terça-feira, 31 de março de 2020

Enviar Encomendas em CTT Expresso e a Recolher no Domicílio por 7€!

A maioria de nós, como eu, está fechada em casa, mas isto não invalida que os nosso pequenos negócios de compra e venda cessem! A economia precisa de funcionar, e agora nem sequer precisamos de sair de casa e nos colocarmos em risco. É aproveitar, porque até até final de Abril, por causa da pandemia, e muito bem, os CTT estão com uma baixa nos preços. 


Solicitaram-me que enviasse uma encomenda, relativamente grande e pesada, e eu estava para não o fazer porque não quero sair de casa, mesmo que seja para ganhar dinheiro. E posso dizer que fiquei muito surpreendido me lembrei de verificar se existia algum serviço dos CTT que levantasse as encomendas em casa, e quanto é que cobrariam pelo serviço. 

Sim, existe, que é o serviço de CTT Expresso que levanta em nossa casa ou no trabalho e a boa notícia é que, pelo menos até ao fim de Abril, está, segundo o site com um desconto de 20%. 

Mas o que me diz a minha experiência é que o preço está bem mais barato que os 20% anunciados,  porque eu já paguei 15 e 20€ pelo mesmo envio, ou então o CTT Expresso a levantar no domicílio sempre foi mais barato que ir depositar no posto dos correios, e eu nunca soube, mas isso não me parece muito lógico. 

Para se ter uma ideia, por uma encomenda num caixote grande com 9Kg (o escalão de peso vai até 10Kg)  em CTT Expresso a levantar em casa paguei pouco mais de 7€.

Para simularem um envio por CTT Expresso a recolher no domicílio clicar aqui.

Quando Íamos à Venda

Há uma série de palavras ou expressões que, apesar de muito usadas num determinado momento, uns anos mais à frente podem rapidamente desaparecer do léxico popular e deixam de fazer grande sentido.

Quando eu era miúdo, por exemplo, usava-se muito a expressão "ir à venda". Ir à venda significava ir à mercearia fazer compras. Hoje em dia já ninguém vai à venda fazer compras ou, melhor, vão mas dão-lhe outros nomes. Hoje cada vez menos se fala em mercearias. Apareceram os mini-mercados e os mercados Não satisfeitos seguiram-se os supermercados e por fim os hipermercados! Sempre a aparecer cada vez mais um maior a engolir todos os outros mais pequenos.

Expresso.pt
O primeiro hipermercado Continente abriu em 1985 em Matosinhos e foi a loucura. Faziam-se excursões de todo o país para lá ir gastar dinheiro. O deslumbramento era tanto que se conta que muitas pessoas chegavam às caixas e depois tinham que ir devolver muitas compras porque não contavam com uma conta tão elevada. Mas não se pense que as coisas mudaram muito desde os anos oitenta. A mesma romaria continua a fazer-se hoje, se bem que eu nunca tenha percebido muito bem porquê, pois sempre que abre um novo centro comercial na cidade, ou por exemplo uma nova grande superfície de contraplacados sueca, ou uma nova mega-mercearia espanhola é ver toda a gente em procissão lá ir ver o que lá se passa.

Abriram enormes hipermercados e centros comerciais que tiveram livre acesso a estarem abertos ao domingo, que começaram a esmagarar as milhares de mercearias e os pequenos negócios que havia por todo o país e que, muitas vezes, se calhar ainda vão sobrevivendo nos dias de hoje, primeiro graças à proximidade nos meios mais pequenos, mas também à facilidade que algumas, mais antigas, que ainda permitem que se lá vá pagar depois, tal como se fazia antigamente com o livro dos calotes, em que as pessoas compravam e depois iam à venda pagar mal recebessem o salário.

Hoje em dia já não se vai à venda. Vai-se ao Continente, ao Pingo Doce, ao Minipreço e ao Lidl. E os novos livros dos calotes são agora as carteiras carregadas cartões dos diferentes hipermercados e dos postos de combustível e de talões para descontar na próxima visita ao hipermercado.

segunda-feira, 30 de março de 2020

E a Ira Começou a Fermentar...

