terça-feira, 14 de junho de 2022

Tratamos bem os Nossos Artistas? Ou Agora que Morreu Podemos Elogiar?

Camões, Zeca Afonso, Saramago. Só para citar estes três exemplos.

Esta semana, quando vi o enorme destaque, meia primeira página dado pelo The Guardian à morte de Paula Rego, refleti se, de facto, tratamos bem os nossos artistas. E a verdade acho que tratamos muito mal os nossos artistas. Muito bem tratados, como se fossem heróis, tratamos quem dá uns pontapés numa bola, esses sim, até lhes erguem estátuas em vida.

Camões, como se sabe, foi preso várias vezes e enterrado como um indigente numa vala comum. 

Saramago basicamente foi expulso do país pelo governo de Cavaco, Santana Lopes e Sousa Lara. Foi viver para Espanha e por lá sempre foi bem tratado. Entretanto vence o Nobel e as críticas em Portugal calaram-se e passou a ser o maior porque, infelizmente, muitas vezes os artistas só são reconhecidos quando têm grande destaque lá fora.  

Mas sobre a forma como tratamos os artistas, de como é o portuguesinho e dando o exemplo de como foi tratado Zeca Afonso tem a palavra Júlio Pereira no programa da Antena 1 "Encontros Imediatos":

"Nós somos um país estranho. Os portugueses são mais ligados a dar importância a alguém que já morreu do que alguém enquanto é vivo. É uma realidade diferente dos ingleses, enquanto os ingleses têm, por exemplo, um sentido de comunidade maior, por exemplo, até as empresas têm prazer em dar dinheiro, em dar uma verba qualquer para qualquer coisa cultural, etc. Há um prazer relacionado com comunidade. E eu acho que nós cá não temos. 

José Afonso morreu de uma forma muito triste, porque os últimos anos dele (ele sabia porque via e não era tolo, era um homem muito inteligente) mas via, de facto, toda a gente a afastar-se dele. A comunicação social dizia coisas absurdas dele (terem classificado um disco dele como o pior quando hoje sabemos que são temas que se tornaram intemporais), mas repara que hoje, todos são amigos de José Afonso. Nós temos esta capacidade que é muito absurda, parece que toda a gente não gosta que o vizinho seja melhor ou tenha mais: Há uma espécie de virar costas, há uma espécie de insegurança na nossa maneira de ser". 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Geração Défice de Atenção


Na semana do dia mundial da criança as "Manhãs da 3" esteve em direto do Jardim Escola João de Deus. A determinado momento entrevistam um professor que falar sobre como é difícil

"Hoje em dia os desafios são cada vez maiores, principalmente naquilo que temos de correr para chamar a atenção. Eles têm muito pouco tempo de atenção hoje em dia. É muito difícil captar e então os mais novos é muito difícil captar. O nosso método cria métodos de sala desde muito cedo e cada vez é mais difícil criar esses hábitos. Se nos fomos ver os desenhos animados, no nosso tempo um episódio do Tom Sawyer era meia-hora, quarenta minutos e ficávamos ali o tempo todo agarrados a ver... Agora é cinco, dez minutos... para eles não mudarem de canal. Agora os episódios são muito mais rápidos porque hoje em dia a grande dificuldade é mantê-los atentos e motivados naquilo que nós queremos que eles façam. 

Hugo van der Ding: Já tentaram fazer um like tocando-te duas vezas na testa? Uma amiga já me contou que o filho estava a tentar fazer isso numa revista, aumentar e fazer scroll

Esta semana, numa entrevista (que não li) à Blitz, David Fonseca diz isto que "metade das pessoas não consegue ver um concerto sem pegar no telemóvel dez vezes", e tudo isto deveria-nos fazer pensar muito bem no que andamos a fazer da vida.

Ainda Bem Que os Carros Elétricos Não Têm Pneus nem Travões!



