domingo, 21 de dezembro de 2014

Mais depressa se apanha um cusco...

Domingo, solstício de inverno, mais um dia gélido. Depois de deixar o sol aquecer um pouco - afinal é domingo e um gaijo tem direito a ficar mais um bocado na cama - decidi-me a fazer uma coisa de gaijos! Lavar o cavalo! O meu cavalo preto, de quatro rodas obviamente! Por estes dias já parecia mais castanho de tanta sujidade que já tinha. E eu gosto dele é preto e não castanho!

Cavalo lavado, fui até junto do espaço das tartarugas, ver se andavam à superfície da água. Enquanto isto, os vizinhos (pai, filho, neto e cão) tinham ido dar uma volta pelo monte. Estavam a chegar mesmo junto a mim, sem me ver claro, e ouço o filho: "Com este sol as tartarugas devem estar cá fora"! De seguida, começa a remexer nas heras e solta um "Agora já não dá para se ver nada"! E de imediato o pai "Está calado que ele está aí". E eu, a dois metros, do lado de dentro a ouvir.

Pois é. É que eu plantei as heras, precisamente para não se ver nada para dentro. É essa a sua função!

O portão estava aberto, era muito mais fácil pedir para as ver, e eu até tinha todo o gosto em as mostrar. Mas é sempre mais fácil tentar cuscar sem ser visto. O problema é quando estão a ser observados e nem sabem.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Resultado do ex amigo-oculto

O mulherio afinal desentendeu-se - normal, as gaijas nunca se conseguem entender entre elas! - e acabaram por mudar as regras do jogo a meio. Muito provavelmente porque uma não gostou do nome que lhes calhou em sorte - até posso ter sido eu! - e então vai daí resolveram que já não queriam nada com amigos ocultos, e viraram-se para o sorteio puro e duro! 

No meio daquelas prendinhas todas, várias doces, outras líquidas, outras mais ou menos engraçadas, ou inúteis, eu recebi algo cultural. Um mini-micro Kamasutra de bolso!




Achei piada, e não estava a ver o que sairia dali, daquele pequeníssimo embrulho. Certamente não me vai instruir muito, nem dar grandes ideias, mas gostei da surpresa. Se fosse na modalidade amigo-oculto, certamente não calhava melhor!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Do Ter e do Ser

Há muito que me deixei de grandes discussões na internet, seja em fóruns ou até em blogues, porque já cheguei à conclusão, que não vale a pena estar-mo-nos a chatear e a esgrimir argumentos com pessoas que muitas vezes nem conhecemos. 

Mas ontem deixei um comentário, num blogue, onde outrora comentava assiduamente, mas que fruto do aborrecimento em que se tornou para mim, deixei de o fazer, porque em que a maioria dos bloggers de serviço, ou escreve sobre política ou então sobre consoantes mudas ou a falta delas. O post em questão "Da importância do Ter" fez-me responder argumentando em sentido contrário ao da autora:

"Pois eu felizmente, não recebo mensagens nenhumas sobre ter ou ser, nem durante o ano, nem em dezembro. Devo certamente andar por espaços binários da internet diferentes dos vossos. Quanto ao ser e ao ter, discordo absolutamente de vocês.
Eu estou-me a cagar para a merda do espírito de Natal, mais a anexação diabólica que a igreja católica fez de uma festa pagã.
E estou-me também a cagar para a moda da caridadezinha, que essa sim, que se multiplica mais rapidamente em dezembro que a junça num campo agrícola.

Mas voltando ao ter e ao ser. Eu vejo tanta gente que tem tanto, dinheiro claro, mas tanto, mas continua tão infeliz, quase sempre por não conseguir ter ainda mais. E lembro-me sempre das palavras de uma ex-namorada, que me dizia há muitos anos: “Sabes, era tão feliz quando era criança, vivia num barraco, e tinha de tomar banho numa bacia pois nem casa de banho tinha. Hoje temos uma grande vivenda nossa, toda bonita, o meu pai ganha muito dinheiro, e não me sinto feliz. Não tenho afeto e agora ele só pensa em ter mais dinheiro”.

Pois é.



E lembro-me também do retrato que o meu colega de trabalho me fez, ainda há semanas, da estada recente que teve em África. Ver quem nada tem e como estranhamente parecem felizes. Mas como é que isso pode então ser? Aqui temos eletricidade, água canalizada, telemóvel, internet, televisão, etc etc etc, e andam todos tristes e deprimidos, basta olhar para os rostos fechados das pessoas na rua. Se calhar a depressão generalizada advém da falta do ter.

Pois é."

domingo, 14 de dezembro de 2014

I found a reason


Oh I do believe
In all the things you see
What comes is better than what came before

And you'd better come come, come come to me
Better come, come come, come come to me
Better run, run run, run run to me
Better come

Oh I do believe
In all the things you see
What comes is better that what came before

And you'd better run run, run run to me
Better run, run run, run run to me
Better come, come come, come come to me
You'd better run


I found a reason / Cat Power (Cover de Velvet Undergroud 1970)


sábado, 13 de dezembro de 2014

O que ando a ler III - O Principezinho

"Se vos contei isto tudo sobre o asteróide B 612 e se vos confiei o número dele foi por causa das pessoas crescidas. As pessoas crescidas gostam de números. Quando lhes falam de um amigo novo nunca perguntam: "Como é a voz dele? A que é que ele gosta mais de brincar? Faz coleção de borboletas?" Em vez disso, perguntam: "Que idade tem? Quantos irmãos tem? Quanto é que ele pesa? Quanto ganha o pai dele?" Só então julgam ficar a saber quem é o vosso amigo. Se contarem às pessoas crescidas: "Hoje vi uma casa muito bonita de tijolos cor-de-rosa, com gerânios nas janelas e pombas no telhado...", as pessoas crescidas não conseguem imaginá-la. Precisam de lhes dizer: "Hoje vi uma casa que custou cem mil contos. Então já são capazes de a admirar: "Mas que linda casa!"


Eu nunca tinha lido o Principezinho de Saint-Exupéry e ainda por cima esta obra não fez parte do meu currículo escolar. Mas numa recente visita ao Porto, a minha querida e solitária seguidora, trouxe-me um dos vários exemplares que tem em casa para eu ler. E eu li e gostei. É uma obra infantil que também se lê muito bem por um adulto. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Amigo oculto

"Agora é que me foderam", pensei. 

Aproxima-se essa paranóia do Natal, e para mim é sempre um descanso. Não celebro natalzinho nenhum. Não sou cristão, católico nem pagão, e como tal, essa coisa das prendas é algo que me passa completamente ao lado. E é bom que também ninguém me ofereça nada, até porque não faço anos a 25 de dezembro. "Ah mas é Natal". E? Que é que eu tenho a ver com isso? 

Mas lá na empresa, o pessoal decidiu - a mim apenas me perguntaram se alinhava - em fazer a cena do amigo-oculto para a semana. E claro, ainda lá estou há tão pouco tempo, que não me quero já armar em anti-social-maldisposto. Claro, tudo tem o seu tempo!

E então lá me veio a colega com o saquinho preto, para eu retirar um dos papelinhos. Calhou-me em sorte a boazona regateira. (Já pareço o Sawyer!) Mas podia ter sido pior, podia ser alguém com quem não convivesse muito, e pouco soubesse da pessoa, e na verdade já vou conhecendo alguma coisa desta simpática colega. 

