domingo, 28 de fevereiro de 2016

À espera de um dia de Sol

Depois daquele dia tão triste, naquele banco de jardim, e que ainda assim, apesar de tudo, mesmo sob toda aquela tensão emocional, conseguimos rir várias vezes - fosse por causa dos galos ou do gato que resolveu trepar a árvore junto a nós, ou porque nós somos duas pessoas muito bem dispostas e tu foste capaz de me perguntar se eu estava a olhar para as tuas mamas! - passariam uns longos três meses, passaria quase todo um verão, comigo enfiado, sozinho, naquele laboratório, sem ar condicionado, com uma simples ventoinha virada para mim, a fazer aquele trabalho minucioso, qual ourives, em piloto-automático, enquanto passava as oito horas a conversar contigo, a fazer-te perguntas, uma atrás da outra, e a tentar disfarçar para que ninguém se apercebesse do que se passar na minha cabeça.

E passariam três longuíssimos meses, que pareceram três longos anos, até chegar o dia de te poder voltar a ver de novo, um dia que, muito sinceramente, eu temi que não voltasse a chegar. E claro que a iniciativa teria de ser tua. Eu nunca poderia saber quando estarias de novo por perto. Terias de ser tu a tomar a iniciativa de querer voltar a estar comigo. E tu quiseste voltar a ver-me e eu disse-te que agiste muito bem. Por mim claro, mas eu sei que o fizeste também por ti. E é tão curioso que eu não mais pensei que nos fôssemos ver... enquanto tu talvez pudesses pensar que fosse eu que já que não quisesse mais voltar a estar contigo.

Tu és uma verdadeira senhora, na forma de estar, na postura, na descrição, mas eu também sei que tirando este meu aspeto de bárbaro, sou também um cavalheiro. Mas mais do que dizer, porque palavras leva-as o vento, tu melhor do que ninguém sabes as atitudes que eu tenho tido para contigo. Ou se calhar, melhor dizendo, as atitudes que eu nunca tive, e que tu se calhar esperavas que eu as pudesse ter tido, e te pudesse de alguma forma atormentar ou complicar.

Daí que não seja de estranhar que, sendo ambos pessoas assertivas, nunca sequer tenhamos discutido, feito uma cena, levantado a voz. Tu sabes que eu nunca te pedi ou implorei que voltasses com a tua decisão atrás, e que eu sei que já tinhas amadurecido há algum tempo. E eu percebi que estavas a mudar comigo, havia algo estranho, sente-se, e tu estavas só a antecipar o golpe de misericórdia da melhor forma possível. Mas eu só quis tentar compreender. Eu sei que não era fácil para ti responder-me pela internet, e é pessoalmente que as pessoas devem conversar. Logicamente. Mas também nem sempre era fácil para mim perguntar-te cara-a-cara. Eu acho que tu sabes porquê... Porque eu estava a ficar sem tempo, e porque todos os minutos que estava contigo eram preciosos demais...

Lembro-me daquele dia, sentados na beira do muro, junto à marina. Tu dizias-me: "pergunta-me tudo o que quiseres saber". Mas eu tinha quase de me concentrar, acho que mais valia ter feito uma lista de perguntas, porque eu perdia-me sempre que olhava para os teus olhos castanhos, clarinhos, cor-de-mel. Eu estava a perder-te e todos os segundos eram preciosos para mim. O que eu queria era abraçar-te, agarrar-te nas mãos ou beijar-te, como se não tivesse sido isso que passei a vida a fazer, durante todo o tempo que estivemos juntos.

"- Olha que estamos no público.... 
- Então vamos para o privado!"


Mas naquele dia, tu dizias-me naquele teu jeitinho especial: "Oh Konigvs, não faças isso". Eu sei, tu estavas a deixar-me ir, enquanto eu tentava agarrar-me a ti de todas as maneiras possíveis.



Também é verdade que não tivemos muito tempo para nos chatearmos, mas olha que eu acho que já tivemos uma pequena amostra do que poderia ter sido se ficássemos juntos durante muitos anos. Ainda assim, apesar de sermos duas pessoas muito cordiais, adultas, racionais e que, mesmo sob a tensão de uma separação, resolvem os seus problemas com diálogo, tu sabes que as coisas poderiam ter acontecido de outra forma, poderiam ter sido mais fáceis para mim e por consequência mais fáceis para ti. Falamos várias vezes sobre isso, eu sei que me compreendeste, eu também compreendi o teu lado. Tu estiveste no meio de uma violenta tempestade, eu era só o Adamastor, mas depois de tomares a tua decisão, sei que tiveste de dobrar um verdadeiro cabo das tormentas.

