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terça-feira, 15 de julho de 2025

Os Melhores 50 Anos de Sempre

Por estes dias, a separar tralhas para o lixo, dei de caras com um trabalho que fiz na escola e encontrei cópias da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, recorde-se, em Portugal, só foi ratificada trinta anos mais tarde. Tão simplesmente porque tivemos quarenta e oito anos de ditadura, período no qual o único direito que as pessoas tinham era de estar caladinhas, isto se não queriam que a vida lhes corresse mal. 


Já agora, para recordar como estes últimos cinquenta anos foram os melhores da nossa História basta ler alguns factos na crónica de Filipe Luís na Visão do dia 3 de julho:

"Os últimos 50 anos, período que coincide com o regime democrático, foram, provavelmente, aqueles em que o nível de corrupção, em Portugal, terá sido mais baixo (...) Os cartazes e os discursos populistas – sim, refiro-me ao Chega – que falam de 50 anos de corrupção são desmentidos pelos factos: houve imensa corrupção, como há, em todos os regimes, mas nunca ela tinha sido tão sistematicamente prevenida, investigada e, no final – o mais difícil e, portanto, ainda com caminho para andar –, punida. Os portugueses mais velhos, com boa memória, lembram-se do País da “atençãozinha”, do “empenho”, do untar as mãos ao fiscal, ao polícia de trânsito ou ao simples manga de alpaca das Finanças. Tudo isto ainda se passa? Sim, pontualmente. Mas é muito mais arriscado. Na pirâmide de favores, cunhas e endogamia sistémicos, a dimensão da metástase corruptiva aumentava consoante crescia a importância do detentor do cargo público ou do servidor do Estado, até à dimensão da oligarquia pura e simples. Antes disso, desde os Descobrimentos, passando pela Monarquia Constitucional e pelos desmandos da I República, é bom nem falar. No Estado Novo, a inexistência de imprensa livre e a ficção de uma separação de poderes que não existia eram sinónimo de inexistência, também, de exemplos de corrupção. Claro, nunca apareciam à luz do dia. E até um escândalo sexual, o caso Ballet Rose, em que altas figuras do regime estiveram comprovadamente envolvidas numa terrível organização de pedofilia, quando foi denunciado, pela oposição, à imprensa internacional, valeu aos seus denunciadores perseguições políticas implacáveis, ordenadas pelo governo e pela polícia de Salazar.

# Ao Menos no Tempo de Salazar Não Havia Corrupção

sexta-feira, 14 de março de 2025

Com o PSD e a AD Acabou-se a Falta de Etica

 Ironicamente, há um ano andavam por aí estes cartazes, assinados por Luís Montenegro, garantindo que com a AD ia-se acabar a "corrupção e falta de ética. Caso para dizer que a realidade ultrapassou a ficção.


Já agora, esta semana, enquanto ia de casa para o trabalho, decidi ouvir o Eixo do Mal da SIC Notícias e uma fase do Daniel Oliveira (foi ele que lembrou deste cartaz), com algumas observações pelo meio dos outros comentadores, chamou-me a atenção:

"Luís Montengro reconstruiu a sua imagem e até o sorriso mudou - revamping - ele antes tinha um sorriso trocista... e até deixou de ser adepto do FC Porto. Dizia-se durante a campanha eleitoral que a vantagem que tinha sobre PNS era a a imagem de honestidade. Essa persona morreu."


Mas sobre o que se está a passar politicamente no país, espero brevemente opinar de forma mais demorada. 

domingo, 18 de fevereiro de 2024

O Problema deste País São os Ricos

O problema deste país não são os ciganos nem o Rendimento Mínimo. Nem os africanos ou os brasileiros que vêm para cá ser explorados na agricultura ou que por aí andam a transportar comida e dão milhões à Segurança Social para pagar os nossos subsídios de desemprego e as reformas de país mais envelhecido da Europa. O problema deste país são os ricos que, apesar de serem ricos, roubam o pouco que está destinado, exclusivamente, a todos aqueles que são verdadeiramente carenciados.