 Metam na cabeça: no status quo da política atual ninguém está preocupado com o Ambiente! 
Ninguém! Nada, zero! Tudo tangas para seduzir o voto, principalmente dos mais jovens. Mas na verdade ninguém está minimamente interessado em combater a poluição, na sustentabilidade ou no (alegado) aquecimento global (e digo alegado porque ainda há não muito tempo a ciência dizia-nos que íamos todos morrer congelados) 

Há só uma única coisa que interessa no mundo atual: fazer mais dinheiro! 
E defender o Ambiente implica produzir muito menos, reutilizar mais e reflorestar. E isso vai radicalmente contra a economia. É preciso "crescer" mais, dizem-nos constantemente. É preciso "produzir" mais. É preciso "produtividade". E produzir é poluir. Sempre. 

Apesar de ser a atividade humana que mais polui, todos querem é viagens de avião baratas - e depois não deixa de ser engraçado que os combustíveis não parem de aumentar mas o preço das viagens de avião estão, ironicamente!, cada vez mais baratas! - tal como todos querem é trocar de brinquedo eletrónico todos os anos, só porque sim, e comprar muita roupa barata, mesmo que seja produzida no Camboja com recurso a exploração de trabalho infantil. 

E, depois de terem passado anos a venderem-nos a ideia de que o gasóleo é que era ecológico, não é senhor Barroso? agora iniciou-se uma cruzada contra os carros de motor a gasolina e gasóleo. Porque o motor elétrico é que é verdadeiramente ecológico! Como se bastasse estalar um dedo e as baterias elétricas se carregassem ou, como se um carro elétrico não tivesse uma pegada ecológica muito maior, ou, como se soubesse o que se vai fazer aos milhões de baterias que se vão produzir e que, ciclicamente, se terão de substituir, como já têm que ser substituídas as baterias dos empilhadores, dos computadores portáteis ou dos telemóveis. 

Mas eu depois eu olho para o que se passa na própria empresa onde trabalho, que até, diga-se, é uma empresa que reutiliza equipamentos, evitando assim a produção de novos todos os anos, mas quando vejo milhares de baterias de lítio usadas e pergunto ao chefe qual será o destino de todo aquele material perigoso, a resposta que ouço é: aterro sanitário porque ninguém trata aquele tipo de resíduo. Mas os carros elétricos são totalmente ecológicos! Vamos fazer de conta que acreditamos. 

E já sabíamos que, metade da poluição do carro é desgaste de pneus e travões, mas esta semana a coisa ainda ficou mais divertida quando um estudo publicado no The Guardian nos diz que:
"A poluição provocada pelos pneus dos carros é duas mil vezes mais do que a poluição que sai dos escapes. Os tubos de escape estão agora tão limpos que se estivéssemos a começar do zero nem os regularíamos"

Fico muito mais sossegado quanto ao futuro visto que, como sabemos, os carros elétricos serão vendidos sem pneus e sem travões!

domingo, 5 de junho de 2022

O Que Aprendi Sobre a Guerra do Vietname

 No início da pandemia as televisões passavam filmes sobre vírus (eu mesmo acabei por ver três do género) e muitas pessoas que gostam de ler procuravam e liam livros como "A peste" de Albert Camus. 

No que diz respeito à minha leitura as coisas não andam nada famosas. Depois do Altruísta  de Bernard Shaw, li "Vistas do meu quinteiro" de Hélder Pacheco (muito bom) e interrompi "A origem da família, da propriedade privada e do Estado (Engels) porque um outro livro da estante chamou-me dizendo: "olha aqui crimes de guerra cometidos pelos países de bem! Não queres ler?" e eu peguei nele, folheei e pensei: "porque não? Afinal, que é que eu sei sobre a guerra do Vietname além das mentiras que os americanos contam nos filmes? 

Ler este livro foi interessante por vários motivos porque em boa verdade eu pouco ou nada sabia do que é o Vietname (e ainda pouco sei depois de lido o livro). Mas foi importante entender o contexto que levou a que, primeiro os franceses e depois os americanos tenham invadido o país durante décadas no século passado. Que povo vietnamita é este que durante o século XX primeiro resistiu à invasão japonesa, depois à invasão francesa e por último à invasão americana? E por último perceber como se movem os americanos. 

