quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Quando o Meu Avô Rasgou o Cartão de Sócio

Passava os olhos pelas capas dos jornais desta manhã, e uma frase de um treinador ("marcamos mais golos mas não ganhámos") fez-me lembrar de uma das muitas histórias que o meu avô contava e que eu nunca me cansava de ouvir: o dia em que ele, em pleno campo da bola, rasgou o cartão de sócio e decidiu nunca mais ir ver um jogo de futebol.

Apesar de ter ouvido esta história dezenas de vezes (peço desculpa mas o neologismo "estórias" faz-me bué da comichão na psoríase) na verdade já não sei bem todos os pormenores.

Creio que se tratava de um daqueles clássicos, um Medas - Zebreiros (ou seria um Medas - Melres?) jogos que na certa acabam em pancadaria, e que, segundo o meu avô, o árbitro esteve sempre a prejudicar o clube que era associado. E por falar em associado, ainda por cima, o meu avô já andava a ficar chateado porque, lá de longe a longe, quando se lembrava de ir ver um jogo, chegava ao lá e, azar, era "Dia de Clube" e lá tinha de pagar! E até que, nesse tal clássico da terrinha, houve um lance por demais evidente da roubalheira. Farto daquilo, o meu avô, ainda no campo rasgou o cartão de sócio e fez promessa de não voltar a meter os pés num campo de futebol. 

"Ando-me para aqui a chatear, a gastar dinheiro, quando na verdade só ganha quem aqueles senhores de preto quiserem? Não!"

Eu estou em crer que, quando a maioria das pessoas fizer o mesmo, talvez os senhores que mandam tomem de facto medidas para que o futebol deixe de estar aVARiado. 

Imagem emprestada da net

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