Sim e não. Sim, é a pessoa que tinha falado, mas não é minha amiga. Em boa verdade até já faz muito tempo que deixamos de falar.
Anteriormente já tinha aqui falado como as figuras públicas exercem um enorme poder de atração sobre os anónimos. E quem não me conhecer até poderá pensar que eu já tive uma amizade com alguma figura pública ou, pior, que andei envolvido de alguma forma com alguma. Lamento desiludir mas, não! E por isso não há detalhes sórdidos para ninguém!
Contudo, já tive uma pequena amostra quando me deparei com uma cantora, bem conhecida do meio que frequentava e que, muitos anos depois, acabei por ter como colega de trabalho. E a verdade é que, nunca a consegui ver como outra pessoa comum, igual a outro colega. Havia ali sempre uma diferença.
Se eu agora, por algum motivo, começasse a conversar, ainda que na net, com determinada figura pública, não tenho dúvidas que seria sempre toldado pelo fascínio, mais ou menos como a atração que, de noite, os mosquitos sentem pela luz.
Acredito que para um ~ilustre anónimo como eu, seja sempre uma espécie de troféu ou conquista, mesmo que ninguém saiba. "Eu sou amigo, ou eu relaciono-me ou eu ando a comer a pessoa X". Que fixe que é. Sou o maior! Porque o que vem primeiro não é o conhecimento da índole ou personalidade da pessoa pública mas sim o brilho do mediatismo e o feito de nos relacionarmos com alguém que tem determinado protagonismo e que está muito acima de nós.
Sim, eu conheci aquela senhora que apareceu na revista. Foi um conhecimento virtual ainda que, a determinada altura, até tenha sido agendado um encontro pessoal que acabou por não acontecer. Foi meramente um encontro casual num local inesperado do éter cibernético que desembocou em conversas e revelações pessoais.
Fomos trocando conversas entre dois iguais, meros ilustres anónimos e, só bem mais tarde, fruto de a ir acompanhando na sua rede social, comecei a perceber, bem antes das revistas, que se estava a tornar numa figura de destaque mundial.
Guardo para mim a triste revelação (na minha maneira de ver as coisas) que nunca se apaixonou. Que estava farta de ver as amigas sofrer por causa das suas relações. Então, decidiu nunca se entregar. Começou a pedalar com rodinhas na bicicleta e resolveu nunca mais as retirar com medo de cair. É verdade que assim não corre o risco de cair e aleijar-se, mas também nunca conhecerá a sensação de pedalar livremente. Viver sempre debaixo da cama com medo que a casa um dia venha abaixo também não é viver. É só existir. A dor faz parte da vida, tal como faz a alegria. É legítimo estar sempre na defensiva, mas eu acho triste. Mais triste ainda foi confessar-me que achava que os homens só a viam como um bom naco de carne para foder.
Deixamos de falar, de forma natural, tal como deixamos de falar com tantas outras pessoas com quem nos cruzamos na net. Como deixamos de falar com os próprios amigos, que estão à distância de um clique na rede social. Também sei que será uma pessoa extremamente ocupada, sempre a viajar de um lado para o outro lado do mundo e a gerir o grupo de pessoas que com ela trabalha diretamente. E depois eu também nunca gostei de sentir que estou a forçar algo. Gosto de deixar fluir.
Fico feliz que esteja a ter muito sucesso porque o trabalho ou o sucesso profissional, e consequente reconhecimento pessoal, é sempre uma componente importante das nossas vidas. Mas mais importante que o brilho dos holofotes, espero que longe deles, a vida pessoal também lhe esteja a correr bem.
Humm... Vamos ter de falar! Se bem que tu agora és um semi famoso! Já és o konigvs que é reconhecido por muitos jornalistas no Twitter! 😉
ResponderEliminarSim, eu conto-te tudo, coisas que não ficaria bem revelar aqui!
EliminarMas lá estás tu! Eu não sou nada famoso! Nem que tivesse dez mil seguidores. Eu sou um anónimo que escreve umas frases na net. Qualquer um pode fazer isso. Ou então, nas redes sociais somos todos famosos! A única coisa que constatei é que aquele nosso colega que fecha o ano sempre muito cedo não estava certo. Eu fui para o Twitter dizer o que penso e não fui metralhado. Mas se fosse também estava tudo bem na mesma. De resto confesso-te que readquiri a vontade de escrever aqui (isto são fases) onde ninguém me lê ;)