Já não se fazem Festivais da Canção como antigamente! E cuidado, pois a música fica no ouvido!
"A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão."
domingo, 30 de novembro de 2014
Gengis Khan, a banda!
As cenas que um gaijo descobre na net! Então não é que Gengis Khan foi também foi uma banda pop alemã (Dschinghis Khan) dos anos setenta!
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
No auto-rádio IV - The Coffin Ships
Esta semana fui desenterrar um CD de 2005, único álbum desta banda irlandesa que tenho, e que também há muito não ouvia.
É curiosamente mais uma faixa número cinco - Ó diabo! - música em forma de homenagem, capaz de acordar em mim diferentes sensações. Simplesmente brutal.
Young hearts born with grief
Shall pay the penalty of truth
A season of stolen youth
Shall teach old hearts to break
It feels like I've been here before
Here to where the animals lay down to die
So we stood alone on a distant store
Our broken spirits in rags and tatters
Nerve and muscle, heart and brains
Lost to Ireland, lost in vain
Pause and you can almost hear
The sounds echo down through the ages
The creak of the burial cart
Here in humiliation and sorrow
Not mixed with indignation
One is driven to exclaim
Oh god, that bread should be so dear
And human flesh so cheap[*]
Young hearts are born with such grief
We have paid the penalty of truth
A season of our stolen youth
Shall teach our hearts to break
Lyrics: A.A. Nemtheanga
Music: MacUilliam and Primordial
[*Taken from a memorial to the dead at a mass grave in Skibereen, Co. Cork]
["Between the years 1845 and 1849 a famine ravaged Ireland and over 3 million people were lost to a combination of starvation and emigration I said once before the history of my land is a litany of tragedy and blood, these four years represent possibly the greatest tragedy the country has endured. It still hangs over Ireland and set the tone for Irish people to leave Ireland shores to the present day. The coffin ships themselves were what the ships that set sail for America in search of a new and better life were called. It's with this song we honour the memory of this great tragedy and those poor souls who lost their lives."]
Shall pay the penalty of truth
A season of stolen youth
Shall teach old hearts to break
It feels like I've been here before
Here to where the animals lay down to die
So we stood alone on a distant store
Our broken spirits in rags and tatters
Nerve and muscle, heart and brains
Lost to Ireland, lost in vain
Pause and you can almost hear
The sounds echo down through the ages
The creak of the burial cart
Here in humiliation and sorrow
Not mixed with indignation
One is driven to exclaim
Oh god, that bread should be so dear
And human flesh so cheap[*]
Young hearts are born with such grief
We have paid the penalty of truth
A season of our stolen youth
Shall teach our hearts to break
Lyrics: A.A. Nemtheanga
Music: MacUilliam and Primordial
[*Taken from a memorial to the dead at a mass grave in Skibereen, Co. Cork]
["Between the years 1845 and 1849 a famine ravaged Ireland and over 3 million people were lost to a combination of starvation and emigration I said once before the history of my land is a litany of tragedy and blood, these four years represent possibly the greatest tragedy the country has endured. It still hangs over Ireland and set the tone for Irish people to leave Ireland shores to the present day. The coffin ships themselves were what the ships that set sail for America in search of a new and better life were called. It's with this song we honour the memory of this great tragedy and those poor souls who lost their lives."]
The Coffin Ships / Primordial / 2005
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Contra-natura
Tenho um pico no dedo. Só reparei hoje porque o meu corpo fez questão de me avisar: "Olha lá para o teu indicador esquerdo. Esse inchaço vermelho que começa a doer-te, é uma cena que aí enfiaste e tem de sair."
E é sempre assim que o nosso corpo reage, sempre que qualquer corpo estranho entra nele. Vai sempre lutar com todas as forças para o expulsar.
Em muitas discussões, muitas vezes quando a falta de argumentos é evidente, lá me vinham com o argumento do "isso é contra-natura", que significa que é contra-a-natureza. Pois é, mas há tantas coisas banais no dia-a-dia que são contra-natura e que ninguém repara nelas ou as valoriza. Um brinco, piercing ou quaisquer outras idiotices que o Homem encontrou para "embelezar" o corpo - como se a natureza não o tivesse feito perfeito e precisasse de ser "embelezado" - qualquer coisa destas, tão banais são um atentado à natureza. O corpo vai sempre lutar para os expulsar, e às vezes consegue mesmo, mesmo que tenha de se suicidar.
