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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A Citação de Ratos e Homens em Lost

"...talvez você agora compreenda. Você tem George. Sabe que ele voltará. Mas imagine se não pudesse ir ao quarto dos peões jogar às cartas por ser negro. Havia de gostar? Imagine que tinha de ficar aqui sentado a ler, a ler. Os livros não servem. Um homem precisa de alguém, alguém que esteja perto. Ficamos como loucos quando não temos alguém. Não importa quem seja o outro, contando que estejamos acompanhados. E ainda lhe digo - gritou-lhe - que nos sentimos tão sós que até ficamos doentes. 



Cá está o excerto de "Ratos e Homens" que foi citado em Lost e que me trouxe até Steinback. Gostei bastante do livro:

George e Lennie vivem de trabalhos episódicos e sonham com uma vida tranquila, com a hipótese de arranjar uma quinta em que possam dedicar-se à criação de coelhos. George é o líder, é aquele que toma as decisões e protege o seu amigo, sem no entanto deixar de depender da amizade e da força de Lennie. Este é um gigante simpático, dotado de um físico excecional, mas mentalmente retardado. E ambos acabam por se envolver-se em mil e uma complicações, quando, no rancho, onde finamente encontraram trabalho, a mulher do patrão entra em cena...  

Talvez este seja o incentivo para seguidamente ler "As vinhas da ira" também de Steinback. Mas logo vejo qual será o próximo livro em que pegarei...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

É de Of Mice and Men - Tu Não Lês?



Por que é que eu comprei este "Ratos e Homens" de Steinbeck? Por causa deste episódio de Perdidos (Lost). Tem treze anos, mas fiquei sempre com a ideia, não fosse eu de ideias fixas, que um dia o compraria para ler. E chegou o dia de o receber logo neste início do ano de 2020.


   


"É aquele pequeno lugar que sempre quiseste, George?"
Desculpa?
Tu não lês? É de Of Mice and Men.
Ias gostas. Matam cãezinhos.

(...)

Lutas tanto para que ela pense que não te importas, que não precisas dela, mas "Uma pessoa fica louca se não tem ninguém. Não faz diferença quem seja a pessoa desde que esteja contigo. Eu digo-te, uma pessoa que fica muito sozinha fica doente".
- De que é que estás a falar?
- É Of Mice and Men. Tu não lês?

O pequeno excerto acima é da terceira temporada de Perdidos (Lost) em que podemos, de vez em quando, ver Sawyer, a personagem que deixava as senhoras húmidas quando tirava a camisa, a ler o que ia encontrando na ilha. E só de rever este pequeno excerto já mexeu bastante comigo. E não, Lost não é uma ex-namorada de quem ainda gosto muito e guardo a secreta esperança de para ela voltar. Lost é uma memória importante, e como quando revemos todas as coisas que foram importantes, isso mexe connosco. 

domingo, 7 de outubro de 2018

Quando Lost Regressa para Me Assombrar



Esta semana recebi mais um lote de filmes em DVD a preço simbólico e, visto que fiquei dois dias sem internet (não foi o fim do mundo mas causou-me alguma comichão) resolvi então entreter-me à noite a ver o que me tinha chegado e que não conhecia (porque por norma só coleciono filmes que já conheço e que gosto). 

O primeiro filme que coloquei no leitor de DVD foi "A rede" (The Net) de 1995. É um filme de suspense em que a jovem Angela Bennett (Sandra Bullock) é a típica programadora de computadores que vive sozinha, não tem namorado e rejeita convites para sair e que para jantar encomenda pizzas pela net. Certo dia acaba por descobrir uma conspiração secreta para infetar todos os computadores do mundo e acaba sendo perseguida por um assassino que a pretende silenciar. No meio disto tudo (o mais importante é mesmo que podemos ver Sandra Bullock nos anos noventa de bikini a mostrar as nádegas!) a sua identidade é apagada e deixa de poder provar quem na verdade ela é e sempre foi. 



E quem é que, num papel de dois minutos vai ser a sua advogada? L. Scott Caldwell, a Rose da série Perdidos (Lost). É sempre interessante reencontrar atores e atrizes em pequenos papeis, muitos anos antes de termos reparado neles. Este foi um desses casos.




Segundo filme que resolvi ver em seguida, "Frequência" (Frequency) de Gregory Hoblit do ano 2000.