"E os homens em êxodo espraiavam-se pelas estradas e havia fome e miséria nos seus olhos. Não empregavam argumentos nem possuíam um sistema certo de agir; tinham apenas o seu número e as suas necessidades. Quando aparecia trabalho para um homem havia logo dez a disputá-lo, lutavam por ele, aceitando uma paga miserável. "Se aquele tipo trabalha por trinta cents, eu trabalho por vinte e cinco". "Se ele trabalha por vinte e cinco, eu trabalho por vinte".
"Não, eu... eu, que tenho fome. Trabalho nem que seja por quinze". "Trabalho mesmo só pela comida. Os meus filhos. Só queria que o senhor os visse! Estão com o corpo cheio de furúnculos, estão que nem podem andar. Dei-lhes frutas podres, apanhadas do chão incharam terrivelmente. Eu; eu trabalho até por um pedacinho de carne".
E isso causava satisfação, pois, embora os salários diminuíssem, os preços dos géneros mantinham-se altos. Os grandes proprietários estavam contentes e mandavam distribuir ainda mais impressos para atrair mais gente. Os salários baixavam e os preços mantinham-se altos. Não tarda muito que haja de novo escravos no nosso país.

Foi então que os grandes proprietários e as grandes companhias inventaram um novo método. Um grande proprietário comprava uma fábrica de frutos de conserva. E, quando as pêras e os pêssegos amadureciam, ele descia o preço das frutas abaixo do custo de produção. Como fabricante de frutas de conserva, ele pagava a si mesmo um preço baixo pelas frutas e, mantendo alto o preço das frutas em conserva, auferia ótimos lucros. Os pequenos proprietários, que não possuíam fábricas de de fruta de conserva, perdiam as suas propriedades, que eram absorvidas pelos grandes proprietários, pelos bancos e pelas companhias, às quais pertenciam essas fábricas. Com o tempo diminuía a número de propriedades. Os pequenos proprietários não tardavam a mudar-se para as cidades por um certo tempo, onde esgotavam o crédito, os amigos, as relações. Depois acabavam ávidos por trabalho, prontos a assassinar por trabalho. 

As companhias e os bancos trabalhavam para a sua própria ruína, mas ignoravam-no. Os campos estavam prenhes de fruta, mas nas estradas marchavam homens que morriam de fome. Os celeiros estavam repletos, mas as crianças cresciam raquíticas e inchava-lhes o corpo com as pústulas da pelagra. As grandes companhias ignoravam quão estreita é a linha divisória entre a fome e a ira. E o dinheiro, que podia ter sido empregado na melhorias dos salários, gastava-se em bombas de gás, em carabinas, em agentes espiões, em listas negras e exércitos bélicos. Nas estradas, os homens deslocavam-se como formigas, à procura de trabalho e de comida.  
E a ira começou a fermentar.

domingo, 29 de março de 2020

Resumo de Um Ano nas Redes Sociais

É verdade, na sequência do encerramento do Google+, que foi basicamente a única rede social que usei desde os tempos do Myspace, acabei por me registar, no último ano e alguns meses, nas três maiores redes sociais da década que termina no fim deste ano e aqui fica um breve resumo do que encontrei e do que achei de cada uma delas.


Primeiro fi-lo no Instagram porque a minha amiga blogger que percebe destas coisas das redes sociais e dos blogues insistiu disse que fazia todo o sentido, porque até os bloggers estavam todos a abandonar os blogues e a mudar-se para lá, e porque eu tenho tantas fotografias espetaculares, e porque poderia trazer visitantes para os meus blogues tal e coisa. Tanto falou que eu acabei mesmo por me registar naquilo para ver como funcionava, apesar de o ter feito no computador porque ainda não uso um telemóvel com internet (apesar de ter um velho que cá ficou do meu tio). Registei-me e lá fui metendo uma fotografia de vez em quando, adicionando alguém de vez em quando e sendo seguido por mais uma ou outra pessoa de vez em quando. 

O que é que eu achei do Instagram? Parece-me um Pinterest ou blogue de fotografias, com muitas fotos dos cus das gajas empinados ao espelho, mais parecendo que se estão a oferecer para uma canzana, e muitos decotes e gajos em tronco nu, e muitos pratos de comida! Comentários muito poucos porque dá trabalho escrever e quer-se já passar à fotografia seguinte e não há tempo para isso (excluindo claro, os perfis de figuras públicas porque aí já têm mais interação). Mas uma rede social é aquilo que cada utilizador quiser, e como a mim me interessa seguir algumas coisas, nem chateia nada. Cinco minutos por dia chega para ver as fotografias de toda a gente, e não, não tenho paciência para ver as stories de ninguém. Mas quantas pessoas leram a biografia do Instagram e quiseram visitar os meus blogues? Zero! 


