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sexta-feira, 12 de abril de 2019

Não Invoques o Passado... Porque Ele Pode Entrar-te Pela Janela Sob a Forma dum Passarinho

Foto Emprestada da Net

Há coincidências verdadeiramente curiosas. 

Na mesma semana em que, estupidamente, decidi colocar o teu nome lá na rede social onde as pessoas colocam fotografias de si mesmas a olhar para o chão ou em frente de espelhos, um passarinho entrou-me sala adentro e confirmou-me o que há muito suspeitava. Estás separada.

Sim, não sei que me passou pela cabeça para colocar o teu nome. Sempre que me lembro disso apetece-me ir buscar o cilício e malhar com ele forte e feio nas costas para não voltar a cometer tamanha estupidez. O pior é que tu estavas mesmo lá. Felizmente que a tua conta está privada e só vi a foto de perfil com os três nomes com que sempre assinaste. Entrei em choque. E espero mesmo esquecer-me desse vislumbre atual e manter na memória a imagem da pessoa que conheci há mais de vinte anos. 

Foi uns dias depois de ter comprado uma estante preta, toda modernaça, e vê lá tu que é o primeiro móvel IKEA que comprei para minha casa (aquela que eu sempre dizia que era a nossa casa) e logicamente que foi uma estante usada (como nova) e a um excelente preço, porque, como já não te lembrarás, eu não brinco com essas coisas de gastar dinheiro, e, depois de a ter montado (parecia que tinha voltado atrás no tempo para montar os Legos que não tive em criança) entrou-me um passarinho preto, de tons azulados na sala e, no meio de todas as pilhas de tralhas que estavam por lá dispostas, ao ver uma pequena moldura, com várias fotografias tuas e com uma minha no meio, disse-me, assim do nada, que estavas separada. Nada que eu já não suspeitasse há anos, afinal, tu mesma me confidenciaste. Ele não iria ficar contigo para sempre como eu ficaria...

Sorrio cinicamente quando penso que, tantos anos depois, estamos ambos na Casa da Partida. Não me invade nenhum sentimento de regozijo ao saber disso. Pelo contrário. Tenho pena. A sério. Não por nós, mas por ti. Tinhas obrigação de saber que o Karma é muito fodido. 

E ontem tinha ido ao carro buscar uma esferográfica para escrever umas coisas com a minha camarada de trabalho, quando olhei para a caneta e lhe disse que a tinha recebido numa entrevista de emprego há uns bons anos. Éramos uns nove candidatos para uma só vaga. E como é que eu poderia ter ficado com a vaga? Até o meu ex-chefe (com melhor currículo) estava lá!

E não é que hoje, estávamos os dois, lado a lado a trabalhar, quando o senhor administrador, que tinha entrado com alguém de fora da empresa, me chama.... Olho, ainda à distância, e... é o Carlos!!
O que é que estava ali a fazer o Carlos?, o meu primeiro formador da anterior empresa onde trabalhei até ter encerrado portas? Estava lá, precisamente, de camisola vestida com o nome da empresa para a qual eu tinha concorrido e eram nove candidatos, e onde também tinha estado o meu ex-chefe, que era ele, e que por ali entrou hoje, um dia depois! Então foi mesmo ele que ficou com a vaga!

Claro que não fiz vista grossa, cumprimentei-o efusivamente, tendo-me até alheado do que o senhor administrador me havia pedido. Não foi por mal!

E devo ter repetido umas duzentas vezes "que engraçado"....
- Tens falado com alguém que trabalhou lá na empresa?
Não, não estou no Facebook e afins, não tenho falado com ninguém.
Como te compreendo!

Mexer na merda implica sempre um cheiro nauseabundo. Seria impossível remexer no passado e não ficar a pensar nele. Como é que se chamava a última empresa onde trabalhaste nos últimos meses que estivemos juntos? Não me conseguia lembrar... Mesmo tendo sido eu a ter visto o anúncio no Expresso e a incentivar-te que enviasses, de novo, para lá o currículo, para  que para lá regressasses... Mas como é que se chamava a merda da empresa? De vez em quando temos brancas.... O Freud é que explicava isso bem. Deves saber melhor que eu, afinal, tu é que és de psicologia. Mas é sabido que por vezes apagamos mesmo certas informações. Não acho que tenha sido o caso, mas pronto, queria-me lembrar da merda do nome da empresa! Mas nada que com a internet hoje em dia não se descubra, não é? E de novo o choque. Eu sempre digo que nós andamos sempre à volta uns dos outros, mas estar a trabalhar a cinco minutos dessa empresa é um bocado coincidência demais, não?

E para finalizar em grande a semana, o reencontro com o João.

"Eu sento-me como quiser"!

Como assim, não estou ver. Relembra-me...