E foi então que decidiste voltar a ver-me. E eu fiquei triste ao perceber que, apesar de todos os novos desafios em que imagino em que te terás visto, fosse pelas novas rotinas, pelas novas pessoas que terão entrado na tua vida, eu percebi que, ao contrário do que imaginava, tu não estavas nada feliz. E isso surpreendeu-me e de certa forma até me chocou. E por várias vezes te agradeci por estares ali, tal como tu repetiste em cada uma dessas vezes, que tu é que tinhas de me agradecer, por apesar de tudo, eu estar ali contigo para te dar um abraço apertado, dos nossos, e de te ouvir. E talvez seja um pouco presunçoso da minha parte, mas eu acho que tu precisavas mesmo do meu abraço. Tal como eu precisava de cuidar de ti, nem que fosse só por aquelas horas. E nestes nove longos meses, foram essas as únicas horas que estivemos juntos. 

E contactaste-me agora de novo, não me tendo conseguido encontrar no sítio de sempre, onde tanto costumávamos  conversar. Disse-te agora que deixei de lá ir por tua causa. Essa é a verdade. Eu ia lá todos os dias, só para ver se te via, só para ver se vinhas conversar comigo. Eu vi-te por lá, uma ou outra vez. O meu coração disparava, parece que me ia sair pela boca. E bem sabes que eu nunca meti conversa contigo, esperava sempre que fosses tu a tomar a iniciativa. Porque achava que, dadas todas as circunstâncias, e apesar de me apetecer tanto, achava e acho que era assim que tinha de ser. E ficava sempre no meu canto à espera, à espera.. mas tu nunca vinhas. Era doloroso demais. E não sabes o quão triste eu ficava por nunca vires ter comigo, e perguntar-me "como é que tu estás"?, "e a tua mãe como tem andado"? e "as tartarugas"? Claro que eu sei que tu sabias perfeitamente como eu estava... não te escrevesse eu longuíssimos e-mails todas as semanas com tudo o que me vai acontecendo! Ainda hoje sinto essa necessidade, e por vezes acho que te conto coisas que nem deveria. Mas conto na mesma. Como na música do CD que me emprestaste "Everything I do I tell all the time". Sim, ainda o ouço de vez em quando. Tu sabes que me faz sentir mais próximo de ti. Foi pena teres-te esquecido de mo trazer antes de teres ido de férias com a tua amiga. E tanto que me custaram aquelas duas semanas a passar. Mas olha, agora que não te tenho comigo, tenho-o sempre para ouvir o resto da vida!

Escrevia-te longos e-mails... Entretanto, e passado já tanto tempo, e já com alguma distância dos acontecimentos, é também agora aqui no blogue que te vou escrevendo, apesar de sempre ter pensado que nunca me viesses ler, apesar de saberes que gostaria muito que o fizesses.
Mas bem que gostaria era de te ter escrito cartas. É tão mais pessoal, mas eu já ficava feliz por sentir que, de facto, tu lias os meus e-mails, e que eu percebo que nem sempre seriam fáceis de ler. Se há coisa que eu faço bem, disse-to várias vezes, é saber colocar-me no lugar dos outros. Eu não gostaria de saber que alguém está a atravessar um momento difícil na sua vida por minha causa. Sentimo-nos sempre uma merda por termos magoado alguém que, além de só ter olhos para nós, não merece tal coisa. E eu sei que tu querias ver-me bem, o mais rapidamente possível, de preferência refazendo a minha vida com outra pessoa ao lado, ou então nem que fosse a divertir-me com as mulheres erradas. Mas eu sei bem que torces para que só acontecesse a primeira opção. E olha que eu ainda me lembro muito bem daquela tua frase, mais conselho que outra coisa, que me disseste no último dia que estivemos juntos. Lembro-me tantas vezes dessa frase... Tu estavas a dizê-la e eu a responder-te em silêncio. E eu acho que tu saberás o que eu te estava a dizer.



Mas estivesse eu a dividir agora a minha vida com alguém, ou ande simplesmente na vida airada, tu já me conheces bem. Eu não mudo consoante as circunstâncias. Eu também não sou um homem qualquer. Não sou perfeito, mas não uso de manhas, não manipulo, não tento tirar proveito, não fico à espera, escondidinho de emboscada para aproveitar a oportunidade. Eu ligo-me às pessoas mas não é para me servir delas quando me der jeito. Não é para deixar as portas entreabertas. É porque acho que quando estabelecemos uma forte ligação com alguém, e que nos faz tão bem, devemos sempre manter essa pessoa por perto. Não escolhemos os pais, a família, mas escolhemos as amizades, escolhemos aquelas pessoas que verdadeiramente nos tocaram nesta vida. E tu tocaste-me como ninguém, como já outras pessoas tocaram de diferentes formas. E é por isso que não posso, de maneira nenhuma, perder esta ligação de bem querer mútuo que tenho contigo. Mas não depende só de mim. De mim só depende não te esquecer, nunca. Disso não preciso de ti. Mas para que esta luz tão intensa que nos liga não se eclipse, é preciso que tu nunca me deixes ir.