Mais recentemente o Inferno Congelou quando me registei no Facebook! E porque é que eu me registei lá se até escrevi um texto a explicar porque estava fora da cardeneta? Dois motivos, primeiro por causa de divulgar material relativo ao clube de ténis-de-mesa, segundo para ganhar dinheiro. E percebi que andei a perder algum dinheiro estes anos todos porque, tanto por via do Marketplace quer por via de determinados grupos específicos, é um bom sítio para promovermos as coisas que queremos vender. E tem sido basicamente essa função da coisa. O grupo de conversa do clube, partilhar e divulgar material do clube e fazer dinheiro com vendas. 
Tirando isso, o que é que eu achei do Facebook como rede social? Um vazio completo. Um deserto.  Parece que o Facebook entrou em quarentena há muito tempo e as ruas estão vazias e toda a gente mantém grande distanciamento social! Ninguém publica nada, ninguém comenta nada! Não entendo como é que, por exemplo, o meu patrão, que é uma pessoa muito informada sobre redes sociais e as últimas novidades do digital me diz que é a maior rede social do mundo e há-de continuar a ser. Não, não é! É verdade que determinados grupos, sobre determinados temas são muito ativos na entreajuda e nas publicações, mas não é isso que vejo nas contas pessoais. Um colega do meu clube até me disse passado um mês,"ainda agora te registaste e já partilhaste mais coisas que eu nos últimos anos"!  Sim, eu partilho mas nem é para ter gostos, partilho porque fica ali espalhada informação. E, por falar em informação, aproveitei também para criar uma página do Bucólico-Anónimo nesta rede social que vai precisamente funcionar para divulgar certas coisas que não cabem como publicação. Ah, coisa espetacular, mal faço o registo, e, surpresa!, tinha lá vários pedidos de amizade com vários anos! E eu ainda nem sequer lá estava, mas já tinha pedidos de amizade! Espetacular! Sinal evidente que, sim, esta rede social tinha os meus dados pessoais lá, apesar de eu por lá nunca ter andado. Por último dizer que, não, até à data não fui fazer qualquer pesquisa sobre as ex namoradas!

Por último falar no Twitter. Registei-me no Twitter no primeiro dia de 2019. Primeira impressão: "não percebo um caralho desta merda! que raio de confusão"! Mas pronto, nada de desistir ao início e deixa lá ver que no que isto dá. Começa-se a seguir uma pessoa e depois outra, vêem-se comentários de outras pessoas e lá se descobre que aquilo até pode ser interessante. Sigo hoje cerca de trinta pessoas, maioritariamente jornalistas e por vezes é muito mais divertido vê-los a discutir entre eles que ver porno! Nesta rede social sim, há um lado de voyeur em mim que se diverte com as postas de pescada que uns mandam aos outros. E depois é ou parece-me, a rede social das discussões, das ideias, da política. E eu gosto disso! E é por isso que é o Twitter hoje, das três grandes redes sociais da década, aquela que mais me prendeu a atenção. A minha miga dizia-me que eu ainda me iria perde rno Facebook. Mas isso se calhar poderia acontecer se tivesse sido há dez anos! E eu não me perdi com o Twitter, simplesmente acho interessante e, fofinho vá, especialmente quando a Rita Marrafa de Carvalho se põe a dar música aos seguidores em tempos de quarentena!

Sobre os blogues e as redes sociais, e, na minha modesta opinião de gajo que não percebe um cu disto, é que as redes sociais não substituem o blogue. Podem ajudar a divulgá-lo, podem complementá-lo mas não o substituem. Apareceu o Facebook por volta de 2009-10 e foi ver muita gente a desistir dos blogues. Mais à frente, quando já davam os blogues como mortos, aparece uma nova vaga de gente a fazer dinheiro e foi ver muita gente de novo a regressar pensando que iriam ficar todos ricos. E as pessoas deixam a informação espalhada por dezenas de redes sociais que mais à frente abandonarão, mas quem fica no blogue como eu ficarei, tem a informação toda sempre aqui. É uma espécie de diário, um blogue é isso mesmo, uma espécie de diário. Um dia mais à frente, podemos sempre relembrar qualquer texto ou fotografia. Daqui a uns anos as redes sociais que fazem hoje furor se calhar não existirão, ou estarão vazias, como as ruas ficaram vazias de pessoas em tempos de quarentena. Mas o blogue é sempre a minha casa, onde me posso refugiar quando me apetecer. 

