segunda-feira, 1 de junho de 2020

Como Hoje Ganhei Uma Medalha Por Grandes Feitos de Bravura

Disseram-nos que isto da pandemia era uma guerra, não é? 

Então eu hoje vou contar-vos como ganhei uma medalha de guerra por grandes feitos de bravura. 

Qual soldado que abandona a trincheira e que atravessa as linhas inimigas e passa por balas rasantes que trespassam muitos colegas, qual quê! 



Eu hoje fui ao hospital. Muito mais aterrador!

Chegado à portaria de máscara não cirúrgica pediram-me para a retirar e deram-me uma. 
Enquanto o segurança me aponta uma espécie de arma à cabeça, pergunta-me ao mesmo tempo se me pode tirar a temperatura. 
Segui a sinalização que separava as pessoas consoante queriam ir para consultas ou para análises e entrei depois propriamente na central de consultas. As pessoas que entram não se cruzam com as pessoas que saem. Entrei e o senhor que estava a receber as pessoas pediu-me para passar as mãos por desinfetante. E voltaram-me a tirar a temperatura e lá me deu a senha. Quantas pessoas tinha à minha frente? Nenhuma! Eu era o próximo. 
E da receção lá me encaminharam para a zona dos vampiros. Nesta fase ainda não se paga nada.
Desci, e lá me encaminhei para a grande sala de espera que estava.... Vazia!! Nem uma só pessoa! As cadeiras estavam identificadas, em quais as pessoas se podiam, ou não, sentar. Eu fiquei de pé e dentro de dois ou três minutos fui chamado. 
Lá dentro explicaram-me. Diariamente são chamadas poucas pessoas para garantir uma distância de segurança, mas mesmo assim, a maioria falta! 

Agora digam lá que eu não sou um verdadeiro herói! Vou imprimir o comprovativo de presença e anexar ao currículo pois certamente é uma grandessíssima mais valia em qualquer recrutamento. 

5 comentários:

  1. Tendo em conta que dia 1 de junho se comemora o Dia da Criança e que cada um de nós guarda dentro de si uma criança, enfrentar esta batalha neste dia, torna-se um feito ainda mais heróico :)
    Pois essa do povo português ser obediente...?? eu acho é que nós somos medricas :) e se ali dizem que há guerra ...?
    Fuja quem puder !

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  2. As pessoas deixaram de ir aos hospitais por medo o que até se pode compreender, mas só se fosse uma não urgência, porque a verdade é que a covid-19, para 95% das pessoas, é basicamente uma gripe. Se as pessoas têm realmente um problema devem ir realmente ao hospital, até porque, deve ser o sítio mais seguro onde podem ir!

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  3. Concordo plenamente.
    O meu comentário teve sobretudo a ver com o facto original da sua maneira de encarar a realidade perante os cuidados adicionais que nos rodeiam. E ainda bem. :)

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  4. Tínhamos os hospitais cheios, a rebentar pelas costuras e de repente ficaram vazios, apesar da emergência sanitária.
    Os doentes faltam a consultas programadas, algumas já adiadas durante o período mais critico da pandemia, apesar de todos os cuidados que foram implementados, e noticiados.
    Fico com uma pergunta a pairar, será que eram mesmo necessárias essas consultas?

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    1. O que se verificou é que as urgências na verdade não eram urgências. Não é uma urgência quando as pessoas têm uma gripe e resolvem ir ao hospital e depois reclamam que só são atendidas passadas dez horas porque lá estão centenas de outras pessoas com gripe. Para não urgências existem os centros de saúde!
      Só que, com as pandemia, deixaram de ir aos hospitais as pessoas com falsas urgências, como também, e mais grave, as pessoas que têm urgências mas não iam como medo de serem infetadas com covid-19! E isso é completamente parvo, porque o risco de covid é mínimo para quem tem menos de 50 anos. Agora os hospitais estão de novo a receber os doentes crónicos como eu, seja para consultas ou análises, só que, como eu pude constatar, ninguém lá vai ainda com medo de ser contaminado! Algo que, como pude constatar, é um medo infundado. Mais facilmente somos contaminados em qualquer outro sítio que propriamente que num hospital!

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