Mas foderam-me porque não me estava nada a imaginar, a ter de sair de casa para comprar alguma coisa para alguém. Ainda por cima com este frio, e nesta altura, em que é um pandemónio ir às compras. Ter de comprar uma prendinha para uma pessoa específica, pensar nas hipóteses possíveis... Txiii isto é muito stressante!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Pornografia

A palavra pornografia vem do grego porno + grafia = "puta escrita".
Pornografia significa grosso modo, criar excitação sexual pela fantasia e sugestão. Por norma, os suportes associados à pornografia são a imagem e o vídeo, enquanto que na escrita, sempre se usou o termo "literatura erótica", ainda que, se calhar, muitas vezes, quem lê este tipo de literatura, tenha de o fazer segurando o livro só com uma das mãos!

Muitos não pensam noutra coisa, não fosse "sexo" a palavra mais procurada na internet.  Depois há os que consomem pornografia esporadicamente, de forma recreativa, e que pode, ou não, servir de "motor de arranque". É o meu caso. 

Sim eu vejo pornografia. Vejo sozinho, já vi acompanhado por senhoras, e até em grupo de amigos, se bem que a iniciativa de ver não tenha partido de mim. E também já vi muitos ex-colegas de trabalho verem-na no trabalho, muitos até em grupo, como se estivessem a comentar uma qualquer jogada de futebol. Algo que não acho, de todo, apropriado. 

Depois existem aqueles a quem a pornografia não aquece nem arrefece, é quase indiferente, talvez seja quase tão excitante como ver um jogo de xadrês, ou então como um programa da vida selvagem:"O leão chega, monta na leoa e dá-se a cópula". E existem ainda aqueles que, e estou em crer que a maioria sejam mulheres, que abominam a coisa. 

Mas porquê o fascínio da pornografia?

Se refletirmos um pouco, chegamos à conclusão que, desde pequenos, que logo nos ensinam a caminhar, ensinam-nos a falar, a ler e a escrever, mas nunca ninguém, em determinado ponto do nosso crescimento, parou para nos ensinar a foder. Olha rapaz, isto faz-se assim, e depois assado, e depois acontece isto ou aquilo. Não. Temos sempre de descobrir por nossa conta e risco, e ainda hoje quando se fala educação sexual nas escolas, ouço muitos pais dizer "quem ensina sobre sexo aos meus filhos sou eu", que é o mesmo que dizer, ele tem é de ficar sem saber nada sobre esse assunto durante muito tempo, de preferência só descobrir no primeiro dia de casamento, no escuro e com um buraco no lençol! Se for no caso das filhas, que são quem pode trazer problemas indesejáveis para casa, então ainda pior!



O homem cobriu-se de roupas, e estou em crer que é o único animal que se esconde dos outros quando faz sexo. E se ninguém vê, ninguém sabe como é até o fazer! Como tal, as crianças, que aprendem por imitação dos adultos, são totalmente ignorantes até serem esclarecidas, e na maior parte das vezes, não são os pais que o fazem, não fosse o tema sexo muitas vezes tabu em casa. Nem é a escola que ensina, até porque dar a reprodução, não é ensinar a foder, e acabará por ser muitas vezes a pornografia que fará esse papel educativo, de desvendar os prazeres da carne. "Ah afinal é assim..."

Mas a pornografia não é feita para ter um papel didático e pedagógico! A pornografia é feita para dar dinheiro, muito dinheiro! Daí que, além das inúmeras vantagens da existência da pornografia, existam também alguns contras que devem ser tidos em consideração, se não vejamos.

Desde logo, dito pelos especialistas, a pornografia pode melhorar a atitude e mudar mentalidades. Pessoas que vêem pornografia, tendem a ser mais tolerantes, por exemplo, com o casamento homossexual, ou com diferentes comportamentos sexuais. Ora lá está, o esclarecimento, o alargar horizontes e arejar ideias, abre sempre as cabecinhas cheias de preconceitos. Isto é o que a pornografia pode trazer de positivo.

Mas como referi, a pornografia é uma indústria riquíssima, feita a pensar no negócio, e não em servir de exemplo para alguma coisa. Aliás, acho que é notório, que a própria temática na internet, acessível hoje em dia a quem tiver um computador, é cada vez mais agressiva. Se nos anos oitenta uma ménage-à-troi com um gaijo e duas senhoras é que era, agora mais de metade dos vídeos on-line têm uma senhora a ser aviada por dois tipos em alta rotação, tipo o pistão a martelar os segmentos de um motor! E depois não será à toa que muita senhora fantasia com a coisa - ah pois, mesmo a sua querida namorada ou esposa pode estar desejosa de o experimentar! E nos vídeos é isso, ou duplas-penetrações, ou então gaijos quase a entrar de cabeça na cona das gaijas e a passear lá por dentro! No fundo o que interessa é ir sempre mais além, escandalizar o mais possível, para ter mais visualizações. 

O primeiro problema que vejo na pornografia é mesmo a questão das doenças. Nos filmes pornográficos, tudo aquilo é um mundo perfeito! Todos fodem com todos, sem preservativo, com um qualquer desconhecido que apareça! porque nos filmes não existem doenças! No mundo real é que as coisas não são bem assim. Um qualquer desconhecido, por melhor aparência que tenha, pode carregar um monte de doenças e depois ser uma chatice. (ainda hoje saía a notícia, que os casos de SIDA estão a aumentar em Lisboa.)

Outro problema, é a pornografia poder ser encarada como referencial para replicar o que se vê. Qualquer miúdo sem experiência, que vê pornografia, pode ficar com a ideia - errada! - que vai comer o cu da namoradinha que arranjou, e que está mortinho por lhe saltar para cima, e que para tal bastará pô-la de quatro, apontar, e enfiá-lo todo lá dentro à bruta! E o resultado, principalmente se a jovem for inexperiente, pode não ser o esperado! 

Concluindo, diria que a pornografia deve ser encarada com normalidade. Tão normal é quem consome muita pornografia, como quem não gosta. Mas convém ter presente, que uma coisa são os filmes, outra é a realidade. Mesmo os filmes pornográficos!

domingo, 30 de novembro de 2014

Gengis Khan, a banda!

As cenas que um gaijo descobre na net! Então não é que Gengis Khan foi também foi uma banda pop alemã (Dschinghis Khan) dos anos setenta!





Já não se fazem Festivais da Canção como antigamente! E cuidado, pois a música fica no ouvido!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

No auto-rádio IV - The Coffin Ships

Esta semana fui desenterrar um CD de 2005, único álbum desta banda irlandesa que tenho, e que também há muito não ouvia. 

É curiosamente mais uma faixa número cinco - Ó diabo! - música em forma de homenagem, capaz de acordar em mim diferentes sensações. Simplesmente brutal.