Jornal de Notícias | 2011

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

"Ao Menos no Tempo de Salazar Não Havia Corrupção"

 

De vez em quando lá me vem alguém com o mito: "ao menos no tempo de Salazar não havia corrupção". Não sei se é ingenuidade, se é o poder na negação (agora chamado de negacionismo) ou se é mesmo burrice. E para que, da próxima vez que me vierem com essa tanga de que no tempo da ditadura fascista-católica, que apesar das pessoas não terem liberdade, serem presas e mortas arbitrariamente, mas que, ao menos, era tudo gente muito séria, aqui deixo o testemunho do historiador Fernando Rosas na revista Sábado de 18 Novembro de 2020:


"Os pedidos de cunhas e de empregos ao Presidente do Conselho

Os pobres pediam-lhe dinheiro, mas as elites (médicos, engenheiros, deputados, juízes, militares, empresários, padres e condes) queriam colocações em bancos, aumentos, cargos e comendas. Durante 36 anos, o ditador acedeu a centenas de cunhas".


!Acarta, datada de 16 de junho de 1960, começava de forma pungente: “Já não é a primeira vez que, em desespero de causa, recorro à bondade de Vossa Excelência.” Maria do Céu Taborda Barreto escrevia a Oliveira Salazar a partir da rua das Pedrinhas, em Vila Real. Mãe de sete filhos, “todos rapazes, que vão dos 5 aos 20 anos”, lamentava-se que as contas domésticas tinham mais despesas do que receitas. Estas resumiam-se ao ordenado do marido – 5.700 escudos (€2.140, usando os coeficientes de desvalorização da moeda), como engenheiro e diretor de Urbanização de Vila Real – e a “uma quintinha no Douro, que tão depressa dá 12 pipas, como dá 20”.

O Caso do Acidente

Mathilde Bornhöft (viúva alemã a viver em Portugal havia 30 anos) teve um desastre com vítimas em 1951, foi presa e teve de pagar caução de 20 contos. Em 1953 o juiz absolveu-a de culpa, foi “mandada em paz”, mas não conseguia reaver a caução, que terá sido roubada num desfalque que houve no tribunal do Torel. Dizia que precisava do dinheiro para manter a sua empresa familiar. O caso resolveu-se em menos de uma semana".





O governo de Salazar além de representar a fome, a repressão e a morte, representou também o caciquismo, o favor, a cunha, o compadrio, a corrupção, tanto a pequenina, envergonhada como a corrupção ao mais alto nível, Que se acabe pois, de uma vez por todas, com este mito e esta enorme mentira. 



sábado, 27 de novembro de 2021

Bruxaria: uma Profissão de Futuro


 A Bruxa de Matosinhos, que eu não faço ideia de quem seja, só de um cliente, Pinto da Costa, o bom católico e crente das Encenações de Fátima, recebe 50 mil euros por mês. Eu não faço ideia quantas horas a senhora trabalha por mês, e sei lá que sortilégios serão precisos só para aconselhar o presidente do Futebol Clube do Porto, mas assim à partida, não me parece nada mau salário!

Já um jovem que passa tantos anos  estudar - temos a geração mais formada de sempre não é? - chega ao mercado de trabalho e vai ganhar menos de 950€ / mês (menos que um salário mínimo em Espanha). E depois estranhem que um terço dos jovens queira emigrar e os patrões andem agora, todos os dias, a choramingar nos jornais que não conseguem contratar ninguém para trabalhar ser explorado. 

Concluindo.

Puto, se queres ser alguém na vida, não te mates a estudar medicina, engenharia, arquitetura, direito ou outras tretas quaisquer para acabares no bicha do centro de emprego. Se não tens jeito para dar uns pontapés na bola, então o melhor é começares já a ler o livro de São Cipriano e aprender a fazer umas bruxarias, porque isso sim é uma profissão com futuro!

quarta-feira, 19 de junho de 2019

A Morte de Platini

A memória é uma coisa tramada não é?

"Como presidente da UEFA não estou nada contente com a sua (FC Porto) inclusão na Liga dos Campeões. Digo-o claramente. Durante o meu mandato, a UEFA vai lutar até à morte contra a corrupção".  (Junho/2008)







Paz à sua alma. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Vamos Fazer um Joguinho?

Como a mais nova congressista americana de sempre, com umas simples perguntas de criança perante uma comissão de ética, põe a nu como está institucionalizada a corrupção na politica americana. Mas o pior (nada de novo) é saber que as leis defendem com unhas e dentes quem quiser mesmo ser mesmo um filho da puta da pior espécie! E o mais defendido de todos os filhos da puta, é o presidente do país! Depois espantam-se que eu diga que os Estados Unidos (com os seus 41 milhões de sem abrigo) seja um país de terceiro mundo:


E a inteligência é uma coisa muito sexy, não é?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Quando o Meu Avô Rasgou o Cartão de Sócio

Passava os olhos pelas capas dos jornais desta manhã, e uma frase de um treinador ("marcamos mais golos mas não ganhámos") fez-me lembrar de uma das muitas histórias que o meu avô contava e que eu nunca me cansava de ouvir: o dia em que ele, em pleno campo da bola, rasgou o cartão de sócio e decidiu nunca mais ir ver um jogo de futebol.