Quando tu não estavas corretamente sentado, e passa uma empregada e diz-te que não é assim que se senta e tu: "eu sento-me como quiser", e o pessoal todo a olhar... Hei....

A sério, já não me lembrava como era tão rebelde!

De tarde quando me ligavas, falavas que o passado tinha regressado - também a ti?, perguntei!

Foi muito bom o reencontro que aconteceu há meia dúzia de minutos. Histórias semelhantes. Relações que acabam de forma semelhante. Olhar o passado com os olhos de quem já cá está há algum tempo. O que correu mal... como poderia ter sido tão diferente... ou tão igual. As mesmas histórias repetidas até à exaustão, porque se calhar todas as histórias de amor são iguais.

Mas todos os dias voltamos à Casa da Partida. Todos os dias são novas oportunidades. Quanto ao passado, bom, é melhor não invocá-lo, porque ele pode mesmo decidir aparecer.

sábado, 2 de março de 2019

O John Murray Telefonou-me do Século XIX

Do outro lado do telefone alguém falava em inglês e sabia o meu nome. O John tinha-me contactado porque estava interessado numa suculenta azul que eu propaguei. Tudo bem John, amanhã eu tenho que ir a Guimarães e, se der, podemos combinar no Porto.



Mas qual não foi o meu espanto, quando, em pleno Museu da Cultura Castreja, começo a olhar com atenção para um quadro e na legenda tinha, precisamente o nome de John Murray, o mesmo nome da pessoa que me havia telefonado!
Será que o John me telefonou do século dezanove? 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Eventos de Rara Probabiliade II

Por estes dias conheci um artista, pessoa formada em Belas Artes, que quando me conheceu, disse-me que quando leu o meu nome no e-mail, lembrou-se de quando usava esse mesmo nome (primeiro e último) como pseudónimo e até se questionou se esse seria mesmo o meu nome verdadeiro.

E este fim-de-semana, numa feira de artesanato, parei numa tendinha a falar com uma miúda - até foi ela que nos interpelou para nos mostrar um quebra-cabeças - e já quase a vir embora (e fui o único que comprei alguma coisa) de repente, reparo que o nome da loja é, precisamente, o meu nome, e que é também o nome do pai dela, pessoa que faz aquelas peças de artesanato...


# Eventos de Rara Probabiliade I




segunda-feira, 30 de maio de 2016

Eventos de rara probabilidade

O Marshall, personagem da série "How I Met Your Mother" chamava-lhes milagres, mas eu, que por acaso tenho um conceito um pouquinho diferente de milagre, sou mais da opinião da Robin que dizia que "os milagres não existem". Contudo estes acontecimentos ou milagres, tal como lhes chamaria o Marshall, vão-me acontecendo constantemente. 

No dia 17 de maio, depois de ter decidido não fazer o que sensatamente deveria ter feito, e bastaria só ter saído mais cedo ou mais tarde cinco segundos para que não acontecesse, acabo por me cruzar com um ex colega que estudou comigo, e com quem não falava há uns seis anos, num daqueles jantares de ex-colegas, quando muitas vezes descobrimos que já não temos muito a ver com as pessoas que eles eram antes. E ali ficámos a conversar durante, sei lá, meia hora, e quando eu me deveria apressar para ir para o trabalho. No dia 21, de tarde, fui até ao Imaginarius em Santa Maria da Feira pela primeira vez. E quem é que eu encontro mal chego ao chafariz defronte do Convento dos Loios? Precisamente o mesmo colega, segunda vez em quatro dias anos e anos depois. 
Miracle!

Entre um dia e outro deste duplo reencontro com este colega, passei no hipermercado para comprar a tal caneta de acetato para a minha colega me dar o tal autógrafo no CD.
Na Caixa pergunta-me a menina:
- Tem 98 cêntimos?  
- Mmmm... devo ter, respondi.
Fui pegar no porta-moedas e tinha uma infinidade de moedas de 1 e de 2 cêntimos, umas três ou quatro moedas de 10 cêntimos e uma ou outra de 5 cêntimos. Demoradamente começo a contar todos aqueles tostões e eis senão quando 94, 95, 96, 97 e mais um faz 98 cêntimos! Dei o todo o monte de moedas que tinha comigo à mulher para ela contar ela mesma, e ela confirmou que sim. Eu tinha comigo precisamente os 98 cêntimos em moedas, precisamente a quantia que ela me pediu para facilitar o troco. Qual a probabilidade de juntando todas as moedas que eu tinha comigo, e que eram muitas, fazer precisamente o valor que me pediram? 
Miracle!

27 de Maio de 2016 - Picos da Europa

Em fevereiro tinham aberto as inscrições, na associação com quem vou fazendo umas caminhadas, para no final de maio se fazer uma caminhada a Picos da Europa. Inscrevi-me, mas infelizmente já em abril constatei com desilusão, que estava fora das inscrições e que muito dificilmente poderia ir. 
Mas dois dias antes do evento, alguém decidira não ir e iria mudar o meu futuro nos dias seguintes.
Miracle!

