Até os franceses agradecem e se divertem, porque o mundo ficou deveras divertido depois da eleição de Jair BolsoNero.
"A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão."
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
da Desigualdade entre Trabalhador e Patrão
Gritam os patrões que é precisa mais flexibilidade laboral, que é muito difícil despedir em Portugal ainda que a regra contratar toda a gente a contrato, mas mesmo assim, mesmo ao fim de ano e meio ainda não sabem se o trabalhador serve ou não para a função.
Os patrões queixam-se mas a flexibilidade laboral levou a que, no governo de Passos e Portas, os despedimentos tivessem sido liberalizados. O patrão pode despedir quase só porque sim porque lhe apetece. O patrão pode agora até despedir uma pessoa que esteja na empresa há trinta anos que só lhe paga doze de indemnização.
Mas vamos ver uma coisa. Se o trabalhador faltar por cinco vezes seguidas ao trabalho de forma injustificada dá imediato direito à entidade patronal para despedir o trabalhador. Já o trabalhador pode estar, como eu estou, não há cinco mas há trinta dias seguidos sem receber o salário de Setembro, sem qualquer justificação oficial e no entanto eu não posso despedir a minha entidade patronal. Posso-me até queixar que é muito difícil despedir o patrão em Portugal!
E é mesmo pena que a puta da tão falada flexibilidade laboral seja só para um dos lados: o dos patrões.
Os patrões queixam-se mas a flexibilidade laboral levou a que, no governo de Passos e Portas, os despedimentos tivessem sido liberalizados. O patrão pode despedir quase só porque sim porque lhe apetece. O patrão pode agora até despedir uma pessoa que esteja na empresa há trinta anos que só lhe paga doze de indemnização.
Mas vamos ver uma coisa. Se o trabalhador faltar por cinco vezes seguidas ao trabalho de forma injustificada dá imediato direito à entidade patronal para despedir o trabalhador. Já o trabalhador pode estar, como eu estou, não há cinco mas há trinta dias seguidos sem receber o salário de Setembro, sem qualquer justificação oficial e no entanto eu não posso despedir a minha entidade patronal. Posso-me até queixar que é muito difícil despedir o patrão em Portugal!
E é mesmo pena que a puta da tão falada flexibilidade laboral seja só para um dos lados: o dos patrões.
via Twitter |
terça-feira, 29 de outubro de 2019
De Onde Vem a Palavra Trabalho?
O que é trabalhar?
Na coluna "Ainda ontem" do Miguel Esteves Cardoso no Público intitulada "Sai-nos do couro", ele explica-nos que trabalhar vem do latim tripaliare que significa torturar alguém no tripálio. Ou seja, antigamente ao torturado dava-se o nome de escravo, depois servo ou criado, mais recentemente ao escravo deu se o nome de empregado ou trabalhador. Mas como convém higienizar as palavras, a novilingua contemporânea passou a usar o termo "colaborador", dando ao escravo atual a falsa ideia de liberdade, afinal, os escravos colaboram, como quem diz, que é só quando lhes apetecer, logo não são escravos forçados! E a verdade é essa, o escravo de hoje é muito diferente do que era torturado no tripálio. O escravo do século vinte e um vive livre numa prisão...
... e agora em seguida podem ler a frase de Huxley que está por baixo do título deste blogue.
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
Oferecer uma Pulseira e Abrir uma Caixa de Pandora
"Nunca mais tenho uma pulseira da Pandora", dizia-me a minha mãe em jeito de dica.
Ora, eu que não sou nada de gastar à toa (não que o considere quando o gasto com a minha mãe) mas lá fui ver quanto a pulseira custava numa vinda dumas amigas cá ao Porto. E como estávamos em época de saldos até vi que as tais peçazinhas que se chamam contas (algumas) estavam até com 50% de desconto. Mas não podemos meter o carro à frente dos bois! 'Bora lá ver quanto é que custa nos sites de usados, nacionais e estrangeiros só para ter uma ideia! Lá me decidi a comprar uma usada, um pouco contra os conselhos das amigas, que achavam que eu deveria era comprar novo, e porque tem garantia e mais não sei o quê, e ver o que me saía na volta do correio porque por diziam que havia muita imitação ainda que fossem também em prata. A pulseira custou 12 libras mais custos de envio de Inglaterra (aproveitem, que lá para 2039 o Reio Unido sai fora da União Europeia e depois é uma chatice porque já pagamos impostos na alfândega!)
Mas pulseira saiu melhor que a encomenda! Gastei 20€ numa pulseira que custa nova 60€ e veio num estado impecável com caixinha e tudo, e sim, era original porque a minha mãe passou numa loja para saber! E claro que, uma nova depois de usada uma semana já é usada também, não é? Eu penso assim! se calhar penso mal, mas pronto! Mas o que interessa é que a minha mãe queria a pulseira para começar a meter lá os penduricalhos!
E lá ofereci a pulseira à minha mãe que ficou toda contente. Só não contava era ter aberto uma verdadeira caixa de Pandora que já a levou a gastar mais de quinhentos euros!
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
Maldito Salazar!
roubado daqui: http://pedroribeiroferreira.blogspot.com |
Fala-se com muito medo da extrema-direita, mas a verdade é que isto não surge de geração espontânea! Os fascistas já vivem no meio de nós! E de vez em quando lá mostram a sua face!, e ontem confrontei-me com um colega que treina comigo e de quem nada sei, mas que após o velho argumento do ressabiamento da direita que "o Costa tomou o poder de assalto", passado um bocado já me estava a dizer maravilhas do Salazar!!
Alto! Para tudo! Então a democracia não presta - bem lhe tentei explicar que em democracia governa quem tem mais deputados! - mas, espera lá, a solução é uma ditadura em que o ditador pode matar qualquer pessoa que pensa diferente? Mas o que é que esta gente tem dentro da cabeça, caralho?
Eu comecei por tentar explicar - não estava a ser fácil fazer-me ouvir! - porque parece que as pessoas já se esqueceram do que aconteceu na sequência das eleições legislativas de 2015! Vêm com a puta da cantilena que quem teve mais votos foi a coligação de direita, mas fazem o choradinho que foi o Costa que tomou o poder., como se ele tivesse montado num tanque de guerra e tomado o pode de assalto! Não! Não foi nada assim que se passou. A PAF teve mais votos nas eleições e o senhor presidente da república Cavaco Silva (aquele que não conseguia viver com 15 mil euros por mês, lembram-se?) empossou como primeiro-ministro o Passos Coelho, mesmo já sabendo que os partidos de esquerda no parlamento se tinham pela primeira vez unido para varrer a direita, visto que como tinham maioria absoluta no parlamento poderiam suportar um novo governo. Chama-se a isso democracia!
O senhor Passos Coelho toma posse, mas fica na história portuguesa como o primeiro-ministro dum governo que durou menos tempo: onze dias!, porque após uma moção de censura, 123 votoram a favor e 107 votaram contra. E caía assim o governo de Passos e Portas, simplesmente porque tinha menos deputados no parlamento. Então se calhar a direita não ganhou eleições nenhumas, tão simplesmente porque não elegeu 116 deputados (mais de metade do total de 230) A isto chama-se: democracia, mas parece que anda por aí muita gente, até com responsabilidades, que não sabe bem o que isso é!