"O facto fundamental que se pretende demonstrar nesta obra é o seguinte: a guerra do Vietname é da responsabilidade dos Estados Unidos".

Ler como e porquê os americanos terem invadido o Vietname é perceber como têm aplicado a sua política imperialista de guerra em dezenas de outros países. E é sempre igual. Primeiro tenta-se decapitar o poder, mesmo que tenha sido democraticamente eleito pelo povo. Seguidamente coloca-se lá um fantoche no poder que faça aquilo que lhe mandam para que os recursos do país sejam sugados e os interesses americanos alimentados. E, se não vai a bem, então vai a mal, com recurso à guerra, custe o dinheiro que custar, morram os soldados americanos que tiverem que morrer. 

E ler sobre os horrores praticados pelos americanos na guerra do Vietname leva-me mesmo a perguntar se não fizeram mesmo pior que Hitler. Hitler, todos sabemos, aconteceu na Europa, foi muito mau, matou seis milhões de judeus (e de outras minorias) já os americanos são os salvadores do mundo e todas as mortes que infligem, mesmo com recurso a duas bombas atómicas, por mais macabras que sejam, são sempre praticadas por um país de pessoas de "bem", de quem todos nós europeus somos "aliados" e que exportam o glamour e manipulação dos filmes. São sempre guerras justificadas, porque há maus e os polícias do mundo só intervêm para o bem comum! Mas não se aprende sobre os americanos e sobre as dezenas de guerras que fizeram no mundo simplesmente a ver os filmes do Rambo. É um bocadinho mais complexo do que isso. 

"Bertrand Russel foi uma das primeiras pessoas que, no Ocidente, protestaram contra esta vergonhosa agressão. Neste livro, relata-nos ele a sua crescente intromissão na luta, pondo a nu a evolução do seu pensamento à medida que se processava a "escalada" na guerra. 

Mas quem foi Bertrand Russel, autor deste livro? 

Por grande acaso, ao remexer novamente na estante, não é que até tenho uma biografia do senhor?

"Dificilmente se encontrará um filósofo que tenha sido tão conhecido em vida como Bertrand Russel, embora este facto se deva não tanto aos seus trabalhos científicos como à sua preocupação constante com os tremendos problemas de âmbito universal que preocupam a nossa geração. 

Voltando ao livro e às atrocidades dos "países de bem" aqui deixo alguns pequenos excertos, porque os acontecimentos são muitos e só lendo o livro para se perceber todo o enquadramento.

"Do mesmo modo, o Viet Minh depunha uma certa confiança no Governo de coligação socialista-comunista em França. Entre 1945 e 1947, o Viet Minh tentou negociar com a França a independência nos termos mais moderados. 

O presidente Ho Chi Minh assinou um acordo com a França, em Março de 1946, que dizia explicitamente: "O Governo de França reconhece a República do Vietname como Estado livre com Governo e Parlamento, exército e finanças próprios, constituindo parte integrante da federação da Indochina, no âmbito da União Francesa".

Os franceses ignoraram todas as promessas feitas ao Viet Minh e, em contrapartida, restabeleceram rapidamente o seu poder, enviando dezenas de milhar de soldados. O respeito dos franceses pelo modus vivendi era uma farsa. Numa demonstração final de força, bombardearam Haiphong, a 23 de Novembro de 1946. Morreram milhares de civis inocentes. Não era possível qualquer solução pacífica. 

O auxílio americano não só possibilitou a guerra como também teve influência considerável sobre a maneira como ela foi conduzida.

A guerra corria mal para os franceses. Uma vez que ela era dirigida pelo Ministério das Colónias, mais do que pelo Ministério da Defesa, era impossível, de acordo com o estipulado na Constituição Francesa, mandar recrutas para a frente de combate na Indochina.

Por alturas de 1954, a França havia introduzido mas de 400 mil homens na Indochina. Segundo Jules Moch, delegado francês nas Nações Unidas, registavam-se 92 mil mortos e 114 mil feridos. O custo da guerra ascendia a cerca de 7 biliões de dóllars. Os franceses mostravam-se cada vez menos dispostos a continuar a guerra. A cena estava pronta para a intervenção directa dos americanos. 

