Fim-de-semana passado, mais um encontro com alguém desconhecido, fruto de uma troca comercial de um conhecido sai-te da especialidade. Ao longo dos anos são já centenas os encontros deste tipo que tive, e nunca sabemos quem nos sai da rifa do outro lado. Desta vez saiu-me um casal muito simpático, um pouco mais velho que eu, com quem, como quase sempre, acabei por ficar um pouco (demais) à conversa.
Conversa vai conversa vem, e eu digo que devo ser o último português sem Facebook/Twitter, ao que o senhor contrapõe:
- Mas você não me ganha. Eu não tenho telemóvel!
"Litle children" (Pecados íntimos 2006) |
Por estes dias, na cantina, dois colegas de trabalho, um explicava ao outro, o funcionamento básico do novo telemóvel-bugiganga-nova-maravilha-que-só-falta-tirar-cafés-e-dar-orgasmos, e afirmava o entendido "também ainda há uns meses dizia que não precisava nada de uma coisa dessas, mas depois quando temos é que vemos o jeito que isso dá".
Caro colega, tenho para mim que é mais ao contrário, é quando deixamos de ter as coisas que nos apercebemos que afinal elas são completamente supérfluas, dispensáveis e não nos fazem falta nenhuma. É precisamente quando deixámos o telemóvel em casa, que nos apercebemos que o nosso mundo não deixou de existir, continua tudo no mesmo sítio, e afinal nem nos fez falta nenhuma, porque se calhar ninguém nos telefonou ou mandou mensagem-super-urgente-a-precisar-de-resposta, até porque as urgências são no hospital.
E isto leva-me à questão da televisão. Desde janeiro que deixei de ter e não sinto falta absolutamente nenhuma. E a propósito meu caro senhor, você não tem telemóvel mas eu não tenho televisão, ainda assim quer-me parecer que sou eu a ganhar em info-exclusão!
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