca fui de ler muito, mas é um número redondo: um por cada mês do ano. 

Comecei o ano com um pequeno livro de cariz romântico, "Noites Brancas" o segundo que li de Dostoiévski, depois do Pobre Gente.

Depois peguei no livro "Ratos e Homens" de Steinbeck simplesmente porque era um livro citado em Lost, a minha série preferida: É de Of Mice and Men - Tu Não Lês? E a verdade é que ao longo das seis temporadas, vários livros são citados. Portanto, neste caso podemos dizer que as séries também podem incentivar à leitura, pelo menos comigo funcionou, e posso dizer que gostei muito deste primeiro livro que li de Steinbeck. Muito bom. O livro foi publicado em 1936, a seguir à grande depressão nos Estados Unidos, fala-nos duma grande amizade entre dois homens e das muitas dificuldades que é viver no mundo rural dos anos trinta nos Estados Unidos. 

Quando gostamos muito de um autor é normal queremos ler mais coisas que tenha publicado. Foi o que me aconteceu, e então, logo a seguir a Ratos e Homens resolvi ler "As vinhas da Ira". E ainda que o fiz pois é que grande livro e não foi à toa que a academia sueca atribuiu o Nobel ao escritror americano. Gostei mesmo muito e recomendo a todos. O livro o grande êxodo dos americanos do Oklahoma rumo à California em busca de uma vida melhor, e depois a frustração de lá chegados verem o preconceito e racismo dos próprios concidãos, que os maltratam e exploram, quando não os matam mesmo. Um retrato extremamente atual do que é capitalismo selvagem da sociedade americana. 

Depois de dois livros seguidos de Steinbeck peguei no Outubro do Patriarca de Garcia Márquez mas ao fim de vinte páginas, talvez porque não fosse o melhor momento par o ler, resolvi encostá-lo e pegar no estoicismo de Séneca em "Cartas a Lucílio", o livro mais inspirador do ano.

E ao quinto livro comecei entrei nos tempos da ditadura, o tema mais lido do ano  com o primeiro volume de Andanças para a Liberdade de Camilo Mortágua. 

Seguidamente, porque já tinha o livro e quis conhecer mellhor o perfil do general sem medo Humberto Delgado, e confrontar com a opinião de Camilo Mortágua, resolvi ler "Obviamente Demito-o" antes de me embrenhar nas aventuras do segundo volume.

Depois de completado o segundo volume das Andanças de Camilo Mortágua resolvi ler "Opressão e Repressão - Subsídios para a História da PIDE" para ficar a perceber ainda melhor todo o modus operandi da polícia fascista de Salazar. 

Depois de cinco volumes sobre o combate ao Estado Novo e à ditadura fascista, de novo o regresso a um romance, um que romance, o clássico Ana Karenina.  

Para desenjoar de um livro com tantas centenas de páginas, e porque nas semanas seguintes se comemorava os duzentos anos de do nascimento acabei ler uma pequena biografia de Engels.

Após umas duas semanas sem saber muito bem em que livro dos muitos que tenho em casa para ler, acabei por pegar no livro "Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado de James Hogg que para já estou a gostar bastante.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

O Racismo e a Polícia nos Estados Unidos

"Terras boas, diz você? E ninguém as cultiva?