Eu não te sei explicar o que por vezes se passa comigo...  E tu, que tanto conhecimento tens, que eu nem ao certo saberei quanto, consegues-me explicar o que aconteceu no nosso primeiro abraço? Eu não consigo, mas sei o que senti. Consegues-me explicar, agora a esta distância, aquelas palavras que eu te disse no primeiro dia que nos conhecemos? Eu não te sei explicar as coisas por que passo, as coisas que faço, o porquê das horas a fio que passo a escrever-te, dos tormentos que por vezes sinto...

Tal como não te consigo explicar a felicidade que me inundou, só pelo simples facto de me teres contactado de novo. De termos conversado até te ficarem a arder os olhos, e me teres dito, que um dia destes, quando vier um dia bonito de sol, haveremos de combinar um cafézinho.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Vídeo: O último emprego na Terra

De acordo com os cientistas, nos próximos trinta anos, as máquinas podem ocupar 50% dos empregos a nível mundial. No vídeo imaginemos um mundo completamente automatizado. 


Pobres que se tornam Ricos e que odeiam Pobres

Mister Stoyle era um rico que já fora pobre. Nos seis anos decorridos entre o dia que fugira de casa do pai e da avó, em Nashville, e o dia em que fora adotado pela ovelha ranhosa da família, o tio Tom, da Califórnia, Jo Stoyle aprendera - ao que suponha - tudo o que se podia aprender sobre a pobreza . Ficara-lhe desses anos um ódio inveterado às circunstâncias da pobreza, e, ao mesmo tempo, um enextirpável desprezo por todos os que, por demasiadamente estúpidos, fracos ou sem sorte, não tinham logrado sair do inferno em que caíram ou nasceram. Os pobres eram-lhe odiosos, não apenas por constituírem uma ameaça potencial à sua posição na sociedade, não apenas por os seus infortúnios reclamarem uma simpatia que não estava disposto a dar, mas também por lhe lembrarem o que sofrera no passado e, ao mesmo tempo, porque o facto de ainda serem pobres era prova suficiente, a um tempo, da sua desprezibilidade  e da superioridade dele, Jo. E, já que sofrera o que eles sofriam agora, era apenas justo que continuassem a sofrer o que ele tinha sofrido. Além do mais, visto como a continuação da pobreza, provava a desprezibilidade dessa gente, era justo que ele, agora rico, os tratasse como às criaturas desprezíveis que mostravam ser. Era esta a lógica das emoções de Mister Stoyte. E vinha agora Bill Propter censurá-la, dizendo ao agente que não deviam aproveitar-se da superabundância do trabalho para para baixar os salários: que, pelo contrário, deviam aumentá-los - imaginem! - numa época em que os vagabundos pululavam no Estado como uma praga de gafanhotos... E não era tudo: que deviam construir-lhes acomodações, cabanas como as que ele próprio - aquele idiota! - lhes construíra: cabanas de dois quartos, que custavam seiscentos e setecentos dólares, para gente dessa laia, as suas mulheres e aquelas crianças nauseabundas, tão sórdidas que ele nem nos hospital as receberia - a menos que estivessem realmente a morrer de apendicite ou coisa que o valha, pois, nesse caso, naturalmente, não podia rejeitá-las. Mas fosse como fosse, onde diabo tinha Bill Propter a cabeça? E esta não era a primeira vez que ele tentava intrometer-se.  

Também o cisne morre / Aldous Huxley / 1939


Direito de Resposta - Bloco de Esquerda

Depois de publicar aqui o meu desabafo sobre a retirada das taxas moderadoras sobre o aborto, decidi enviar o mesmo texto para os partidos de esquerda que aprovaram o diploma na Assembleia da República. No site do PS deu erro, enviei para o PCP, BE e VERDES. Recebi uma só uma só resposta, vinda do Bloco de Esquerda. Percebi melhor a questão de fundo, mas acho que também terão percebido a minha sensação de injustiça. É sempre bom quando alguém tenta ao menos ouvir o que temos para dizer. Aqui deixo o e-mail que recebi em resposta, até para servir de contraditório face ao meu texto:


Caro xxxxxx xxxxx,

Tomo a liberdade de lhe responder uma vez que enviou o seu texto para o Bloco de Esquerda.

Compreendo a sensação de injustiça. Contudo, a abolição das taxas moderadoras no aborto, não tem nada a ver com o valor pecuniário. Tem a ver com a reserva da privacidade num momento que certamente não é fácil, nem para as mulheres, nem para os homens.