Logo após o início do filme quem é que aparece? Elizabeth Mitchell, a Juliet a loiraça de Lost. Bom, que grande coincidência, pensei! Não deixou também de ser engraçado, quando um pouco mais à frente percebi que, se a Juliet de Lost era médica e passava a vida na ilha com seringas, aqui neste filme era enfermeira!


Só que isto não iria ficar por aqui. Ia-se tornar ainda mais assustador! De novo já caminhava o filme para o final, e como é que se chama o assassino? Pois é... o assassino chama-se... Jack Shepard. Sabem qual é a personagem principal de Lost interpretada por Matthew Fox? Pois é... precisamente... Jack Shephard!


Mas isto ainda não ficou por aqui! Terceiro filme, desta vez "Serenity" (Joss Whedon) de 2005 que ainda nem acabei de ver.  E logo no início aparece uma outra personagem de Lost, ainda que só tenha aparecido num ou outro episódio, no caso a personagem Susan Porter (Tamara Taylor) que era a namorada de Michael (e mãe de Walt) atriz que se calhar a maioria das pessoas conhecerá de "Bones". 




Qual era a probabilidade de pegar em três filmes ao calhas, e nos três seguidos apanhar estas coincidências? Claro! Só pode ser o destino a dizer-me que devo rever Lost!

domingo, 16 de agosto de 2015

Jogar ao "Eu nunca"....

Mais uma vez Perdidos.
Sawyer e Kate jogam um jogo chamado "Eu nunca". Sawyer diz a Kate que o jogo é uma forma de se conhecerem melhor, e já agora de se embebedarem, digo eu! Cada um alternadamente afirma algo começando por "eu nunca", e quem o fez terá de beber. Sawyer dá um exemplo "eu nunca beijei um homem", logo Kate terá de beber.

www.buzzfeed.com

E por estes dias pus-me a pensar, nas coisas que "eu nunca" fiz e cheguei a algumas conclusões:

- Eu nunca fingi um orgasmo (claro que também há homens que fingem)
- Eu nunca entrei numa discoteca (deixa-me já benzer!)
- Eu nunca fui ao cinema sozinho 
- Eu nunca usei aparelho nos dentes 
- Eu nunca fiz uma tatuagem (e ainda bem que não fiz)
- Eu nunca fiz uma lista de resoluções de Ano Novo (Nunca prometas o que não vais cumprir)
- Eu nunca bebi bebidas alcoólicas (Sim nenhuma)
- Eu nunca cheguei atrasado a um encontro
- Eu nunca parti um osso
- Eu nunca usei gravata (Não, nem nos casamentos)
- Eu nunca traí uma namorada (nem a namorada dos outros)
- Eu nunca andei à pancada (O meu pai sempre me disse "o mais valente é o que nem dá nem leva")
- Eu nunca tive um encontro só de uma noite 
- Eu nunca comi uma francesinha (Eu sou mais de portuguesinhas)
- Eu nunca tive sexo com uma puta (Mas acho que não me importava que me pagassem a mim!)
- Eu nunca fui ao circo (Não vou muito em palhaçadas)
- Eu nunca andei de avião
- Eu nunca tomei um café
- Eu nunca rapei o cabelo
- Eu nunca joguei ténis
- Eu nunca comprei flores para oferecer à namorada
- Eu nunca estive num Motel
- Eu nunca terminei uma relação
- Eu nunca tive uma consola de jogos
- Eu nunca me despedi de um emprego
- Eu nunca me registei no Facebook (Medo!)
- Eu nunca mudei de opinião só para tentar agradar aos outros
- Eu nunca abandonei um animal de estimação 
- Eu nunca participei numa peça de teatro (Será que eu teria jeito para a coisa?)
- Eu nunca fui preso
- Eu nunca tive sexo com uma mãe
- Eu nunca tomei anti-depressivos
- Eu nunca bebi uma bebida energética (daquelas que dizem que dão asas)
- Eu nunca mudei uma fralda a um bebé (talvez tenha ajudado mas isso não conta)
- Eu nunca joguei na lotaria (Se calhar devia, com o azar que tenho ao amor ficava rico)
- Eu nunca me inscrevi num ginásio
- Eu nunca vi o filme "O rei leão"
- E continua...


