quinta-feira, 30 de junho de 2016

Quem não se sente mija na cama

Mal tenho acompanhado as notícias sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, pois felizmente tenho mais do que fazer - mas não deixa de ser irónico que o primeiro país a sair da União Europeia nem seja propriamente um país, mas a união de outro conjunto de países! - mas tenho vindo a ouvir falar-se “em crise”. Por estes dias era mesmo o senhor mordomo da guerra do Iraque, Durão Barroso, conhecido comunista que virou capitalista e que falava na crise da Europa.

Mas vamos lá ver uma coisa: agora dar a voz ao povo nas eleições, e depois não gostar dos resultados obtidos é “crise”? A democracia é uma chatice não é? Melhor mesmo é nem ousar falar-se em eleições, pois sabe-se lá o que as pessoas poderão votar! Mais seguro mesmo seria que decidissem por nós! 



Talvez seja por isso que ouvi o nosso Presidente da República, que ao que parece tem-se fartado de viajar, e que foi o único responsável enquanto líder do PSD pelos dois únicos referendos que tivemos no nosso país, vir, ironicamente, dizer que um referendo em Portugal sobre a saída da União Europeia nem se coloca! Mas não se coloca porquê? Só se for por metade das pessoas nunca ir votar, e como tal nenhum referendo é vinculativo, o que significa que os referendos que ele mesmo quis antes, não serviram para nada. 

Mas o que eu acho é que, se não gostam da democracia (e eu também não gosto) então mudem, proponham um novo sistema que seja melhor. Ou então façam como a outra, a Ferreira Leite, que dizia que o melhor mesmo era parar a democracia por seis meses. Se calhar essa era a solução para a Europa e para a escolha dos britânicos. Suspendia-se a democracia por seis meses, este referendo não tinha qualquer validade porque as pessoas não sabem escolher o melhor para si e o problema estava resolvido.  

Mas e se houvesse um referendo em Portugal?

Bom se houvesse eu provavelmente também votaria pela saída. É que ver um primeiro-ministro eleito pelo povo português (que não teve o meu voto), ter que ir a Bruxelas mostrar o seu orçamento de Estado, aquele que foi sufragado nas eleições, mais ou menos como uma criancinha, que na primária vai mostrar as contas à senhora professora, foi das coisas mais humilhantes a que assisti. 
“Ainda não estão bem as contas menino Costa, vai lá para a carteira fazer as contas de novo e depois vem cá mostrar outra vez”. Andamos a eleger o quê afinal?

E ver um ministro alemão, vir mais uma vez, de forma criminosa, pressionar um país como Portugal, agitando mais uma vez a bandeia de uma nova ajuda financeira, que teve como resultado mais um aumento nas taxas de juro é indigno. Uma união é para unir todos ao redor dos mesmos interesses, não é para humilhar os mais fracos. E o que vou observando é que os países mais fracos economicamente não são defendidos pelos maiores, pelo contrário, parece que somos aquela criança mais fraca, que os mais velhos gostam de espezinhar. E eu sempre ouvi dizer que quem não se sente mija na cama.

Se só estamos num grupo para fazermos o que os outros nos mandam, então, se calhar, mais vale mandarmos nós mesmos, sozinhos, naquilo que ainda é nosso. 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

E o invejoso sou Eu II

Por estes dias encontrei-me com uma desconhecida para trocarmos uns livros. Enquanto decidia que livros escolher, íamos conversando e conversa vai, conversa vem, ela diz-me que anda a ler um livro do Rodrigues dos Santos. 
Este escritor, José Rodrigues dos Santos é também, como todos sabem, a Manuela Moura Guedes do Telejornal da RTP. Daquelas pessoas que, ou fizeram o curso de jornalismo por correspondência, ou então fizeram como o outro, que nem sequer fez curso nenhum, simplesmente relvaram-lhe o curso de doutor pelo simples facto de ter andado no rancho folclórico de Tomar. 
Se esta gente alguma vez tivesse feito um curso de jornalismo, certamente que saberiam o que é ética, deontologia, independência e isenção, e não, pelo contrário, dar opinião, ser tendencioso ou defender uma ideologia com unhas e dentes em vez de informar.