Todos os atos médicos relativos à saúde reprodutiva são isentos de taxas moderadoras (planeamento familiar, gravidez e maternidade, crianças). Qualquer mulher que, estando grávida, se dirija a um centro de saúde, marca a consulta com o seu médico, mas não paga taxa moderadora. Ninguém sabe o que se passa dentro do consultório médico nem tem de saber. Ora se uma mulher se dirige a um serviço de saúde reprodutiva de um centro de saúde ou hospital (onde tem de ir para proceder à IVG) e paga taxa moderadora é comprometido o anonimato do ato, porque fica registado, nos serviços administrativos, para todos saberem, que aquela mulher fez um aborto. Porque de todos os atos da saúde reprodutiva esse passaria a ser  único a pagar taxas moderadoras. E esse é um ato que respeita unicamente à mulher e ao médico.

Por fim, ainda que comece por dizer que as mulheres não engravidam sozinhas, termina a sua exposição num desabafo que visa unicamente as mulheres. Aproveito para relembra-lo que não são apenas as mulheres que engravidam irresponsavelmente mas também os homens, pois como muito bem refere não se engravida sozinha. Mas infelizmente, na maior parte dos casos, até é a mulher, que sozinha tem de tomar a decisão e arcar com as consequências psicológicas, emocionais e físicas do ato. Já basta isso. Não tem de ser apontada a dedo, sofrer perseguições e tudo o que se pode esperar destas situações (especialmente nos meios mais pequenos).

No que respeita ao pagamento de taxas moderadoras para doentes crónicos, estamos absolutamente de acordo. O Bloco de Esquerda sempre se bateu por essa isenção, sempre se bateu contra o aumento das taxas moderadoras ocorridas na última legislatura e defende que o acesso à saúde em iguais condições para todos os cidadãos e cidadãs é obrigação do Estado. Aproveito para informá-lo que enquanto doente crónico tem direito a isenção de taxas moderadoras em todos os atos médicos que respeitem à sua doença. ou seja, se por exemplo tiver diabetes é isento de taxas moderadoras nas consultas relativas aos diabetes mas não, por exemplo, relativa a uma gripe ou qualquer outra condição

Aproveito para saudar a iniciativa de entrar em contacto e fazer-se ouvir.

Com os melhores cumprimentos,  

Sandra Cunha
Deputada do Bloco de Esquerda


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Melodramático

Saía ontem do trabalho e estranhamente comecei a sentir-me mal. Na viagem para casa até liguei o ar frio e virei-o para mim tais eram as dores de cabeça e não percebia o que se estaria a passar comigo.

Comecei-me a sentir mal e pensei "e se me acontece alguma coisa assim do nada"? E foi em ti que comecei a pensar. E sei que talvez estranhes isso, porque és da opinião que devemos ter os pais sempre em primeiro lugar. Eu sei que tens as tuas razões. "A tua mãe nunca te vai deixar, está sempre lá para quando precisares, já uma namorada, provavelmente quando estiveres mal caga em ti, ou então vai-te desiludir". Eu não acho que tenha a razão. Acho que tu tens a tua razão baseado nas tuas vivências, e eu tenho a minha razão baseado nas minhas ou baseado no que sinto certo? Mas já reparaste que baseado nas minhas vivências e no que já passei, eu deveria pensar ou sentir exatamente como tu? Porque tal como me disseste, já me deixaram na mão quando mais precisei. E não será isto muito curioso de analisar?

Eu vinha-me a sentir mal, e claro que ficamos em alerta e com medo - afinal que é que se está a passar com o meu corpo? e tu foste a primeira pessoa em que eu pensei... 

Já nem sei se te cheguei a contar. Certo dia, era eu ainda adolescente, e fui atacado por um cão e tive de ir ao hospital... Ainda me lembro bem desse dia 17 de novembro, dia do não fumador. Andei-me a debater com o cão imenso tempo. Imagina tu que, lá longe, do outro lado do rio, ouviram os meus gritos aflitos, e dias depois perguntaram o que por ali tinha acontecido. Cheguei a contar-te? E naqueles momentos de agonia, enquanto esperava pela ambulância, era pela minha mãe que eu chamava...

Mas começando-me a sentir mal, ali sozinho no carro, foi em ti que comecei a pensar. Eu sei que vivo as coisas com grande intensidade. Olha, até a assistente do dentista me dizia este ano quando lá voltei "Tu és um homem de emoções fortes"! E sei que às vezes, se calhar sou um bocado dramático - se calhar deveria ter ido para o teatro!  - mas enquanto conduzia, por entre aquele imenso nevoeiro, e com o ar frio virado para mim, pensava: e se eu começar a morrer? Eu não acredito muito nisso, mas na verdade também ainda não morri para saber, mas dizem que antes de morrermos vemos a nossa vida passar toda à nossa frente numa espécie de filme. Imagina que eu começava a ver esse filme? E agora? Ia morrer assim, sem me despedir de ti? 

via Pinterest

Ao menos o último dia em que estivemos juntos foi muito bom não foi? Querias-me tu convencer que eu emanava uma luz muito bonita, como se eu não soubesse que era só de estarmos ali virados para o sol! E eu ainda me consigo ver, por várias vezes, a colocar as mãos sobre a tua cabeça, como que a querer cuidar de ti. Tu sempre me disseste que eu era um protetor. Não sei... Mas o que eu te digo, é que tem sido mesmo muito triste para mim não poder cuidar mais de ti... 

