quarta-feira, 20 de maio de 2020

Amizade Entre Mulheres é Apenas Uma Trégua Nas Hostilidades

Cá em casa dos mais pais, antes de jantar, e até há pouco tempo, a televisão estava sempre ligada no Preço Certo, mas desde que apareceu o programa dos "agricultores" que não sai do mesmo canal. E é o único bocadinho de televisão que vou vendo. O programa é uma terrível seca e aborrecimento. Se na segunda-feira estão à mesa no pequeno-almoço no episódio de sexta-feira ainda estão à mesa só que ao jantar. E durante todos os outros dias repetem e repetem e repetem sempre as mesmas coisas. 

Mas botar o olho no programa deu no entanto para perceber algumas coisas. Desde logo como é ser agricultor em Portugal. Percebi que a maioria dos agricultores passam montes de tempo a passear, mormente a cavalo mas também de carro e gostam muito de conversar, mas abrigados do sol, pois quase todos os concorrentes apresentam uma tez tão queimada do sol como a Branca de Neve! 

Mas, tudo bem, aquilo é um programa de engate e os agricultores têm que conversar para ver se arranjam par, ainda que, na maior parte das casos não parece que eles queiram encontrar o amor, mas sim querem só encontrar uma companhia que os ajude no negócio e isso não é desde logo um bom princípio. 

E eu não percebo muito bem as regras e a orgânica do programa, mas sei que há uns agricultores a quem lhes calhou duas cabras, perdão, duas mulheres, enquanto a outros calhou três, e a agricultora até teve logo direito a quatro homens! Mas uma coisa salta logo à vista: a forma como os concorrentes se tratam entre si. Não há nenhum agricultor que tenha mulheres em casa e em que não haja intrigas, manipulação, chatices e discussões ou choro. Já a agricultora tem quatro marmanjos em casa cheios de testosterona, mas estão sempre na galhofa e divertidos entre si. Por estes dias apanhei até uma parte em que a agricultora teria que mandar um dos convidados para casa e um dele diz em jeito de desabafo: "ou saímos todos ou não sai ninguém". 

E é isto que eu nunca consegui entender nas mulheres, este comportamento de quem parece estar sempre a marcar o território, sempre na defensiva, com uma agressividade latente quando outra mulher está por perto.

O título desta publicação é de Rivarol, um escritor francês do século dezoito. Não podia ser mais atual. 

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