   

Logo lhe disse que seria incapaz de ler um livro dele porque o abomino como pessoa. Como dizia a outra, não quero negar à partida uma ciência que desconheço. Ele de facto pode escrever livros maravilhosos, nem ponho isso em questão, mas o problema é que eu à partida já sei que tipo de pessoa ele é, baseado no trabalho público que ele desenvolve. 
Eu provavelmente até já li livros que gostei, escritos por pessoas com um caráter igual ou pior ao dele, mas simplesmente não sabia. Mas o corno é sempre feliz enquanto não sabe não é? Ou finge não saber. O problema está quando descobre por si mesmo que é corno, ou quando os outros lhe dizem. Aí é que depois está o problema! Bom, na verdade também há quem goste de ser corno, muitos até pagam se for preciso para o ser, mas isto já é tema para ser abordado outra mensagem!

Mas será que um canalha pode escrever bons livros?


Seguindo o raciocínio de todos aqueles que chamam invejosos a quem quer que seja que diga algo de menos positivo sobre o Cristiano, isto deve-se também, porque eu tenho inveja do Rodrigues dos Santos. 
No fundo eu sou é um grande invejoso. Não gosto do Rodrigues dos Santos, porque eu queria era ser a Moura Guedes do Telejornal e ter uns abanadores como os dele. 
Haja paciência. 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

E o invejoso sou eu!

Estou em crer que, por estes dias escrever sobre o Cristiano Ronaldo dará mais atenções na internet que publicar fotografias ou vídeos de gatinhos! É que se não é parece! E eu até cá já publiquei umas fotografias de um gato mas acho que nem assim resultou grande coisa! então 'bora lá escrever sobre o capitão da seleção portuguesa de futebol a ver o que sai daqui.

Falar-se, bem ou mal do Cristianinho gera logo opiniões muito inflamadas. E ai de quem lhe possa apontar qualquer coisa, pois vem logo de imediato um batalhão de ronaldetes defender o menino coitadinho e apelidar de "invejoso" quem quer que seja que lhe aponte qualquer coisa.

Eu não conheço o Cristiano como não conheço qualquer outro jogador ou atleta mais ou menos mediático ou qualquer outra figura pública. E eu sei perfeitamente que é muito complicado nós sabermos verdadeiramente alguma coisa de determinada pessoa que é figura pública, unicamente por aquilo que ela aparenta ser no circo mediático, porque as pessoas muitas vezes usam capas para se defenderem. Mas podemos sempre, como é lógico, simpatizar ou antipatizar com esta ou aquela tomada de posição.

E na verdade eu não tenho qualquer simpatia pelo Cristiano. Nenhuma. Dele espero unicamente que jogue bem quando representa o seu país, que também é o meu, e que é unicamente quando o vejo jogar. Espero que jogue e justifique o que toda a gente diz dele, que é o melhor do mundo, ainda que isso de ser o melhor jogador do mundo não exista. E não existe porque o futebol é um jogo coletivo, não é um jogo individual. Podemos dizer que um atleta que corre os cem metros é o melhor do mundo porque é o mais rápido, ou que outro é o melhor lançador do dardo porque é o que o atira mais longe. Esses sim são os melhores, mas nunca que podemos dizer que determinado jogador da bola é o melhor do mundo, tão simplesmente porque não joga sozinho! 