Poderei ir editando a lista, apagando coisas que entretanto fiz, ou talvez me apeteça juntar mais umas quantas que nunca fiz, afinal escrevi ao calhas conforme me fui lembrando. No meio disto tudo, grande parte das coisas que "nunca fiz" serão para continuar assim. Talvez admita fazer uma ou outra coisa. Andar de avião talvez seja a coisa mais próxima de poder acontecer, até contra a minha vontade, ou ir ao cinema sozinho, ou visitar a decoração de um Motel. Quanto às outras acho que estão muito bem assim...

De resto Sawyer, não acho que se possa ficar a saber muito de uma pessoa pelas coisas que ela nunca fez. Quem olhar aqui para os meus "eu nunca", provavelmente ficará com uma ideia completamente errada da pessoa que eu sou. E talvez esteja aí a graça da coisa. Iludir os outros com a verdade. 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Se eu nunca te conhecer...

"Se eu nunca te conhecer nunca terei de te perder." 

É esta a frase que me fica do último episódio da quinta série de Lost (Perdidos). O casal em causa é composto por Juliet, a loira de olhos azuis escuros, a ex-Outros (the Others) que fala a linguagem dos iluminados (latim), de perfil intrigante, ora é médica da fertilidade, serena, preocupada com os outros e de sorriso fácil, ora é capaz também de olhares intimidantes, de pegar na arma e matar qualquer um a sangue frio, ou de aplicar uns golpes karatecas vindos assim do nada e sem ninguém saber onde raio os aprendeu. E o outro elemento do casal é Sawyer, o trapaceiro de corpo escultural, que gosta de sair do mar sem roupa, e só pensa nele e de como se pode aproveitar dos outros em proveito próprio. Mas não é um bronco qualquer, Sawyer é a personagem que mais lê na série, tem sempre uma nova alcunha para qualquer pessoa, e nos últimos três anos, depois de ambos terem parado de saltar no tempo, trinta anos atrás do tempo presente, e de terem ido brincar às casinhas com o pessoal do Dharma Iniciative, Sawyer amadureceu.



Aparentemente este poderia ser um casal improvável. A mulher culta e bonita mas inteligente e sensível com o bonitão trapaceiro, mas além de Sawyer amadurecer, também restam unicamente o físico "louco", o coreano de poucas palavras, e o chinês que fala com os mortos, e claro, a malta da Dharma Iniciative, que ambos sabem que acabarão todos mortos. Sawyer e Juliet têm-se um ao outro, protegem-se um ao outro e a coisa acontece naturalmente.







E tudo corria bem, até que todos os que tinham saído da ilha, resolvem voltar para ajudar os que tinham lá ficado. E depois de toda uma série de desenvolvimentos extremamente complexos com explicações de física quântica - bem mais complexos que no filme "Regresso ao futuro", em que se as personagens alterassem o passado poderiam desaparecer no futuro - surge a possibilidade de, ou deixar tudo como está, e ficarem a viver no passado, trinta anos atrás, ou então acreditar que fazendo algo, irão regressar ao presente, e impedir o avião em que seguiam de ter o acidente que teve. 

Só que isso tem grandes implicações, se o avião nunca se despenhar, todas aquelas pessoas que entraram no avião e que não se conheciam antes, e fizeram grandes amizades, e algumas apaixonaram-se mesmo na ilha, com essa decisão, no presente o avião irá aterrar em segurança e nunca se conhecerão.


Neste episódio chega-se a um grande conflito de interesses. Jack, o médico, o líder natural dos sobreviventes, que no entanto nunca quis liderar ninguém, o obsessivo, o senhor "se-não-vivermos-juntos-vamos-morrer-sozinhos", personagem com quem me identifico em certos aspetos, está decidido a fazê-los voltar ao presente. Mas será que isso tem alguma coisa a ver com Kate? Sawyer diz-lhe que se fizer o que pretende, nunca conhecerá Kate, mas Jack afirma que "o que tem de ser tem muita força". 

"Eu tive-a" disse-lhe. "Eu tive-e e perdi-a" repetiu. Sawyer não concorda nada com Jack, pois Sawyer está bem com Juliet, só que algo acontece e ela muda radicalmente de opinião. Se inicialmente Juliet, sua companheira, estava com ele na ideia de travar Jack, de repente ela intervém e diz a Sawyer que não e acha que Jack tem razão. Mas Sawyer quer saber, afinal o que mudou na cabeça da Juliet?