Eu até já andava a fazer outros planos para este fim-de-semana. Minutos antes, naquele mesmo dia, até estava a pensar dizer lá na empresa para cancelar os dias de férias que tinha marcado, quando de repente o destino telefona-me e diz-me que surgiu uma vaga! Surgiu uma vaga porque dois dias antes, duas amigas cancelaram a viagem e para esses lugares de última hora fui colocado eu e outra pessoa, as pessoas que estavam imediatamente a seguir nas inscrições.

Chegadas a Arenas de Cabrales, Hotel-Quartel-Geral do nosso grupo, e depois de terem feito cerca de mil quilómetros de carro desde Lisboa, duas amigas quiseram surpreender as tais outras duas amigas com a sua presença na caminhada e ligam-lhes a dar a boa nova. Só que, elas que quiseram fazer uma surpresa às outras duas, aparecendo sem que elas soubessem, acabaram elas mesmas por serem surpreendidas! Elas tinham feito mil quilómetros (e outros mil iriam fazer de regresso a casa) para nada, pois as amigas haviam ficado em casa!

Já durante o percurso de ida da caminhada, e que seria o mesmo caminho da vinda, apercebi-me que faltavam muitas pessoas. É verdade que eu e as outras duas lebres, que me fizeram companhia, ficamos uns bons bocados sentados, a descansar, comer e a conversar, enquanto muitas outras tartarugas nos iam passando, mas ainda assim faltava gente. E então só mesmo no final é que percebi que algumas delas haviam desistido logo na parte inicial do percurso, voltado para trás e ficando no tasco nos comes e bebes, aguardando que todas aquelas dezenas de pessoas, vestidas de verde-alface, chegassem daquelas mais de seis horas de caminhada e contemplação.

Mas um outro infeliz acontecimento havia ocorrido e feito com quem algumas pessoas tivessem perdido muito tempo, entre elas a presidente da associação, que tem sempre o cuidado de reunir as últimas pessoas, servindo como uma espécie de carro-vassoura. Infelizmente alguém havia caído e se magoado, a ponto de ter de ser transportada de helicóptero para o hospital. Será que eu conhecia esta pessoa? Eu ouvi comentar que era "uma mulher toda para a frente, de 67 anos com tatuagens...." Mas querem saber a melhor? Esta mulher, era uma das duas senhoras que haviam vindo de Lisboa de carro, que tiveram de fazer mil quilómetros para surpreender as tais outras duas amigas, as tais que haviam cancelado a viagem (para eu poder ter ido!) sem elas saberem.
Curiosamente ouvi também o relato de que a amiga desta senhora, durante a caminhada, lhe ia dizendo que, se calhar, o melhor era voltarem para trás, mas que ela insistia que não. Irónico não é?
Miracle!




O Marshall chamaria a este tipo de acontecimentos de milagres. Eu acho que prefiro chamar... Eventos de rara probabilidade? 


domingo, 9 de novembro de 2014

Emprego e o número três

Passaram agora três meses, desde que milagrosamente arranjei emprego, (mais ou menos) na minha área de formação e é tempo de fazer uma primeira análise. Milagrosamente, porque apesar das estatísticas mentirosas, arranjar emprego continua muito difícil em Portugal. E a estatística é mesmo isso "eu como um frango, tu não comes nenhum, então em média, comemos meio frango cada um"! Depois porque o consegui pelos meus meios; porque a concorrência é muita, e porque era uma só vaga; e porque escolheram um gaijo com o cabelo pelo cu, não o corto há três anos e parece que isso fazia muita confusão a muita gente, apesar de eu saber que isso seria o menor dos meus problemas. Mas numa primeira análise, diria que a coisa acabou por sair muito melhor que a encomenda, mesmo considerando o sério risco de ter de ir visitar as cuzudas.



Foram três entrevistas em três anos, e à terceira foi mesmo de vez. É o terceiro emprego, no terceiro município diferente. E pela terceira vez, tenho o terceiro nome diferente. Já fui P. e já fui J. finalmente sou tratado pelo meu nome. 

Os três músicos.

Depois de ter trabalhado com um guitarrista virtuoso-madafaka-satânico e com um rapaz que agora anda por aí com muito sucesso (ainda ontem via-o no programa do Álvaro Costa) à terceira, uma senhora, ex-vedeta da cena, que cheguei a ver várias vezes ao vivo.

Se eu fosse de acreditar nestas coisas dos números, diria que tudo isto dos três tinha um qualquer significado místico. De repente até me lembro da frase da astróloga que conheci num bar, "tu para mim és um três"...  Mas não, creio que, no máximo, significa só que perdi os três...no que ao trabalho diz respeito claro!