Mas e se me acontecesse alguma coisa ali no carro? Deveria telefonar-te assim do nada, sem que tu estivesses à espera? - e bem sabes como é, quando a morte chega, nós não lhe podemos dizer "olha Morte, espera aí cinco minutos que eu já morro, mas primeiro deixa-me fazer um telefonema para uma pessoa importante". Mas isto até é bem pensado. Antes de morrer, deveríamos sempre ter direito a fazer um telefonema! A Morte chegava e: "Estás morto. Tens o direito de ficar em silêncio. Tudo que possas dizer poderá ser usado no julgamento final. E tens direito a fazer um telefonema."

Deveria então ligar-te e dar-te as minhas últimas palavras? Eu aposto que terias certamente qualquer coisa sábia e tranquilizadora para me dizer... Tens sempre não é? 

Mas como vês não morri!
Cheguei a casa e deitei-me. Os sintomas começaram a adensar-se. Nem consegui comer. E aqui estou eu, de novo, na minha cama, a falar contigo como o faço tantas vezes. E não te preocupes. Isso passa-me. Eu sou rijo! Tenho ideia que isto não deve ser muito pior que a pior das indisposições que uma mulher pode ter antes de vir a menstruação. 
Olha, se calhar devo estar a precisar é de mimos. Tal como uma mulher precisa nesses dias. Alguém que me passe a mão pelos cabelos, me dê umas festinhas e me massaje a barriga. Ao menos não estou de mau humor, já não é mau! Talvez tenha ficado só um pouco melodramático.

P.S: A propósito - já deixaste de fumar?


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

IVG e as Taxas Moderadoras

Ouvi falar de novo das Taxas Moderadoras na Interrupção Voluntária na Gravidez esta semana na rádio, aquando da nova votação na Assembleia da República no sentido de obrigar, o ainda em exercício Presidente da República, a promulgar a lei que voltará a permitir que as mulheres não tenham de pagar para realizar um ato médio, nomeadamente para que possam abortar livremente quantas vezes quiserem sem terem de pagar qualquer importância, ainda que essa importância de 7,75€ seja a dividir por dois, visto que ninguém engravida sozinha. 

Mas antes de expor os meus argumentos gostaria de deixar uma declaração de intenções a quem quer que possa ler este texto:

Primeiro. Sinto-me completamente à vontade, pois nenhum dos deputados que alapam o cu na Assembleia da República me representa, visto não ter votado em nenhum dos partidos que obtiveram representação parlamentar. Acrescento ainda, para que não haja dúvidas: nunca votei num partido de direita.

Segundo. Sou completamente favorável a que a Saúde seja gratuita para todos, sem que ninguém tenha de pagar para se tratar, pois entendo que a Saúde não é um negócio, mas sim uma obrigação do Estado. Acho que é principalmente para isso que pagamos impostos e não, por exemplo, para pagar as dívidas de bancos ou outras empresas privadas. 

Terceiro. Sou totalmente favorável à atual lei do aborto.


Posto isto dizer que é revoltante para mim, ver os deputados dos partidos de esquerda, em uníssono, venham legislar no sentido de que as mulheres possam voltar a abortar sem terem de pagar taxas moderadoras. Não é para mim o valor que está em causa, nem tenho nada contra as mulheres que querem abortar, mas uma questão de moral, de um sinal que se dá, de prioridades muito invertidas. Olho para outros os casos, desde logo o meu e vejo a enorme discriminação que pessoas como eu são alvo. 

A minha primeira pergunta é: - Por que é que eu, doente crónico, portador de duas doenças auto-imunes, que nada fez através do seu comportamento para as ter, tenho de pagar taxas moderadoras - que moderam afinal o quê? - como é que se modera uma doença genética conseguem-me explicar como se eu fosse muito burro?  - e se tenho de pagar as frequentes consultas das inúmeras especialidades em que tenho de ser seguido; e se tenho de pagar as inúmeras análises e exames a que frequentemente estou sujeito, pergunto: porque raio uma mulher, que tem preservativos gratuitos nos centros de saúde, que tem consultas de planeamento familiar em que são dadas pílulas contracetivas igualmente de forma gratuita, e que ainda têm, em caso de algum imprevisto ocorrer, a pílula do dia seguinte nas farmácias para solucionar o "problema", e se ainda assim conseguem engravidar, por clara irresponsabilidade, expliquem-me então por que é que para vós, é esse o maior ato de justiça e de prioridade nas taxas moderadoras? É só por uma questão ideológica ou é só mesmo para chatear o Presidente da República e os partidos de direita agora que têm uma maioria no parlamento? Porque se é então estamos muito mal. 