Ela é Kate, com quem Sawyer andou enrolado na ilha, antes dela ter saído da ilha com Jack e mais alguns sobreviventes, e já fora da ilha acaba finalmente por viver com Jack. Sawyer diz-lhe que não interessa para quem olhou, que está com ela, e Juliet responde-lhe, que sabe disso e que ele ficaria com ela para todo o sempre se ela o permitisse, e que é por isso que sempre o amou. E que só porque se amaram durante um tempo, não quer dizer que fiquem juntos, e que talvez não tivesse de ser assim. Talvez não fosse sequer suposto ficarem juntos. 

Mas Sawyer pergunta de novo: - porque estás a fazer isto Juliet?


E chegamos à frase: "Se eu nunca te conhecer nunca terei de te perder". Juliet prefre apoiar Jack na sua decisão, e assim nunca ter a oportunidade de conhecer Sawyer, e de um dia não ter de o perder. No fundo ela sabe que ele ficaria para sempre com ela, mas ela não o quer com ela, ainda pensando na "sardenta" Kate. 

Acho que sempre que vemos um filme, uma série, lemos um livro, ouvimos uma letra de uma canção, ou simplesmente observamos uma qualquer situação, há sempre algo com que nos podemos identificar. E quem diria que um dia estaria eu na pele do Sawyer, e encontrar alguém que simplesmente não me quis conhecer porque.... acho que não cheguei a saber bem porquê, ou talvez tenha percebido demasiado bem, ou então provavelmente já estou estou a confundir realidade com ficção, e já são episódios a mais de Perdidos. Mas agora também já só falta a última temporada! 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Lost - Banda Sonora - It's Getting Better

Oitavo episódio da quarta série. A personagem Michael volta à série, e curiosamente Mama Cass Eliot volta também, depois de algumas músicas na segunda série. 

Neste episódio reaparece Michael, depois de conseguir escapar da ilhar com filho, e ironicamente aparece fora da ilha tentando suicidar-se. Mete-se dentro do carro, acelera a toda a velocidade ao som de "It's getting better". Espatifa o carro todo, mas no auto-rádio continua-se a ouvir a música.



It's getting better - Mama Cass Eliot - 1969

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Lost - Banda sonora - Scentless Apprentice

Último episódio da terceira série. No início deste episódio, vemos um Jack fora da ilha, de barbas, com ar meio esgazeado, a conduzir um jipe ao som de "Scentless apprentice" de Nirvana.



Scentless Apprentice - Nirvana - 1993

domingo, 20 de abril de 2014

Lost - Banda sonora - Downtown

Um mês depois, cheguei à terceira temporada de Lost. O início deste primeiro episódio mostra-nos uma nova personagem, Juliet, uma bela loira de olhos azuis, muito simpática, ao som de "Downtown". 


Downtown - Petula Clark - 1964

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Lost - Banda sonora - Make your own kind of music

No fim da primeira temporada, alguns sobreviventes da ilha construíram uma jangada para tentar encontrar algum barco e conseguir ajuda. Entretanto novos mistérios acontecem a toda a hora. Rousseau, uma francesa que está na ilha há 16 anos, e que matou toda a sua tripulação por acreditar que eles estavam doentes, avisa os sobreviventes que os "Outros" vêm aí. Ela ouve-os sussurrar na floresta, e viu de novo uma coluna de fumo negro, tal como havia visto quando vieram roubar a sua filha Alex há 16 anos, e acha que vêm roubar agora o bebé de Claire. Lock, com a ajuda de Boone (que entretanto morreu) descobriram uma escotilha mas não a conseguiram abrir. Lock teve de contar sobre a existência desta escotilha, e com a ajuda da francesa foram buscar dinamite. Pelo meio aparece o monstro do fumo preto, que agarra Lock e este é, aparentemente salvo por Jack e Kate. Aparentemente, porque Lock, com a sua fé inabalável, acredita que a ilha lhe dirá sempre o que fazer. Com a dinamite, rebentam a escotilha, e a ideia é juntar todos os sobreviventes lá dentro, para se esconderem dos "Outros". E a primeira temporada acaba, com Jack e Lock, de tochas na mão, a olhar para o fundo da escotilha.