O futebol tem onze posições diferente em campo e cada jogador ocupa a sua. Não podemos dizer que um, que só faz essa posição específica, é melhor que todos os outros que jogam em dez posições diferentes! Um guarda-redes só pode ser o melhor guarda-redes do mundo, tal como um avançado nunca poderá ser o melhor guarda-redes do mundo. Um defesa-direito só pode ser o melhor defesa-direito do mundo, não pode ser também o melhor defesa-esquerdo do mundo!. Está clara esta ideia? 
Ah, mas ò Konigvs toda a gente diz que ele e o Messi são os melhores do mundo. Então mas estão todos errados e só tu é que estás certo? Evidentemente que estão errados. A terminologia que se deveria usar é a de "jogador mais valioso", mas nunca a de "o melhor", porque mais uma vez sublinho, o futebol não é um jogo individual mas sim um jogo coletivo. Se quiserem temos então, pelo menos, onze melhores jogadores do mundo.

Mas como dizia, do Cristiano eu só espero é que ele marque tantos golos pela seleção como pelos clubes por onde tem passado, e isso infelizmente nunca aconteceu. Ele nunca foi o melhor marcador de uma fase final de um Europeu ou Mundial, como foi, por exemplo, o Eusébio no Mundial de 1966 e que só disputou unicamente essa grande competição. 

Não, não gosto do Cristiano Ronaldo. Não gosto e teria tudo para gostar. Porque é a história de uma criança, filho de pai alcoólico e de uma família disfuncional, pobre, em que ele sai lá da ilha da Madeira, e vem aos dez anos para o continente jogar futebol num dos melhores clubes do país, e fruto de grande perseverança e vontade de vencer (e de um treinador que apostou num miúdo de 17 anos) aos dezoito anos sai de Portugal para representar aquele que tinha acabado de se sagrar campeão inglês.
E eu ainda me lembro dele, bem novo, com os dentes tortos, a jogar pela seleção portuguesa. E ainda me lembro também muito bem dele a chorar como uma criança, na final do Europeu de 2004 realizado em Portugal e a ser consolado pelo Scolari. Mas esse menino infelizmente perdeu-se. Aos poucos, ele começou a dar a saber cada vez mais da sua vida pessoal, e mesmo dentro dos relvados, pelo menos pela seleção, os seus comportamentos eram cada vez mais, inapropriados para um profissional da sua categoria, mas ainda assim fizeram dele, e muito mal, capitão, alguém que deve ter perfil de líder e um exemplo perante todos, coisa que definitivamente ele não é nem nunca foi.




Há uma célebre história que se conta, que no primeiro ano de Cristiano em Manchester, Sir Alex Ferguson o pôs a chorar. A cena passou-se em Lisboa num jogo contra o Benfica, na última jornada da Liga dos Campeões, em que o Mancherter United é derrotado e acaba fora das competições europeias. O Cristiano passou o jogo a tentar provar que era um grande jogador mas sempre de forma individualista o que tirou Ferguson do sério:
"Quem julgas que és? A jogar sozinho? Nunca serás um jogador de futebol se continuares assim", disse Ferguson para Ronaldo no balneário. Cristiano começou a chorar e os outros jogadores não disseram nada e deixaram-no sozinho. 

E sinceramente quando o vejo a jogar por Portugal é isso que me parece. Dez jogadores jogam para um lado, contra o adversário, e depois há o Cristiano Ronaldo a fazer um outro jogo, sabe-se lá contra quem. Talvez contra si mesmo. Tem de marcar os livres todos, mesmo que já seja o pior marcador de livres da história! Faz as suas fintas, atira-se para o chão, reclama com o árbitro, reclama com toda a gente. E levanta a cabeça e olha-se no plarcard eletrónico, sempre, muitas vezes, como se fosse uma espécie de Narciso, o deus grego, que olha o seu reflexo e é unicamente apaixonado por si mesmo. 
E isto só pode acontecer, porque na seleção nunca encontrou um Sir Alex Ferguson que lhe puxasse as orelhas e o colocasse no seu lugar devido. Na seleção ele deve ser só mais um no grupo, e não querer-se destacar sozinho. Mas na seleção são tudo facilidades, todos lhe prestam vassagem, e ele acha-se um deus grego, talvez ache mesmo que os outros dez não estão à sua altura, e depois dá no que tem dado sistematicamente. 