Depois desta explicação o meu contendor começa a disparar em todas as direções! Mais parecia um soldado com uma metralhadora descontrolada! Que não deveria ser assim, que está mal, que os partidos se deveriam coligar antes e não depois das eleições - o que faz um sentido do caralho visto que eu posso-me identificar com um partido, que estando coligado com outro que detesto já irá perder o meu voto! Os partidos vão a votos, as alianças a existir fazem-se depois, ainda que também possa ser feitas antes. Mas caso não se concorde com este sistema então que se mude a Constituição e se façam leis diferentes! Mas para já são estas as regras que temos, não temos mais nenhumas, nem se mudam as leis a meio do jogo.
E conversa vai e conversa vem, e fico a saber que nos tempos de Salazar é que afinal o país estava muito bem!! Puta que pariu!!
E são sempre os mesmos argumentos de sempre! Já parecia os argumentos dos defensores das touradas! Porque no tempo de Salazar havia "respeito" e não havia crime como hoje! "Tu vives no terceiro país mais pacífico do mundo caralho, queres o quê"? No tempo de Salazar não havia respeito, havia era muito medo, porque arrebitavas cabelo e ias servir de alimento aos peixes no fundo do rio Douro!
Ah, e a economia!! Sempre o argumento da economia! O povo morria de fome, os bens eram racionados, mas o país estava rico! Recentemente também houve outro iluminado, Luís Montenegro, ex-líder da bancada parlamentar do PSD que, em pleno governo de Passos Coelho veio dizer essa alarvidade: "a vida das pessoas não está melhor, mas o país está muito melhor"! Fico realmente na dúvida em saber o que afinal será um país!
As pessoas morriam de fome, fala-se na célebre "sardinha para três" e comia-se muita batata com couves - quem as tinha! - senão era batatas com batatas, mas o país estava um espetáculo! Havia racionamento, aos agricultores era confiscada toda a produção do que produziam, mas depois todo esse roubo ia para o estrangeiro em comboios que diziam - veja-se da falta de vergonha da propaganda fascista! "As Sobras de Portugal"!
Portugal viveu um período de cinquenta anos de obscurantismo, de repressão e de analfabetismo, de fome e censura, no entanto há hoje pessoas que acreditam cegamente - e que puta de lavagem cerebral lhes devem ter feito! - que no tempo de Salazar é que é era! E já diz o povo "mais vale cair em graça que ser engraçado"! Nada do que se argumente convence estes fanáticos. Nada!! É um dogma: "Salazar é o melhor português de sempre" mesmo que tenha matado montes de pessoas, umas diretamente como Humberto Delgado do "obviamente demito-o", como tantos outros anónimos que combatiam o regime, como matou tanta gente à fome e de miséria, e muitos outros na guerra colonial.
Eu gosto de discutir e trocar ideias, porque "é da discussão que se faz luz" mas quando encontramos gente que diz este tipo de barbaridade, então simplesmente é melhor cada um ficar na sua. Passamos uma hora a discutir em vez de treinar - e há torneio na 6a feira! - e ainda por cima apanhei um leve resfriado, e aquela hora da noite se calhar ainda incomodamos os vizinhos.
Maldito Salazar!
Alto! Para tudo! Então a democracia não presta - bem lhe tentei explicar que em democracia governa quem tem mais deputados! - mas, espera lá, a solução é uma ditadura em que o ditador pode matar qualquer pessoa que pensa diferente? Mas o que é que esta gente tem dentro da cabeça, caralho?
Eu comecei por tentar explicar - não estava a ser fácil fazer-me ouvir! - porque parece que as pessoas já se esqueceram do que aconteceu na sequência das eleições legislativas de 2015! Vêm com a puta da cantilena que quem teve mais votos foi a coligação de direita, mas fazem o choradinho que foi o Costa que tomou o poder., como se ele tivesse montado num tanque de guerra e tomado o pode de assalto! Não! Não foi nada assim que se passou. A PAF teve mais votos nas eleições e o senhor presidente da república Cavaco Silva (aquele que não conseguia viver com 15 mil euros por mês, lembram-se?) empossou como primeiro-ministro o Passos Coelho, mesmo já sabendo que os partidos de esquerda no parlamento se tinham pela primeira vez unido para varrer a direita, visto que como tinham maioria absoluta no parlamento poderiam suportar um novo governo. Chama-se a isso democracia!
O senhor Passos Coelho toma posse, mas fica na história portuguesa como o primeiro-ministro dum governo que durou menos tempo: onze dias!, porque após uma moção de censura, 123 votoram a favor e 107 votaram contra. E caía assim o governo de Passos e Portas, simplesmente porque tinha menos deputados no parlamento. Então se calhar a direita não ganhou eleições nenhumas, tão simplesmente porque não elegeu 116 deputados (mais de metade do total de 230) A isto chama-se: democracia, mas parece que anda por aí muita gente, até com responsabilidades, que não sabe bem o que isso é!
Depois desta explicação o meu contendor começa a disparar em todas as direções! Mais parecia um soldado com uma metralhadora descontrolada! Que não deveria ser assim, que está mal, que os partidos se deveriam coligar antes e não depois das eleições - o que faz um sentido do caralho visto que eu posso-me identificar com um partido, que estando coligado com outro que detesto já irá perder o meu voto! Os partidos vão a votos, as alianças a existir fazem-se depois, ainda que também possa ser feitas antes. Mas caso não se concorde com este sistema então que se mude a Constituição e se façam leis diferentes! Mas para já são estas as regras que temos, não temos mais nenhumas, nem se mudam as leis a meio do jogo.
E conversa vai e conversa vem, e fico a saber que nos tempos de Salazar é que afinal o país estava muito bem!! Puta que pariu!!
E são sempre os mesmos argumentos de sempre! Já parecia os argumentos dos defensores das touradas! Porque no tempo de Salazar havia "respeito" e não havia crime como hoje! "Tu vives no terceiro país mais pacífico do mundo caralho, queres o quê"? No tempo de Salazar não havia respeito, havia era muito medo, porque arrebitavas cabelo e ias servir de alimento aos peixes no fundo do rio Douro!
Ah, e a economia!! Sempre o argumento da economia! O povo morria de fome, os bens eram racionados, mas o país estava rico! Recentemente também houve outro iluminado, Luís Montenegro, ex-líder da bancada parlamentar do PSD que, em pleno governo de Passos Coelho veio dizer essa alarvidade: "a vida das pessoas não está melhor, mas o país está muito melhor"! Fico realmente na dúvida em saber o que afinal será um país!
As pessoas morriam de fome, fala-se na célebre "sardinha para três" e comia-se muita batata com couves - quem as tinha! - senão era batatas com batatas, mas o país estava um espetáculo! Havia racionamento, aos agricultores era confiscada toda a produção do que produziam, mas depois todo esse roubo ia para o estrangeiro em comboios que diziam - veja-se da falta de vergonha da propaganda fascista! "As Sobras de Portugal"!