Young hearts born with grief
Shall pay the penalty of truth
A season of stolen youth
Shall teach old hearts to break

It feels like I've been here before
Here to where the animals lay down to die
So we stood alone on a distant store
Our broken spirits in rags and tatters

Nerve and muscle, heart and brains
Lost to Ireland, lost in vain
Pause and you can almost hear
The sounds echo down through the ages
The creak of the burial cart
Here in humiliation and sorrow
Not mixed with indignation
One is driven to exclaim
Oh god, that bread should be so dear
And human flesh so cheap[*]

Young hearts are born with such grief
We have paid the penalty of truth
A season of our stolen youth
Shall teach our hearts to break

Lyrics: A.A. Nemtheanga
Music: MacUilliam and Primordial

[*Taken from a memorial to the dead at a mass grave in Skibereen, Co. Cork]

["Between the years 1845 and 1849 a famine ravaged Ireland and over 3 million people were lost to a combination of starvation and emigration I said once before the history of my land is a litany of tragedy and blood, these four years represent possibly the greatest tragedy the country has endured. It still hangs over Ireland and set the tone for Irish people to leave Ireland shores to the present day. The coffin ships themselves were what the ships that set sail for America in search of a new and better life were called. It's with this song we honour the memory of this great tragedy and those poor souls who lost their lives."]

The Coffin Ships / Primordial / 2005

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Contra-natura

Tenho um pico no dedo. Só reparei hoje porque o meu corpo fez questão de me avisar: "Olha lá para o teu indicador esquerdo. Esse inchaço vermelho que começa a doer-te, é uma cena que aí enfiaste e tem de sair."

E é sempre assim que o nosso corpo reage, sempre que qualquer corpo estranho entra nele. Vai sempre lutar com todas as forças para o expulsar. 

Em muitas discussões, muitas vezes quando a falta de argumentos é evidente, lá me vinham com o argumento do "isso é contra-natura", que significa que é contra-a-natureza. Pois é, mas há tantas coisas banais no dia-a-dia que são contra-natura e que ninguém repara nelas ou as valoriza. Um brinco, piercing ou quaisquer outras idiotices que o Homem encontrou para "embelezar" o corpo - como se a natureza não o tivesse feito perfeito e precisasse de ser "embelezado" - qualquer coisa destas, tão banais são um atentado à natureza. O corpo vai sempre lutar para os expulsar, e às vezes consegue mesmo, mesmo que tenha de se suicidar. 

Quanto a mim, acho que vou ali buscar uma agulha para tirar o pico. 


sábado, 22 de novembro de 2014

No auto-rádio III - Saltei pelas pedrinhas

Esta semana rodou no auto-rádio o segundo álbum dos Hyubris, banda portuguesa do Tramagal, que ja tive oportunidade de ver ao vivo duas vezes, e que ainda não tinha dedicado muita atenção a este CD, que me gravaram há já algum tempo. 

Em resultado disso, passei a semana a cantarolar:

"Saltei pelas pedrinhas
De um lago que encontrei
Caí nas suas águas
E assim me transformei"



Condão / Hyubris / 2009

Os mais novos e as novas posturas no trabalho

Estava um estagiário no seu posto de trabalho, com as pernas esticadas em cima da mesa, a jogar no telemóvel, quando entretanto chega o patrão e lhe pergunta: 
"Achas que isso é postura de se estar no local de trabalho"? 
Responde o estagiário:
"Tem razão", enquanto retira as pernas de cima da mesa, senta-se como deve ser e continua tranquilamente a jogar o seu joguinho no telemóvel. 

O que eu pergunto é: Como é que chegamos aqui? Que educação é que estes fedelhos tiveram em casa? E como é que agora as entidades de ensino preparam os putos para o mercado de trabalho?

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Desmaio

"Não me estou a sentir bem", disse. 
Começo a ficar enjoado e sinto-me impotente ao aperceber-me que vou perder os sentidos não tarda nada. E não há nada que possa fazer. De um momento para o outro apagam-se as luzes e tudo fica escuro. Não sei quanto tempo entretanto se passou. Enfiam-me montes de açúcar na boca, que caiu para o pescoço e tudo, e dou-me conta que estou (numa poltrona) de cabeça para baixo e pés para cima. 
"- Está-me a ouvir?" Estou pois! Ouvia bem, mas não conseguia responder. Sei que abanava com a cabeça em sinal afirmativo, mas não falava e tudo continuava escuro. Naquele meio tempo, em que ainda não tinha efetivamente regressado, até ia jurar que houve por ali alguma sensação de agradável prazer... E aos poucos e poucos a tensão arterial volta ao normal e acordo. Tenho as mãos e braços dormentes, e passado algum tempo regressei à vidinha normal sem nenhum interesse. 
Mas hoje foi um dia diferente. Hoje tenho algo para contar. Desmaiei. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Caça à consulta e ao examezinho

Quando se fala em Polícia, por norma, e às vezes com alguma razão, costuma-se falar em "Caça à multa". Pois bem, nos últimos anos, e porque as coisas não acontecem por acaso, desde que o povo colocou no poder os fascistas, que os centros de saúde mudaram de paradigma. 

Antigamente, quando a Saúde, e fazendo jus ao que ainda está escrito na Constituição, era tendencialmente gratuita, muitas pessoas vinham sempre com as mesmas queixas, que o seu médico de família não queria passar exames, provavelmente porque os médicos estavam com pena do Sistema Nacional de Saúde, pois tudo era quase gratuito. 

Mas agora que os fascistas privatizaram a Saúde, como convinha ao grande capital, e ir a um qualquer Centro de Saúde ou Hospital Público, é mais caro que ir à clinicazinha privada, as coisas mudaram redondamente.

Agora tenha muito cuidado se for acompanhar alguém ao Centro de Saúde! É que se o seu médico de família passa por si, de imediato liga para o balcão e obriga-o a ir a uma consulta naquele exato momento! Não está doente nem nada que se pareça, até anda a fazer exames num hospital privado, mas isso não interessa nada! Vai ser caçado e vai pagar os 5€ da consulta só porque sim, porque abriu a caça à consulta e ao examezinho! E isto passou-se ainda por estes dias com os meus pais.

Agora, depois de uma certa idade, os médicos passam exames a tudo e mais alguma coisa, e não, não é por estarem preocupados com a saúde dos "clientes", e com toda a certeza que vão descobrir algum que ainda não tenha feito, nem que seja o exame da merda, em que tem de - literalmente - enfrascar-se um bocado, para depois ser analisada, e ver se cumpre os requisitos da merda normal. Paga-se uma consulta, pagam-se montes de exames, e depois paga-se de novo para ir saber dos exames, e é assim que financiamos duplamente a Saúde neste país. Descontamos no salário para depois quando precisamos, pagar tudo, seja no Centro de Saúde, seja no Hospital Público. Mas afinal pagamos impostos para quê?

E é neste estado em que está a Saúde Pública neste país. Tudo se paga. São as consultas, os exames, as idas à enfermagem, Quero um medicamento para a doença crónica que tenho, e  que custa 2€, mas tenho de pedir para me passarem uma receita que custa 3€!! Mas pior, quando vou a ver, e em vez de me passaram 3 vias como pedi, não, passam-se uma só uma bisnaga que me dará para meia dúzia de dias...  Conclusão pago mais do dobro do que o medicamento custa, só por a médica inserir o meu nome no computador e fazer "Enter".

