sábado, 7 de janeiro de 2023

A Americanização dos Serviços de Saúde Europeus em Curso


 Os governos conservadores sucedem-se no Reino Unido, a descapitalização dos serviços de saúde avança e o caos instala-se com centenas de mortos todas as semanas. As pessoas não conseguem consultas, automedicam-se, recorrem à internet e começaram as greves dos profissionais como nunca se viram. 

Nesta mesma semana em que saem notícias do caos da saúde britânica (esta notícia li-a no La Vanguardia)  abordou-se também no primeiro Old Friends do ano da Antena 1 a temática da saúde e, relembrar que os dois intervenientes são Júlio Machado Vaz e Sobrinho Simões são dois médicos e, como tal, com opiniões avalizadas sobre o tema. Aqui ficam alguns excertos bastante reveladores:

"Os serviços nacionais de saúde na Europa estão em risco de colapsar e não é por causa da Covid. É por questões de subfinanciamento e falta de pessoal. Nós não podemos dizer à malta: "não envelheçam"!


Em Inglaterra é caótico.
Há numerosas organizações a dizer que os governos conservadores têm tido um sistemático subfinanciamento. Depois a questão dos salários e de fuga de profissionais.

Está a acontecer uma americanização dos serviços de saúde na Europa?
É verdade. Está a acontecer isso que é péssimo pq o sistema americano do ponto de vista da eficiência é péssimo. O sistema é mais caro e muito pior que a Europa. Qualquer país da Europa, mesmo nestes fraquinhos, são melhor que os americanos em termos do custo-benefício. A América é extraordinariamente cara e é obsceno.

Todos nós portugueses ficamos espantados como é que há tantos hospitais privados e continuam a fazer hospitais privados num país pobre. Grande parte da medicina privada portuguesa é paga pelo contribuinte, por exemplo a ADSE.Sou a favor de manter a medicina privada e social mas não pode é ser à nossa custa.

Se há um tipo que tem um cancro e vai para uma instituição privada e nós já sabemos que se demorar mais de X semanas ele vai chegar ao teto e eles mandam-no para casa para um hospital público. Eles ganharam durante muito tempo com medicamentos caríssimos e ganharam uma vantagem económica enorme para os privados e depois os chaços vão para o público.

Acontece o mesmo com os partos. Se as crianças nascem bem é um sucesso e foi por cesariana e toda a gente fica felicíssima. Se por ventura ao terceiro dia a criança está mal, é pá chama-se o INEM e eles levam para o hospital público. E estes custos caem depois só no público.

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