E a segunda temporada começa ao som de "Make your kind of musica". A propósito, grande episódio.


Make your own kind of music - Mama Cass Elliot - 1969

domingo, 30 de março de 2014

Lost - Banda sonora - Delicate

Décimo sétimo episódio "In tranlation". A figura central deste episódio é Jin, que conjuntamente com Sun, (sua esposa) formam o casal de coreanos que sobreviveu e está na ilha, sem perceber patavina do que todos os outros sobreviventes falam. Ficamos a saber através de imagens do seu passado que Jin nasceu numa pequena aldeia piscatória mas é ambicioso e conquistou o coração da filha de um grande empresário rico. Este deixo-a casar com a sua filha, mas coloca-o a trabalhar para si e rapidamente promove-o para ele faça os trabalhos sujos que precisa. 

Entretanto na ilha, Michael, construiu uma jangada para tentar escapar dali, mas esta acaba incendiada e suspeita de imediato de Jin pois já andavam pegados. Sawyer, que também já tinha comprado o seu lugar na jangada, vendendo-o por algo que Michael precisava (claro!), encontra Jin, esmurra-o e leva-o para a praia para servir de bode expiatório. Michael chega, começa a interrogá-lo e agride-o. Sun intervém, e pela primeira vez em público fala em inglês para defender o marido, e diz que não foi ele que incendiou a jangada, "ele tem muitos defeitos mas não é mentiroso". Todos ficam surpreendidos com a revelação, incluindo Jin, o seu próprio marido, que não fazia ideia que ela falava inglês.

Sun procura Jin para conversar sobre o que aconteceu, mas este, que está a juntar as suas coisas para se mudar, não lhe liga, mas ela pergunta (enquanto ele vira costas) "- Quando deixámos de comunicar?" Então em inglês (que ele não entende) diz "Eu ia deixar-te! Eu ia fugir. Mas tu fizeste-me mudar de ideias.Tu fizeste-me pensar que ainda me amavas". Em coreano diz-lhe "Eu quero voltar ao início. Não podemos começar outra vez?" "É demasiado tarde" responde Jin.

À noite, Locke, o homem das naifas e caçador de javalis, joga gamão com Walt, o filho de Michael, e pergunta-lhe, por que é que ele incendiou a jangada do pai. Este responde que não se quer mudar novamente, e que gosta de estar ali. Lock diz que também gosta de estar ali. 

Começa um novo dia, e Jin aparece com canas de bambu e diz a Michael "boat". O Episódio acaba ao som de "Delicate" que ouvimos pelos ouvidos de Hurley, que ouve a música no leitor de CD portátil, enquanto Sun, aparece na praia, em bikini, soltando o cobertor que a tapava, porque Jin a obrigava sempre a tapar o corpo, apesar do calor.



E entretanto acabam-se as pilhas a Hurley!

Delicate - Damien Rice - 2002

sexta-feira, 28 de março de 2014

Lost - Banda Sonora - I Shall Not Walk Alone

Oitavo episódio, "Confidence man". A personagem central deste episódio é Sawyer, o mauzão, que só pensa em si mesmo, e em tirar partido das situações em proveito próprio. É a personagem que mais tempo passa em tronco nu - para gáudio das senhoras claro! - mas é um mauzão que gosta de ler! Neste episódio estava a ler Watership dawn de Richard Adams. "It's about bunnies" diz ele para Kate. 

Depois de ficarmos a conhecer um pouco do seu passado, que em certa forma justifica a pessoa em que se tornou, o episódio acaba quando Sayid diz a Kate que tem de sair dali, depois de ter feito algo (torturado Sawyer) que tinha prometido não mais fazer. E se não consegue manter uma promessa, então não é digno de estar ali com eles. Diz a Kate que espera voltar a vê-la, beija-lhe a mão (um verdadeiro cavalheiro) e faz-se à vida, caminhando sozinho pela praia em busca do desconhecido ao som de "I shall not walk alone". 



I Shall not walk alone - The Blind Boys of Alabama (música de Ben Harper)

domingo, 23 de março de 2014

Lost - A série de uma vida

Acabei mesmo agora de rever o primeiro episódio da série Lost /Perdidos, quatro anos depois da série ter acabado. Creio que estaríamos em Março de 2005 (a série estreou em setembro de 2004 nos Estados Unidos) quando a RTP começou a passar uma publicidade anunciando a série. Nunca tinha ouvido falar, não fazia ideia do sucesso que estava a ter, nem dos prémios que havia ganho logo na primeira temporada. Nessa altura, ainda não tinha, nem televisão por cabo, nem internet em casa. Mas mal ouvi a publicidade, captou a minha atenção, e algo me dizia que deveria ver o primeiro episódio para ver o que achava.