Interesses dos Americanos no New York Times a 12 de Fevereiro de 1950:

e em 1951 um conselheiro do Departamento de Defesa dos Estados Unidos declarou:

"Temos explorado apenas em parte os recursos do sudeste asiático. Não obstante, esta zona da Ásia forneceu 90% da borracha mundial, em bruto, 60% do estanho e 80% do óleo de copra e de coco. Possuiu apreciáveis quantidades de açúcar, chá, café, tabaco, sisal, fruta, especiarias, resinas e gomas naturais, petróleo, ferro e bauxite".

Onde quer que que a Grã-Bretanha, a França ou a Itália se tenham envolvido numa difícil guerra colonial, a América apareceu em socorro da potência em questão, expulsando gradualmente - graças à sua superioridade financeira e militar - os imperialistas anteriores e substituindo os primitivos impérios coloniais por Estados-fantoches da sua lavra. 

As atividades americanas nestas esferas só são possíveis em consequência da superioridade da América em relação à Rússia, no que diz respeito a armamentos. O governo soviético apercebeu-se, no decurso da crise cubana de 1962, de que a Rússia - com certeza - e a América - provavelmente - seriam destruídas se houvesse uma guerra. Foi isto que permitiu aos americanos fazerem coisas que eram inaceitáveis para os russos - como, por exemplo, a guerra no Vietname do Sul. Não só a América mas todo o Ocidente não comunista podiam fazer um jogo perpétuo de "à beira da guerra", no qual a Rússia tinha sempre que fazer macha atrás. 

Gradualmente, viemos a saber que as tropas americanas se comportaram no Vietname do Sul, de tal maneira que ninguém julgaria que tropas civiizadas fossem capazes. Utilizaram napalm, que se cola à pele e provoca dores indescritíveis. Utilizam gases para expulsar dos respetivos esconderijos os "Vietcongs". Fazem ataques aéreos contra civis. Quando capturam civis, torturam-nos. Segundo o New York Times de 3 de Outubro de 1965, haviam sido contados 170 mil civis mortos, até ao princípio de Outubro; 800 mil mutilados em consequência de torturas; cinco mil queimados vivos, desventrados ou degolados; 100 mil mortos ou estropiados por ação dos produtos venenosos; 400 mil presos, torturados selvaticamente. Um dos métodos de tortura empregados pelas tropas americanas é a eletrocussão parcial ou "frigideira", como lhe chamou um conselheiro americano, consistindo em ligar fios elétricos aos órgãos genitais masculinos ou aos mamilos das prisioneiras "Vietcongs" e fazer depois descargas elétricas. outras técnicas destinadas a forçar os presos a falarem ou implicam o assistir ao corte de dedos, orelhas, órgãos sexuais ou extração de unhas a outros presos. Uma série de orelhas presas por um fio servem de ornamento à parede de uma instalação governamental. Estes pormenores foram referidos pelo New York Herald Tribune (que não é um jornal subversivo), em 21 de Julho de 1965.

Em 1 de Julho do mesmo ano, a agencia de notícias americanas Associeted Press comunicou:

"Os gemidos das mulheres e o fedor dos corpos queimados saudaram as tropas, à sua entrada em Bagia". Um oficial da Força Aérea dos Estados Unidos declarou: "Quando estamos apertados, descarregamos sobre toda a área. Matamos mais mulheres e crianças do que Vietongs, mas as tropas governamentais não chegam e esta é a única solução". 

Podia prosseguir indefinidamente na apresentação de citações deste género. Abriram a barriga a mulheres grávidas e os respetivos nascituros foram expostos publicamente. Todavia, a narração de tais factos é repugnante. Não sou capaz de contar tudo - nem vós soi capazes de escutar tudo.     