O que daqui posso entender é que: para os deputados dos partidos de esquerda, que votaram favoravelmente este diploma, é que afinal o aborto é um método contracetivo. A mensagem que passam é: façam sexo à vontade, não se dêem ao trabalho de usar métodos contracetivos, que em último caso vão abortar ao hospital de borla! Estão os hospitais públicos, pagos com os impostos de todos nós, ali de pernas abertas para passar a mão pela cabeça das mulheres irresponsáveis, que engravidam uma, duas, três quantas vezes for preciso num ano! 

Doentes crónicos que têm doenças para toda a vida: Sim! Que paguem consultas, que paguem análises, que paguem exames, afinal são culpados por terem nascido com uma (ou duas) doença que não tem cura.

Mulheres que fodem irresponsavelmente, que engravidam por culpa exclusivamente própria, porque têm à sua disposição contracetivos gratuitos nos centros de saúde: Não! Coitadinhas, não podem pagar os 7,75€ de taxa moderadora que é a dividir por dois, por si e pelo homem que consigo engravidou.

Só pode mesmo haver algo de muito de errado com as prioridades dos nossos excelentíssimos deputados. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Luzes do carro & Ponto G

Todos os anos chega o inverno e é a mesma coisa de sempre. Aos poucos e poucos, cada vez mais se vêem carros na estrada com as lâmpadas fundidas. Na verdade, os condutores portugueses só precisam mesmo das lâmpadas de noite, e ainda assim só quando não vêem a puta dum corno!

Na verdade os carros vendidos para Portugal poderiam ser vendidos sem lâmpadas, principalmente as dos piscas, visto ninguém os usar. O português gosta de surpreender os outros, e para dar a saber da sua vida, basta a rede social! Então, vira à direita ou à esquerda, assim do nada, sem dar pisca, porque ninguém tem de saber para onde ele vai! Outros só dão piscas em determinadas mudanças de direção. Não sei, talvez pensem que umas são mais importantes que outras, não sei, não consigo perceber a lógica do condutor português comum.

Os médios só se usam quando não vêem mesmo nada à frente. E as luzes de nevoeiro não são para usar quando está nevoeiro ou chuva, ou muito má visibilidade. Claro que não! As luzes de nevoeiro são para se usarem sempre, de noite, para mostrar que o carro tem luzes de nevoeiro!




Bom, se calhar estou a ser injusto. Os portugueses usam os piscas... quando deixam o carro mal estacionado, na maior parte das vezes em segunda fila, ou então em cima do passeio!

Resumindo. A maioria dos portugueses não usa as luzes do carro corretamente. Ou pura e simplesmente não as usam de todo, ou usam erradamente, ou estão-se a borrifar para isso, afinal, numa estrada iluminada vê-se muito bem para conduzir sem qualquer luz do carro ligada!E eu mesmo, por distração, há muitos anos, de noite, arranquei com o carro e conduzi vários quilómetros com as luzes desligadas! Só quando me deram máximos percebi que estava qualquer coisa de errado!

Mas depois há coisas de facto extraordinárias de analisar. O português comum (não estou a generalizar) está-se a cagar para forma como conduz, e não liga absolutamente nada para para as luzes do carro mas depois faz toda uma série de alterações, só porque agora os carros novos têm lâmpadas LED e o seu carro mais antigo não tem!!! Então não tem de ficar atrás! Toca a meter lâmpadas LED num carro com vinte anos! O que importa é estar na moda! E digam-me lá se isto não é muito irónico?!

Não, não tenho nada contra a parolice, ou contra a personalização dos carros, pelo contrário, e coisas de bom gosto. Acho até que se deveria legalizar o xunging, desde que se cumprisse a lei, e era um mercado que se expandia e o Estado ia buscar mais dinheiro em impostos. Tal como eu gosto de ter o meu cavalo preto todo original, acho que os outros têm o direito de decorar os carros como mais gostarem. Era o que havia de faltar que gostássemos todos do mesmo. Mas rio-me quando, a maioria das pessoas nem sequer usa as lâmpadas do carro, mas depois corre gastar dinheiro a meter lâmpadas LED, ainda por cima porque no meu entender, deixam os carros antigos com uma estética de gosto muito duvidoso. Ou pior, decidem meter umas lâmpadas no fundo dos carros,... e isso eu já dei inúmeras voltas à cabeça, mas ainda não consegui perceber para que servirá Para o carro se parecer com uma árvore de Natal? Será?