Quanto a mim, acho que vou ali buscar uma agulha para tirar o pico.
sábado, 22 de novembro de 2014
No auto-rádio III - Saltei pelas pedrinhas
Esta semana rodou no auto-rádio o segundo álbum dos Hyubris, banda portuguesa do Tramagal, que ja tive oportunidade de ver ao vivo duas vezes, e que ainda não tinha dedicado muita atenção a este CD, que me gravaram há já algum tempo.
Em resultado disso, passei a semana a cantarolar:
"Saltei pelas pedrinhas
De um lago que encontrei
Caí nas suas águas
E assim me transformei"
Condão / Hyubris / 2009
Os mais novos e as novas posturas no trabalho
Estava um estagiário no seu posto de trabalho, com as pernas esticadas em cima da mesa, a jogar no telemóvel, quando entretanto chega o patrão e lhe pergunta:
"Achas que isso é postura de se estar no local de trabalho"?
Responde o estagiário:
"Tem razão", enquanto retira as pernas de cima da mesa, senta-se como deve ser e continua tranquilamente a jogar o seu joguinho no telemóvel.
O que eu pergunto é: Como é que chegamos aqui? Que educação é que estes fedelhos tiveram em casa? E como é que agora as entidades de ensino preparam os putos para o mercado de trabalho?
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Desmaio
"Não me estou a sentir bem", disse.
Começo a ficar enjoado e sinto-me impotente ao aperceber-me que vou perder os sentidos não tarda nada. E não há nada que possa fazer. De um momento para o outro apagam-se as luzes e tudo fica escuro. Não sei quanto tempo entretanto se passou. Enfiam-me montes de açúcar na boca, que caiu para o pescoço e tudo, e dou-me conta que estou (numa poltrona) de cabeça para baixo e pés para cima.
"- Está-me a ouvir?" Estou pois! Ouvia bem, mas não conseguia responder. Sei que abanava com a cabeça em sinal afirmativo, mas não falava e tudo continuava escuro. Naquele meio tempo, em que ainda não tinha efetivamente regressado, até ia jurar que houve por ali alguma sensação de agradável prazer... E aos poucos e poucos a tensão arterial volta ao normal e acordo. Tenho as mãos e braços dormentes, e passado algum tempo regressei à vidinha normal sem nenhum interesse.
Mas hoje foi um dia diferente. Hoje tenho algo para contar. Desmaiei.
domingo, 16 de novembro de 2014
Caça à consulta e ao examezinho
Quando se fala em Polícia, por norma, e às vezes com alguma razão, costuma-se falar em "Caça à multa". Pois bem, nos últimos anos, e porque as coisas não acontecem por acaso, desde que o povo colocou no poder os fascistas, que os centros de saúde mudaram de paradigma.
Antigamente, quando a Saúde, e fazendo jus ao que ainda está escrito na Constituição, era tendencialmente gratuita, muitas pessoas vinham sempre com as mesmas queixas, que o seu médico de família não queria passar exames, provavelmente porque os médicos estavam com pena do Sistema Nacional de Saúde, pois tudo era quase gratuito.
Mas agora que os fascistas privatizaram a Saúde, como convinha ao grande capital, e ir a um qualquer Centro de Saúde ou Hospital Público, é mais caro que ir à clinicazinha privada, as coisas mudaram redondamente.
Agora tenha muito cuidado se for acompanhar alguém ao Centro de Saúde! É que se o seu médico de família passa por si, de imediato liga para o balcão e obriga-o a ir a uma consulta naquele exato momento! Não está doente nem nada que se pareça, até anda a fazer exames num hospital privado, mas isso não interessa nada! Vai ser caçado e vai pagar os 5€ da consulta só porque sim, porque abriu a caça à consulta e ao examezinho! E isto passou-se ainda por estes dias com os meus pais.
