"Antes dizia-se que, quando alguém morria, um corvo levava a alma para a terra dos mortos. Mas, às vezes acontece algo tão mau, que uma tristeza terrível acompanha a alma, não a deixando repousar. E, às vezes, mas só às vezes, o corvo pode trazer a alma de volta para corrigir o que estava errado".
"Um prédio arde. Só restam cinzas. Pensava que tudo se passava assim. Famílias. Amigos. Sentimentos. Mas agora sei que, por vezes, se o amor for verdadeiro, nada separa duas pessoas que devem estar juntas."
Por estes dias comprei esta edição usada de "O corvo". Não sei quando foi a última vez que tinha visto o filme, mas foi certamente há muito tempo para eu já não me lembrar de quase nada!
Nem sequer da frase "Can't rain all the time"!
Nunca saberemos o que poderia tido sido o filme se o protagonista não tivesse morrido na rodagem (ou sido assassinado?). Porque quer queiramos, quer não, isso colocou imediatamente um grande foco de atenções em cima da estreia do filme. Tal como também não poderemos saber o que teria sido a carreira de Brandon Lee (filho de Bruce Lee) se esta tragédia não tivesse acontecido, e que, à semelhança do pai, também foi morto no quinto filme que rodava. Por outro lado tudo isto ajudou a perpetuar o mito de ambos.
"O corvo" foi rodado em 1993 e é inspirado na banda desenhada de James O’Barr que, por sinal, também ele viveu uma tragédia pessoal. A namorada foi atropelada e morta por um condutor bêbado, e uma das formas que ele encontrou para exorcizar os seus demónios e sentimentos de culpa foi precisamente desenhando a história de Eric Draven (interpretada no filme por Brandon Lee) que regressa dos mortos para vingar o seu assassinato e o assassinato da namorada.
O filme é bastante negro, a própria fotografia do filme é sombria, passa-se sempre de noite, por vezes parece quase a preto e branco (como na banda desenhada), é bastante gótico com a pintura facial que Eric usa (quase ao estilo de Joker do Batman) com uma banda sonora muito boa (The Cure, Rage Against the Machine, Nine Ich Nails) e onde o fio condutor é esta ideia romântica do amor eterno, e, já agora que penso, se calhar, à semelhança de Dracula de Bram Stoker que saiu, precisamente um ano antes (e que também já é altura de rever!). Quem nunca viu "O corvo", veja, porque vale bem a pena.
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