Profissionais Na Linha da Frente Para Foder o Coronavírus

Informação extremamente relevante no Jornal I: 

É preciso ter noção que há profissionais na linha da frente a dar o corpo ao manifesto para foder o vírus. Só que há uma dúvida que me assalta: então mas as prostitutas não deveriam também estar em isolamento profilático e a fazer teletrabalho?


sexta-feira, 27 de março de 2020

Os Jogos Olímpicos da Pandemia 2020 - Estados Unidos Sobe ao Primeiro Lugar

Os Estados Unidos são fortíssimos no desporto, e tal como havia referido, por certo não deixariam cair os seus créditos por mãos alheias. Em apenas três dias passaram a China e a Itália e estão agora em primeiro lugar nos Jogos Olímpicos da Pandemia 2020:

quinta-feira, 26 de março de 2020

Nem Médicos Nem Segurança Social Ajudam Doentes Crónicos Com Isolamento Profilático


Na sequência do estado de emergência, do meu cada vez maior estado de ansiedade e consequentes apelos para que os doentes crónicos e de risco fiquem em casa, decidi mesmo não ir trabalhar. Contactei o centro de saúde por via digital e ao fim do dia a minha médica ligou-me. Disse-me que as indicações que tem é para não passar baixa porque não se trata de um caso de doença e encaminhou-me para a segurança social direta. 

Contactei a segurança social direta site e fiquei a aguardar. Um dia depois liga-me a médica novamente para saber se já tinha resolvido o problema e disse-lhe que não, que ainda não tinha obtido resposta e ela mesma queria saber porque estavam a aparecer mais situações como a minha. E não tendo obtido resposta da segurança social direta, tive mesmo que contactar por via telefónica, apesar da óbvia dificuldade dado o período que atravessamos.

A senhora que me atendeu muito simpaticamente diz-me que não há nenhum enquadramento legal para os doentes crónicos, que deveria contactar a ACT para tentar saber como justificar as faltas perante o empregador, e informalmente comenta mesmo que, se calhar, a efetivação da baixa seria o que faria mais sentido, tal como tinham feito com a minha colega. 

Tudo isto para mim foi muito estranho quando já tinha lido na internet, e até uma amiga me tinha dito que tendo que estar em isolamento profilático até ganhava a 100% (ao contrário da baixa que é pouco mais de metade) mas pronto, tudo bem, se no atendimento da Segurança Social é isto que me dizem, é porque sim, e quem sou eu para contrariar. 

Lá volto eu a contactar o centro de saúde, desta fez telefonicamente, e passam-me a um médico que estava de serviço (entretanto a minha médica ficou de quarentena porque esteve em contacto com um doente infetado). Explico a situação, e ele de imediato me pergunta "quer que lhe passe baixa? isto é uma ilegalidade, mas com a minha idade também não vou preso"! E o que eu respondi é que não queria que nenhuma ilegalidade fosse cometida, mas queria o meu problema resolvido, e se não há outra forma de resolver, então, sim, que me passasse baixa. 

Só que, infelizmente, e só agora já depois de já estar com baixa é que encontrei a resposta à minha situação, e pasme-se, no próprio site da segurança social, mas não no site da segurança social direta onde sempre procurei!


E o que eu acho é que, as pessoas responsáveis não podem simplesmente dizer "todos os doentes crónicos têm que ficar em casa" mas depois na prática quem trata destas questão (centros de saúde e segurança social) não saibam como encaminhar devidamente os doentes crónicos e de risco. Tanto eu como a minha colega estamos de baixa, na prática uma baixa fraudulenta (ainda que a receber muito menos!) não por culpa própria, mas porque as entidades competentes não estão devidamente informadas e não sabem encaminhar estas situações.

Editado:

Disseram-me entretanto do centro de saúde que perante este cenário complicado as diretivas mudam
constantemente, por vezes até diariamente. E entretanto hoje, na capa do Diário de Notícias diz que doentes crónicos e maiores de 60 anos têm que ficar de baixa para se protegerem, contrariando a informação disponibilidade pela Segurança Social, mas isto é só um título, nõ consegui ler a notícia no site, porque a mesma não é de leitura livre

