segunda-feira, 28 de julho de 2025

As Pessoas de Direita Não Fodem?

 


As urgências dos hospitais continuam fechadas e as grávidas continuam a parir em ambulâncias, mas o tema discutido toda a semana - enquanto os filhos da puta dos israelitas matam os palestinianos à fome e os bebés com tiros na cabeça - foi a exclusão da sexualidade das aulas de cidadania. 

No jornal O Público li este excelente título:

"Deus, pátria e família. Sexo não"

De imediato surgiu-me outro excelente título?

"As pessoas de direita não fodem"?

E depois lembrei-me quando a Natália Correia, em 1982, que era deputada pelo PSD, num debate na assembleia da República sobre a despenalização do aborto, em resposta ao deputado João Morgado do CDS, sobe à tribuna para lhe dar uma resposta em forma de poema e em que, segundo se lê sobre o sucedido, as gargalhadas foram tantas que foi preciso proceder à interrupção dos trabalhos. 

Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

(Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Camaradas é o Que Somos


Essa é a minha luta e é a luta de muitos camaradas (aprende-se no primeiro dia de redação que “colegas” são as senhoras de má vida, “camaradas” é o que somos).

Margarida Davim / Visão (3 de julho)

sábado, 19 de julho de 2025

É o Que dá Escrever Discursos no ChatGPT, Luís!

 


Eu borrava a minha cara com merda e não saía mais de casa. 

Montenegro quer fazer bonito e cita Sophia, que até foi deputada do Partido Socialista, mas acaba a citar o maior comunista de todos: Saramago!

Mas esta até a burrice artificial já sabe.



sexta-feira, 18 de julho de 2025

Limbo

 O que é o Limbo, papá?

Limbo, meu filho, é o sítio para onde vão os Papeis do Panamá, os clientes da Spinunviva, os ficheiros do Epstein e tudo o resto que se quer enterrar vivo. 

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Merditocracia

 Merditocracia é fazeres uma valente merda no ministério da saúde e depois não seres reconduzida mas o governo arranja-te um valente tacho noutro sítio para continuares a tua carreira merdosa.




terça-feira, 15 de julho de 2025

Os Melhores 50 Anos de Sempre

Por estes dias, a separar tralhas para o lixo, dei de caras com um trabalho que fiz na escola e encontrei cópias da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, recorde-se, em Portugal, só foi ratificada trinta anos mais tarde. Tão simplesmente porque tivemos quarenta e oito anos de ditadura, período no qual o único direito que as pessoas tinham era de estar caladinhas, isto se não queriam que a vida lhes corresse mal. 


Já agora, para recordar como estes últimos cinquenta anos foram os melhores da nossa História basta ler alguns factos na crónica de Filipe Luís na Visão do dia 3 de julho:

"Os últimos 50 anos, período que coincide com o regime democrático, foram, provavelmente, aqueles em que o nível de corrupção, em Portugal, terá sido mais baixo (...) Os cartazes e os discursos populistas – sim, refiro-me ao Chega – que falam de 50 anos de corrupção são desmentidos pelos factos: houve imensa corrupção, como há, em todos os regimes, mas nunca ela tinha sido tão sistematicamente prevenida, investigada e, no final – o mais difícil e, portanto, ainda com caminho para andar –, punida. Os portugueses mais velhos, com boa memória, lembram-se do País da “atençãozinha”, do “empenho”, do untar as mãos ao fiscal, ao polícia de trânsito ou ao simples manga de alpaca das Finanças. Tudo isto ainda se passa? Sim, pontualmente. Mas é muito mais arriscado. Na pirâmide de favores, cunhas e endogamia sistémicos, a dimensão da metástase corruptiva aumentava consoante crescia a importância do detentor do cargo público ou do servidor do Estado, até à dimensão da oligarquia pura e simples. Antes disso, desde os Descobrimentos, passando pela Monarquia Constitucional e pelos desmandos da I República, é bom nem falar. No Estado Novo, a inexistência de imprensa livre e a ficção de uma separação de poderes que não existia eram sinónimo de inexistência, também, de exemplos de corrupção. Claro, nunca apareciam à luz do dia. E até um escândalo sexual, o caso Ballet Rose, em que altas figuras do regime estiveram comprovadamente envolvidas numa terrível organização de pedofilia, quando foi denunciado, pela oposição, à imprensa internacional, valeu aos seus denunciadores perseguições políticas implacáveis, ordenadas pelo governo e pela polícia de Salazar.

# Ao Menos no Tempo de Salazar Não Havia Corrupção

Liverpool Pagou Imposto pela Morte de Diogo Jota

 Nem de propósito, e refiro-me à publicação anterior, para ilustrar como, de repente, parece que "tributo" mudou de significado, vejamos a mesma notícia pelo olhar de dois jornais diários portugueses:

Comecemos pelo tabloide Correio da Manhã: "Tributo - emoção no primeiro dos "reds" sem Diogo". Um gajo lê isto e o que pensa? Pá, mas então mas o Liverpool pagou imposto por causa da morte do Diogo Jota?


Mas depois vemos a mesma notícia tratada pelo Jornal de Notícias:


E percebemos que não era um imposto, mas unicamente uma homenagem!

domingo, 13 de julho de 2025

Tributo é Imposto



"Dois milênios antes do debate atual sobre justiça tributária, a palavra latina “tributum” já queria dizer aquilo que só pés-rapados pagavam.

Tributo é um dos frutos de “tribus”, tribo, divisão do povo romano que, como em outras culturas da Antiguidade, englobava pessoas ligadas por território e parentesco.

Ainda no latim clássico, o sentido geográfico de “tribus” se desdobrou no sentido classista de “povo, classe pobre (em oposição aos senadores e aos cavaleiros)”. As palavras estão no dicionário latino-português de Santos Saraiva, obra do século XIX insuspeita de ser veículo da esquerda populista.


Encontramos o DNA de “tribus” em vocábulos como contribuição (o que se dá para o bem de todos), distribuição (a repartição de algo entre os membros da coletividade), retribuição (o que se devolve em paga a um benefício recebido de outro) e, claro, tribuno (magistrado que defendia os interesses do povo no Senado romano).

No entanto, é no “tributo”, no imposto, na taxação que se revela o fosso estrutural entre quem tem muito e quem tem quase nada. O tributo nasceu em tempos perdidos nas amnésias da história para nomear a grana que os membros mais pobres de uma tribo tinham de pagar à elite, aos donos da terra, para nela poderem trabalhar, fazer negócios, viver.

O tributo se chamava imposto porque era imposto mesmo, de impor, “imponere”.

Sérgio Rodrigues | Folha de São Paulo