quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Comecei a Conduzir Há 22 Anos e Algumas Considerações Sobre Carros e Combustíveis


Sim, é verdade que passam hoje 104 anos de mais uns quantos episódios das Encenações de Fátima, mas não é sobre isso que venho aqui escrever hoje. Passam hoje também 22 anos desde que fiquei aprovado a conduzir automóveis.

O primeiro carro que comprei para conduzir tinha oito anos. Hoje conduzo um carro que tem vinte anos! Tive mais carros em nome, comprados para outras pessoas, mas nestes vinte e dois anos só comprei três carros para eu conduzir e, durante alguns anos, mantive dois carros, o que, diga-se é bastante dispendioso. E ninguém estranhará se eu disse que o carro mais fiável que tive foi o primeiro, um Renault 19 1200cc com motor de corrente a gasolina que vendi em bom estado com 370 mil Km.

Uma coisa é certa: não voltarei a comprar um comprar um carro semi-novo pois, como já refleti aqui, é deitar muito dinheiro ao lixo todos os meses. 

Quando comecei a conduzir a gasolina para o carro custava 160$00 /Litro (80 cêntimos) e o salário mínimo era de 305€.  Hoje foi noticiado que, em alguns postos de combustível, a gasolina chegou a 400$00 (2€/Litro) e o salário mínimo nacional está nos 665€. 

Quando comecei a conduzir, o preço da gasolina era o mesmo em todos os postos de combustível do país, de Vinhais a Castelo Branco, passando pelo Algarve e Lisboa, fosse um posto da GALP, BP ou de outra marca qualquer, em todo o lado o preço era o mesmo, quer se vivesse numa aldeia só com um posto de combustível e que nos próximos 50Km não existisse mais nenhum. Sabíamos que, onde quer que fôssemos pagávamos sempre o mesmo por um litro de combustível até, claro, que o governo decidisse aumentar o preço. Então, nesse domingo anterior ao aumento, formavam-se enormes bichas para abastecer. 

Mas três anos depois de ter começado a conduzir, veio um senhor primeiro-ministro, Durão Barroso, com a excelente ideia de "liberalizar" os preços. 

Dizia ele que, se deixarmos nas mãos dos privados a decisão de aumentar ou baixar os preços, a concorrência fará descer os preços. Só que, ao fim do primero ano, os preços já tinham aumentado 50%! E algum tempo depois descobrimos até que um 1€ se poderia dividir em três casas decimais de cêntimos, com os preços todos iguaizinhos nas autoestradas!

Também não deixa de ser muito curioso. Tenho para mim que, hoje quem anda de carro todos os dias queixa-se do preço dos combustíveis. Mas estou em crer que, daqui a não muito tempo, chegará o tempo em que, mesmo quem não anda de carro regularmente se queixará do preço da eletricidade. Se calhar, daqui a algum tempo, mais portugueses passarão frio no Inverno por não poder aquecer a casa, porque chegou essa coisa espetacular dos carros elétricos que, se calhar, também iremos um dia descobrir que, afinal tinham uma enorme pegada ecológica, tal como nos diziam há vinte anos, quando comecei a conduzir, que os motores a diesel era o futuro. 

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