terça-feira, 24 de março de 2020

Coronavírus: Darwin 40 - Deus 0


Ora bem, se no entender dos cristãos, que acreditam que tudo foi criado e nada evolui, Deus criou todas as coisas vivas, então também deve ter criado o coronavírus, certo? Foi naqueles primeiro seis dias que Deus se decidiu a fazer alguma coisinha da vida e depois decidiu não fazer mais nada para todo o sempre!, e lá num desses dias criou o coronavírus. Porque é que o vírus não matou ninguém antes é que eu não sei, ainda por cima porque naquele tempo, consta na bíblia que aquela gente durava séculos!, e o coronavírus deveria adorar aqueles velhotes todos!
Entretanto vinha aí o dilúvio e todos os seres vivos tinham que ser preservados. Foi aí que nos contam que Noé deitou abaixo umas árvores, fez umas tábuas com um serrote, e fez uma caixa capaz de levar todos os seres vivos do planeta, fossem do tamanho de mamutes ou do tamanho microscópico, como as bactérias, micróbios e vírus, como o nosso tão conhecido corona. E pegou no coronavírus e guardou-o na arca, não fosse ele morrer no meio daquela água toda e era uma chatice! E o vírus por aí ficou, durante todos estes seis mil anos que o planeta Terra tem, até ter entrado em atividade há quatro meses na China!

Os cristãos, além de acreditarem que o planeta tem seis mil anos (até porque como sabemos os dinossauros eram contemporâneos de Afonso Henriques e tal como todos nós aprendemos nas aulas de história, foi com a ajuda deles que ele combateu e venceu os mouros)! também não acreditam na evolução das espécies mas sim no criacionismo divino, apesar de todas as evidências que temos, tanto em nós mesmos humanos, tal como noutras espécies, e uma bem perto de nós, como o exemplo que dou sempre, os coelhos que foram introduzidos nas ilhas e que hoje nada têm que ver com os coelhos que sempre existem aqui no continente. 

Mas é muito curioso. É que em apenas algumas semanas, e graças aos inúmeros testes que os islandeses estão a fazer, conseguiu-se saber que lá na terra dos Vikings, o coronavírus já vai com quarenta mutações! Quarenta mutações! Os vírus infetam as pessoas, passam de pessoa para pessoa, mas adapta-se e evolui! Mas isto deve ser tudo invenção do Darwin e dos média ou então, mais provaelmente, obra de Satanás!

segunda-feira, 23 de março de 2020

Os Jogos Olímpicos da Pandemia 2020

Neste ano os Jogos Olímpicos serão outros. Neste dia em que passam três semanas desde que foi noticiado o primeiro infetado, Portugal é o 18º país do mundo com mais casos. Neste ranking eu não me importava nada que estivéssemos muito pior classificados. E já agora, veremos se os Estados Unidos que começaram o campeonato tão tarde, e que já saltaram para terceiro lugar, não acabam, tal como nos outros jogos do desporto no primeiro lugar.


domingo, 22 de março de 2020

O Mito do Sonho Americano

"Pouco a pouco, o interesse de Lennie voltou-se para o que estava a ouvir:
- George diz que vamos ter luzerna para os coelhos.
- Que coelhos?
- Nós vamos ter coelhos e morangos.
- Você está louco.
- Mas é verdade. Pergunte ao George.
- Você está louco - repetiu Crooks, desdenhosamente.
- Vi mais de cem homens que vieram pela estrada trabalhar nas herdades, com a trouxa de roupa ao ombro e essa mesma ideia na cabeça. Centenas de homens. Chegam e trabalham e vão-se embora. E cada um deles tem um pedaço de terra na cabeça. E nenhum desses desgraçados conseguiu nada. É o mesmo que querer o céu. Todos querem um pedacinho de terra. Leio muitos livros aqui. Ninguém consegue o céu, nem ninguém consegue comprar terra. Ficam com ela só na cabeça.Vivem a falar nisso, sempre, sempre, mas, quanto à terra, só a têm na cabeça.

Ratos e Homens / Steinback (1937)


Trump: Sad But True



"Sad But True" / Metallica (Metaltrump) (2020)

sábado, 21 de março de 2020

Preferível Doente Que Morto

De tanto se falar, esta coisa do coronavírus acabou mesmo por se tornar viral. Acabou o stock mundial de máscaras, desinfetantes e o mais surpreendente: açambarcamento de papel higiénico! A minha mãe diz que nunca passou por nada igual mas falou-me da cólera que, ao que parece, e nesse caso sim, era caso para grandes gastos de papel higiénico. 