A série ia passar aos domingos à tarde, por volta das 15h, e acabei mesmo por poder assistir ao primeiro episódio, apesar de alguma resistência por parte da pessoa que estava comigo nesse dia. Fiz bem em querer saciar a curiosidade e ver esse primeiro episódio, pois seria o primeiro de muitos, de seis séries, que acompanharia fielmente durante seis anos.


Eu nunca fui um ávido consumidor de séries, tal como também nunca fui um ávido consumidor de discos de música, como aquelas pessoas que sacam dezenas de CD por semana, só para dizerem que conhecem. Os prazeres para mim sempre foram para serem degustados com calma, e sou assim com tudo, talvez seja mesmo por isso que nunca fui grande adepto de rapidinhas. Daí que, quando realmente gosto de algo, gosto mesmo!


Estranhamente, apesar do enorme sucesso que Lost teve por todo o mundo, eu nunca encontrei muitas pessoas com quem conversar sobre a série, e estou em crer que a explicação tem a ver com a enorme exigência de fidelidade que a série reclamava, porque esta não é a típica história de novela, que basta ver o primeiro episódio para se saber como vai acabar. Pelo contrário, mesmo quem via todos os episódios, por vezes, acabava por ficar baralhado com o que acabava de ver, agora imaginemos que se perdia uns episódios pelo meio! Estou em crer até, e posso estar redondamente enganado, mas a ideia que tenho, é que em Portugal a coisa não terá feito assim tanto furor. Baseio-me só pela curta amostragem das pessoas com quem me relacionava, pois quando andava com uma camisola da série, e a maior parte das perguntas que me faziam era "Isso são os números do Totoloto"?


Lost para mim não foi uma daquelas paixões assolapadas, daquelas que passado meio ano, e umas quantas trancadas depois, acabam à porta de outra paixão assolapada. Lost para mim foi uma espécie de droga, e a minha dose era sempre o próximo episódio.


Se aparentemente o enredo é algo tão banal, como a história queda de um avião, e a forma que os sobreviventes arranjam para superar as adversidades, rapidamente o espectador vai ser descobrir que esse é mesmo só o ponto de partida. Será confrontado constantemente com inúmeros mistérios, com a descoberta da vida que aquelas personagens tinham antes do acidente, e como aproveitam esta nova vida na ilha para começar de novo. Será interessante ver como alguns se destacarão de imediato como líderes naturais, muitas vezes em confrontos entre si, e analisar as relações que se irão estabelecer entre desconhecidos.


Além da trama prender o espectador do início ao fim da série, no meu caso houve ainda uma identificação com algumas situações, e a identificação com as escolhas de uma personagem, e damos por nós completamente embrenhados numa teia emocional, em que mais parece que somos nós mesmos que estamos a vivenciar aqueles acontecimentos. E perante todas aquelas questões morais, é normal, que nós mesmos nos questionemos "e se fôssemos nós"?


Mas um dia a série tem de acabar. E mesmo sabendo que terá de acabar, quando se vive tão intensamente a coisa, quando nos damos conta que se acabou a droga, que não haverá mais nenhum episódio, que se acabou de vez, para sempre, fica então a sensação de vazio.


Há uns tempos, ainda tinha televisão, vi um documentário francês sobre séries, e descobri que não sou só eu que sofri desse mal! Muitas outras pessoas, um pouco por todo o mundo, quando acaba uma série que seguiram fielmente durante anos, ficam com essa sensação de perda, de vazio. Eu por exemplo, fiquei vários anos até ter vontade de voltar a ver outra série.


E bastou-me por estes dias, ver um pequeno vídeo sugerido pelo Youtube sobre Lost, para de imediato ficar com uma certa nostalgia da série, e por isso mesmo, hoje, peguei na primeira série (comprei as séries todas para alguma coisa!) e vou rever tudo de novo. Não vai preencher o vazio, mas será bom, a esta distância, relembrar de novo, a série de uma vida.