Trata-se de um imperialismo predatório e em nenhum lado foi mais cruel e atrevido do que no Vietname. O imperialismo americano tem recorrido no Vietname, a toda a espécie de atrocidades, desde o emprego de produtos químicos e gases, armas bacteriológicas e bombas de fósforo, napalm, e de estilhaços, até ao esventramento, à mutilação, ao trabalho forçado, aos campos de concentração, à decapitação, às torturas requintadas. Clínicas, sanatórios, hospitais, escolas e aldeias têm sido objeto de bombardeamentos inexoráveis. E, no entanto, o povo do Vietname continua a resistir, após vinte e cinco anos de luta contra três grandes potências industriais. 

sábado, 4 de junho de 2022

Conversas Improváveis (68): do Ombro Amigo à Mama Amiga


 Conversa no trabalho. Relações e infidelidades. 

Fazendo só um parêntesis para contextualizar os seguidores-fantasma do blogue que teimosamente ainda resistam em ler o que se passa por aqui, dizer que, depois de sete anos a trabalhar numa empresa que se chama "Terra-Mãe", acabei por não sobreviver à crise dos sete anos e ter mesmo que sair, eu e toda a gente (menos a colega mais velha na empresa) e então, desde o início do ano, estou a trabalhar num outro lugar que se chama "Voz-Calma". Obviamente que sim, só aceito trabalhar em empresas que considere que tenham um nome sonante, que se enquadre no meu perfil, caso contrário rejeito de imediato!

Um dos colegas é da minha opinião. Não há lugar mais propício às infidelidades que o local de trabalho. Eu sempre o disse e por aqui também terei escrito. Esqueçam as redes sociais. É no campo fértil do trabalho, muitas vezes com largas dezenas ou até centenas de trabalhadores, mas também até só com meia dúzia de colegas, como no meu anterior emprego, as coisas dão-se. 

Deu-se com pessoas que conheço e deu-se comigo mesmo por isso sei do que falo por experiência própria. Onde houve pessoas a conviver dia após dia após dia é muito mais fácil passar-se do trabalho para o quarto do Hotel ou para a minha casa ou, se quiseres, na tua. Não dizem que os Moteis estão cheios à hora de almoço? Certamente para a sobremesa ou para melhor fazer a digestão!

Quando trabalhei na Nokia, que é uma cidade viking da Finlândia, eu bem ia vendo namoros acontecer e acabarem. A colega do atendimento numa semana chegar ao trabalho com um colega, na semana seguinte chegar com outro. Infelizmente nesse mapa de turnos rotativos não fui incluído, mas alguma coisa de especial aquela colega deveria ter tal era a atração que provocava, mesmo nos colegas casados. 

E depois, como disse à minha nova colega que assinou contrato no mesmo dia que eu e que tem idade para ser minha filha (e eu ainda não percebi como de repente sou a pessoa mais velha numa empresa!) tudo é muito lindo aqui entre nós. Damo-nos bem, rimos, dizemos piadas, encomendamos comida, é fixe criar uma boa empatia entre todos. Contudo, com o teu namorado, e por mais que gostes dele, tens que lidar com todas as coisas menos boas. Mas se um dia o deixares por aquele colega de trabalho que está sempre ali, que é simpático e te trata bem, mais à frente perceberás que tudo voltará ao que era com o teu ex-namorado. (De repente já nem sei se estava a falar com a minha colega de trabalho ou se viajei no tempo para falar com a minha primeira ex-namorada que me trocou por um colega de trabalho...)

Entretanto e porque reforcei que o importante é cada casal ter as suas regras e ver o que funciona para si, lembrei uma conversa que tive com uma pintora que conheci no Tinder e que me disse que não levaria nada a mal se o companheiro, e só porque teve uma vontade momentânea, decidiu ir com alguém dar uma valente trancada. Porque são instintos e foi uma coisa do momento e isso é perfeitamente aceitável. Agora registar-se numa cena qualquer e andar à procura de alguém, isso seria traição e seria impensável. Interessante como diferentes pessoas têm diferentes pontos de vista sobre as relações. 

Mas mais importante, foi a frase que ficou, rematada pelo meu colega sobre as relações de amizade no local de trabalho. Tomem nota:

"Do ombro amigo à mama amiga é um pequeno passo".