Mas a minha antipatia com pessoas como o Cristiano tem a ver com a postura. Como referi, ele é uma pessoa que veio do nada, e neste momento é o atleta mais bem pago do mundo. Ganha em dois ou três dias aquilo que a maioria das pessoas em Portugal demora uma vida para ganhar. Mas isso não é culpa dele, é culpa do sistema capitalista em que vivemos. Porque eu não aceito que alguém, só porque dá uns pontapés numa bola, (ou fizesse outra coisa qualquer) possa ganhar numa semana, tanto como a maioria das pessoas do mundo numa vida inteira. Tem de haver algo de muito errado nisto. Onde é que está a tão apregoada igualdade? Mas como disse, isto não é culpa dele.

Mas culpa tem na forma como se comporta. Ele é multimilionário, como são todos os grandes jogadores de futebol. E às vezes quem o defende, quase faz parecer que ele é o único jogador de futebol rico! E é lógico que tem de gastar o dinheiro, e gasta-o naquilo que entende. Era o que haveria de faltar se não o pudesse fazer. Mas se eu admiro a sua perseverança e ambição, no bom sentido da palavra, causa-me repulsa o ser humano em que se tornou, ou pelo menos na forma como se mostra publicamente. 

Lamento, mas eu não gosto de pessoas mal educadas, nem de gente arrogante, muito menos de narcisistas. E só alguém com uma personalidade narcísica poderia pagar a sua própria escultura, homenageando-se a si mesmo! E não aceito que me chamem invejoso por não gostar do Cristiano. Na verdade eu não tenho inveja, tenho pena. 

Por estes dias um jornalista inglês escrevia no El País:

"Por más que se rodee de Ferraris y de Rolls-Royces y de supermodelos no está en paz consigo mismo y, en el fondo, no es feliz."

"Debajo de ese cuerpo de Adonis superstar lo que hay es, efectivamente, un blando chiquillo malcriado. Tanta buena suerte ha tenido en la vida, y tanta mala también."

Tenho mesmo pena, pena por ele, por não estar a aproveitar nesta vida, o que a profissão lhe proporciona.

Eu acho que nunca invejei nada nem ninguém nesta vida, quanto muito gostaria de ter tido outras oportunidades que não pude ter. Aceito o que a vida me quis dar, mas já agora : 

"Nós somos ricos, não por aquilo que temos, mas por aquilo que não precisamos ter"

Não, não aceito que me digam que tenho inveja de maus exemplos.

Eu nasci sem nada, mas foi isso que me fez o que eu sou hoje. Não sou melhor nem pior que ninguém, mas noutras condições talvez não fosse a mesma pessoa, porque o meio onde crescemos influencia-nos sempre, para melhor ou pior. Poderia ser melhor ou pior, mas não seria necessariamente quem sou hoje. Não teria conhecido as mesmas pessoas que conheci, teria conhecido outras. Os meus pais nem dinheiro para uma bola de futebol tinham para me dar. Mas deram-me educação, e para saber educar, felizmente, não é preciso ter dinheiro nenhum.

Lamento mas eu admiro a simplicidade, a humildade, a modéstia e o saber estar. Má educação, arrogância e narcisismo não são coisas que invejaria se fosse invejoso. Se fosse, porque desse mal não sofro. Mas talvez quem ataque com unhas e dentes os outros, por não gostar desse tipo de exemplos, no fundo, talvez, só quereriam era estar no lugar dele. 
E depois o invejoso sou eu!

# Cobertura jornalística Mundial 2014


terça-feira, 21 de junho de 2016

Tristeza de Verão


Summertime Sadness / Hydra / Within Temptation (2014)

O Placebo Espiritual

Ao longe, ouvia o senhor, com mais de setenta anos, que já percorreu grande parte das freguesias aqui do concelho, e que já me falou do que é isso de ser realmente amigo, falar disso do benzer dentro da igreja. 

