Alegre-mo-nos todos, pois hoje é um dia alegre. Morreu mais um rico cardeal da santa igreja católica apostólica romana. Devemos sempre alegrar-nos quando constatamos que a morte é a mais doce igualdade entre todos nós. Eles bem podem enriquecer a pulso, roubando e mentindo, e aproveitando-se da ingenuidade e crendice alheia, mas no fim de contas, isso de nada lhes vale, pois o fim deles, em nada difere do nosso.
Logicamente que o governo teria de decretar dia de luto nacional. Chorar hoje Policarpo, como Cerejeira há cinquenta anos, faz sempre parte da chafurdice, entre Estado e Igreja Católica, em que vivemos. A laicidade do Estado é muito bonita de se apregoar, mas hoje, tal como nos tempos da ditadura, continuamos a ter a missa ao domingo na RTP, e todos os natais, lá vem o tempo de antena da igreja, na pele do santíssimo Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Policarpo, que ficou conhecido na opinião pública, por aconselhar as mulheres portuguesas a não casar com muçulmanos, afirmando que depois do casamento é uma carga de trabalhos. Logicamente que casando com um bom católico, a mulher será estupidamente feliz até que a morte os separe!
O senhor, que ficou também conhecido por afirmar que o preservativo não é coisa boa - ele devia saber muito bem que não há nada como foder aux naturel!" - além de se ter sempre insurgido contra as decisões políticas favoráveis ao casamento de pessoas do mesmo sexo e legalização do aborto, como se a Igreja fosse tida e achada sobre assuntos que não lhe dizem respeito.
Alegre-mo-nos. Este já não chateia mais!
P.S.: A brilhante ironia teológica de Mário de Oliveira, no seu comentário semanal intitulado: "O aneurisma do cardeal"
P.S.: A brilhante ironia teológica de Mário de Oliveira, no seu comentário semanal intitulado: "O aneurisma do cardeal"
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