- Não senhor. É assim mesmo. E quando vocês virem isso ficam danados. E ainda não viram nada. Aquela gente tem uma maneira de olhar para nós que até faz ferver o sangue. Olham para nós e dizem: "Não gosto de ti meu filho da puta". Depois vêm os delegados do sheriff e vocês são perseguidos. Acampamos em qualquer lugar à beira da estrada, e eles mandam-nos embora. Basta olhar para a cara deles; logo se vê a raiva que têm à gente. E... vou-lhes dizer uma coisa: eles têm-nos raiva porque têm medo. Sabem que, quando alguém tem fome, trata de arranjar comida, ainda que tenha de a roubar. Sabem que deixar as terras abandonadas é um pecado, e que alguém se dispõe logo a tomá-las . Diabo! Ainda ninguém vos chamou "Okies"?
Tom perguntou:
- "Okies"? Que quer isso dizer?
- Bem, antigamente, "Okie" era aquele que vinha de Oklahoma. Agora é o mesmo que chamar a um tipo filho da puta. "Okie" quer dizer que o sujeito é uma merda. A palavra, em si, não quer dizer nada; o que mete raiva é a maneira como eles a dizem. Mas não vale a pena dizer mais nada. Vocês têm que ver a coisa pessoalmente. Têm que ir para lá. Ouvi dizer que há por lá agora umas trezentas mil pessoas, da nossa região, gente que vive como porcos, porque tudo na California tem dono. Não sobra coisa nenhuma. E os donos disso tudo agarram-se às suas coisas que eu cá sei. Até são capazes de matar. Têm tanto medo que ficam doidos. Vocês vão ver, vão ouvir o que por lá se diz. É a mais linda terra do Mundo, mas o povo de lá é um bocado ruim. Tem tanto medo e tantos cuidados que até desconfia da sua própria gente. 
Tom olhou a água e enterrou os calcanhares na areia. 
- Mas, se alguém trabalhar e fizer economias, pode comprar um pedacinho de terra, não pode?
O homem mais idoso riu e olhou para o filho, e o rapaz, calado, arreganhou os dentes numa expressão quase triunfal. E o homem disse:
- Vocês não conseguirão nenhum trabalho certo. Terão de arranjar dia a dia o dinheiro para a comida. E vão precisar trabalhar para uma gente mesquinha como o Diabo. Se apanharem algodão, podem estar certos que a balança está viciada. Talvez não aconteça sempre, mas geralmente é o que se dá. Terão, por isso, de partir do princípio que todas as balanças estão viciadas, porque lhes é impossível saber quais é que estão certas. E não poderão fazer nada, mesmo nada. 
O pai perguntou em voz baixa:
- Então... então aquilo por lá não é nada bom, pois não?
- É bom, muito bonito tudo aquilo, mas a gente não consegue nada. Há, por exemplo, um pomar cheio de laranjas maduras... e um sujeito armado de revólver, que dá um tiro no primeiro que mexer nelas. E há um sujeito, dono de um jornal, lá perto da costa, que tem um milhão de acres de terra...
Casy ergueu vivamente a cabeça:
 - Um milhão de acres? Que diabo faz o homem com tanta terra?

(...)

- Vocês vão-se embora daqui?
- Não sei, disse Tom. Você acha melhor?
Floyd riu com azedume.
- Não ouviu o que o polícia disse? Se a gente não abalar deitam fogo a todo o acampamento. Se você pensa que esse delegado aguenta uma coisa daquelas sem mais nem menos e não vai tratar de se vingar, é porque não está bom da cabeça. Garanto que essa gente volta hoje mesmo à noite, para queimar tudo(...)
- O que eu não sou capaz de compreender é porque é que aquele polícia se armou se armou em teso. Parece que queria à viva força armar uma zaragata. O que ele queria era aquilo - disse Tom. 
- Nao sei como é a coisa por aqui, mas no norte conheci um polícia que era uma excelente criatura - afirmou Floyd. - Ele contou-me que, na zona dele, os polícias têm de caçar gente para meter no xadrez. O sheriff ganha 75 por dia por cada preso que meter na cadeia e só gasta 25 para lhe dar de comer. Não tendo presos deixa de ganhar dinheiro. O tal polícia disse-me que passou uma semana sem prender ninguém, e então o sheriff disse-lhe que tratasse de arranjar presos ou então que entregasse o emblema. Também esse gajo que esteve por aqui parecia disposto a prender gente de qualquer maneira. 

SIPNOPSE:
Na década de 1930, as grandes planícies do Texas e do Oklahoma foram assoladas por centenas de tempestades de poeira que causaram um desastre ecológico sem precedentes, agravaram os efeitos da Grande Depressão, deixaram cerca de meio milhão de americanos sem casa e provocaram o êxodo de muitos deles para oeste, rumo à Califórnia, em busca de trabalho. Quando os Joad perdem a quinta de que eram rendeiros no Oklahoma, juntam-se a milhares de outros ao longo das estradas, no sonho de conseguirem uma terra que possam considerar sua. E noite após noite, eles e os seus companheiros de desdita reinventam toda uma sociedade: escolhem-se líderes, redefinem-se códigos implícitos de generosidade, irrompem acessos de violência, de desejo brutal, de raiva assassina. Este romance que é universalmente considerado a obra-prima de John Steinbeck, publicado em 1939 e premiado com o Pulitzer em 1940, é o retrato épico do desapiedado conflito entre os poderosos e aqueles que nada têm, do modo como um homem pode reagir à injustiça, e também da força tranquila e estoica de uma mulher. As Vinhas da Ira é um marco da literatura mundial.

sábado, 18 de abril de 2020

Sabias Que a Califórnia Foi Roubada aos Mexicanos?