"Eu tinha quatro filhos e era filha de lavrador – filha única, que eu não tinha mais irmãos. E o milho era todo arrecadado para depois ir para as outras nações que tinham a guerra, não é? Os comboios diziam assim: Sobras de Portugal. Cá não havia sobras: era fome! A gente aqui esticada à fome! (Foi a [guerra] de 1939 a 45. Chamavam o racionamento. Nem os próprios lavradores podiam ter o milho! Tinham de o esconder. Levaram o milho todo!"
Eu gosto de discutir e trocar ideias, porque "é da discussão que se faz luz" mas quando encontramos gente que diz este tipo de barbaridade, então simplesmente é melhor cada um ficar na sua. Passamos uma hora a discutir em vez de treinar - e há torneio na 6a feira! - e ainda por cima apanhei um leve resfriado, e aquela hora da noite se calhar ainda incomodamos os vizinhos.
Maldito Salazar!
domingo, 20 de outubro de 2019
Obrigado America Por nos Teres Dado Trump como Presidente II
Quão divertido é, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, afirmar perante o seu homólogo italiano que os Estados Unidos e a Itália têm uma ligação milenar, desde os tempos da Roma Antiga? Quão divertido é o próprio presidente americano não saber que o país a que preside foi fundado em 1776?
"The United States and Italy are bound together by a shared cultural and political heritage dating back thousands of years to Ancient Rome."
sábado, 19 de outubro de 2019
Os Putos Hoje São Mais Inteligentes?
Ouço recorrentemente, e se calhar sempre foi assim desde o homem das cavernas - Uga Uga Meu Filho Muito Mais Inteligente Que Eu Uga Uga! - toda a gente acha que os putos hoje em dia são extremamente inteligentes só porque sabem mexer logo nos telemóveis ao passo que alguns pais mal sabem enviar uma SMS.
Mas será que é mesmo assim?
Convido-vos a fazer os seguintes exercícios com as vossas crias:
1. Pegar num telefone antigo e pedir para fazer uma chamada para os pais. Saberá o puto como se disca o número? Segunda questão? Será que sabe sequer o número de telefone de cor dos pais? É que antigamente todos nós tínhamos os números de toda a gente na cabeça, e agora, eles também têm?
2. Dar um relógio de corda ao puto para ele o acertar e pôr a dar horas. Será que ele vai conseguir? ou vai andar à procura do botão de ligar/desligar?
3. E que tal sintonizar um rádio antigo numa determinada estação? Dica: o rádio não se sintoniza com o wireless!
4. Consultar uma uma enciclopédia para responder a uma pergunta. Eles saberão? É que demora mais um bocadinho que ir ao Google e consultar a wikipedia!
5. E pôr um simples disco a tocar num gira-discos, será que sabem?
6. E tirar uma fotografia? Sim, pegar numa simples máquina fotográfica - numa verdadeira máquina fotográfica de 35mm com película e tirar uma simples fotografia. Saberão os putos meter o rolo, e conseguir tirar a fotografia decente?
Para saber a resposta a esta e a outras perguntas passem no artigo do The Guardian.
O que é que eu respondo à pergunta? Que hoje há putos mais inteligentes e outros menos. E que não é por hoje um puto saber manejar rapidamente um smartphone que o faz mais inteligente do que eu - queria vê-los agora andar com o arco e guia como eu andava, que por acaso até era o melhor da minha rua!, ou a pôr o pião a andar na mão! Os putos de hoje dirão o mesmo dos seus filhos quando se sentirem ultrapassados, mas não é por a tecnologia avançar, que isso faz, necessariamente, pessoas mais evoluídas. Mais, quando ouço, como ontem ouvi, uma colega dizer que o marido disse que "nem pensar deixar a filha - de 15 anos! - andar de autocarro, começo seriamente a questionar se não iremos mesmo ter uma geração de incapazes.
Mas isto leva também a outro ponto. Muitas vezes hoje em dia as pessoas cismam de atribuir aos extra-terrestres tudo aquilo que não conseguem explicar. As pirâmides do Egipto? Só podem ter sido os extra-terrestres dizem alguns especialistas!
Mas isto prova como, numa só geração de pais para filhos, também eles já hoje não sabem como é que os pais telefonavam ou sintonizavam um rádio! Como é que era possível telefonar, usar uma máquina calculadora, um rádio FM, sem um smartphone? Agora imagine-se daqui por trezentos anos! Também vai ser obra dos Extra-Terrestres!
Mas isto prova como, numa só geração de pais para filhos, também eles já hoje não sabem como é que os pais telefonavam ou sintonizavam um rádio! Como é que era possível telefonar, usar uma máquina calculadora, um rádio FM, sem um smartphone? Agora imagine-se daqui por trezentos anos! Também vai ser obra dos Extra-Terrestres!
Quanto é que na Verdade nos Custa o Carro Todos os Meses?
Imagem retirada daqui: https://onestoptax.com.au |
Na mesma semana em que passaram vinte anos desde que tirei a carta de condução tive que deixar os dois carros na oficina, um para fazer a revisão, o outro para resolver um problema elétrico (totalizando nos dois um custo de 70€), e tendo ainda gasto 150€ na compra de quatro pneus em muito bom estado para o todo-terreno (que o mecânico considerou muito bom negócio). Nesta mesma semana uma amiga ficou sem bateria e vai ter que mudar o Kit de Distribuição, e se calhar 350€ não chegam para a brincadeira toda, daí que estivemos a falar com o carro nos consome muito dinheiro.
Por norma, quando pensamos no gasto mensal que temos com o carro, pensamos na despesa do combustível. No meu caso que faço 50Km todos os dias, eu mesmo digo que gasto 80€ todos os meses para ir para o trabalho. Mas, como é óbvio, isto é extremamente enganador! Eu gastaria só 80€ se isto fosse o valor do passe dos transportes públicos, porque com um carro há toda uma lista de gastos, uns mais a curto prazo, outros mais a médio ou longo prazo, consoante queiramos manter um carro por muito tempo nas nossas mãos, ou, como muitas pessoas fazem, trocar de carro de quatro em quatro ou de cinco em cinco anos.
Grosso modo quem está a pensar comprar um carro pela primeira vez, tem que ter noção que para o sustentar, terá que pagar - obrigatoriamente! - além do combustível:
- Seguro
- Inspeção
- Imposto Único de Circulação
- Revisões programadas (mudança de óleo e filtros, kit de distribuição)
- Substituição de peças de desgaste (bateria, lâmpadas, escovas, pneus, calços de travões (e discos), embraiagem, amortecedores, carregamento do ar condicionado, etc)
Mas há uma despesa mensal, que quase ninguém considera no carro, que é a desvalorização que o carro tem. Por exemplo, se o meu carro me custou 12 mil Euros há 12 anos, mas hoje já só vale 3 mil Euros, significa que em doze anos eu deitei ao lixo 9 Mil Euros! Significa que, por mês perco 62.50€!! Mas este custo de desvalorização poderá ser baixado consoante ficarmos com o carro mais tempo nas nossas mãos, até porque, se eu ficasse com este carro para o resto da vida, no máximo perderia o seu custo em desvalorização, e ainda há outra questão, que é, depois que o nosso carro se torna um clássico (mais de 25 anos) começa a valorizar (se entretanto não estiver um chaço velho e tiver que ir mas é para a sucata!)
