De manhã tive que passar no clube para arbitrar um jogo e depois fui almoçar ao restaurante lá perto.
Já quando estava a levantar para ir pagar a conta, na mesa ao lado, dois trabalhadores, vestidos com roupa de trabalho e salpicada de tinta falavam de política. Um insistia com o outro:
"Deita no CH que vais ganhar mais e isto vai para a frente. Há 50 anos que é sempre a mesma coisa PS/PSD...."
Não me choca nada que haja ricos a votar em partidos que defendem os seus interesses. Choca-me verdadeiramente que haja pobres a achar que se votarem nesses mesmos partidos que defendem os ricos, que a vida deles melhorará, quando esses partidos só os querem esmagar.
Neste livro (que não li) intitulado "O pobre de direita", tenta-se explicar o porquê de milhões de pobres, terem deixado de votar no partido que lhes matou a fome e até permitiu terem televisão e colocar os filhos na escola, e que passaram a votar na extrema-direita de Bolsonaro que simplesmente os quis esmagar, como um chinelo esmaga uma barata.
É o que acontece agora, por todo o mundo. E em Portugal, as pessoas também se esquecem de quem lhes permitiu ter Serviço Nacional de Saúde, pata todos, Subsídio de Desemprego (que fez agora 50 anos pela mão do primeiro-ministro Vasco Gonçalves), férias pagas, e quatorze salários, a possibilidade dos pobres poderem estudar, mais até, de poderem ir para as universidades.
Mas os pobres ignorantes, quais baratas, acham que se votarem no chinelo a sua vida melhorará imenso. E depois comemoram com inseticida.