"A Califórnia já pertenceu ao México, e as suas terras aos mexicanos; uma horda de americanos andrajosos e febris inundou a região. E tal era a sua fome de terra que as tomaram, roubaram as terras dos Suters e dos Guerreros, roubaram e destruíram as concessões e esses homens esfomeados e raivosos brigaram uns com os outros sobre a presa e guardaram de armas na mão as terras de que se tinham apoderado. Isto era a apropriação e a apropriação equivaleria a um título de posse. 
Os mexicanos eram moles por excesso de alimentação. Não puderam resistir porque nada se desejava no mundo como os americanos desejavam aquelas terras. 
Depois, com tempo, os acocorados deixaram de ser acocorados para passarem a proprietários; os seus filhos cresceram, e por sua vez tiveram filhos. E a fome acabou-se entre eles, essa fome animalesca, essa fome corroedora e lacerante da propriedade, da água e de um céu azul sobre ela, da relva fresca exuberante , das raízes entumecidas.
Tinham tudo isso, e com tal abundância que deixaram até de ver essa riqueza. Já não se sentiam corroídos pela ânsia de obterem um acre de terra fértil ou um arado brilhante para nela abrir sulcos, sementes ou um moinho agitando o ar com as pás. Já não acordavam nas madrugas escuras, para ouvir o primeiro chilrear dos pássaros ainda ensonados, ou o ruído do vento matinal em torno de casa enquanto aguardavam os primeiros clarões, à luz dos quais deveriam ir para os seus amados campos. Tudo isso fora esquecido, e as colheitas eram avaliadas em dóllars e as terras eram-no em capital mais juros e as colheitas compradas e vendidas mesmo antes de se fazer a plantação. Nessa altura, já o malogro das colheitas, as secas e as inundações haviam deixado de significar pequenas mortes dentro da vida, mas simplesmente perda de dinheiro. E todos os seus afetos eram medidos pelo dinheiro, e toda a sua impetuosidade se diluía, à medida que lhes aumentava o poder, até que finalmente eles deixaram de ser fazendeiros ou rendeiros, para se transformarem em homens de negócios dos produtos da terra, pequenos industriais que tinham de vender antes de terem produzido qualquer coisa. E os fazendeiros que não eram bons negociantes, perdiam as suas terras, em favor dos que eram bons negociantes. Não importava que fossem trabalhadores diligentes e que amassem a terra e tudo quanto nela crescia, desde que não fossem também bons negociantes. E, com o tempo, os bons negociantes apropriaram-se de todas as terras e as fazendas foram aumentando de tamanho, ao mesmo tempo que diminuam em quantidade....


segunda-feira, 30 de março de 2020

E a Ira Começou a Fermentar...

"E os homens em êxodo espraiavam-se pelas estradas e havia fome e miséria nos seus olhos. Não empregavam argumentos nem possuíam um sistema certo de agir; tinham apenas o seu número e as suas necessidades. Quando aparecia trabalho para um homem havia logo dez a disputá-lo, lutavam por ele, aceitando uma paga miserável. "Se aquele tipo trabalha por trinta cents, eu trabalho por vinte e cinco". "Se ele trabalha por vinte e cinco, eu trabalho por vinte".
"Não, eu... eu, que tenho fome. Trabalho nem que seja por quinze". "Trabalho mesmo só pela comida. Os meus filhos. Só queria que o senhor os visse! Estão com o corpo cheio de furúnculos, estão que nem podem andar. Dei-lhes frutas podres, apanhadas do chão incharam terrivelmente. Eu; eu trabalho até por um pedacinho de carne".
E isso causava satisfação, pois, embora os salários diminuíssem, os preços dos géneros mantinham-se altos. Os grandes proprietários estavam contentes e mandavam distribuir ainda mais impressos para atrair mais gente. Os salários baixavam e os preços mantinham-se altos. Não tarda muito que haja de novo escravos no nosso país.