Mas então para que é que as luzes do carro servem afinal?
Servem logicamente para vermos, mas fundamentalmente para sermos vistos pelos outros! Por isso é que a legislação mudou, e hoje em dia, os carros novos, mal se liga o carro, acendem automaticamente luzes de presença. Tal como nas motos, e já há muitos anos que assim acontece, mal se liga a ignição, o veículo acende as luzes. Porque tal como os carros, tal com os ciclistas, tal como as pessoas que caminham na estrada, também as motos precisam ser vistas na estrada, mesmo de dia.

Ora bem, mas as lâmpadas dos carro têm um problema, para nós consumidores: fundem-se e nem sequer têm, e mal, qualquer garantia de fabrico! Tudo deveria ter garantia de fabrico, e as lâmpadas não são exceção. Mas não, o que interessa hoje em dia, é que as coisas tenham o menor período de tempo de vida possível, para que rapidamente se comprem outras novas. Só assim a economia pode crescer dizem-nos! Crescer para onde é que nunca ninguém explica!

Cansado de ver as lâmpadas do carro fundirem, no ano passado resolvi perder a cabeça, e gastar 40€ num par de lãmpadas Philips que ainda por cima prometiam iluminar mais dobro das ditas normais. Já me disseram (e eu até posso acreditar) que emano uma luz muito bonita, mas agora é que eu ia andar a iluminar os outros, principalmente de noite ao volante do meu bólide!



Eu não sou grande apologista do "se é caro é bom", mas a Philips é uma marca europeia de referência e também se queremos mais qualidade temos de pagar mais por ela. É normal que assim seja, Se o fabricante investe (supostamente) mais dinheiro em materiais ou componentes de melhor qualidade, é normal que o produto final seja mais caro. Aceito isso perfeitamente.

O que não aceito é que, para trocar uma merda duma lâmpada no meu carro, tenha quase de desmontar metade do carro! Estamos a falar de trocar uma simples lâmpada! Em certos países, como Espanha por exemplo, até somos obrigados a trazer no carro um kit de lâmpadas suplentes para na eventualidade de uma se fundir trocar. Mas de que é que adiante trazer lâmpadas no carro, se depois tenho pegar no macaco do carro e ou desmontar o pára-choques, ou tirar as rodas e ainda esfolar os braços a encontrar a merda do buraco onde a lâmpada está enfiada?

Trocar uma lâmpada no meu carro, é muito mais difícil que encontrar o Ponto G de uma gaija qualquer... mas muito mais! É preciso ler o manual, ir à net ver um vídeo, e ainda assim um gaijo arrisca-se a acabar com os pulsos com hematomas!

Se as lâmpadas Philips todas especiais de corrida valeram a pena? Não! De todo! Eu não queria mais luz, eu queria fiabilidade. De facto iluminam bem, mas de que isso interessa se duram menos de um ano e nem sequer tenho garantia?

Por estes dias já tinha o raio do carro com um olho aberto e outro fechado! A merda da lâmpada durou menos de um ano! Foram vinte euros deitados ao lixo! Comprei entretanto umas lâmpadas novas por 10€ e eu mesmo já a troquei. Mas acho que já estou arrependido. Na volta o melhor mesmo seria passar numa qualquer oficina. Eles compram lâmpadas em grandes quantidades, substituem-nos a lâmpada de borla provavelmente por um preço inferior ao preço da lâmpada que compramos. E não corremos o risco de fazer asneiras no carro, de nos borrarmos ou arranharmos os braços. Mas claro, não pode ser na Norauto. Lá cobram 4€ por trocar uma lâmpada que custa 5€! Pior, a primeira vez que tive de trocar médio fi-lo lá pela urgência, e depois, na próxima substituição, verifiquei que faltava a tampa da lâmpada de dos lados. Ou seja, ou se esqueceram de colocar, ou precisaram dela para outro carro, ou então, o mais provável, por incompetência apertaram-na mal e ela caiu.

Conclusão a tirar: Se é para a merda das lâmpadas só durarem um ano, ou as mais caras nem isso durarem, então tanto vale serem caras como baratas. E mais vale mesmo que se comprem as mais baratas possível. E se é para demorar duas horas a encontrar o Ponto G do médio do carro, como referi, mais vale ir a uma oficina, eles mudam a lâmpada, e têm o trabalho por menos dinheiro que damos por comprar uma nova, e nem corremos o risco de esfarrapar os braços.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Sou especial, tão especial



"Porque eu vou-te mostrar
Não há mais ninguém aqui
Ninguém como eu
Eu sou especial, tão especial
Tenho que ter alguma atenção tua
Dá-ma"



Brasse in pocket (I'm special) / the Pretenders / 1979


Quando o silêncio é o melhor remédio

"Mas tu sabes por que é que que existem conflitos no local de trabalho? Porque as pessoas falam umas com as outras"! 

E estava certíssimo esta pessoa que entrou para a empresa há pouco tempo. Pessoa que me parece de grande conhecimento e cultura e com quem gosto de conversar, na maior parte das vezes na hora de almoço.