Agora, depois de uma certa idade, os médicos passam exames a tudo e mais alguma coisa, e não, não é por estarem preocupados com a saúde dos "clientes", e com toda a certeza que vão descobrir algum que ainda não tenha feito, nem que seja o exame da merda, em que tem de - literalmente - enfrascar-se um bocado, para depois ser analisada, e ver se cumpre os requisitos da merda normal. Paga-se uma consulta, pagam-se montes de exames, e depois paga-se de novo para ir saber dos exames, e é assim que financiamos duplamente a Saúde neste país. Descontamos no salário para depois quando precisamos, pagar tudo, seja no Centro de Saúde, seja no Hospital Público. Mas afinal pagamos impostos para quê?
E é neste estado em que está a Saúde Pública neste país. Tudo se paga. São as consultas, os exames, as idas à enfermagem, Quero um medicamento para a doença crónica que tenho, e que custa 2€, mas tenho de pedir para me passarem uma receita que custa 3€!! Mas pior, quando vou a ver, e em vez de me passaram 3 vias como pedi, não, passam-se uma só uma bisnaga que me dará para meia dúzia de dias... Conclusão pago mais do dobro do que o medicamento custa, só por a médica inserir o meu nome no computador e fazer "Enter".
Por outro lado, há quanto tempo o seu médico de família não lhe mede a tensão arterial e lhe ausculta o coração e pulmões? Nunca o fazem. E porquê? Porque os médicos de família agora são passadores-de-receitas e de exames. Tantos anos nas universidades e é o que sabem fazer, muitos ainda nem aprenderam que é falta de educação, atender os doentes, sem nunca os olhar nos olhos.
sábado, 15 de novembro de 2014
Mistérios dos Metaleiros desvendados (ou nada a ver!)
Abria agora o Youtube, e na lista de sugestões, um vídeo intitulado "10 Coisas que o Metaleiro faz mas quase ninguém sabe".
1. Banho de creme no cabelo.
Mas qual é a contradição, em ser adorador de Satã e cuidar dos cabelos? Por acaso sou menos macho se ler os rótulos do champô que compro? Homessa! Posso ter um aspeto de porco e mau, mas cheirar a orquídeas e coco ora!
2. Metaleiro deixa o mulherio fazer tranças no cabelo
Verdade. Só passamos mesmo vergonha quando deixamos que o mulherio nos faça tranças no cabelo, mas claro, se deixamos, é porque vamos ter algum retorno com isso! "Não há almoços grátis" ou "ajoelhou vai ter que rezar"!
3. Metaleiro apaixonado ouve Bon Jovi
Ouve quem? Tiro completamente ao lado! Está certo que, há muitos anos que não estou "apaixonadinho", mas Bon Jovi? Definitivamente não me parece!
4. Todo o Metaleiro já fez chapinha
Fez o quê? Bom, traduzindo pelo sentido da frase, e depois de meter "fazer chapinha" no Google, cheguei à conclusão que em português de Portugal significa alisar o cabelo, para "ficar como o Axel Rose". Alisar o cabelo? Tiro furado novamente! Nunca alisei o cabelo pá!
5. Metaleiro tem amor à camisola
Claro que tem. Ainda hoje fico fodido quando penso que a minha mãe deve ter mandado uma camisola de Cradle of Filth para o lixo. Sim, teria uns buraquitos, e bastante gasta das lavagens mas nada demais. Aliás, hoje deveria valer bom dinheiro no Ebay! Mas também não é preciso guardá-la como veio do concerto, a feder a tabaco e a suor! Amor à camisola sim, mas não exageremos!
6. Metaleiro carente vai para rolé de sertanejo para arranjar mulher
Não é aplicável por cá. Mas por aqui há muito metaleiro que vai para a discoteca abanar o capacete com o gado! São muito ibal e tal mas depois vai-se a ver... Acho que isso ainda é pior que lá o "sertanejo" brasileiro!
7. Todo metaleiro tem um disco vergonhoso
De todo! Não me envergonho de nenhum disco que tenho. Acho que só nos envergonhamos de algo quando não estamos certos do que somos. Não é por ouvir maioritariamente heavy-metal que não posso ir a um concerto de Deolinda.
8. Todo o metaleiro faz um show em frente do espelho
Abstenho-me de comentários neste.