Eu entro numa igreja romana, maior ou mais pequena, riquíssima ou mais modesta, como entro em qualquer outro sítio. Tenho no entanto algum pudor na forma como me comporto. Não acho de bom tom pôr-me a rir e a dizer graçolas e caralhadas, como vi alguém fazer no dia anterior, quando ali ao lado, a dois passos, decorria um batizado. 

Eu não sou crente na igreja do império romano, que ao contrário do que ensina nas escolas ainda não ruiu e continua a dominar o mundo através da igreja que inventou para o efeito, e sou muito corrosivo quando falo desse bando de ladrões e pedófilos que são os padres e a restante corja, mas acho que se lá entro dentro então devo comportar-me com algum respeito, com o mesmo respeito que entraria noutro templo de outra religião qualquer. 

Mas entro como turista, e tenho entrado sempre porque estou com outras pessoas que querem entrar para ver (como se as igrejas não fossem todas iguais!) e então entro também para admirar a ostentação religiosa, vinda dos tais que apregoam o despojamento dos bens materiais e que dizem que é mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus, mas que aplicam o "olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço"! E como é lógico, não me benzo, muito menos faço a genuflexão quando cruzo o altar e bem que os meus joelhos agradecem. 

Mas este senhor, talvez fruto da idade, sentiu-se à vontade para proferir umas observações bem ao jeito multi-resistente:

"Essa coisa do benzer..." ouvia-o ao longe, e comecei logo a prestar atenção. 

Certo dia, a Guilhermina, a minha vizinha, sabendo que eu ia a Fátima, veio pedir-me se lhe trazia água de lá para beber... Na volta, estava já a uns dez quilómetros de Fátima, quando me lembrei da água para a mulher. Então lá enchi numa torneira qualquer a água  para lha dar. Dias mais tarde, veio-me lá a senhora agradecer. Ai que a água fez-me tão bem....

terça-feira, 14 de junho de 2016

Ser O Outro

Nunca pensei ver-me nesta situação. 
Sou o Outro. Sempre critiquei isso relações abertas, e agora de repente vejo-me numa. Nunca digas nunca, já dizia o outro! 



Sou o outro. O outro que serve para estar, quando o oficial não está por casa. Quando está ficamos para segundo plano. Bem esperamos mas no fim-de-semana mas não deu para aparecer. E não me venhas com esses miados de desculpa. Quando se quer arranja-se sempre um tempinho. Nem uma SMS sequer! Nada!




Bem sei que também estou livre para ir dar festinhas noutros animais que me apeteça. E não há ciúmes nem sentimentos de posse. E ninguém se chateia assim. Temos o melhor do animal de estimação, sem as partes chatas das preocupações e gastos com veterinários!




Mas não sei. Acho que isto não me convence. Eu sou um gaijo de rotinas, gosto pouco de imprevistos e gosto de saber com o que conto. Acho que temos de falar. Conversar sobre a nossa relação e o que queremos para o futuro. É que isto assim não sei se vai resultar!


terça-feira, 7 de junho de 2016

PEV: Que fazes na CDU?

Os comunistas do PCP andam meio esquizofrénicos. Depois de, surpreendentemente, a par de BE e PEV, terem querido, finalmente, deixar de ser só voz de protesto e terem pela primeira vez apoiado os deputados do PS para a formação de um governo de esquerda, ultimamente têm tomado umas decisões dignas dos apanhados!

Primeiro foi em março, quando o BE e o PS apresentaram um voto de condenação da prisão dos ativistas angolanos. O voto de condenação foi chumbado pelos votos, como se esperava, do PSD, CDS e pasme-se, pelo PCP que votou ao lado da direita. Mas já sabemos que a Coreia do Norte é uma democracia não é? O PEV votou a favor das moções do BE e PS.