Nada se fazendo a sério, como não se fez no resto da Europa e no resto do mundo, talvez porque de tanto a imprensa sensacionalista alertar para uma nova pandemia, e já assim era com a gripe A, isto funcionou como o Pedro e o Lobo, e porque coronavirus no cu dos chineses é refresco nos europeus, americanos e brasileiros, acho que seria mesmo só uma formalidade até à globalização fazer aparecer o primeiro infetado para Portugal.  E por coincidência logo nos primeiros dias a minha própria mãe esteve em contacto com uma pessoa que tinha estado em Itália, pessoa essa que até tinha um colega que apanhou o corona e que depois se passou a chamar COVID19 e que até conheciam a jovem da feira que, se calhar por ser jovem e mulher - porque isto parece que só dava nos velhos - e acabou mesmo para ir para os cuidados intensivos. 

Lá apareceram os primeiros casos em Portugal e apareceu a primeira morte e de nova medida em nova medida mais restritiva que a anterior, chegou-se ao estado de emergência, decretado pelo presidente da república hipocondríaco. O primeiro estado de emergência desde constituição de 1976. No dia seguinte eu saí para a rua, mas, contrariamente ao que esperava, não encontrei chaimites nas ruas, nem polícias, nem sequer a municipal. Tudo continuou igual. O estado de emergência era afinal, uma mera ferramenta proposta pelo presidente da república para que, se o governo assim entendesse, pudesse restringir alguns direitos e liberdades em prol do combate ao vírus. 

Já há duas semanas que tinha deixado de ir ao clube para treinar apesar dos colegas o continuarem a fazer como se nada se passasse. Mas nesta última semana já eu me sentia um pouco desconfortável. Deixei de ir ao hipermercado buscar o café e foi estranho quando comecei a ver as primeiras pessoas de máscara e luvas. Parecia que estava num filme de ficção científica. Começa-se a ficar ansioso, de sobreaviso. O inimigo pode estar em todo o lado, escondido, pronto a disparar. À medida que o vírus se vai aproximando de nós, começam-se a aumentar as distâncias para os outros. Disse à minha colega que se um de nós ficasse doente também o outro ficaria, porque nós trabalhamos lado-a-lado, quase um em cima do outro. E por coincidência somos os dois doentes auto-imunes. Mas isso de ficarmos os dois infetados não é necessariamente verdade, porque, à medida que se foi sabendo mais do bicho, constatou-se que metade das pessoas que fizeram testes estavam infetadas mas nunca tiveram qualquer sintoma. 

O medo instala-se e até aquela pessoa que na empresa nunca lava as mãos depois de ir à casa de banho, começa a fazê-lo (e ainda bem), pela sua segurança mas especialmente pela dos outros. 

As escolas foram fechadas. O trânsito das ruas parece Agosto. Um dos patrões que acha que isto é uma "constipaçãozinha" continua a ir ao ginásio e eu quero-o distante de mim. Entretanto tudo fechou e também os ginásios fecharam. Até os cemitérios e as missas o estado de emergência fechou. No início da semana a minha colega consegue falar com a médica dela e fica de baixa. Passamos a ser quatro na empresa. Eu não consigo chegar à fala com o meu médico do hospital, dizem-me depois que não me preocupe, que esteja atento ao telemóvel porque eles estão a contactar todos os doentes crónicos. Mas até à data não me contactaram. 

E lá continuei a trabalhar porque na empresa age-se como se tudo estivesse normal. Pode-se fazer teletrabalho, pode-se levar trabalho para casa. Sugeri até, o que é ilegal. Em vez dos onze dias de férias que obrigam a gozar em Agosto, poderiam ser gozados agora. Nem me importava com uma espécie de lay-off e ficasse em casa com redução do salário. Mas não, enterra-se a cabeça na areia e faz-se de conta que está tudo bem. A única pessoa que vai para casa é a que está saudável, porque está protegida pelo decreto de cuidar dos filhos menores de doze anos. 

Entretanto as pessoas que se preocupam comigo começam-me a fazer sentir irresponsável por continuar a trabalhar. Mas é a minha obrigação continuar a trabalhar até haver justificação em contrário. É sempre preciso um papel. O papel da baixa ou outro papel qualquer que assim o justifique. Enquanto trabalho ouço na rádio, no meio de todas aquelas indicações tomadas pelo governo sobre o estado de emergência que os trabalhadores que são doentes crónicos não podem estar a trabalhar. Nem os diabéticos podem trabalhar. Bom, então acabou-se, decidi. Amanhã não vou trabalhar. E não fui. Depois de contactado o centro de saúde via eletrónica liga-me a minha médica de família a dizer que não me pode dar baixa porque não estou doente. Tenho que ir ao site da segurança social direta e ver como fazer. No site não há nenhum menu a falar do coronavírus, nem nenhum formulário para o efeito.  