9. Metaleiro assiste ao "Ídolos"?
Errado, não assisto a merdas nenhumas dessas. Ok, agora que nem televisão tenho! Mas em tempos que já lá vão, dava uma cuscadela, mas só porque andava por lá, ironicamente, uma metaleira, ou pseudo-metaleira ou namorada de metaleiro, ou qualquer coisa assim!
10. Metaleiro traído identifica-se com música de pagode
Novamente não aplicável por cá. Por cá, o equivalente seria ouvir fado não?
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Os amigos-sósia
"Não vejo a amizade como algo que implica o ombro a ombro sistemático. Passo meses sem falar com o meu melhor compincha, quando acontece ambos nos penitenciamos. Sobretudo agora!, sendo médicos temos acesso a tudo o que é má notícia - "soubeste do fulano"? - e os anos tendem a empurrar as surpresas para a face triste da moeda. Por isso de imediato surgem juras de encontro imediato, conversa longa e despautério alimentar. Nesses longos intervalos deixamos recados no telemóvel um do outro a pretexto de ninharias e esprememos os respetivos herdeiros que, risonhos e escandalosamente crescidos, em nós tropeçam durante uma caminhada soalheira junto ao mar - "diz ao malandro do teu pai para me telefonar".
Este aparente desapego não traduz menor exigência. A profissão ensimou-me que somos bem menos complacentes para com os amigos do peito do que para os amantes. A paixão amorosa é muito violenta, mas pedi-mo-lhe o céu na terra e não solidariedade à flor do chão. Os apaixonados estão prontos a fugir do mundo ou a bater-se contra ele, os amigos são capazes de o transformar, armados de sólida intimidade entre pessoas reais, a abarrotar de defeitos graves e virtudes frágeis. O amante devolve-nos a imagem do que somos nos seus olhos, por definição enganados e mentirosos, "quem feio ama..."; o amigo é uma mistura de espelho, cruel de tão límpido, grilo falante impiedoso, e cúmplice até à morte.
No consultório, quando rebusco a vida social de um cliente, ouço muitas vezes quem tem "montes de amigos". Ao pedido de precisão - "amigos ou conhecidos?" - a resposta costuma vir, sorridente, depois de curta reflexão "amigos, amigos, poucos, os outros são conhecidos". Porque a amizade é exigente, seria exaustivo praticá-la a torto e a direito, mesmo admitindo que muita gente a merecia. Curiosamente, alguns só consideram amigos os da infância, o tempo que passou sem trazer a ferrugem da relação e a nostalgia de uma idade do ouro sem rasteiras de adultos conferem a duas ou três pessoas o direito de serem consideradas acima de qualquer suspeita.
Sou menos dogmático, acho que surpresas tristes podem surgir de qualquer lado. Algumas pessoas, por exemplo, necessitam da carne e do osso para alimentarem a amizade, a separação não lhes mata o carinho na cabeça, mas faz morrer os pequenos gestos ternurentos que o impedem de se tornar apenas uma recordação. No meu caso, os anos foram limando o orgulho estúpido que cala o protesto, não tenho dúvida em rosnar contra tal desleixo. Porque é disso que se trata - de um desleixo, sempre à mão na prateleira dos assuntos não prioritários. E perante o rotundo fracasso dos avisos, eu e muitos de vocês arranjamos desculpas esfarrapadas, porque nos custa admitir o abandono e a necessidade de pôr tudo em pratos limpos.
Um dia fala-se com alguém ao telefone e o desleixado percebe que somos nós, rouba o aparelho a quem ligou , "quando é que podemos conversar"? O espanto do lado de cá, "aconteceu alguma coisa"? A voz dele soa ofendida "não posso ter saudades de falar contigo?" Claro que pode! Combina-se dia e hora sem grande esperança, quem faz do atraso ponto de honra não muda. Com efeito. Torço planos feitos e espero, vale a pena. Ao fim de cinco minutos a surpresa ( ou não?) - a fúria de me ver traduz uma "saudade instrumental", sou necessário para resolver dificuldades surgidas em planos que me são alheios. O diálogo continua, plácido e urbano, até à despedida, mais correta do que calorosa. Por que não disse umas verdades? Por já não valer a pena? Ainda na esperança de rever a magia passada?
