Dia 29 de Janeiro de 2022, véspera das legislativas que irão encher o parlamento de fascistas. Pleno Inverno.
Não chove há semanas e pouco ou nada tem chovido neste Inverno que tem sido quente. Vários incêndios a decorrer no dia de hoje. De tarde andei de manga curta ao sol. Mas não suficientemente estranho, andei a regar as plantas porque a terra estava completamente seca.
Há um ditado popular que diz: "Muito vai mal Portugal quando não tem três cheias antes do Natal".
Relembro as palavras de Hélder Pacheco, em 1995:
"Quando a humanidade do meu quinteiro acreditava nas virtudes purificatórias e propiciatórias dos rituais para se defender do Mal, das Trevas, dos Mafarrico e demais forças ocultas, gozava à tripa-forra no Entrudo e em alguns dias do seu prolongamento no tempo da mortificação: a Quaresma. Era, claro, humanidade - como se diz agora - mais do que básica, pois, além de não possuir quatro canais de televisão a debitar telenovelas, suportava invernos à altura dos seus pergaminhos astrológicos e não travestidos de Primavera. Naquelas eras Inverno era Inverno, sendo preciso afastá-lo, renegá-lo deitá-lo fora como trapo velho para que o rejuvenescimento da Natureza fosse feliz e sem entraves. Eis, no fundo, a essência dos rituais do Natal à Páscoa, com plena representação na Serração da Velha, no enterro do João e na morte - queima - ritual do Judas antes da alegria esplendorosa da Ressurreição da Vida.
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