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Na juventude, e depois de um ou outro namorico pouco mais que inocente, lá chega o dia (até porque agora sim as coisas começam a tomar contornos sérios) em que pela primeira vez lá temos que ir a casa dela para sermos apresentados aos pais, para que eles conheçam, finalmente, o malandro que chegou ao coração da filha.
Se é verdade que não são os pais que vão namorar connosco, e ainda por cima também já não estamos no tempo de pedir permissão para sequer poder falar com a filha, por outro lado há sempre uma avaliação que é feita a nosso respeito no exato momento em que nos damos a conhecer. Não estivéssemos nós sempre a ser avaliados onde quer que vamos, mais não seja pela imagem que passamos, se somos mais ou menos atraentes, mais ou menos simpáticos, mais ou menos inteligentes e/ou cultos ou mais ou menos broncos e/ou idiotas.
E eu acho que não é preciso ser pai para perceber que, e sem querer generalizar, que os pais querem sempre o melhor para os filhos. É normal que assim seja, muito estranho é quando isso não acontece. Os pais querem que os filhos tenham um bom futuro profissional e que arranjem o melhor partido possível, de preferência daqueles que elegem deputados suficientes para poderem governar sozinhos.
Ou então, que pelo menos, que sejam felizes.
E causa sempre alguma ansiedade quando sabemos que vamos ser avaliados. Pelo menos a mim causa. Ao longo da vida muitas são as situações em que somos avaliados, seja no teste lá da escola, no exame de condução, na entrevista de emprego, e, logicamente, também quando vamos conhecer pela primeira vez os pais da namorada. E esta avaliação, muitas vezes acaba por ser contínua, dia após dia, em que não conta só o exame da apresentação. Houve um primeiro impacto, as primeiras impressões que contam sempre muito e, claro, vale sempre mais cair em graça que ser engraçado, ainda que, a longo prazo, estas depois possam ser confirmadas ou não.
Entretanto os anos vão passando e perdemos as ilusão que o primeiro amor será para sempre. Também um dia nos tocará a nós e todo aquele amor que se jurou ser eterno irá implodir Novos amores, mais ou menos platónicos, novos enamoramentos, vividos ou por viver se seguirão e, um dia damo-nos conta que, aquele miúdo que sempre fomos e que brincava lá na rua, é o único que entretanto chegou aos quarenta solteiro e sem filhos.
Sim, é quase como se nos tivéssemos tornado numa espécie quase em vias de extinção. Mas está tudo bem, sem pressão nenhuma, nem medo de ficarmos para tio, ainda por cima quando até somos filhos únicos que nunca serão verdadeiros tios! E depois, como não casamos, até temos vantagem de não termos uma proeminente barriga de grávida com, pelo menos, uns seis meses!
Mas aos poucos começamos a notar que há algo que se passa com a nossa vista. Será que devemos marcar consulta no oftalmologista? Do nada começamos a olhar para mulheres com mais de trinta anos, mulheres até mais velhas que nós. Talvez não seja nos olhos, quem sabe o problema esteja mesmo no nosso cérebro. Ou então, se calhar está tudo bem e estamos só a ficar mais velhos.
Certo dia saímos achamos imensa graça quando, pela primeira vez saímos com uma mulher cinco anos mais velha, e continuamos fascinados mesmo depois dela ter feito quase um escândalo com um empregado que, delicadamente só nos queria colocar numa mesa para duas pessoa para não ocuparmos o espaço de seis. E é por isso que cada vez mais tenho a certeza que a visão só atrapalha. Não tivéssemos nós olhos e certamente que as nossas escolhas seriam outras. (mas isso se calhar será tema para uma próxima publicação)
Até que acabamos por sair pela primeira com uma mulher divorciada, e só esse nome quase nos faz pensar que a pessoa tem uma espécie de doença venérea. Mas não tem. É só uma mulher, como tantas outras, mas que não admitiu que certas situações se continuassem a repetir. E até acabamos por lhe conhecer a filha, uma criança encantadora, com imenso jeito para jogar à bola!
Até que, pela primeira vez (até morrermos há sempre muitas coisas que vamos fazendo pela primeira vez) experimentamos, por sugestão alheia, entreter os filhos da nossa colega de trabalho (aquela que até namoraria connosco se não tivéssemos o cabelo quase até ao cu!), com o ténis-de-mesa e percebemos de imediato que educar duas crianças de idades muito próximas não será certamente da tarefas mais fáceis, e mais ainda quando o tivemos que fazer sem nenhuma ajuda do outro progenitor.
Quando somos jovens, mais ou menos adolescentes, começamos inicialmente por recear ser apresentados e avaliados pelos pais. Ironicamente, quer-me parecer que, se calhar, também um dia seremos nós a ser avaliados por outros filhos que, tal como nós, certo dia tivemos que ser apresentados aquele que veio a ser o companheiro da nossa mãe até durante mais tempo que do aquele que foi o nosso pai.