A título de exemplo, se eu ficasse com este carro 30 anos, e nessa altura ele valesse mil euros, ele já só teria desvalorizado 30€ por mês em vez dos atuais 62,50€. Por outro lado, e como é lógico, perde mais dinheiro quem gasta mais na compra do carro à cabeça, e poupa mais quem compra um carro de uma marca que não desvalorize tanto (ainda que todos desvalorizam muito) ou que compre um carro por um preço baixo.
A título de exemplo, se eu ficasse com este carro 30 anos, e nessa altura ele valesse mil euros, ele já só teria desvalorizado 30€ por mês em vez dos atuais 62,50€. Por outro lado, e como é lógico, perde mais dinheiro quem gasta mais na compra do carro à cabeça, e poupa mais quem compra um carro de uma marca que não desvalorize tanto (ainda que todos desvalorizam muito) ou que compre um carro por um preço baixo.
Mas além destas despesas obrigatórias, da compra do carro e consequente desvalorização, bem como do Seguro, IUC, inpeção e manutenção, depois ainda há que ter em conta também despesas que para muitas pessoas não são de desprezar como por exemplo:
- Portagens
- Estacionamento
- Juros do Empréstimo para a compra do carro novo ou usado
E podemos ainda ter surpresas desagradáveis inesperadas como:
- Pequenos acidente / toques que implica aumento do prémio do seguro e reparação de chapa/pintura
- Multas (as mais comuns de estacionamento, velocidade, falar ao telemóvel, etc)
E nestas surpresas desagradáveis pode acontecer que nos danifiquem o pára-choques como ainda aconteceu comigo recentemente, questões de vandalismo, tentativa de assalto com coonsequentes estragos, vidros partidos, ou até, termos um acidente por nossa culpa e o carro ir para a sucata, e neste caso, todo o dinheiro que investimos no carro foi deitado ao lixo! Convém, digo eu, andar muito cuidado, por exemplo nestes dias de chuva! Pensar sempre que podemos deitar ao lixo muitos salários numa pequena irresponsabilidade!
E nestas surpresas desagradáveis pode acontecer que nos danifiquem o pára-choques como ainda aconteceu comigo recentemente, questões de vandalismo, tentativa de assalto com coonsequentes estragos, vidros partidos, ou até, termos um acidente por nossa culpa e o carro ir para a sucata, e neste caso, todo o dinheiro que investimos no carro foi deitado ao lixo! Convém, digo eu, andar muito cuidado, por exemplo nestes dias de chuva! Pensar sempre que podemos deitar ao lixo muitos salários numa pequena irresponsabilidade!
Mas ainda temos também que ter em conta os gastos com pequenos mimos em que há pessoas que quase não gastam dinheiro nenhum, mas outras há (como um ex-colega que me dizia que tinha mais produtos para o carro que a mulher de limpeza da casa!) que gastam bastante em quase todos estes pormenores:
- Lavagem (mesmo que seja em casa gastamos água, detergente, esfregona, panos)
- Ambientador
- Renovador de Plásticos
- Massa de Polir a Pintura
- Pano Micro Fibra
- Limpa Estofos
- Renovador de Faróis
- Líquido Limpa Vidros
- Anticongelante
- Substituir o Auto-rádio ou meter umas colunas mais potentes
- Substituição dos Tapetes
- Estofar bancos e/ou Volante
- Colocação de Barras no tejadilho
- Pintar para-choques
- Gancho de Reboque
- Capas para os bancos
- Cabos/carregador de bateria/Macaco/ Chave desapertar jantes
- Aditivo Limpeza de Injetores
- Spray Brilhos dos Pneus
- Spray Limpa Jantes
- Água destilada
E isto poderia continuar indefinidamente, quanto mais a pessoa seja obcecada pela perfeição do estado do carro!
Mas vamos então ao meu exemplo pessoal, que despesa, em média tenho eu todos os meses com um carro que faz em média 15 mil km / ano:
Combustível....................................................................................................100€
Seguro...............................................................................................................18€
Inspeção.........................................................................................................2,50€
IUC................................................................................................................2,50€
Revisão Programada (200€ a cada 2 anos.....................................................8,50€
KIT Distribuição (300€ a cada 5 anos) .............................................................5€
Bateria (100€ cada 5 anos)............................................................................1,70€
Pneus (400€ cada 3 anos).................................................................................11€
Embraiagem (500€ a cada 10 anos)................................................................4.2€
Escovas Limpa-Vidros (10€ cada 2 anos).....................................................0.40€
Pastilhas de Travão (50€ cada 3 anos)..........................................................1,40€
Discos Travão (100€ cada 6 anos)...............................................................1,40€
Lâmpadas (10€ todos os anos)......................................................................0,40€
Amortecedores (200€ cada 10 anos)............................................................1,70€
Radiador (300€ cada 15 anos)......................................................................1,70€
Esquecendo os 62,50€ de desvalorização, eu todos os meses, mesmo que não pegue no carro e o deixe estar quietinho na garagem, tenho sempre um gasto de 60€!! Depois tudo depende dos quilómetros que fizer, mas tendo em conta que, em média gasto 100€ de combustível por mês, isto quer dizer que, de momento gasto 160€ por mês no carro. Ora isto quer o que significa que, do orçamento anual dois mil euros são só para sustentar um carro.
Como dizia o outro, que por acaso é aqui da minha terra: "É muita grana"!!
* Isto foi escrito numa noite de insónia. Não sou nenhum especialista de "contas-poupança". É possível que alguns cálculos não estejam muito ajustados, mas se for o caso, até falarei com o meu mecânico e editarei posteriormente.
Como dizia o outro, que por acaso é aqui da minha terra: "É muita grana"!!
* Isto foi escrito numa noite de insónia. Não sou nenhum especialista de "contas-poupança". É possível que alguns cálculos não estejam muito ajustados, mas se for o caso, até falarei com o meu mecânico e editarei posteriormente.
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
Trump: O Maestro da Ópera-Bufa
"Eu acho que toda a forma como a administração Trump tem encaminhado este caso (o caso dos curdos) parece uma Ópera-bufa. O problema é que a Ópera-bufa coloca em risco a vida de milhares de pessoas.
Primeiro, depois de uma conversa telefónica com o presidente turco Erdogan o Trump resolve retirar o número reduzido de militares norte-americanos que se encontravam no Curdistão. Como resultado a Turquia invadiu o Curdistão. Depois (Trump) louva-se a si próprio dizendo "estou retirando soldados americanos de uma guerra que o país nunca deveria ter entrado".
A seguir, com a repercussão negativa e com a possibilidade da volta do Estado Islâmico (fugiram dez mil militantes do Daesh), ele afirma que os curdos não lutaram junto com os norte-americanos na invasão da Normandia na segunda guerra mundial... esquecendo que eles foram a principal força que combateu o Estado Islâmico.