Se já vos aconteceu, sabem por que foi - tratou-se de uma derradeira homenagem. Aquele homem é um perfeito sósia do amigo muito amado. Que finalmente admito ter morrido sem ser cadáver. Promoverei este a conhecido, sem ressentimentos ou expectativas. Poderemos sempre discutir futebol."
Do livro Estes Difíceis Amores de Júlio Machado Vaz
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
No auto-rádio - ...A distance there is...
Esta semana roda o primeiro álbum de Theatre of Tragedy.
Um amigo desaparecido em combate, tinha uma predileção pelas faixas 5 de cada álbum. Se calhar tinha razão, e existe um qualquer misticismo associado a essas faixas. Não sei. Sei é que neste álbum a faixa cinco se destaca das demais:
Come in out of the rain thou sayest - but thou ne'er step'st aside;
And I am trapp'd -
A distance there is...
None, save me and the bodkin - pitter-patter on the roof:
Behold! - 'tis not the rain; thence me it has to be -
I will not drink thy vintage wine, my dear;
Thou hast heed'd that I am of innocence, yet thou let'st thy lass into peril
-
Thou let'st me be parched;
My heart is of frailty, my pale skin is hued damask.
When thou thy tears hast hidden, "Come back!", thou sayest -
There I soon am to be - but how am I to run when my bones, my heart!
Thou hast me bereaft! -
But run thou sayest; I run -
And there and then I behold that a time will come when I again dead will be.
Thou tell'st me to leave without delay -
I leave with my bodkin and my tears in my hands;
Lo! - the shadows, the sky - descending;
So by a dint of smite I gait ere I run and melt together with dusk.
In my mind in which is this event,
But it seems as if naught is to change anyway?!
After all these years thou left'st me down in the emotional depths -
The sombre soaked velvet-drape is hung upon me,
Turning my feelings away from our so ignorant world:
All the beatiful moments shared, deliberatlely push'd aside -
...a distance there is...
And I am trapp'd -
A distance there is...
None, save me and the bodkin - pitter-patter on the roof:
Behold! - 'tis not the rain; thence me it has to be -
I will not drink thy vintage wine, my dear;
Thou hast heed'd that I am of innocence, yet thou let'st thy lass into peril
-
Thou let'st me be parched;
My heart is of frailty, my pale skin is hued damask.
When thou thy tears hast hidden, "Come back!", thou sayest -
There I soon am to be - but how am I to run when my bones, my heart!
Thou hast me bereaft! -
But run thou sayest; I run -
And there and then I behold that a time will come when I again dead will be.
Thou tell'st me to leave without delay -
I leave with my bodkin and my tears in my hands;
Lo! - the shadows, the sky - descending;
So by a dint of smite I gait ere I run and melt together with dusk.
In my mind in which is this event,
But it seems as if naught is to change anyway?!
After all these years thou left'st me down in the emotional depths -
The sombre soaked velvet-drape is hung upon me,
Turning my feelings away from our so ignorant world:
All the beatiful moments shared, deliberatlely push'd aside -
...a distance there is...
...A distance there is... / Theatre of Tragedy / 1995
domingo, 9 de novembro de 2014
Emprego e o número três
Passaram agora três meses, desde que milagrosamente arranjei emprego, (mais ou menos) na minha área de formação e é tempo de fazer uma primeira análise. Milagrosamente, porque apesar das estatísticas mentirosas, arranjar emprego continua muito difícil em Portugal. E a estatística é mesmo isso "eu como um frango, tu não comes nenhum, então em média, comemos meio frango cada um"! Depois porque o consegui pelos meus meios; porque a concorrência é muita, e porque era uma só vaga; e porque escolheram um gaijo com o cabelo pelo cu, não o corto há três anos e parece que isso fazia muita confusão a muita gente, apesar de eu saber que isso seria o menor dos meus problemas. Mas numa primeira análise, diria que a coisa acabou por sair muito melhor que a encomenda, mesmo considerando o sério risco de ter de ir visitar as cuzudas.
Foram três entrevistas em três anos, e à terceira foi mesmo de vez. É o terceiro emprego, no terceiro município diferente. E pela terceira vez, tenho o terceiro nome diferente. Já fui P. e já fui J. finalmente sou tratado pelo meu nome.
