Não tenho acompanhado grande coisa da campanha eleitoral nem sequer me interessam os debates do Porto ou Lisboa, afinal, não voto em nenhuma dessas autarquias. Interessa-me acompanhar minimamente o que se passa na minha freguesia e no meu concelho. Fui acompanhando algumas candidaturas, mas em consciência sei que só tenho uma opção de voto na freguesia, e duas para a câmara.
Sei que a cobertura jornalística tem sido miserável e parcial. Contudo há exceções. Ontem, por exemplo, fiquei maravilhado com a reportagem da Antena 1 que acompanhei no carro.
Na aldeia dos Cortiços em Macedo de Cavaleiros a Antena 1 encontrou um candidato com 101 anos, Mário Cardoso, nas listas da CDU, que é mais velho que o partido, o PCP (que tem 100 anos) e assume-se comunista desde sempre (apesar de também ter chegado a votar nos socialistas).
"Não íamos votar porque não nos deixavam falar. Os PIDE logo nos abafavam. Uma vez eu estava com o meu pai numa feira (o meu pai já era revolucionário naquele tempo) e estávamos a falar a respeito de política e vieram logo prender o meu pai e o compadre. Eram preso e nunca mais se viam.
"Eu sou comunista sim senhor por causa que detesto aquele homem que come o pão e não trabalha, porque um comunista quer o que é direito, não quer o que é dos outros".
"A gente agora queixa-se com mimo. Agora não falta nada. Agora come melhor a minha cadela do que comia a gente antigamente".
Na reportagem da Antena 1 ficamos também a saber que Adriano Correia de Oliveira, cantor de intervenção, dedicou a Mário Cardoso a música "Em Trás-os-Montes à tarde":
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