A seguir Trump afirma que nunca abandonou os curdos! Imagina! Apesar de no próprio país, Trump ter sido considerado um traidor. E então ele resolveu, para tentar limpar a situação dele (para limpar a barra, como a gente diz no Brasil) ele escreveu uma carta ao Erdogan dizendo "não seja um tipo duro (don't be a tuff guy) e pare essa ofensiva, aceite conversar com um dos líderes do Curdistão, o general Masloon. Bom, e o Erdoan responde: "eu nunca vou conversar com terroristas" porque para o Erdogan, os quarenta milhões de curdos são todos terroristas!
Aí a chancelerina alemã Angela Merkel toma uma posição dura contra a invasão turca e o Trump aplaude a atitude alemã, para depois dizer que ela veio muito tarde!
Bom, os curdos estão sendo dizimados, aliaram-se ao ditador sírio Assad e o norte da Síria foi entregue como área de influência aos russos. Ficou assim.
- Mas vocês mesmo que Trump está a resolver alguma coisa?
Continuamos a falar dele como se ele percebesse o caos que se está a instalar naquela zona...
# O Esplendor de Portugal 17 de Outubro de 2019
Continuamos a falar dele como se ele percebesse o caos que se está a instalar naquela zona...
# O Esplendor de Portugal 17 de Outubro de 2019
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quinta-feira, 17 de outubro de 2019
terça-feira, 15 de outubro de 2019
do Triste Temor a Deus
"Fui ensinado a viver sem alegria nem otimismo nenhuns. Para a minha infância, minha e de toda uma burguesia ocupante, o sofrimento era a única razão de viver, mas como obviamente, nós não sofríamos lá grande coisa, havia que construir um mundo de sofrimento que justificasse toda uma conceção roxa e quaresmal da vida, quiçá da história. Onde as pessoas se sentiam verdadeiramente bem era depois das Cinzas, até sábado de Aleluia. Na quaresma se realizava, a pretexto da Paixão da Cristo, todo o adequado encontro entre o objeto homem e aquilo para que tinha sido feito: uma vida que era sofrimento e sacrifício. Isso era vivido em cada gineceu familiar. Antes de adiantarmos já trágicas conceções sobre a tremenda dor humana que, por hipótese lisonjeira, pudessem já estar a imaginar sobre o cenário de infância que me foi dado viver, quero desde já esclarecer que esta dor e este sofrimento não tinham grandeza nenhuma. Era uma tristeza geral e emoldurante que se manifestava em coisas mais ou menos ligadas ao aumento do custo de vida, ao pessoal que era cada vez mais raro e exigente, aos costumes que se dissolviam a olhos vistos: as operárias já iam ao cabeleireiro e gastavam o dinheiro todo em permanentes. Coisas banais e mesquinhas, coisas mesmo inevitáveis como o frio que fazia no Inverno, mormente numa região montanhosa, ou o calor que fazia no Verão, eram imediato pretexto para os ais justificativos da nossa existência sofredora. A melhor notícia que se poderia dar nessa altura era uma desgraça, quanto mais próxima melhor. Um partir de uma perna, um desastre de automóvel, e então uma morte! Daí resultava que as pessoas se sentiam extraordinariamente importantes e realizadas era em dia de pêsames. No morte dum parente próximo cada um se sentia naquilo para que fora feito, talhando-se a jeito para que dissessem: "Ai", fulano. Era a própria imagem da dor!" (pág. 62)
"Peregrinação Interior - Reflexões sobre Deus" - Alçada Baptista (1971)
domingo, 13 de outubro de 2019
Os Pobrezinhos Também Têm Direito Divertir-se
Confesso que ao vivo, pelo menos assim tão perto, nunca tinha visto todo aquele ritual a não ser em tempos na televisão. Regressava eu de Fafe para Guimarães pela Ecopista, quando, de repente, vê-se à minha direita um enorme relvado. Tratava-se do Campo de Golf de Rilhadas. Paramos, e olho a cena mais em pormenor. Espalhados por aquele imenso verde vejo uns quantos homens já com idade para ter juízo. Usavam na sua maioria umas fatiotas brancas, com bonés brancos e luvinhas brancas a condizer.
O meu amigo diz: "O ser humano é realmente muito estranho".
E de facto, mais atentamente víamos uma pessoa com um pau na mão a acertar numa bola para longe, e depois, todos, em filinha, seguiam uns atrás dos outros até chegarem novamente junto da bola e pumba, mandavam-lhe novamente uma bastonada para bem longe e repetiam o processo, todos atrás um dos outros com uns carrinhos de viagem pela mão.
Já eu, que como sabem tenho um pensamento humanitário e sempre em defesa da minorias ostracizadas, referi que é preciso apoiar os pobrezinhos, pois também estes têm direito a divertir-se.
Sim, porque felizmente tivemos um primeiro-ministro extremamente sensível a estas pessoas carenciadas. Veja-se que o governo Passos-Portas, que contrariamente ao que tinha dito em campanha eleitoral ("não aumentaremos os impostos") começou logo por aumentar o IVA em todos os escalões, e, entre outras algumas medidas, por exemplo, os funcionários públicos que ganhavam mais de 1500€ tiveram cortes até 10%; cortou-se metade do subsídio de Natal e de férias e o IVA de bens de luxo como a eletricidade e o gás subiram de 6% para 23%.
Mas graças a Deus que, felizmente este primeiro-ministro tão bondoso, na pior época de crise que o país recentemente viveu, lembrou-se dos pobrezinhos e baixou o IVA do Golf para 6%, porque os pobrezinhos também têm direito a divertir-se. E entretanto os políticos que se seguiram e, muito bem, não inverteram a situação, porque o verddeiro luxo é ter gás e eletricidade em casa, ou pior, saneamento básico!
# Haja Quem Defenda os Mais Carenciados
# Haja Quem Defenda os Mais Carenciados
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Dizes Uma Coisa em Campanha e Fazes Outra Quando eleges um Deputado? És um Fascista Neo-Liberal Hipócrita e Populista e Não Sabias!
Basta. Chega dos contribuintes terem que financiar os partidos e as campanhas eleitorais! O Iniciativa Liberal berrava que é contra o financiamento do Estado. Disse com todas as letras que iria abdicar da subvenção de campanha porque não se justifica e é "imoral".
Mas depois das eleições e tendo eleito um deputado (quando se calhar até não contavam), o mesmo partido faz uma inversão no discurso e passa mas é para cá os 700 mil euros (referentes a quatro anos de legislatura por ter mais de 50 mil votos) porque um gajo não vai para a politica andar a encher chouriços!
Ainda nem alapavam o cu na Assembleia da República e já mostraram da massa hipócrita e populista que são feitos.
Ana Karenina Mais Barato que duas Bolas de Gelado
Há coisas verdadeiramente curiosas. Umas horas antes tínhamos estado a falar do Ana Karenina e entretanto fomos até ao centro histórico de Guimarães. Caminhamos um pouco, vimos as centenas de turistas que entupiam as ruas (em Outubro dezenas e dezenas de asiáticos!) até que chegamos a uma pequena feira de velharias, e, eis se não quando, passo os olhos numa mesa cheia de livros e ali estava ele, mesmo a olhar para mim, o raio do Ana Karenina!