Foram três entrevistas em três anos, e à terceira foi mesmo de vez. É o terceiro emprego, no terceiro município diferente. E pela terceira vez, tenho o terceiro nome diferente. Já fui P. e já fui J. finalmente sou tratado pelo meu nome.
Os três músicos.
Depois de ter trabalhado com um guitarrista virtuoso-madafaka-satânico e com um rapaz que agora anda por aí com muito sucesso (ainda ontem via-o no programa do Álvaro Costa) à terceira, uma senhora, ex-vedeta da cena, que cheguei a ver várias vezes ao vivo.
Se eu fosse de acreditar nestas coisas dos números, diria que tudo isto dos três tinha um qualquer significado místico. De repente até me lembro da frase da astróloga que conheci num bar, "tu para mim és um três"... Mas não, creio que, no máximo, significa só que perdi os três...no que ao trabalho diz respeito claro!
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Ponto alto do dia
Há dias assim.
Começam com muito ânimo, mas a partir daí será sempre a descer.
Começam com muito ânimo, mas a partir daí será sempre a descer.
Kevin Spacey / Beleza americana / 1999
sábado, 1 de novembro de 2014
Outra vez a conversa dos piropos
De tempos a tempos parece que não há nada mais importante para se discutir na sociedade portuguesa que banalidades sem a mínima importância. Estamos em novembro e os putos não têm professores; a justiça, por culpa da ministra com cara de aborto não funciona há meses; foi aprovado mais um orçamento que vai roubar mais e mais dinheiro a quem trabalha e a quem menos tem para meter no cu dos mais ricos; mas vamos lá discutir se mandar umas bocas mais ou menos engraçadas deveria ser crime.
Nesta história toda mais recente, o que mais me surpreendeu, é que por cá quem tenha puxado o assunto primeiro tenha sido o Bloco de Esquerda. Se fosse um qualquer partido da direita conservadora, que apoia este governo fascista, fazia todo o sentido, pois é preciso lançar cortinas de fumo, é preciso que se fale de assuntos completamente irrelevantes e ridículos, para que não se fale do que é verdadeiramente importante.
Mas depois de Sócrates, de forma sagaz, ter esvazio politicamente os temas "fraturantes" deste partido, como a questão do abordo e do casamento homossexual, o partido como que implodiu. E agora? Que vamos reivindicar? E pronto, no ano passado uma militante qualquer, lá teve a brilhante ideia de vir falar na criminalização do piropo.
Agora parece que surgiu para aí um vídeo qualquer (mais um!) com uma mulher a passear-se na rua e a ouvir muitas bocas. Nem quero imaginar o desconforto que deve ser. Ainda ontem, até a Fernanda Câncio no seu artigo Boas todos os dias escrevia no DN que, ela mesma, logo aos 12 anos ouviu o seu primeiro piropo. Um homem mais velho disse-lhe ao ouvido "lambia-te toda".
Pois é Fernanda, mas o piropo não é exclusivo das mulheres, também eu que posso assegurar que sou homem, ouvi muitos piropos quando era mais novo. Não lembro qual foi o primeiro, mas lembro talvez do mais arrojado. Passava e frente à Estação de São Bento no Porto, e uma senhora mais velha que eu, mandou a seguinte boca "Dou-te cinco contos se me fizeres um minete".
Obviamente que fiquei extremamente chocado, Por quem me tomava aquela senhora? Que me deixo vender assim? Pensa que a minha língua é uma qualquer e está aí para alugar durante uns minutos para lamber secreções vaginais alheias? Claro que esta senhora deveria ser presa e emparedada para o resto dos seus dias! Criminalize-se o piropo já!
Meus caros, tudo na vida gira em torno do sexo e cada um expressa-se da forma que sabe ou que pode, tal como uns escrevem melhor que outros. Claro que existem comentários que não lembram ao diabo, mas quem não os quer ouvir pode ser sempre sair à rua de tampões, ou então meter um auriculares e ouvir música.
- Que é que querem criminalizar a seguir? Comer com a boca aberta? Arrotar? Cuspir para o chão?
Dêem melhores condições às pessoas, tratem de educar as crianças e tratar os professores com respeito, pois com boa educação, passaremos a ter adultos a mandar piropos literários. E aí o mulherio já ficará todo contente, continuará a ser assediado sim, mas com classe!
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