Bem mais importante. Hoje é sábado e chegou o dia de tomar a medicação. O que fazer? Tenho de ser eu o meu médico e eu a avaliar a situação. Tomar uma droga que me baixa as defesas por mais quinze dias, podendo no entanto a doença piorar, ou fazer a medicação normalmente e sujeitar-me a ser infetado e depois ser uma chatice?

Acho que é preferível doente que morto. 

Não é?

De Repende a Vida Tem um Novo Significado



"Dreaming Light" - Anathema (2010)

Conversas Improváveis (51) - Em Estado de Emergência é Que Está Bom Para Passear de Autocarro!


A minha mãe acaba de saber e veio-me contar.
- Sabes quem é que está infetado com o vírus? O Luisito da Bicha. 

O "Luisito da Bicha" é  mais velho do que eu, mas adquirida uma alcunha em criança, ela depois enraíza-se e dela é difícil as pessoas verem-se livres. O Luís é motorista de autocarro da empresa que serve aqui a localidade, e faz também uns passeios de vez em quando ao fim-de-semana para ganhar mais algum. 

Mas o que eu fiquei agora a saber, fazendo fé que esta informação é verdadeira, é que agora, em pleno estado de emergência, parece que as senhoras mais velhas combinam e vão todas andar de autocarro e passear porque: é de borla!!

Só pode mesmo estar tudo maluco!

Nunca Colocar Datas de Nascimento nos Currículos!

 
Eu já tinha deixado de o fazer. O empregador não tem nada que saber quando e que eu faço anos! Sim, tudo bem, vai acabar por saber, mas só vai saber se me contratar, porque, como é lógico, depois tenho que deixar os meus dados pessoais e cartão de cidadão e mais não sei o quê. Mas até ser contratado não! É um dado pessoal que nenhum entrevistador tem que saber. Querem saber a idade, tudo bem, colocamos lá vinte ou trinta anos ou o que for.

Vem isto a propósito de uma reportagem da BBC Brasil sobre um empresário que nas entrevistas de emprego quer saber o mapa astral dos entrevistados, porque não contrata ninguém de signo Touro! Provavelmente por esta altura não contratará ninguém com a Lua em COVID19!

Só que o signo astrológico e o mapa astral, bem como, por exemplo, as ideologias políticas, religiosas, o tamanho do pénis ou as preferências sexuais, ou se somos vegetarianos ou omnívoros são tudo questões pessoais e, escolher alguém em função disto é descriminação!

Olha agora eu não ser contratado só por causa do meu signo! Por acaso alguma empresa coloca na oferta de emprego: "venha trabalhar connosco, num empresa em que o CEO é do signo XPTO"?!

Mas por via das dúvidas já sabem:  nada de meter a data de nascimento no currículo!

sexta-feira, 20 de março de 2020

Expressões Que Hoje Em Dia Já não Fazem Sentido Nenhum

"Dormir sobre o assunto"

Via: bettersleep.org

Usa-se a expressão "dormir sobre o assunto" quando temos uma decisão importante a tomar, e nada melhor que um dia depois do outro, nada melhor que uma noite bem dormida para que no dia seguinte estejamos em excelentes condições para tomar essa decisão.

Só que hoje em dia ninguém dorme sobre o assunto. As crianças não dormem dez horas como deveriam, muito menos os adultos dormem as oito horas necessárias para que o cérebro descanse. 

Pior, diz-se que o sono é uma perda de tempo e apontam-se exemplos de pessoas que dizem que dormem poucas horas e que andam perfeitamente bem. 

Pare-se então de dizer que vão "dormir sobre o assunto" porque o correto a dizer será:

"Acordado sobre o assunto".


quarta-feira, 18 de março de 2020

A Diferença Entre Ladrão e Negócio

"Afinal, quer levar o pneu ou não quer? 
Tenho de o levar, tenho mas - por Deus! - isso leva-nos o dinheiro quase todo.
Bem, isto aqui não é nenhuma casa de caridade. Leva-o ou não?
Sim, acho que tenho de o levar. Deixe-me primeiro vê-lo melhor. É melhor abri-lo um pouco. Quero ver como está o forro. Ó seu filho da puta, você não disse que o forro estava perfeito? Olhe para aqui, está quase furado!
Diabo, você tem razão! Como é que eu não vi isso?
Viu, sim seu filho da puta! E quer arrancar-nos quatro dóllars por um pneu quase furado! Tenho vontade de lhe pregar com tudo na cara!