Depois de mais uma voltinha pelo Paço dos Duques de Bragança e uma paragem para eu comer a minha segunda sande de panado que tinha na mochila e a namorada do meu amigo deitar no banco e servir-se da mochila como almofada, regressamos e decidiram parar na esplanada do centro histórico com vista para a mesma feira de velharias onde tinha comprado o livro. Uma esplanada ali não é propriamente barata para a bolsa do português comum, mas ainda assim decidi-me a gastar cinco euros e lambuzar-me com duas bolas de gelado, que ainda assim conseguiram ser mais caras que o Ana Karenina que tinha comprado uma hora antes por quatro!
Depois de mais uma voltinha pelo Paço dos Duques de Bragança e uma paragem para eu comer a minha segunda sande de panado que tinha na mochila e a namorada do meu amigo deitar no banco e servir-se da mochila como almofada, regressamos e decidiram parar na esplanada do centro histórico com vista para a mesma feira de velharias onde tinha comprado o livro. Uma esplanada ali não é propriamente barata para a bolsa do português comum, mas ainda assim decidi-me a gastar cinco euros e lambuzar-me com duas bolas de gelado, que ainda assim conseguiram ser mais caras que o Ana Karenina que tinha comprado uma hora antes por quatro!
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
Pelo Pagamento do Salário Antecipado
Eu gostaria de deixar aqui uma sugestão, que até me parece que faz todo o sentido, para que qualquer partido de Esquerda que defenda os interesses dos trabalhadores, ou até para algum sindicato possa pegar nela se quiser.
Visto que já não é a primeira vez que me acontece trabalhar as quatro semanas contratualizadas para depois ter direito ao pagamento mensal, que significa que o pagamento deverá ser feito trinta dias depois de iniciado o trabalho, mas tendo em conta que até já estive dois meses com o salário atrasado, e como neste mês, até ao momento também ainda não vi nenhum, eu pergunto:
- Então e se fizéssemos ao contrário? E se todas as empresas que querem o seu trabalhinho feito, seja com contrato a termo ou sem termo, passassem a ter que pagar o mês adiantado, em vez de ser o trabalhador a ter que estar trinta dias à espera do pagamento do primeiro dia de trabalho?
Até nem precisava ser pagamento mensal, poderíamos pensar num pagamento semanal como se faz em alguns países, mas o que não faz sentido nenhum na lei, é ser o trabalhador, a parte mais fraca e desprotegida, a ter que esperar por um trabalho já feito, mas depois quando vamos ao supermercado não podemos pedir fiado, tal como os bancos também não se comovem minimamente se a pessoa disser que ainda não pagou o empréstimo, ou mesmo que diga "vão lá à minha empresa cobrar o dinheiro que eu já trabalhei e está ganho, mas ainda não o recebi".
Se na maioria dos serviços temos de pagar primeiro e só depois ser servidos, sim, porque ninguém vai ao cinema, vê o filme e depois é que paga - não, a pessoa, mesmo que depois tenha detestado o filme, tem que o pagar antecipadamente porque sem pagamentozinho não há filmezinho - e porque se queremos alugar uma casa até temos que pagar, não um mas dois meses antecipados, e temos que ter dinheiro para o efeito, então porque raio no emprego tem que ser diferente?
Se queremos acabar com a praga dos salários em atraso, em que no fundo é o trabalhador que tem de esperar e financiar as empresas, então só há mesmo um caminho: o fim do trabalho fiado e o pagamento antecipado do trabalho.
Grafittis do Parque da Cidade de Fafe
No fim-de-semana fui até Guimarães para fazer a ciclovia até Fafe e voltar (cerca de 28Km). Paramos no meu já conhecido Parque da Cidade de Fafe para almoçar, e apesar não nos termos demorado muito por lá, deu sempre para apreciar mais alguns dos belíssimos graffiti (alguns de artistas brasileiros como Cadumen e Clara Leff) que por lá se podem ver nuns quantos muros que terão sido erigidos para o efeito. Sem nenhuma ordem de preferência deixo aqui alguns dos meus preferidos.
As Últimas Ameixas da Vida
Há coisa de um mês decidi-me a arrancar a enorme estrelícia que tinha em frente da casa. Não, não foi propriamente um "Querida Mudei o Jardim", foi mais um já-estava-farto-de-tanta-raiz-a-tomar-conta-do-relvado-e-farto-de-ter-que-a-cortar-e-podar-em-volta-que-vou-fazer-uma-limpeza-nisto-tudo. Já tinha até começado a cavar em volta (a tarefa não é propriamente fácil) até que os pais, como estão por casa, ofereceram-se para ir lá a casa arrancar aquilo.
No dia em causa que isso aconteceu, cheguei a casa e passado um bocado ouço o meu vizinho a chamar por mim. Este meu vizinho mora duas casas ao lado mas que inicialmente até viveu mesmo ao lado porque aquelas casas são todas da mesma família. Eu cresci ali, naquela rua, e desde pequeno que fui convivendo, ainda que à distância, com os vizinhos, e sempre me habituei a respeitar aquele senhor, que inicialmente usava um bigode e que para ali veio morar porque casou com a filha dos donos daqueles terrenos e que na altura conduzia um Opel Kadett preto de matrícula AU.
Ele chamou por mim e foi subindo o passeio com um saco plástico na mão. Disse-me que, como tinha visto os meus pais por ali, foi apanhar umas ameixas para lhes dar, mas que entretanto quando voltou já os meus pais tinham ido embora. Confiou-mas então a mim para as entregar aos meus pais.
Via Piterest |
Foi há cerca de cinco anos que soube que ele estava doente e isso revoltou-me porque parece mesmo que "coisa ruim não tem desvio" e que só os bons é que se vão antes do tempo. Ele deixou de trabalhar e estava sempre por casa. Mas sempre o vi a trabalhar em casa, nas mais variadas tarefas como cuidar do jardim e do pequeno quintal por onde andam galinhas e patos por entre árvore de fruto, e sempre o vi bem disposto e alegre, ainda que muitas vezes, como é compreensível, se protegesse e recolhesse mais.
E se é verdade que eu sempre tive o hábito de me despedir das pessoas como se fosse a última vez que as vou ver - "tudo de bom!", até porque um dia isso irá mesmo acontecer, com ele, fazia mesmo sempre questão de, sempre que por ele passasse na rua, de carro, ou o via passar da minha casa, sempre fiz questão de lhe dar um aceno e um sorriso sincero. Em boa verdade, já fazia antes de saber que estava doente, mas agora fazia-o ainda com mais sentimento, como que a transmitir-se uma força subliminar, que estamos todos a torcer por ele.
Mas, inesperadamente, no penúltimo fim-de-semana, que ainda por cima fui passar fora, liga-me a minha mãe em choque. Ele tinha morrido e sido enterrado no dia anterior, sem que os meus pais, que moram a setecentos metros de distância, tivessem sabido e podido ir ao funeral, porque não tocou o sino da igreja, que na aldeia serve de alerta que alguém morre.