Por outro lado, há quanto tempo o seu médico de família não lhe mede a tensão arterial e lhe ausculta o coração e pulmões? Nunca o fazem. E porquê? Porque os médicos de família agora são passadores-de-receitas e de exames. Tantos anos nas universidades e é o que sabem fazer, muitos ainda nem aprenderam que é falta de educação, atender os doentes, sem nunca os olhar nos olhos.

sábado, 15 de novembro de 2014

Mistérios dos Metaleiros desvendados (ou nada a ver!)

Abria agora o Youtube, e na lista de sugestões, um vídeo intitulado "10 Coisas que o Metaleiro faz mas quase ninguém sabe". 



1. Banho de creme no cabelo. 

Mas qual é a contradição, em ser adorador de Satã e cuidar dos cabelos? Por acaso sou menos macho se ler os rótulos do champô que compro? Homessa! Posso ter um aspeto de porco e mau, mas cheirar a orquídeas e coco ora! 

2. Metaleiro deixa o mulherio fazer tranças no cabelo

Verdade. Só passamos mesmo vergonha quando deixamos que o mulherio nos faça tranças no cabelo, mas claro, se deixamos, é porque vamos ter algum retorno com isso! "Não há almoços grátis" ou "ajoelhou vai ter que rezar"!  

3. Metaleiro apaixonado ouve Bon Jovi

Ouve quem? Tiro completamente ao lado! Está certo que, há muitos anos que não estou "apaixonadinho", mas Bon Jovi? Definitivamente não me parece!

4. Todo o Metaleiro já fez chapinha

Fez o quê? Bom, traduzindo pelo sentido da frase, e depois de meter "fazer chapinha" no Google, cheguei à conclusão que em português de Portugal significa alisar o cabelo, para "ficar como o Axel Rose". Alisar o cabelo? Tiro furado novamente! Nunca alisei o cabelo pá! 

5. Metaleiro tem amor à camisola

Claro que tem. Ainda hoje fico fodido quando penso que a minha mãe deve ter mandado uma camisola de Cradle of Filth para o lixo. Sim, teria uns buraquitos, e bastante gasta das lavagens mas nada demais. Aliás, hoje deveria valer bom dinheiro no Ebay! Mas também não é preciso guardá-la como veio do concerto, a feder a tabaco e a suor! Amor à camisola sim, mas não exageremos! 

6. Metaleiro carente vai para rolé de sertanejo para arranjar mulher

Não é aplicável por cá. Mas por aqui há muito metaleiro que vai para a discoteca abanar o capacete com o gado! São muito ibal e tal mas depois vai-se a ver... Acho que isso ainda é pior que lá o "sertanejo" brasileiro!

7. Todo metaleiro tem um disco vergonhoso

De todo! Não me envergonho de nenhum disco que tenho. Acho que só nos envergonhamos de algo quando não estamos certos do que somos. Não é por ouvir maioritariamente heavy-metal que não posso ir a um concerto de Deolinda. 

8. Todo o metaleiro faz um show em frente do espelho

Abstenho-me de comentários neste.

9. Metaleiro assiste ao "Ídolos"? 

Errado, não assisto a merdas nenhumas dessas. Ok, agora que nem televisão tenho! Mas em tempos que já lá vão, dava uma cuscadela, mas só porque andava por lá, ironicamente, uma metaleira, ou pseudo-metaleira ou namorada de metaleiro, ou qualquer coisa assim!

10. Metaleiro traído identifica-se com música de pagode

Novamente não aplicável por cá. Por cá, o equivalente seria ouvir fado não?

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Os amigos-sósia

"Não vejo a amizade como algo que implica o ombro a ombro sistemático. Passo meses sem falar com o meu melhor compincha, quando acontece ambos nos penitenciamos. Sobretudo agora!, sendo médicos temos acesso a tudo o que é má notícia - "soubeste do fulano"? - e os anos tendem a empurrar as surpresas para a face triste da moeda. Por isso de imediato surgem juras de encontro imediato, conversa longa e despautério alimentar. Nesses longos intervalos deixamos recados no telemóvel um do outro a pretexto de ninharias e esprememos os respetivos herdeiros que, risonhos e escandalosamente crescidos, em nós tropeçam durante uma caminhada soalheira junto ao mar - "diz ao malandro do teu pai para me telefonar".

Este aparente desapego não traduz menor exigência. A profissão ensimou-me que somos bem menos complacentes para com os amigos do peito do que para os amantes. A paixão amorosa é muito violenta, mas pedi-mo-lhe o céu na terra e não solidariedade à flor do chão. Os apaixonados estão prontos a fugir do mundo ou a bater-se contra ele, os amigos são capazes de o transformar, armados de sólida intimidade entre pessoas reais, a abarrotar de defeitos graves e virtudes frágeis. O amante devolve-nos a imagem do que somos nos seus olhos, por definição enganados e mentirosos, "quem feio ama..."; o amigo é uma mistura de espelho, cruel de tão límpido, grilo falante impiedoso, e cúmplice até à morte.



No consultório, quando rebusco a vida social de um cliente, ouço muitas vezes quem tem "montes de amigos". Ao pedido de precisão - "amigos ou conhecidos?" - a resposta costuma vir, sorridente, depois de curta reflexão "amigos, amigos, poucos, os outros são conhecidos". Porque a amizade é exigente, seria exaustivo praticá-la a torto e a direito, mesmo admitindo que muita gente a merecia. Curiosamente, alguns só consideram amigos os da infância, o tempo que passou sem trazer a ferrugem da relação e a nostalgia de uma idade do ouro sem rasteiras de adultos conferem a duas ou três pessoas o direito de serem consideradas acima de qualquer suspeita.

Sou menos dogmático, acho que surpresas tristes podem surgir de qualquer lado. Algumas pessoas, por exemplo, necessitam da carne e do osso para alimentarem a amizade, a separação não lhes mata o carinho na cabeça, mas faz morrer os pequenos gestos ternurentos que o impedem de se tornar apenas uma recordação. No meu caso, os anos foram limando o orgulho estúpido que cala o protesto, não tenho dúvida em rosnar contra tal desleixo. Porque é disso que se trata - de um desleixo, sempre à mão na prateleira dos assuntos não prioritários. E perante o rotundo fracasso dos avisos, eu e muitos de vocês arranjamos desculpas esfarrapadas, porque nos custa admitir o abandono e a necessidade de pôr tudo em pratos limpos.

Um dia fala-se com alguém ao telefone e o desleixado percebe que somos nós, rouba o aparelho a quem ligou , "quando é que podemos conversar"? O espanto do lado de cá, "aconteceu alguma coisa"? A voz dele soa ofendida "não posso ter saudades de falar contigo?" Claro que pode! Combina-se dia e hora sem grande esperança, quem faz do atraso ponto de honra não muda. Com efeito. Torço planos feitos e espero, vale a pena. Ao fim de cinco minutos a surpresa ( ou não?) - a fúria de me ver traduz uma "saudade instrumental", sou necessário para resolver dificuldades surgidas em planos que me são alheios. O diálogo continua, plácido e urbano, até à despedida, mais correta do que calorosa. Por que não disse umas verdades? Por já não valer a pena? Ainda na esperança de rever a magia passada?

Se já vos aconteceu, sabem por que foi - tratou-se de uma derradeira homenagem. Aquele homem é um perfeito sósia do amigo muito amado. Que finalmente admito ter morrido sem ser cadáver. Promoverei este a conhecido, sem ressentimentos ou expectativas. Poderemos sempre discutir futebol."

