terça-feira, 21 de setembro de 2021

A Árvore do Homem



Este ano de 2021 não tem sido particularmente rico em leituras. Estou em crer que deverá ter sido a seguir ao Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado que iniciei a leitura do livro "A árvore do homem" de Patrick White. 

Tinha o livro na estante, que me terá chegado às mãos por aquela minha ideia meia maluca de trocar Plantas por Livros e, depois de pegar nele e me ter informado, quer da história do romance, quer do autor que ganhou o Nobel da Literatura, resolvi avançar para a sua leitura. 

A minha edição do livro é do Círculo de Leitores e tem 650 páginas de uma letrinha muito pequenina. Talvez isso tenha ajudado a que este tenha sido, ultimamente, dos livros que mais demorei a ler, tanto que pelo meio li uns três, o Fátima Desmascarada de João Ilharco, O Ingénuo e Cândido, Ou o Otimismo de Voltaire. 


O romance está muito bem escrito e conta-nos a história da vida de Stan Parker e da sua mulher Amy que se mudam para os arredores de Sydney depois de Stan ter desfloresta um terreno de eucaliptos que herdou depois da morte do pai. E o livro é a história da vida simples e monótona dos Parkers, que por vezes é abalada por grandes acontecimentos como grandes inundações, incêndios, a guerra ou o nascimento dos filhos, mas é também a história das suas crises existenciais, do amor e a espiritualidade, as tentações e a luxúria, da falta de comunicação e diálogo, e muito também sobre como lidar com os outros e connosco próprios. Afinal, o que queremos para a nossa vida?

Mas talvez toda aquela rotina monótona também me tenha desincentivado a querer avançar rápido no livro. Mas não o abandonei. Fui sempre voltando a pegar a nele e avançando aos poucos, fazendo questão de o acabar e querer saber do rumo ia levar os filhos do casal quando saíram de casa, Ray, o puto traquina que só fazia asneiras e tinha má índole, e Telma, a miúda enfezada a adoentada mas que com toda a sua disciplina e ambição começou a subir na vida. 

A Árvore do Homem é um livro sobre a vida das pessoas e sobre o significado da vida. Não é propriamente um livro fácil de ser lido, pelo menos não o foi para mim. Mas muita vezes os melhores frutos da árvore são também os mais inacessíveis de lhe chegar.

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