Apesar de ter ouvido esta história dezenas de vezes (peço desculpa mas o neologismo "estórias" faz-me bué da comichão na psoríase) na verdade já não sei bem todos os pormenores.

Creio que se tratava de um daqueles clássicos, um Medas - Zebreiros (ou seria um Medas - Melres?) jogos que na certa acabam em pancadaria, e que, segundo o meu avô, o árbitro esteve sempre a prejudicar o clube que era associado. E por falar em associado, ainda por cima, o meu avô já andava a ficar chateado porque, lá de longe a longe, quando se lembrava de ir ver um jogo, chegava ao lá e, azar, era "Dia de Clube" e lá tinha de pagar! E até que, nesse tal clássico da terrinha, houve um lance por demais evidente da roubalheira. Farto daquilo, o meu avô, ainda no campo rasgou o cartão de sócio e fez promessa de não voltar a meter os pés num campo de futebol. 

"Ando-me para aqui a chatear, a gastar dinheiro, quando na verdade só ganha quem aqueles senhores de preto quiserem? Não!"

Eu estou em crer que, quando a maioria das pessoas fizer o mesmo, talvez os senhores que mandam tomem de facto medidas para que o futebol deixe de estar aVARiado. 

Imagem emprestada da net

domingo, 10 de junho de 2018

No Sport Lisboa e Benfica Não Há Sacos Azuis


Passei a semana fora. Quase nem soube do que se passou em Portugal e no mundo (e não devo ter perdido grande coisa). Mas iam-me chegando ecos da imprensa dando conta que havia um saco azul no Benfica. Só podem ser notícias falsas e uma clara difamação vinda de uma mente muito tortuosa. É mais do que óbvio que a existir algum saco no Benfica certamente que não é azul. Será sempre vermelho, na melhor das hipóteses vermelho e branco. 

sábado, 11 de novembro de 2017

Não estudes, Corrompe!

Querido leitor: 
Nunca penses servir o teu país com a tua inteligência, 
e para isso em estudar, em trabalhar, em pensar! 
Não estudes, corrompe! Não sejas digno, sê hábil! 
E, sobretudo, nunca faças um concurso; 
ou quando o fizeres,
 em lugar de pôr no papel que está diante de ti
 o resultado de um ano de trabalho, de estudo, escreve simplesmente:
 sou influente no círculo tal e não me façam repetir duas vezes!
(Eça de Queiroz / As Farpas / 1871)


Quando eu era criança, ouvia muitas vezes dizer que era preciso estudar para se ser alguém na vida. Que quem não estudava nunca que iria sair da cepa torta. Queres estudar ou ir carregar baldes de massa? Mas hoje quando penso nisso, acho que é uma barbaridade! Uma indecência! A mentirem descaradamente às crianças logo desde pequenas. Até porque, vamos lá ver uma coisa, o que não falta para aí, é gente a trabalhar na construção civil e ganhar bem mais que licenciados! Uma empregada de limpeza ganha hoje, sem grande dificuldade, 7€ à hora, que é bem mais do que muito licenciado ganha, muitas vezes a dobrar roupa numa loja de centro comercial. 

E do que eu tenho visto, nunca foi bem assim como dizem. Aliás, desde miúdo que ouço falar de gente da minha aldeia, os "brasileiros", que foram para o Brasil  e que em poucos anos ficaram muito ricos. Conta-se que eram donos de ruas inteiras. Mas certamente que não ficaram ricos com a ajuda dos poucos estudos que tinham. E desconfio até, que não ficaram ricos a suar. Eu pelo menos nunca vi ninguém ficar rico de um dia para o outro graças ao esforço físico. E neste caso, até era público, pois uma dessas pessoas que enriqueceu contava que tinha tanto dinheiro, que dava para as suas duas filhas (da idade da minha mãe) e para os netos viverem sem nunca terem de trabalhar. Curiosamente este senhor morreu esmagado pelo próprio carro, quando este, destravado ia rua abaixo e ele foi a correr tentando sustê-lo com o seu corpo. E ele, que era tão rico, acabou esmagado contra uma parede. Não é irónico? Alguém tão riquíssimo que morre a tentar salvar algo que não lhe fazia diferença nenhuma? Mais, quase todos esses irmãos, acabaram por morrer cedo, igualmente de acidentes estúpidos.