Do livro  Estes Difíceis Amores  de Júlio Machado Vaz

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

No auto-rádio - ...A distance there is...

Esta semana roda o primeiro álbum de Theatre of Tragedy.

Um amigo desaparecido em combate, tinha uma predileção pelas faixas 5 de cada álbum. Se calhar tinha razão, e existe um qualquer misticismo associado a essas faixas. Não sei. Sei é que neste álbum a faixa cinco se destaca das demais:


Come in out of the rain thou sayest - but thou ne'er step'st aside;
And I am trapp'd -
A distance there is...
None, save me and the bodkin - pitter-patter on the roof:
Behold! - 'tis not the rain; thence me it has to be -
I will not drink thy vintage wine, my dear;
Thou hast heed'd that I am of innocence, yet thou let'st thy lass into peril
-
Thou let'st me be parched;
My heart is of frailty, my pale skin is hued damask.
When thou thy tears hast hidden, "Come back!", thou sayest -
There I soon am to be - but how am I to run when my bones, my heart!
Thou hast me bereaft! -
But run thou sayest; I run -
And there and then I behold that a time will come when I again dead will be.
Thou tell'st me to leave without delay -
I leave with my bodkin and my tears in my hands;
Lo! - the shadows, the sky - descending;
So by a dint of smite I gait ere I run and melt together with dusk.
In my mind in which is this event,
But it seems as if naught is to change anyway?!
After all these years thou left'st me down in the emotional depths -
The sombre soaked velvet-drape is hung upon me,
Turning my feelings away from our so ignorant world:
All the beatiful moments shared, deliberatlely push'd aside -
...a distance there is...

...A distance there is... / Theatre of Tragedy / 1995

domingo, 9 de novembro de 2014

Emprego e o número três

Passaram agora três meses, desde que milagrosamente arranjei emprego, (mais ou menos) na minha área de formação e é tempo de fazer uma primeira análise. Milagrosamente, porque apesar das estatísticas mentirosas, arranjar emprego continua muito difícil em Portugal. E a estatística é mesmo isso "eu como um frango, tu não comes nenhum, então em média, comemos meio frango cada um"! Depois porque o consegui pelos meus meios; porque a concorrência é muita, e porque era uma só vaga; e porque escolheram um gaijo com o cabelo pelo cu, não o corto há três anos e parece que isso fazia muita confusão a muita gente, apesar de eu saber que isso seria o menor dos meus problemas. Mas numa primeira análise, diria que a coisa acabou por sair muito melhor que a encomenda, mesmo considerando o sério risco de ter de ir visitar as cuzudas.



Foram três entrevistas em três anos, e à terceira foi mesmo de vez. É o terceiro emprego, no terceiro município diferente. E pela terceira vez, tenho o terceiro nome diferente. Já fui P. e já fui J. finalmente sou tratado pelo meu nome. 

Os três músicos.

Depois de ter trabalhado com um guitarrista virtuoso-madafaka-satânico e com um rapaz que agora anda por aí com muito sucesso (ainda ontem via-o no programa do Álvaro Costa) à terceira, uma senhora, ex-vedeta da cena, que cheguei a ver várias vezes ao vivo.

Se eu fosse de acreditar nestas coisas dos números, diria que tudo isto dos três tinha um qualquer significado místico. De repente até me lembro da frase da astróloga que conheci num bar, "tu para mim és um três"...  Mas não, creio que, no máximo, significa só que perdi os três...no que ao trabalho diz respeito claro!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Ponto alto do dia

Há dias assim.

Começam com muito ânimo, mas a partir daí será sempre a descer.



Kevin Spacey / Beleza americana / 1999


sábado, 1 de novembro de 2014

Outra vez a conversa dos piropos

De tempos a tempos parece que não há nada mais importante para se discutir na sociedade portuguesa que banalidades sem a mínima importância. Estamos em novembro e os putos não têm professores; a justiça, por culpa da ministra com cara de aborto não funciona há meses; foi aprovado mais um orçamento que vai roubar mais e mais dinheiro a quem trabalha e a quem menos tem para meter no cu dos mais ricos; mas vamos lá discutir se mandar umas bocas mais ou menos engraçadas deveria ser crime. 

Nesta história toda mais recente, o que mais me surpreendeu, é que por cá quem tenha puxado o assunto primeiro tenha sido o Bloco de Esquerda. Se fosse um qualquer partido da direita conservadora, que apoia este governo fascista, fazia todo o sentido, pois é preciso lançar cortinas de fumo, é preciso que se fale de assuntos completamente irrelevantes e ridículos, para que não se fale do que é verdadeiramente importante.

Mas depois de Sócrates, de forma sagaz, ter esvazio politicamente os temas "fraturantes" deste partido, como a questão do abordo e do casamento homossexual, o partido como que implodiu. E agora? Que vamos reivindicar? E pronto, no ano passado uma militante qualquer, lá teve a brilhante ideia de vir falar na criminalização do piropo.

Agora parece que surgiu para aí um vídeo qualquer (mais um!) com uma mulher a passear-se na rua e a ouvir muitas bocas. Nem quero imaginar o desconforto que deve ser. Ainda ontem, até a Fernanda Câncio no seu artigo Boas todos os dias escrevia no DN que, ela mesma, logo aos 12 anos ouviu o seu primeiro piropo. Um homem mais velho disse-lhe ao ouvido "lambia-te toda". 

Pois é Fernanda, mas o piropo não é exclusivo das mulheres, também eu que posso assegurar que sou homem, ouvi muitos piropos quando era mais novo. Não lembro qual foi o primeiro, mas lembro talvez do mais arrojado. Passava e frente à Estação de São Bento no Porto, e uma senhora mais velha que eu, mandou a seguinte boca "Dou-te cinco contos se me fizeres um minete". 

Obviamente que fiquei extremamente chocado, Por quem me tomava aquela senhora? Que me deixo vender assim? Pensa que a minha língua é uma qualquer e está aí para alugar durante uns minutos para lamber secreções vaginais alheias? Claro que esta senhora deveria ser presa e emparedada para o resto dos seus dias! Criminalize-se o piropo já!

Meus caros, tudo na vida gira em torno do sexo e cada um expressa-se da forma que sabe ou que pode, tal como uns escrevem melhor que outros. Claro que existem comentários que não lembram ao diabo, mas quem não os quer ouvir pode ser sempre sair à rua de tampões, ou então meter um auriculares e ouvir música. 

- Que é que querem criminalizar a seguir? Comer com a boca aberta? Arrotar? Cuspir para o chão?

Dêem melhores condições às pessoas, tratem de educar as crianças e tratar os professores com respeito, pois com boa educação, passaremos a ter adultos a mandar piropos literários. E aí o mulherio já ficará todo contente, continuará a ser assediado sim, mas com classe!

domingo, 19 de outubro de 2014

PPPP na Igreja Católica

Muito se tem falado na Igreja Católica ultimamente. É nas televisões, nos jornais e na rádio, é quase impossível fugir das notícias dos mafiosos. 

