quarta-feira, 24 de junho de 2020

Só Nesta Caverna Encontro Abrigo


"Aquele, a quem mil bens outorga o Fado,
Desejo com razão da vida amigo
Nos anos igualar Nestor, o antigo,
De trezentos invernos carregado:

Porém eu sempre triste, eu desgraçado,
Que só nesta caverna encontro abrigo,
Porque não busco as sombras do jazigo,
Refúgio perdurável, e sagrado?

Ah! bebe o sangue meu, tosca morada;
Alma, quebra as prisões da humanidade,
Despe o vil manto, que pertence ao nada!

Mas eu tremo!...Que escuto?...É a Verdade,
É ela, é ela que do céu me brada:
Oh terrível pregão da eternidade!"


3 comentários:

  1. Oh, atormentado Bocage!
    Brada este sentimento tão Luso, tão actual...

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  2. Um poema muito triste,contudo,há que saber que isto é poesia,os poetas,tal e igual como os cantores e bandas musicais,têm coisas tristes e coisas alegres,tal e igual como tudo na vida!!

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