Ora, deixe-se de armar em valente. Já lhe disse que não tinha visto isso. Sabe uma coisa? Dou-lhe este por três dóllars e cinquenta; pode levá-lo. 
Levo o Diabo! Vou mas é chegar até à cidade mais próxima de qualquer maneira. 
Você acha que o pneu aguenta até lá? 
Tem de aguentar. Prefiro gastar o pneu até à jante a dar um tostão que seja aquele bandido. 
Que é que você pensa afinal que seja um negociante? Ele já disse que não estava ali para se divertir. E isto é que é negócio. Pois o que é que você pensava? Um negociante tem ... o que é que é chama-lhe outra coisa. Olhe: vê ali aquela tabuleta, à margem da estrada? "Service Clube". Almoço às terças-feiras. Hotel Colmado? Seja bem-vindo. É um clube de refeições. Faz-me lembrar uma história que ouvi a um tipo. Ele tinha ido a uma daquelas reuniões e então contou a tal história a todos aqueles homens de negócios que lá estavam. Quando eu era miúdo - disse ele - o meu pai mandou-me levar uma vitela pela arreta e disse-me "Anda, leva-a lá abaixo para que a cubram". E eu assim o fiz. E agora, depois daquela partida, quando um negociante se põe a falar de serviço, pergunto sempre aos meus botões quem é que ele pretende levar com aquela cantiga. Quem está metido nos negócios tem de mentir e aldrabar; o que é chama-lhe outra coisa. Isso é que interesse. Se você roubasse o pneu, seria considerado um ladrão e ia preso; ele tentou roubar-nos quatro dóllars em troca de um pneu furado: a isso chama-se negócio.   

As Vinhas da Ira / Steinback (1939)

segunda-feira, 16 de março de 2020

Escárnio e COVIDizer

Como se pode ver, neste dia que infelizmente marcou a primeira morte em Portugal por COVID-19, a jovem conservadora de direita voltou a aparecer, novamente para pedir para que não se matem os velhinhos.

(Eu já tinha pensado em não mais abordar este assunto aqui no blogue, mas como parece que infelizmente este será o tema único das nossas vidas nos próximos meses, resolvi inaugurar esta série de escárnio e covidizer. Como facilmente se percebe também dá para ver que sou muito forte a usar o Paint!)

domingo, 15 de março de 2020

#FICAEMCASA - Amor: Esta Noite Não Venhas Ter Comigo aos Aliados...



"Teremos tempo para dormir um dia
Trocar o medo pela fantasia"

... A noite está a chegar
Havemos de nos salvar ..."


"Vem Ter Comigo Aos Aliados" / PedroAbrunhosa (2019)

sábado, 14 de março de 2020

Conversas Improváveis (50) : A Cura Para o Coronavírus

Ao pequeno-almoço, a senhora minha mãe:

"Come as torradas que vou-te fazer chá de sabugueiro. O chá de sabugueiro é melhor que os hospitais! Felizmente que eu tenho um médico em casa... só não me arranjas cura para os joelhos!"



# Conversas Improváveis (49)

Já Conhecem o Blog da Cristina?

Já conhecem o blogue da Cristina? Ainda não? Então passem por lá P'ro Que Me Havia de Dar e dêem uma vista de olhos. 


Porquê sugerir este blogue? Então porque me apetece! Não, sugiro-o porque fui uma espécie de Júlio Isidro da autora tendo-a incentivado e ajudado na criação do mesmo. Este processo criativo aconteceu quando a nossa empresa viveu um período de vários meses em que basicamente não fazíamos nada, sim, mesmo nada! Levávamos livros e o computador pessoal e passávamos o tempo da forma que entendêssemos. Deu até, como ela contou, para ela ler lido o "Crime e castigo" em mês e meio! Ah pois é, meses sem fazer nada! É por isso que, no meio desta pandemia em que grande parte do pessoal ficará por casa, eu e ela seremos das pessoas mais preparadas mentalmente para resistir ao tédio! (se entretanto não morrermos porque somos doentes crónicos de elevado risco)

A Cristina escreve de uma forma leve, despretensiosa e descontraída. Gosta de satirizar (como explicou na primeira publicação e nem fugi a ser caricaturado!) e vai também abordando alguma algumas curiosidades históricas, que é dos temas (História) que mais gosta. Passem lá, leiam e comentem. Digam-lhe se gostam ou não e o que pode melhorar. Todos os bloggers gostam disso.