Demitiram um Papa, contrataram outro santo para o efeito, e este movido agora pelo populismo de tentar recuperar os fieis perdidos, faz tudo o que seja preciso - mesmo que tenha de ser enrabado em público por um preto avantajado - para mostrar a todos, que o deus deles aprova estes comportamentos, que durante dois mil anos a igreja andou a dizer que quem o fizesse ia ser condenado ao eterno fogo do inferno!

A crise na Igreja Católica é muito grande, fala-se de inúmeras dioceses falidas! (o Porto é uma delas) e é preciso gastar-se muito dinheiro, digo eu, para uma diocese ir à falência! isto tendo em conta que todo o dinheiro que ganham provém de doações, e que não pagam qualquer imposto dos serviços prestados (casamentos, batizados, funerais, procisões) e que diga-se estão pela hora da morte.

Há então agora há que esconder a face de lobo mau e passar vestir a pele de cordeirinhos, para melhor indrominarem os crentes pouco esclarecidos. E tão simpático que este novo Papa aldrabão é! Há pois que alargar o espetro do maior número de clientes possíveis (os crentes, e que crentes que são!), principalmente dos que até agora lá não podiam sequer entrar.


Vai daí a igreja está a fazer uma verdadeira PPPP! Depois da parceria com as Putas, e foi graças a elas que durante os primeiros séculos o Vaticano encheu os cofres de dinheiro - o tal dinheiro que passaram a vida a dizer que as pessoas se têm de despojar, pois os ricos não entram no reino dos céus! - e depois dos Pedófilos, e a igreja está cheia deles, dos padres pedófilos - que melhor sítio para um pedófilo ir, se não uma igreja sempre rodeada de criancinhas? - e vai daí, completaram agora o círculo das PPPP e juntaram-lhe os Paneleiros! 

Esta "Nova Igreja" Católica é agora a casa das Putas, dos padres Pedófilos, dos Paneleiros e ainda dos mal-casados! Cabem todos agora! Como toda a gente que a igreja casa, "para sempre"e com a proteção divina, afinal se está a divorciar em massa, não convém nada que toda esta gente esteja impossibilitada de contribuir, e o que é preciso nos dias de hoje é contribuintes, seja no Estado, ou mesmo na santa igreja católica hipócrita romana.

"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." (Lucas 23, 34)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Eu digo-te o que tenho...

Estou aqui a ouvir uma música de Nina Simone, e a lembrar-me quando certa vez, uma senhora me disse (sem me conhecer) que eu era, ou lhe parecia ser, feliz... Ao que eu respondi dizendo que não tinha nada para o poder ser. Não tinha saúde, não tinha emprego, não tinha amigos, não tinha amor...



Nina Simone - Nuff Said - Ain't got no, I got life - 1968

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Os filhos da puta não se plantam


* Homenagem aos nossos políticos, todos eles, sem exceção, uns grandes filhos da puta.


Música: Carlos Mendes
Letra: Arthur Santos

domingo, 12 de outubro de 2014

Títulos idiotas

Capa do JN de hoje: "Duplica o número de divorciadas com mais de 60 anos"



Ora bem, isto intriga-me, se são só as mulheres com mais de 60 anos é que se estão a divorciar muito mais (os homens não!) com quem é que elas afinal estarão casadas? Será que é com os gatos?  


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O mestre

Andava eu este domingo nas traseiras da casa, sozinho, nos meus trabalhos de fim-de-semana, quando fui ligar um pequeno rádio, outrora despertador, para ouvir qualquer coisa, e enquanto passava pelas emissoras, de repente ouço a voz do Júlio Machado Vaz. De imediato sintonizei a estação, coloquei o volume no máximo, para que conseguisse ouvir, e lá fiquei a ouvi-lo ao longe enquanto trabalhava.

Sempre tive o hábito de ouvir rádio, hábito que terei herdado de meu pai. E na maior parte das vezes, prefiro ouvir algo que possa aprender, que propriamente ouvir a musiquinha, muitas vezes de qualidade duvidosa que passam.

Teria eu uns quatorze ou quinze anos, quando também certo dia, descobri um programa na rádio, com um senhor a falar "daquilo". Naquele tempo sexo era tema tabu, e seria este mesmo senhor, que anos mais tarde, teria mesmo o primeiro programa a falar abertamente sobre sexo na televisão, o Sexualidades, que também rapidamente acabou de ser recambiado para um horário impróprio à maioria das pessoas, que, ou tinham de estudar ou trabalhar, porque isto de se falar de sexo na televisão era uma pouca vergonha!



Naquele programa da rádio Nova, o "Sexo dos Anjos", aprendi muita coisa. Há muitos anos que se fala da necessidade de haver a disciplina de educação sexual nas escolas, nem faço ideia se já existe ou não, mas estou em crer que o "Sexo dos Anjos" foi a minha disciplina de educação sexual, ministrada pelo professor Júlio Machado Vaz.

Mas não se pense que o programa falava só sobre sexo. Falava de sexo sim, mas abordava de tudo um pouco. Amor e relações, cenas de filmes, livros, até de futebol se falava, principalmente do Benfica claro, a perdição do professor que nasceu no Porto, e ainda respondia às cartas dos leitores. 



E foi ainda sem ter nenhuma experiência no campo sexual, que aprendi pela boca do sexólogo e psiquiatra, que as mulheres não são como os homens. Enquanto os homens são a gasolina, elas são a gasóleo, e é preciso saber esperar, aquecer-lhes bem o motor primeiro, e não fazer arranques demasiado rápidos, para que consigamos retirar dali a melhor performance possível. 

"É preciso saber em que botões carregar!"

Pois é, mas ó professor, olhe que eu na prática vim a aprender que nem sempre é assim! Nem sempre podemos generalizar como bem sabe, e melhor que eu. E eu entretanto aprendi, que nem sempre é com muitas delicadezas que lá chegamos. Às vezes, o que algumas querem mesmo, é que não percamos muito tempo com demasiadas atençõezinhas, querem mesmo é que lhes saltemos para cima, façamos arranques bem rápidos e violentos e deixemos o ponteiro sempre colado com as rotações no vermelho!

Mas ao ouvi-lo este domingo, como que fui transportado no tempo, para aqueles outros domingos, em que o ouvia, sempre, religiosamente, e apreendia os seus ensinamentos. Naqueles tempos o Sexo dos Anjos deu-me muita teoria. A prática, essa chegaria bem mais tarde. 

domingo, 5 de outubro de 2014

Também tu OLX?

Bastava estar atento aos sinais para perceber que o que iria acontecer. O OLX deixou de ser gratuito. Os milhões e milhões que faturam não devem estar a chegar - basta observar os milhões que gastam em publicidade, inclusive na televisão - para se ter a noção do quanto devem lucrar com um site que permite vendas em mãos. 

Os sinais eram mais do que evidentes. Sempre que entrava na minha conta, aprecia-me sempre a mesma treta "se pagares para destacar o teu anúncio tens muito mais hipóteses de vender".  E se toda a gente pagar para destacar o seu anúncio? Qual será a visibilidade de cada um? Pois é!

Ultimamente em grande destaque já apareciam os preços numa tabela para onde nunca sequer me dei ao trabalho de olhar, e hoje, qual não é o meu espanto, ia a submeter um anúncio e a surpresa!


