terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Qual é o Livro Mais Antigo que Tens?

Sempre que recebo livros transformo-me numa espécie de criança fascinada como se acabasse de receber um brinquedo. Pego neles, folheio-os, descubro os seus títulos e autores. E se tudo num adulto se explica (ou quase tudo) graças à infância que teve, talvez a explicação para que isto em mim se manifeste resida no facto de eu ter crescido no seio de uma família pobre, onde apesar de haver muito amor não existiam quaisquer livros. E tal como muitos outros portugueses pobres cresci sem o hábito da leitura. Ainda assim, cedo revelava algum jeito para as "redações" (palavra que na altura levava dois "c"), e que depois se começaram a chamar "composições", e tinha algum jeito, principalmente porque acho que sempre fui muito criativo. 


E esta semana recebi mais um saco de livros. Mais de cinquenta! Lembram-se da brincadeira das "Plantas por Livros"? Foi daí a sua proveniência. São quase todos muito antigos, aliás, mais de quarenta são duma coleção da Livraria Civilização dos anos cinquenta.



No meio de todos aqueles clássicos encontrei quatro livros franceses de capa dura, ainda mais antigos. Dois de Física, e um de iniciação à Literatura e Ciência francesa, com duzentas e cinquenta ilustrações. Mas um outro ainda mais antigo, de filosofia, "La Famille - Leçons de Philosophie Morale" de Paul Janet, chamou-me logo a atenção pela dedicatória que tem na primeira página, pois a assinatura é de 1886! Hei lá, isto é antigo! Trata-se de uma terceira edição de 1871. Tem quase cento e cinquenta anos!! Eu não tinha nenhum livro do século XIX!

Eu sei que tenho que ter cuidado com as acumulações, e se continuar assim, a receber aos cinquenta livros de cada vez a coisa pode-se complicar. Outro problema é, com quanto tanto livro para ler, nem sei por onde comece. E hoje acabei, finalmente, "A amizade" do Alberoni. Um bom livro para se oferecer a um amigo.

Talvez pegue neste aqui que se chama "Pobre Gente" de Dostoïewsky e que começa assim:

Ontem fui feliz, excessivamente feliz, como não se pode sê-lo mais! Até que enfim, uma vez na vida, você, sempre tão inacessível, satisfez os meus desejos!

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