Acabei mesmo agora de rever o primeiro episódio da série Lost /Perdidos, quatro anos depois da série ter acabado. Creio que estaríamos em Março de 2005 (a série estreou em setembro de 2004 nos Estados Unidos) quando a RTP começou a passar uma publicidade anunciando a série. Nunca tinha ouvido falar, não fazia ideia do sucesso que estava a ter, nem dos prémios que havia ganho logo na primeira temporada. Nessa altura, ainda não tinha, nem televisão por cabo, nem internet em casa. Mas mal ouvi a publicidade, captou a minha atenção, e algo me dizia que deveria ver o primeiro episódio para ver o que achava.
A série ia passar aos domingos à tarde, por volta das 15h, e acabei mesmo por poder assistir ao primeiro episódio, apesar de alguma resistência por parte da pessoa que estava comigo nesse dia. Fiz bem em querer saciar a curiosidade e ver esse primeiro episódio, pois seria o primeiro de muitos, de seis séries, que acompanharia fielmente durante seis anos.
Eu nunca fui um ávido consumidor de séries, tal como também nunca fui um ávido consumidor de discos de música, como aquelas pessoas que sacam dezenas de CD por semana, só para dizerem que conhecem. Os prazeres para mim sempre foram para serem degustados com calma, e sou assim com tudo, talvez seja mesmo por isso que nunca fui grande adepto de rapidinhas. Daí que, quando realmente gosto de algo, gosto mesmo!
Estranhamente, apesar do enorme sucesso que Lost teve por todo o mundo, eu nunca encontrei muitas pessoas com quem conversar sobre a série, e estou em crer que a explicação tem a ver com a enorme exigência de fidelidade que a série reclamava, porque esta não é a típica história de novela, que basta ver o primeiro episódio para se saber como vai acabar. Pelo contrário, mesmo quem via todos os episódios, por vezes, acabava por ficar baralhado com o que acabava de ver, agora imaginemos que se perdia uns episódios pelo meio! Estou em crer até, e posso estar redondamente enganado, mas a ideia que tenho, é que em Portugal a coisa não terá feito assim tanto furor. Baseio-me só pela curta amostragem das pessoas com quem me relacionava, pois quando andava com uma camisola da série, e a maior parte das perguntas que me faziam era "Isso são os números do Totoloto"?
Estranhamente, apesar do enorme sucesso que Lost teve por todo o mundo, eu nunca encontrei muitas pessoas com quem conversar sobre a série, e estou em crer que a explicação tem a ver com a enorme exigência de fidelidade que a série reclamava, porque esta não é a típica história de novela, que basta ver o primeiro episódio para se saber como vai acabar. Pelo contrário, mesmo quem via todos os episódios, por vezes, acabava por ficar baralhado com o que acabava de ver, agora imaginemos que se perdia uns episódios pelo meio! Estou em crer até, e posso estar redondamente enganado, mas a ideia que tenho, é que em Portugal a coisa não terá feito assim tanto furor. Baseio-me só pela curta amostragem das pessoas com quem me relacionava, pois quando andava com uma camisola da série, e a maior parte das perguntas que me faziam era "Isso são os números do Totoloto"?
Lost para mim não foi uma daquelas paixões assolapadas, daquelas que passado meio ano, e umas quantas trancadas depois, acabam à porta de outra paixão assolapada. Lost para mim foi uma espécie de droga, e a minha dose era sempre o próximo episódio.
Se aparentemente o enredo é algo tão banal, como a história queda de um avião, e a forma que os sobreviventes arranjam para superar as adversidades, rapidamente o espectador vai ser descobrir que esse é mesmo só o ponto de partida. Será confrontado constantemente com inúmeros mistérios, com a descoberta da vida que aquelas personagens tinham antes do acidente, e como aproveitam esta nova vida na ilha para começar de novo. Será interessante ver como alguns se destacarão de imediato como líderes naturais, muitas vezes em confrontos entre si, e analisar as relações que se irão estabelecer entre desconhecidos.
Além da trama prender o espectador do início ao fim da série, no meu caso houve ainda uma identificação com algumas situações, e a identificação com as escolhas de uma personagem, e damos por nós completamente embrenhados numa teia emocional, em que mais parece que somos nós mesmos que estamos a vivenciar aqueles acontecimentos. E perante todas aquelas questões morais, é normal, que nós mesmos nos questionemos "e se fôssemos nós"?
Mas um dia a série tem de acabar. E mesmo sabendo que terá de acabar, quando se vive tão intensamente a coisa, quando nos damos conta que se acabou a droga, que não haverá mais nenhum episódio, que se acabou de vez, para sempre, fica então a sensação de vazio.
Há uns tempos, ainda tinha televisão, vi um documentário francês sobre séries, e descobri que não sou só eu que sofri desse mal! Muitas outras pessoas, um pouco por todo o mundo, quando acaba uma série que seguiram fielmente durante anos, ficam com essa sensação de perda, de vazio. Eu por exemplo, fiquei vários anos até ter vontade de voltar a ver outra série.
E bastou-me por estes dias, ver um pequeno vídeo sugerido pelo Youtube sobre Lost, para de imediato ficar com uma certa nostalgia da série, e por isso mesmo, hoje, peguei na primeira série (comprei as séries todas para alguma coisa!) e vou rever tudo de novo. Não vai preencher o vazio, mas será bom, a esta distância, relembrar de novo, a série de uma vida.
Se aparentemente o enredo é algo tão banal, como a história queda de um avião, e a forma que os sobreviventes arranjam para superar as adversidades, rapidamente o espectador vai ser descobrir que esse é mesmo só o ponto de partida. Será confrontado constantemente com inúmeros mistérios, com a descoberta da vida que aquelas personagens tinham antes do acidente, e como aproveitam esta nova vida na ilha para começar de novo. Será interessante ver como alguns se destacarão de imediato como líderes naturais, muitas vezes em confrontos entre si, e analisar as relações que se irão estabelecer entre desconhecidos.
Mas um dia a série tem de acabar. E mesmo sabendo que terá de acabar, quando se vive tão intensamente a coisa, quando nos damos conta que se acabou a droga, que não haverá mais nenhum episódio, que se acabou de vez, para sempre, fica então a sensação de vazio.
Há uns tempos, ainda tinha televisão, vi um documentário francês sobre séries, e descobri que não sou só eu que sofri desse mal! Muitas outras pessoas, um pouco por todo o mundo, quando acaba uma série que seguiram fielmente durante anos, ficam com essa sensação de perda, de vazio. Eu por exemplo, fiquei vários anos até ter vontade de voltar a ver outra série.
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