Foi então que os grandes proprietários e as grandes companhias inventaram um novo método. Um grande proprietário comprava uma fábrica de frutos de conserva. E, quando as pêras e os pêssegos amadureciam, ele descia o preço das frutas abaixo do custo de produção. Como fabricante de frutas de conserva, ele pagava a si mesmo um preço baixo pelas frutas e, mantendo alto o preço das frutas em conserva, auferia ótimos lucros. Os pequenos proprietários, que não possuíam fábricas de de fruta de conserva, perdiam as suas propriedades, que eram absorvidas pelos grandes proprietários, pelos bancos e pelas companhias, às quais pertenciam essas fábricas. Com o tempo diminuía a número de propriedades. Os pequenos proprietários não tardavam a mudar-se para as cidades por um certo tempo, onde esgotavam o crédito, os amigos, as relações. Depois acabavam ávidos por trabalho, prontos a assassinar por trabalho. 

As companhias e os bancos trabalhavam para a sua própria ruína, mas ignoravam-no. Os campos estavam prenhes de fruta, mas nas estradas marchavam homens que morriam de fome. Os celeiros estavam repletos, mas as crianças cresciam raquíticas e inchava-lhes o corpo com as pústulas da pelagra. As grandes companhias ignoravam quão estreita é a linha divisória entre a fome e a ira. E o dinheiro, que podia ter sido empregado na melhorias dos salários, gastava-se em bombas de gás, em carabinas, em agentes espiões, em listas negras e exércitos bélicos. Nas estradas, os homens deslocavam-se como formigas, à procura de trabalho e de comida.  
E a ira começou a fermentar.


domingo, 22 de março de 2020

O Mito do Sonho Americano

"Pouco a pouco, o interesse de Lennie voltou-se para o que estava a ouvir:
- George diz que vamos ter luzerna para os coelhos.
- Que coelhos?
- Nós vamos ter coelhos e morangos.
- Você está louco.
- Mas é verdade. Pergunte ao George.
- Você está louco - repetiu Crooks, desdenhosamente.
- Vi mais de cem homens que vieram pela estrada trabalhar nas herdades, com a trouxa de roupa ao ombro e essa mesma ideia na cabeça. Centenas de homens. Chegam e trabalham e vão-se embora. E cada um deles tem um pedaço de terra na cabeça. E nenhum desses desgraçados conseguiu nada. É o mesmo que querer o céu. Todos querem um pedacinho de terra. Leio muitos livros aqui. Ninguém consegue o céu, nem ninguém consegue comprar terra. Ficam com ela só na cabeça.Vivem a falar nisso, sempre, sempre, mas, quanto à terra, só a têm na cabeça.

Ratos e Homens / Steinback (1937)


quarta-feira, 18 de março de 2020

A Diferença Entre Ladrão e Negócio

"Afinal, quer levar o pneu ou não quer? 
Tenho de o levar, tenho mas - por Deus! - isso leva-nos o dinheiro quase todo.
Bem, isto aqui não é nenhuma casa de caridade. Leva-o ou não?
Sim, acho que tenho de o levar. Deixe-me primeiro vê-lo melhor. É melhor abri-lo um pouco. Quero ver como está o forro. Ó seu filho da puta, você não disse que o forro estava perfeito? Olhe para aqui, está quase furado!
Diabo, você tem razão! Como é que eu não vi isso?
Viu, sim seu filho da puta! E quer arrancar-nos quatro dóllars por um pneu quase furado! Tenho vontade de lhe pregar com tudo na cara!