O meu maior espanto aconteceu há uns dias, quando, de novo, o Bloco de Esquerda levou a votação no parlamento uma proposta para proibir o uso do Glifosato (herbicida cancerígeno) em espaços públicos, já depois de uma proposta inicial para o proibir em todo o lado. 
PSD e CDS, sempre ao lado dos capitalistas e do dinheiro, e nem sequer defendendo a sua própria saúde e a saúde dos seus filhos, votaram, como se esperava contra. 
O mais irónico é que, na proposta inicial para a proibição total do Glifosato, o PCP absteve-se, agora, desta feita, após uma proposta mais branda, os comunistas votaram, pasme-se mais uma vez, ao lado da direita e de mão dada com PSD e CDS!
O PEV votou ao lado do BE do PS e do PAN. 

E já este mês de junho, o PEV, juntamente com o BE e o PAN levaram ao parlamento propostas no sentido de proibir a participação de menores em touradas. PSD, CDS, com a maioria dos deputados do PS e com o PCP , chumbam o diploma do PEV. O PCP chumba a votação do próprio partido com o qual vai coligado a eleições: a CDU!




Em face disto, a pergunta óbvia é:

Que raio faz o PEV coligado com os esquizofrénicos do PCP? Por que é que não se coligam, por exemplo com o BE, ou com outro partido que defenda as mesmas ideias?

35 Horas de Trabalho SIM mas para TODOS!

O governo, apoiado pelo PS, CDU e BE, já depois de ter reposto os feriados, prepara-se agora, e bem, para devolver aos trabalhadores da função pública o que foi roubado pelo CDS e PSD. 

Mas a minha pergunta é: 

Por que é que eu terei de continuar a trabalhar 40 Horas semanais enquanto outros voltam a ter de trabalhar só 35? 

Há trabalhadores de primeira e trabalhadores de segunda?

Os trabalhadores do Estado são tão eficientes, que só precisam de sete horas diárias para fazer o mesmo que os trabalhadores que trabalham para empresas privadas fazem em oito?

Se todos pagamos impostos para o mesmo país, se somos todos trabalhadores, então não podem existir diferenças. Não existem filhos e enteados. As regras têm de ser as mesmas para todos!

35 Horas de trabalho semanal SIM (ou muito menos!), mas para TODOS!




Já agora, assim só para comparar, fui passar os olhos nos dados da OCDE relativo às horas que se trabalha por ano nos diferentes países, e deixo só este exemplo. Em 2014: 

Na Alemanha, cada trabalhador trabalhou em média:  1371 Horas

Um português no mesmo ano trabalhou uma média de 1857 Horas

Um grego trabalhou uma média de 2042 Horas

Foi você que comeu o que os fascistas do PSD e CDS andaram a dizer, que em Portugal se trabalha pouco, somos uns preguiçosos e tínhamos feriados a mais? É que se comeu deveria pensar melhor pois a conclusão parece-me óbvia: se queremos ser ricos como os alemães temos é de trabalhar muito menos! Porque não é o número de horas que se trabalha que diz alguma coisa sobre a produtividade, mas sim o que se faz durante essas horas de trabalho! 

Um trabalhador cansado de trabalhar tantas horas diárias, que chega a casa tem de fazer de comer, ouvir a mulher e os filhos, que anda tão cansado e desmotivado que deita-se na cama e nem tesão tem para fornicar - com que disposição estará no dia seguinte, para enfrentar mais um dia de trabalho? 
Pois é. 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Conversas Improváveis II

A uns cinco metros de mim, um patrão para outro patrão?

Via Pinterest


"Viste como ele impermeabilizou aquilo tudo? Ele parece o Dexter antes de assassinar as vítimas..."
E minutos depois. surge outra observação:
"Estás a ver o que ele está a fazer?"
Mas ouve, ele não sabe o que está a fazer! Ele está a fazer naturalmente, porque ele não vê televisão"!!

Após uma breve pesquisa por "Dexter" parece-me que esta imagem é bastante apropriada ao que eu estava a fazer... (sorriso maléfico!)