Mas se esta afirmação nunca fez muito sentido, então hoje em dia nem se fala! Hoje em dia, cada vez mais o trabalho é mal pago. A título de exemplo, estamos em 2017 e eu tenho um salário inferior ao que ganhava em 2008. Será isto razoável? Não, não é porque o custo de vida está cada vez mais caro. A eletricidade está mais cara; a água está mais cara; o gás está mais caro; a internet está cada vez mais cara. Os transportes estão cada vez mais caros. Tudo está cada vez mais caro, mas os salários não acompanham. Porquê? E o que vejo é que, mesmo com muitos estudos, as pessoas ganham cada vez menos dinheiro, quando comparado ao que se ganhava há décadas atrás. É preciso empobrecer, gritam-nos os radicais-capitalistas! É preciso que os trabalhadores ganhem cada vez menos, para que os ricos ganhem cada vez mais! 

"Se fosse hoje nunca que tinha feito um curso superior. Passas tantos anos a queimar a pestana, para depois não arranjares trabalho na tua área e a ganhar uma porcaria". Quem mo disse foi uma ex-colega,  licenciada em engenharia química de 24 anos.

Antigamente, como a maioria das pessoas não tinha dinheiro para poder pôr os filhos a estudar (nunca que haverá igualdade de oportunidades) no máximo as pessoas ficavam-se pela instrução primária. Esse mérito de poder estudar ia para os filhos das gentes endinheiradas, que tinham sempre muitos escravos, que trabalhavam 16 horas por dia,  por uma bucha de pão e por uma malga de vinho. Mas hoje em dia, felizmente, que as pessoas já podem estudar mais um bocadinho, apesar de, não raras vezes com muito esforço.

E se agora muito mais gente estuda, a oferta, ainda por cima com taxas de desemprego altíssimas, o que não falta às empresas é por onde escolher, pagando sempre o mínimo possível, muitas vezes optando até por recrutar estagiários e nunca colocando as pessoas nos quadros da empresa. E nunca como hoje o emprego foi precário. Quase que o anterior governo tornou o despedimento livre ao sabor dos desmandos dos patrões, como se as pessoas fossem uma mercadoria.



E cada vez menos é a estudar ou a ser honesto que se vai longe. O Relvas chegou a doutor sem nunca sequer ter posto os pés numa universidade. Em Portugal (talvez como na maioria dos outros países é assim) chega-se longe a mentir, a aldrabar, a corromper. Chega-se longe fazendo-se rodear das pessoas certas nos sítios certos que fazem as coisas acontecer.

Foi precisamente isso que Eça de Queiroz escreveu n' As Farpas de Novembro de 1871, tendo sido preterido num concurso público para o Consulado da Baía: "Não estudes, corrompe! Não sejas digno, sê hábil! "

Portanto, se quereis dar uma boa vida aos vossos filhos, não os mandeis estudar porque, muito provavelmente, acabarão os dias a ter um trabalho para o qual não precisavam de nenhum curso superior, e a ganhar um salário de merda. Se quereis mesmo dar um bom futuro aos vossos filhos ensinai-os a mentir e a corromper. Por certo que terão o futuro garantido. 

terça-feira, 6 de junho de 2017

Era o António que Mexia

Portugal é o quarto país da Europa onde as famílias pagam a eletricidade mais cara. Mas para António Mexia, ex-ministro do PSD e atual presidente da EDP: 

"A eletricidade não é cara. As casas é que estão mal construídas"!


Lá está mais uma vez a lógica da batata, pois se eu construir uma casa muito bem construída estou em crer que que o preço que a EDP me cobra continuará a ser o mesmo, ou será que por a casa ser bem construída, de noite não preciso de acender as lâmpadas, nem cozinhar ou ligar o computador à corrente? 

Mas depois de, por estes dias, ter ficado a saber que o senhor presidente da EDP foi constituído arguido por corrupção,



..então finalmente percebi. A eletricidade não é cara em Portugal, o António é que Mexia no meu contador e no meu bolso!

(Claro que devemos sempre presumir a inocência dos arguidos. O problema é que os ricos e os políticos em Portugal são (quase) sempre inocentes! E depois este trocadilho estava mesmo a pedi-las!)