Ora, deixe-se de armar em valente. Já lhe disse que não tinha visto isso. Sabe uma coisa? Dou-lhe este por três dóllars e cinquenta; pode levá-lo. 
Levo o Diabo! Vou mas é chegar até à cidade mais próxima de qualquer maneira. 
Você acha que o pneu aguenta até lá? 
Tem de aguentar. Prefiro gastar o pneu até à jante a dar um tostão que seja aquele bandido. 
Que é que você pensa afinal que seja um negociante? Ele já disse que não estava ali para se divertir. E isto é que é negócio. Pois o que é que você pensava? Um negociante tem ... o que é que é chama-lhe outra coisa. Olhe: vê ali aquela tabuleta, à margem da estrada? "Service Clube". Almoço às terças-feiras. Hotel Colmado? Seja bem-vindo. É um clube de refeições. Faz-me lembrar uma história que ouvi a um tipo. Ele tinha ido a uma daquelas reuniões e então contou a tal história a todos aqueles homens de negócios que lá estavam. Quando eu era miúdo - disse ele - o meu pai mandou-me levar uma vitela pela arreta e disse-me "Anda, leva-a lá abaixo para que a cubram". E eu assim o fiz. E agora, depois daquela partida, quando um negociante se põe a falar de serviço, pergunto sempre aos meus botões quem é que ele pretende levar com aquela cantiga. Quem está metido nos negócios tem de mentir e aldrabar; o que é chama-lhe outra coisa. Isso é que interesse. Se você roubasse o pneu, seria considerado um ladrão e ia preso; ele tentou roubar-nos quatro dóllars em troca de um pneu furado: a isso chama-se negócio.   

As Vinhas da Ira / Steinback (1939)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A Citação de Ratos e Homens em Lost

"...talvez você agora compreenda. Você tem George. Sabe que ele voltará. Mas imagine se não pudesse ir ao quarto dos peões jogar às cartas por ser negro. Havia de gostar? Imagine que tinha de ficar aqui sentado a ler, a ler. Os livros não servem. Um homem precisa de alguém, alguém que esteja perto. Ficamos como loucos quando não temos alguém. Não importa quem seja o outro, contando que estejamos acompanhados. E ainda lhe digo - gritou-lhe - que nos sentimos tão sós que até ficamos doentes. 



Cá está o excerto de "Ratos e Homens" que foi citado em Lost e que me trouxe até Steinback. Gostei bastante do livro:

George e Lennie vivem de trabalhos episódicos e sonham com uma vida tranquila, com a hipótese de arranjar uma quinta em que possam dedicar-se à criação de coelhos. George é o líder, é aquele que toma as decisões e protege o seu amigo, sem no entanto deixar de depender da amizade e da força de Lennie. Este é um gigante simpático, dotado de um físico excecional, mas mentalmente retardado. E ambos acabam por se envolver-se em mil e uma complicações, quando, no rancho, onde finamente encontraram trabalho, a mulher do patrão entra em cena...  

Talvez este seja o incentivo para seguidamente ler "As vinhas da ira" também de Steinback. Mas logo vejo qual será o próximo livro em que pegarei...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

É de Of Mice and Men - Tu Não Lês?



Por que é que eu comprei este "Ratos e Homens" de Steinbeck? Por causa deste episódio de Perdidos (Lost). Tem treze anos, mas fiquei sempre com a ideia, não fosse eu de ideias fixas, que um dia o compraria para ler. E chegou o dia de o receber logo neste início do ano de 2020.


   


"É aquele pequeno lugar que sempre quiseste, George?"
Desculpa?
Tu não lês? É de Of Mice and Men.
Ias gostas. Matam cãezinhos.

(...)

Lutas tanto para que ela pense que não te importas, que não precisas dela, mas "Uma pessoa fica louca se não tem ninguém. Não faz diferença quem seja a pessoa desde que esteja contigo. Eu digo-te, uma pessoa que fica muito sozinha fica doente".
- De que é que estás a falar?
- É Of Mice and Men. Tu não lês?

O pequeno excerto acima é da terceira temporada de Perdidos (Lost) em que podemos, de vez em quando, ver Sawyer, a personagem que deixava as senhoras húmidas quando tirava a camisa, a ler o que ia encontrando na ilha. E só de rever este pequeno excerto já mexeu bastante comigo. E não, Lost não é uma ex-namorada de quem ainda gosto muito e guardo a secreta esperança de para ela voltar. Lost é uma memória importante, e como quando revemos todas as coisas que foram importantes, isso mexe connosco.