No telefonema a minha mãe dizia-me que já tinha chorado mais do que se fosse uma pessoa de família, porque, digo eu, não são os laços de sangue que obrigatoriamente nos fazem estar mais ou menos ligados a alguém, é o sentimento que temos por alguém que faz com que determinada pessoa seja importante para nós. E um vizinho, a quem quase só dizemos "olá", mas que temos em grande conta, pode-nos ser mais precioso que alguém da nossa família com quem não temos ligação e que só vemos, com sorte, de dez em dez anos em algum funeral.
A minha mãe viu naquele gesto generoso naquele saco de ameixas (que eram mesmo muito boas) oferecido semanas antes de partir, o simbolismo de se despedir de nós. Talvez tenha sido... não sei, só ele saberá. Mas o que sei é que aquela Rua das Flores ficará mais silenciosa, mais pobre e, senão todos, eu, pelo menos, lhe sentirei bastante a falta. Até sempre R...
E se é verdade que eu sempre tive o hábito de me despedir das pessoas como se fosse a última vez que as vou ver - "tudo de bom!", até porque um dia isso irá mesmo acontecer, com ele, fazia mesmo sempre questão de, sempre que por ele passasse na rua, de carro, ou o via passar da minha casa, sempre fiz questão de lhe dar um aceno e um sorriso sincero. Em boa verdade, já fazia antes de saber que estava doente, mas agora fazia-o ainda com mais sentimento, como que a transmitir-se uma força subliminar, que estamos todos a torcer por ele.
Mas, inesperadamente, no penúltimo fim-de-semana, que ainda por cima fui passar fora, liga-me a minha mãe em choque. Ele tinha morrido e sido enterrado no dia anterior, sem que os meus pais, que moram a setecentos metros de distância, tivessem sabido e podido ir ao funeral, porque não tocou o sino da igreja, que na aldeia serve de alerta que alguém morre.
No telefonema a minha mãe dizia-me que já tinha chorado mais do que se fosse uma pessoa de família, porque, digo eu, não são os laços de sangue que obrigatoriamente nos fazem estar mais ou menos ligados a alguém, é o sentimento que temos por alguém que faz com que determinada pessoa seja importante para nós. E um vizinho, a quem quase só dizemos "olá", mas que temos em grande conta, pode-nos ser mais precioso que alguém da nossa família com quem não temos ligação e que só vemos, com sorte, de dez em dez anos em algum funeral.
A minha mãe viu naquele gesto generoso naquele saco de ameixas (que eram mesmo muito boas) oferecido semanas antes de partir, o simbolismo de se despedir de nós. Talvez tenha sido... não sei, só ele saberá. Mas o que sei é que aquela Rua das Flores ficará mais silenciosa, mais pobre e, senão todos, eu, pelo menos, lhe sentirei bastante a falta. Até sempre R...
sábado, 5 de outubro de 2019
Sinais em Dia de Reflexão Eleitoral
Depois de percorrer os quatorze quilómetros da Pista de Cicloturismo de Guimarães e ter chegado a Fafe, deparo-me com a placa que dá nome ao local: Praça Mártires do Fascismo.
Em dia de reflexão eleitoral é um sinal a não menosprezar com tanto partidozinho fascista travestido de amiguinho do ambiente e neo-liberal-da-treta que por aí anda.
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
Lei de Murphy na Vida Real
terça-feira, 1 de outubro de 2019
A Sabedoria da Experiência
https://pixabay.com |
Na juventude, e depois de um ou outro namorico pouco mais que inocente, lá chega o dia (até porque agora sim as coisas começam a tomar contornos sérios) em que pela primeira vez lá temos que ir a casa dela para sermos apresentados aos pais, para que eles conheçam, finalmente, o malandro que chegou ao coração da filha.
Se é verdade que não são os pais que vão namorar connosco, e ainda por cima também já não estamos no tempo de pedir permissão para sequer poder falar com a filha, por outro lado há sempre uma avaliação que é feita a nosso respeito no exato momento em que nos damos a conhecer. Não estivéssemos nós sempre a ser avaliados onde quer que vamos, mais não seja pela imagem que passamos, se somos mais ou menos atraentes, mais ou menos simpáticos, mais ou menos inteligentes e/ou cultos ou mais ou menos broncos e/ou idiotas.
E eu acho que não é preciso ser pai para perceber que, e sem querer generalizar, que os pais querem sempre o melhor para os filhos. É normal que assim seja, muito estranho é quando isso não acontece. Os pais querem que os filhos tenham um bom futuro profissional e que arranjem o melhor partido possível, de preferência daqueles que elegem deputados suficientes para poderem governar sozinhos.
Ou então, que pelo menos, que sejam felizes.
E causa sempre alguma ansiedade quando sabemos que vamos ser avaliados. Pelo menos a mim causa. Ao longo da vida muitas são as situações em que somos avaliados, seja no teste lá da escola, no exame de condução, na entrevista de emprego, e, logicamente, também quando vamos conhecer pela primeira vez os pais da namorada. E esta avaliação, muitas vezes acaba por ser contínua, dia após dia, em que não conta só o exame da apresentação. Houve um primeiro impacto, as primeiras impressões que contam sempre muito e, claro, vale sempre mais cair em graça que ser engraçado, ainda que, a longo prazo, estas depois possam ser confirmadas ou não.
Entretanto os anos vão passando e perdemos as ilusão que o primeiro amor será para sempre. Também um dia nos tocará a nós e todo aquele amor que se jurou ser eterno irá implodir Novos amores, mais ou menos platónicos, novos enamoramentos, vividos ou por viver se seguirão e, um dia damo-nos conta que, aquele miúdo que sempre fomos e que brincava lá na rua, é o único que entretanto chegou aos quarenta solteiro e sem filhos.
Sim, é quase como se nos tivéssemos tornado numa espécie quase em vias de extinção. Mas está tudo bem, sem pressão nenhuma, nem medo de ficarmos para tio, ainda por cima quando até somos filhos únicos que nunca serão verdadeiros tios! E depois, como não casamos, até temos vantagem de não termos uma proeminente barriga de grávida com, pelo menos, uns seis meses!
Mas aos poucos começamos a notar que há algo que se passa com a nossa vista. Será que devemos marcar consulta no oftalmologista? Do nada começamos a olhar para mulheres com mais de trinta anos, mulheres até mais velhas que nós. Talvez não seja nos olhos, quem sabe o problema esteja mesmo no nosso cérebro. Ou então, se calhar está tudo bem e estamos só a ficar mais velhos.