Tenho de pagar 2€ se quiser colocar o meu anúncio no site! Meus caros, sites de vendas gratuitos é o que não falta para aí aos pontapés na net, e como tal recuso-me terminantemente a pagar-vos um cêntimo que seja, ainda por cima quando a vossa plataforma é unicamente orientada para o negócio em mãos e nem sequer se dão ao trabalho de criar um índice da reputação de cada vendedor/comprador. Portanto, se quereis mamar, eu mudo-me para outro sítio qualquer.

Aguardo ainda com curiosidade, por quanto tempo é que essa política do chulanço permanecerá. Já outros em tempos o fizeram, e depois fecharam portas, precisamente quando o OLX e outros apareceram. Mas infelizmente a memória coletiva é muito curta, e acabam por cometer os mesmos erros de quem os precedeu.

sábado, 4 de outubro de 2014

No auto-rádio - You are you there

Voltar a pegar no carro todos os dias, é sempre uma oportunidade para voltar a ouvir música durante o tempo que se perde entre casa e o trabalho. Nesta última semana, peguei num CD que há bastante tempo não ouvia. Trata-se de uma banda cá do burgo, e o refrão de uma música em particular - Sights - ficou no ouvido. 

(...)
I am blown away
I can't breath
This cold torment
Is coming from within
I can´t feel my touch
Is running from me
This feeling of emptiness
Has vanish into me
You
are you there
will you be for me
you 
are you there
will you be for me 



Sights - Isohyet - Oblique Rain 2007


domingo, 28 de setembro de 2014

Para os problemas de memória

Preocupado que tenho andado, com os graves problemas de memória do nosso querido primeiro-ministro, que coitado, não sabe se há quinze anos recebia ou não cinco mil euros da Tecno-qualquer-coisa-para-sacar-uns-belos-subsídios-e-fugir-ao-fisco, nem se estava ou não em regime de exclusividade na assembleia da república, deixo-lhe aqui uma receita infalível para o problema que o aflige.

Memória:

Função que possibilita conservar e relembrar os acontecimentos passados. O seu enfraquecimento pode ser devido a numerosas causas, a mais comum das quais, é o envelhecimento. 

Uso interno:

Tomar 3 chávenas por dia, 10 dias por mês, durante 3 meses:
- Infusão de alecrim: 30g de sumidades floridas para 1L de água fervente, infundir 10min e coar.


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- Infusão de melissa (erva-cidreira): 30g de sumidades floridas e de folhas para 1L de água fervente, infundir e coar.

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Tome senhor primeiro-ministro, são plantas, é uma coisa natural, vai ver que lhe vai fazer muito bem à memória. As suas melhoras. 

sábado, 27 de setembro de 2014

Escravatura do tempo

02h16... Sem conseguir dormir.

Estou em crer que a primeira forma de exploração e de escravatura do ser humano, começou com o tempo, com a necessidade de medir o tempo, com as religiões e com a necessidade de ocupar o tempo, porque aos seus olhos o ócio é maligno.

Mas curiosamente todos os outros animais não têm relógio, não têm horas marcadas, seja  para se levantarem, para comer ou para fazer o que quer que seja. Têm um único referencial, o sol e a luz ou a falta dela. Os diurnos, quando se faz dia é tempo de acordarem e fazerem-se à vida, os noturnos pelo contrário, é quando a luz desaparece que entram em atividade. 

O homem é escravo do tempo, e o tempo foi a primeira forma de capitalismo. Por alguma coisa se diz que "tempo é dinheiro". Arranjou-se forma de medir o tempo, e hoje somos escravos de outrem, durante um determinado tempo, que por norma são oito horas por dia, quando não são mais.

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O dia tem 24h, e em média passamos 8h na cama, seja a dormir, a descansar, ou simplesmente a fritar na cama sem sono. Se lhe juntarmos as dez ou onze horas dedicadas a ser escravo de outra pessoa, porque não são só as 8h de trabalho, temos também de juntar o tempo que perdemos na viagem e no almoço - ficamos com quê? Cinco ou seis horas por dia de tempo útil? Tempo que não é verdadeiramente útil pois chega-se a casa cansado e com outras coisas para fazer, e também é preciso descansar para poder voltar a ser escravo no dia seguinte. 

Voltei a trabalhar - e que sorte que tive nestes tempos, de poder a voltar a ser escravo para poder voltar a ter dinheiro para sobreviver - mas isso paga-se caro, muito caro, pois passa-se a ser escravo da falta de tempo. Há muito tempo que não dizia "não tenho tempo para mim".

Sim, um solteiro, sem namorada, nem filhos, e com a vida facilitada por ainda estar em casa dos pais,  e chegar a casa e ter a comidinha na mesa, também se queixa da falta de tempo. 

Por estes dias pensava mesmo onde é que eu ia agora arranjar tempo para uma namorada? Se já não tenho tempo para nada, para mim e para as minhas coisas, onde iria arranjar esse tempo para me dedicar a outra pessoa? E se vivesse junto com alguém e tivesse filhos como a maioria das pessoas? 

É tudo cada vez mais rápido. As próprias crianças já não aceitam um telemóvel com software lento, queixava-se uma colega por estes dias no trabalho. É de pequenino que nos dias de hoje, as crianças aprendem a ser escravas da falta de tempo.

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Cada vez mais se inventam mais máquinas para fazer as coisas ainda mais depressa, e paradoxalmente as pessoas têm cada vez menos tempo para si. Agora temos carros e aviões, assim podermos ir trabalhar cada vez mais longe de casa; tele-comandos para não precisamos de levantar o cu do sofá para mudar de canal, estores e portões elétricos, máquinas que fazem a comida sozinhas, etc, e as pessoas ficam fascinadas com tudo isso. Mas qual a utilidade de tudo isso? No fim de contas, como é que aproveitam todo esse tempo que essas maquinetas poupam? Ninguém diz que, com o telemóvel mais rápido que comprou, aproveita esse tempo a ler ou a fazer algo do seu interesse. Não, pelo contrário, aproveitam esse tempo sendo ainda mais escravas do tempo, correndo ainda mais de um lado para o outro, com cada vez menos tempo para si.

Cada vez mais as pessoas são mais pobres, porque a verdadeira riqueza é ter tempo para fazer o que realmente se quer. Ninguém pode ser verdadeiramente feliz vivendo acelerado de um lado para o outro, mas aprendem desde pequenas que sim. Cada vez mais as pessoas têm de trabalhar mais tempo e mais anos - culpa-se a esperança média de vida - para assim nos escravizarem a trabalhar até morrermos.

"A espécie de felicidade de que preciso, não é tanto fazer o que quero mas a de não fazer o que não quero." (Jean-Jaques Rousseau)

Não há tempo para as pequenas coisas, para observar os pequenos nadas, não há tempo para ver e ouvir os outros, e para se ocupar o tempo, mesmo que muitas vezes seja não fazendo absolutamente nada. 

Outro efeito secundário da escravatura da falta de tempo, é começarmos a ter problemas de sono.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Dica para vender a casa

Quer melhorar as hipóteses de vender a sua casa? Então suba-lhe o preço!
Já aqui tinha falado, quando abordei os sites de vendas, que, ao contrário do que se pensa, muitas vezes a melhor forma de vender algo, não é baixar o preço, mas sim aumentá-lo!