Não sei se ultimamente tenho envelhecido muito ou não. Sei apenas que as minhas telhas têm voado mais depressa do que aquilo que eu gostaria. No entanto, uma coisa mais importante eu sei de certeza, que ultimamente a vida tem-me colocado em perspectivas bem diferentes das que tinha vivido no passado. Se numa determinada altura da minha vida estou num determinado vértice, mais à frente a vida faz questão de me colocar num outro, com vista privilegiada para o vértice onde estive outrora, para que possa assim perceber da melhor forma como é estar numa situação e noutra, estar no nosso lugar e sentir na pele o que é estar do outro lado. Por alguma coisa se diz que apenas podemos transmitir o conhecimento, não a sabedoria. Porque a sabedoria, essa só a encontramos quando somos nós mesmos a trilhar o caminho do conhecimento.
Entretanto os anos vão passando e perdemos as ilusão que o primeiro amor será para sempre. Também um dia nos tocará a nós e todo aquele amor que se jurou ser eterno irá implodir Novos amores, mais ou menos platónicos, novos enamoramentos, vividos ou por viver se seguirão e, um dia damo-nos conta que, aquele miúdo que sempre fomos e que brincava lá na rua, é o único que entretanto chegou aos quarenta solteiro e sem filhos.
Sim, é quase como se nos tivéssemos tornado numa espécie quase em vias de extinção. Mas está tudo bem, sem pressão nenhuma, nem medo de ficarmos para tio, ainda por cima quando até somos filhos únicos que nunca serão verdadeiros tios! E depois, como não casamos, até temos vantagem de não termos uma proeminente barriga de grávida com, pelo menos, uns seis meses!
Mas aos poucos começamos a notar que há algo que se passa com a nossa vista. Será que devemos marcar consulta no oftalmologista? Do nada começamos a olhar para mulheres com mais de trinta anos, mulheres até mais velhas que nós. Talvez não seja nos olhos, quem sabe o problema esteja mesmo no nosso cérebro. Ou então, se calhar está tudo bem e estamos só a ficar mais velhos.
Certo dia saímos achamos imensa graça quando, pela primeira vez saímos com uma mulher cinco anos mais velha, e continuamos fascinados mesmo depois dela ter feito quase um escândalo com um empregado que, delicadamente só nos queria colocar numa mesa para duas pessoa para não ocuparmos o espaço de seis. E é por isso que cada vez mais tenho a certeza que a visão só atrapalha. Não tivéssemos nós olhos e certamente que as nossas escolhas seriam outras. (mas isso se calhar será tema para uma próxima publicação)
Até que acabamos por sair pela primeira com uma mulher divorciada, e só esse nome quase nos faz pensar que a pessoa tem uma espécie de doença venérea. Mas não tem. É só uma mulher, como tantas outras, mas que não admitiu que certas situações se continuassem a repetir. E até acabamos por lhe conhecer a filha, uma criança encantadora, com imenso jeito para jogar à bola!
Até que, pela primeira vez (até morrermos há sempre muitas coisas que vamos fazendo pela primeira vez) experimentamos, por sugestão alheia, entreter os filhos da nossa colega de trabalho (aquela que até namoraria connosco se não tivéssemos o cabelo quase até ao cu!), com o ténis-de-mesa e percebemos de imediato que educar duas crianças de idades muito próximas não será certamente da tarefas mais fáceis, e mais ainda quando o tivemos que fazer sem nenhuma ajuda do outro progenitor.
Quando somos jovens, mais ou menos adolescentes, começamos inicialmente por recear ser apresentados e avaliados pelos pais. Ironicamente, quer-me parecer que, se calhar, também um dia seremos nós a ser avaliados por outros filhos que, tal como nós, certo dia tivemos que ser apresentados aquele que veio a ser o companheiro da nossa mãe até durante mais tempo que do aquele que foi o nosso pai.
Não sei se ultimamente tenho envelhecido muito ou não. Sei apenas que as minhas telhas têm voado mais depressa do que aquilo que eu gostaria. No entanto, uma coisa mais importante eu sei de certeza, que ultimamente a vida tem-me colocado em perspectivas bem diferentes das que tinha vivido no passado. Se numa determinada altura da minha vida estou num determinado vértice, mais à frente a vida faz questão de me colocar num outro, com vista privilegiada para o vértice onde estive outrora, para que possa assim perceber da melhor forma como é estar numa situação e noutra, estar no nosso lugar e sentir na pele o que é estar do outro lado. Por alguma coisa se diz que apenas podemos transmitir o conhecimento, não a sabedoria. Porque a sabedoria, essa só a encontramos quando somos nós mesmos a trilhar o caminho do conhecimento.
Hahaha, muito bom!!!
ResponderEliminarE já foste ao barbeiro!? 🤣🤣
Eu gosto da barba, que já uso há....mais de vinte e cinco nos! E agora até acho que poderia era pensar em fazer umas trancinhas à Viking! Talvez tenha que cortar metade numa eventual ida a uma entrevista de emprego, e ainda assim não sei!
EliminarDarwinismo!
ResponderEliminarTalvez seja uma espécie de evolução pessoal e social, ainda que, muitas vezes, senão quase sempre, a sabedoria já chega tarde demais.
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