Certo dia saímos achamos imensa graça quando, pela primeira vez saímos com uma mulher cinco anos mais velha, e continuamos fascinados mesmo depois dela ter feito quase um escândalo com um empregado que, delicadamente só nos queria colocar numa mesa para duas pessoa para não ocuparmos o espaço de seis. E é por isso que cada vez mais tenho a certeza que a visão só atrapalha. Não tivéssemos nós olhos e certamente que as nossas escolhas seriam outras. (mas isso se calhar será tema para uma próxima publicação)
Até que acabamos por sair pela primeira com uma mulher divorciada, e só esse nome quase nos faz pensar que a pessoa tem uma espécie de doença venérea. Mas não tem. É só uma mulher, como tantas outras, mas que não admitiu que certas situações se continuassem a repetir. E até acabamos por lhe conhecer a filha, uma criança encantadora, com imenso jeito para jogar à bola!
Até que, pela primeira vez (até morrermos há sempre muitas coisas que vamos fazendo pela primeira vez) experimentamos, por sugestão alheia, entreter os filhos da nossa colega de trabalho (aquela que até namoraria connosco se não tivéssemos o cabelo quase até ao cu!), com o ténis-de-mesa e percebemos de imediato que educar duas crianças de idades muito próximas não será certamente da tarefas mais fáceis, e mais ainda quando o tivemos que fazer sem nenhuma ajuda do outro progenitor.
Quando somos jovens, mais ou menos adolescentes, começamos inicialmente por recear ser apresentados e avaliados pelos pais. Ironicamente, quer-me parecer que, se calhar, também um dia seremos nós a ser avaliados por outros filhos que, tal como nós, certo dia tivemos que ser apresentados aquele que veio a ser o companheiro da nossa mãe até durante mais tempo que do aquele que foi o nosso pai.
Não sei se ultimamente tenho envelhecido muito ou não. Sei apenas que as minhas telhas têm voado mais depressa do que aquilo que eu gostaria. No entanto, uma coisa mais importante eu sei de certeza, que ultimamente a vida tem-me colocado em perspectivas bem diferentes das que tinha vivido no passado. Se numa determinada altura da minha vida estou num determinado vértice, mais à frente a vida faz questão de me colocar num outro, com vista privilegiada para o vértice onde estive outrora, para que possa assim perceber da melhor forma como é estar numa situação e noutra, estar no nosso lugar e sentir na pele o que é estar do outro lado. Por alguma coisa se diz que apenas podemos transmitir o conhecimento, não a sabedoria. Porque a sabedoria, essa só a encontramos quando somos nós mesmos a trilhar o caminho do conhecimento.
Entretanto os anos vão passando e perdemos as ilusão que o primeiro amor será para sempre. Também um dia nos tocará a nós e todo aquele amor que se jurou ser eterno irá implodir Novos amores, mais ou menos platónicos, novos enamoramentos, vividos ou por viver se seguirão e, um dia damo-nos conta que, aquele miúdo que sempre fomos e que brincava lá na rua, é o único que entretanto chegou aos quarenta solteiro e sem filhos.
Sim, é quase como se nos tivéssemos tornado numa espécie quase em vias de extinção. Mas está tudo bem, sem pressão nenhuma, nem medo de ficarmos para tio, ainda por cima quando até somos filhos únicos que nunca serão verdadeiros tios! E depois, como não casamos, até temos vantagem de não termos uma proeminente barriga de grávida com, pelo menos, uns seis meses!
Mas aos poucos começamos a notar que há algo que se passa com a nossa vista. Será que devemos marcar consulta no oftalmologista? Do nada começamos a olhar para mulheres com mais de trinta anos, mulheres até mais velhas que nós. Talvez não seja nos olhos, quem sabe o problema esteja mesmo no nosso cérebro. Ou então, se calhar está tudo bem e estamos só a ficar mais velhos.
Certo dia saímos achamos imensa graça quando, pela primeira vez saímos com uma mulher cinco anos mais velha, e continuamos fascinados mesmo depois dela ter feito quase um escândalo com um empregado que, delicadamente só nos queria colocar numa mesa para duas pessoa para não ocuparmos o espaço de seis. E é por isso que cada vez mais tenho a certeza que a visão só atrapalha. Não tivéssemos nós olhos e certamente que as nossas escolhas seriam outras. (mas isso se calhar será tema para uma próxima publicação)
Até que acabamos por sair pela primeira com uma mulher divorciada, e só esse nome quase nos faz pensar que a pessoa tem uma espécie de doença venérea. Mas não tem. É só uma mulher, como tantas outras, mas que não admitiu que certas situações se continuassem a repetir. E até acabamos por lhe conhecer a filha, uma criança encantadora, com imenso jeito para jogar à bola!
Até que, pela primeira vez (até morrermos há sempre muitas coisas que vamos fazendo pela primeira vez) experimentamos, por sugestão alheia, entreter os filhos da nossa colega de trabalho (aquela que até namoraria connosco se não tivéssemos o cabelo quase até ao cu!), com o ténis-de-mesa e percebemos de imediato que educar duas crianças de idades muito próximas não será certamente da tarefas mais fáceis, e mais ainda quando o tivemos que fazer sem nenhuma ajuda do outro progenitor.
Quando somos jovens, mais ou menos adolescentes, começamos inicialmente por recear ser apresentados e avaliados pelos pais. Ironicamente, quer-me parecer que, se calhar, também um dia seremos nós a ser avaliados por outros filhos que, tal como nós, certo dia tivemos que ser apresentados aquele que veio a ser o companheiro da nossa mãe até durante mais tempo que do aquele que foi o nosso pai.
Não sei se ultimamente tenho envelhecido muito ou não. Sei apenas que as minhas telhas têm voado mais depressa do que aquilo que eu gostaria. No entanto, uma coisa mais importante eu sei de certeza, que ultimamente a vida tem-me colocado em perspectivas bem diferentes das que tinha vivido no passado. Se numa determinada altura da minha vida estou num determinado vértice, mais à frente a vida faz questão de me colocar num outro, com vista privilegiada para o vértice onde estive outrora, para que possa assim perceber da melhor forma como é estar numa situação e noutra, estar no nosso lugar e sentir na pele o que é estar do outro lado. Por alguma coisa se diz que apenas podemos transmitir o conhecimento, não a sabedoria. Porque a sabedoria, essa só a encontramos quando somos nós mesmos a trilhar o caminho do conhecimento.
O Triunfo dos Gatos
"O gato aderiu ao Comitê de Reeducação e foi muito ativo durante alguns dias. Foi visto um dia sentado no telhado a conversar com uns pardais que estavam fora do seu alcance. Estava a dizer-lhes que agora todos os animais eram camaradas e que os que quisessem podiam empoleirar-se na sua pata; mas os pardais mantiveram-se à distância."
Acabava de sair de casa neste primeiro dia de Outubro e estava a chover. "Ainda bem", pensei. É da maneira que me rega o jardim e as plantas certamente que agradecem. Porque nenhuma água se compara à água da chuva.
Saí da garagem, e preparava-me já para rumar para o trabalho, quando de repente algo me chamou a atenção.
Surpreendentemente, no terreno do antigo pinhal que foi ceifado defronte da casa dos meus pais, estava um grande trator dos madeireiros que agora por lá andam a cortar eucaliptos.
Abrigado da chuva e sentada aos comandos estava a gata que a minha mãe adotou!
A citação acima é do livro "O triunfo dos porcos" de George Orwell.
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