Ainda hoje me contaram (fonte privilegiada) acerca de um empreendimento novo, com apartamentos a 400 mil euros, e que estavam a demorar a vender. Então o que dono fez? Subiu o preço para 500 mil euros e vendeu logo quase tudo, com pagamentos a pronto, e em dinheiro para "lavar mais branco". 

Se é barato é porque não presta, se é caro é porque é bom, é inacessível, não é para qualquer um, logo torna-se mais apetecível e desejável. 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Eu sou mais info-excluído que tu

Fim-de-semana passado, mais um encontro com alguém desconhecido, fruto de uma troca comercial de um conhecido sai-te da especialidade. Ao longo dos anos são já centenas os encontros deste tipo que tive, e nunca sabemos quem nos sai da rifa do outro lado. Desta vez saiu-me um casal muito simpático, um pouco mais velho que eu, com quem, como quase sempre, acabei por ficar um pouco (demais) à conversa.

Conversa vai conversa vem, e eu digo que devo ser o último português sem Facebook/Twitter, ao que o senhor contrapõe:

- Mas você não me ganha. Eu não tenho telemóvel!

Mas pensando bem, também eu hoje poderia não ter telemóvel. Não deixa de ser curioso que eu em tempos afirmava convictamente, que também nunca havia de ter tal coisa, até que, e nunca devemos dizer nunca, fui aterrar no maior fabricante mundial da coisa. E se ainda resisti durante mais de um ano, depois começou a tornar-se complicado resistir por dois motivos. Por um lado era o chefe que me impelia a ter uma coisa dessas, pois às vezes poderia ter de me ligar (podia sempre escrever-me uma carta ou então fazer sinais de fumo!) por outro, era viver e respirar radio-frequência oito horas por dia (quando não eram dez ou onze e sábados também). 

"Litle children" (Pecados íntimos 2006)


Por estes dias, na cantina, dois colegas de trabalho, um explicava ao outro, o funcionamento básico do novo telemóvel-bugiganga-nova-maravilha-que-só-falta-tirar-cafés-e-dar-orgasmos, e afirmava o entendido "também ainda há uns meses dizia que não precisava nada de uma coisa dessas, mas depois quando temos é que vemos o jeito que isso dá". 

Caro colega, tenho para mim que é mais ao contrário, é quando deixamos de ter as coisas que nos apercebemos que afinal elas são completamente supérfluas, dispensáveis e não nos fazem falta nenhuma. É precisamente quando deixámos o telemóvel em casa, que nos apercebemos que o nosso mundo não deixou de existir, continua tudo no mesmo sítio, e afinal nem nos fez falta nenhuma, porque se calhar ninguém nos telefonou ou mandou mensagem-super-urgente-a-precisar-de-resposta, até porque as urgências são no hospital.

E isto leva-me à questão da televisão. Desde janeiro que deixei de ter e não sinto falta absolutamente nenhuma. E a propósito meu caro senhor, você não tem telemóvel mas eu não tenho televisão, ainda assim quer-me parecer que sou eu a ganhar em info-exclusão!

domingo, 14 de setembro de 2014

Iron Maiden para Coelho e Portas

Passava hoje pela feira medieval de Leça do Balio, que parece que também mudou de nome (ao menos parece que não tem borboletas) e seguiu também a moda da cobrança de entradas - e deparo-me com uma exposição (a mesmíssima exposição - boceeeejo - de todos os anos) de reproduções de artigos de guerra e objetos de tortura, e observava a beleza de uma peça em particular. 

De imediato me surge o pensamento que, com jeitinho, se conseguia meter o Portas e o Coelhinho ali dentro.... Já agora, se ainda sobrasse espaço podia-se também ainda convidar o Camilo Lourenço a entrar...

Portas, Coelho: Olha ali dentro o milagre económico!...Puuuum!

... e fechar-lhes a porta!

E porque não criar uma espécie de cavalo de Tróia, em formato "dama de ferro" gigante, convidar um sem número de gente a entrar lá para dentro, e encerrá-los lá para todo o sempre?! 

Quanto à feira, seja com o nome antigo, ou a "nova" feira com o novo nome, é para não repetir.



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O elogio ao hospital público

Consulta marcada para as 12h30 no Hopital Santo António no Porto. O relógio da parede marcava 12h25 quando o médico abre a porta da sala 212, e chama pelo meu nome, precisamente cinco minutos antes da hora marcada. 

Porque também é preciso dizer bem, e porque é muito mais difícil elogiar que reclamar do que está mal. Porque este governo dos partidos de direita tudo tem feito para matar o Sistema Nacional de Saúde (que até votaram contra ele há mais de trinta anos) mas ainda assim há hospitais que contra todas as adversidades ainda vão funcionando bem. Desde que a minha zona de residência mudou para este hospital, que eu só tenho a dizer bem da forma como funciona este hospital público.

Quanto ao governo, terá de se esforçar ainda mais por fazer ainda mais estragos ao que é de todos, para levarem ainda mais clientes para os amigos da saúde privada. Curiosamente, isto aconteceu quando no mesmo dia, dizia-me a minha mãe: "estou farta de clínicas privadas e de médicos chupistas".

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Aproveitar a vida

Segunda pessoa que recentemente, primeiro uma mulher, hoje um homem, os dois a fazer pela mesma idade, que me diz, que tem pena de não ter vivido (ainda) mais no passado. E essa resignação faz-me alguma confusão, afinal as pessoas ainda estão vivas e podem viver tudo o que quiserem já hoje. Eu diria que, não deixes para amanhã o que podes viver hoje, nem penses no que poderias ter vivido, porque o passado já foi, não volta. Viver é o presente, e nem vale a pena fazer grandes projetos para o futuro, porque no futuro muito próximo estaremos todos mortos, nem vale a pena suspirar por um passado do qual só nos restam recordações que aos poucos vão sendo diluídas no tempo.

Para quê pensar que queriam, como no caso que me contavam hoje, ser transportado para o ano 2000 e saber o que se sabe hoje? Isso não faz qualquer sentido. A vida é feita de experiências, de aprendizagens e de erros, e de escolhas, mas a qualquer momento também podemos mudar tudo e inverter o rumo as coisas, afinal somos nós o timoneiro do nosso destino. O passado não se apaga, o que está feito está feito, e perder tempo a pensar no que poderia ter sido, quando se pode hoje mesmo estar a viver da tal forma que se acha que se deveria ter vivido parece-me uma perda de tempo.


via Pinterest

Ou então talvez as pessoas achem que há um tempo certo para "aproveitarem a vida". Pronto agora já tenho mais de trinta anos, ou estou casado, já tenho de viver uma vidinha estúpida!" Isto faz-me lembrar da minha avó materna quando me dizia "já não tens idade para isso" como se existisse uma idade própria para isto ou aquilo, como se tivéssemos de nos preocupar com o que os outros vão pensar de nós. E é isso que eu acho, que as pessoas perdem demasiado tempo a viver em função dos outros, e a não fazer o que realmente querem. 

E porque será que eu fiquei com a clara ideia ideia, que em ambos os casos o "não ter aproveitado mais a vida" foi "não ter pinado mais"? Conclusão a retirar: Aproveitar a vida é pinar!