Os conflitos no local de trabalho, na maior parte dos casos só existem porque as pessoas conversam umas com as outras, sobre assuntos não relacionados com o trabalho. De facto criam-se simpatias, ou antipatias, tão simplesmente porque há pessoas burras - como eu! - que emitem as suas verdadeiras opiniões! Ainda por cima sobre temas mais quentes como política, futebol ou religião! Por mais que eu goste de comunicar, trocar e desenvolver ideias, tudo isto é meio caminho andado para arranjar problemas desnecessários. 



Se ninguém souber se somos de esquerda, de direita ou extremistas do centro, se somos católicos ou satânicos; se somos pelo vermelho ou pelo azul, se somos hetero, bi ou gays, se concordamos com isto ou aquilo, se nunca nos descosermos  nunca que arranjaremos conflitos.
Mas também temos de socializar certo? Não trabalhamos, eu pelo menos não, com biombos a separar as pessoas. Mas há que dosear as coisas porque quando somos demasiado comunicativos, como é o meu caso, incorremos muitas vezes no erro de falar demais, de dar demasiadas informações o que por vezes pode ser contraproducente. E depois, como até dominamos certos temas, entramos em discussões, que com o tempo e a frequência, tornam-se desgastantes e que nunca vão chegar a lugar algum.  

Eu deixei de o fazer na internet. Deixei de alimentar discussões tantas vezes estéreis que não levam a lugar nenhum, na maior parte dos casos com pessoas que nem se conhece. Deveria também fazê-lo no local de trabalho. Não tenho que ser hipócrita e graxista, isso nunca conseguirei nem quero ser. Mas deveria muitas vezes calar em vez de dar troco. Deveria deixar falar nem que estejam a insultar algo que acredito. É sempre muito mais inteligente fugir dos problemas que querer estar sempre em guerra. Porque desgasta e é cansativo. Que casal se consegue manter junto se está sempre a discutir? 

Eu deveria sempre, ou na medida do possível, ou pelo menos quando a razão nos diz para fugir de pessoas fanáticas, deixar os outros falar e não dar resposta. Deixar dizer os maiores disparates, deixar entrar nos meus ouvidos a cem e sair a duzentos. Deveria ignorar pois o silêncio é muitas vezes o melhor remédio.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Ano e meio de outra coisa qualquer

E já passou um ano e meio. Assim num piscar de olhos. 

À medida que vamos envelhecendo mais depressa passa o tempo, pelo menos é o que eu sinto nesta fase da minha vida. Tudo passa cada vez mais rápido. Uma semana parece que passa num só dia. Um mês parece que passa numa semana, e um ano inteiro, todas as quatro estações parece que passam em quatro rápidas semanas. 

E já passou um ano e meio de outra coisa qualquer. Passou também um ano e meio desde que decidiste desaparecer sem aviso prévio, sem ao menos te dignares a dizer-me porquê. Aconteceram-me algumas coisas engraçadas neste ano e meio, outras se calhar sem graça nenhuma. E a ti aconteceu provavelmente  o mesmo. Provavelmente acontece o mesmo a toda a gente não é?


E não foi preciso tomar nota... Não anotei na agenda, no dia 4 de fevereiro de 2016: "escrever texto a publicar no blogue acerca de ter passado um ano e meio de outra coisa qualquer". Não, definitivamente não. Lembrei-me. Há datas que me lembro e até nem queria, há outras que me escapam. Olha, por exemplo, este ano, só no dia seguinte me lembrei do aniversário do meu pai... e é muito curioso, porque no dia seguinte, apercebi-me que no dia anterior não estive nada bem mesmo... Ninguém soube - não tem de saber não é? - mas só eu sei como estive. Mais ninguém. Mais ninguém se interessa não é?

Mas o que interessa é que eu me lembrei. Hoje mesmo. Quando ia a galope para o trabalho, e é engraçado pois vou sempre tão devagar, e hoje até carreguei um pouco mais no pedal - porque terá sido? - e pensava "já faz hoje um ano e meio que por lá estás a trabalhar... tal como faz também o mesmo ano e meio desde que a outra senhora desapareceu..." Sem deixar rasto que eu pudesse ter seguido. Desapareceu sem olhar para trás. Desapareceu simplesmente. 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Isto é que são cabelos compridos OK?
















(Imagens via Pinterest)


Cabelos pelo meio das costas não são cabelos compridos, são cabelos médios.  E o que eu tenho são cabelos médios, ainda por cima depois de os ter cortado. Apesar de ninguém ter reparado. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Cu e ancas

"Tu até tens um cu e ancas jeitosos. Melhor que algumas bailarinas"!

E pronto, é isto que uma mãe diz a um filho da minha idade!



Mães! Acham sempre que os filhos são os melhores. Se eu quiser ter realmente uma opinião avalizada sobre o assunto, talvez seja melhor buscar opiniões mais independentes!