"Não, ninguém é aquilo que diz que é. Quanto muito, diz, com alguma sinceridade, aquilo que está. Nós é que, por defeito ou feitio, não sabemos usar a língua e, atrás da língua, lá nos vai também a cabeça. Ninguém é ministro, está ministro. Governar-nos-íamos melhor se evitássemos este tipo de confusão entre os dois verbos. Ninguém é advogado, professor, funcionário, médico, passageiro de autocarro ou de metro. Podemos estar, por algumas horas, nessas funções que, durante algumas horas das suas vidas, ocupam.
Luto pela Felicidade dos Portugueses / Rui Zink (2007)
Sem comentários:
Enviar um comentário