"A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão."
terça-feira, 16 de agosto de 2022
E a Verdade que Importa é que Nunca te Deixo ir...
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
A Minha Vida é uma Paródia
sábado, 13 de agosto de 2022
Que Livro dar a Alguém Que Nunca Leu Nada?
Dou-te uma sugestão, eu uso muito o goodreads.com tem um sistema de classificação que me dá boas referências (se o livro tem nota 4 ou + é normalmente interessante) para além de aparecerem resumos e críticas que me ajudam a perceber melhor o interesse do livro.
Livros romance/fantasia da Juliet Marilier (fantasia/Celta), ou mais só romance tipo clichê da Nora Roberts. Fáceis de ler e softs.
Não é uma má sugestão, mas não sei se sugeria Ray Bradbury a quem nunca leu nada.
O meu namorado nunca tinha lido um livro até me conhecer e o primeiro que leu foi o Hippie do Paulo Coelho que fala sobre viagens. Hoje em dia ele lê mais do que eu e tudo porque me viu a ler esse livro e teve curiosidade. Acho uma boa sugestão
Qq coisa da Sophia de M.B. Andersen? Talvez A Menina do Mar. Ou o Diário de Anne Frank?.. Mais "soft" do q isto?
Difícil de responder. O Perfume - P Suskind, pode ser interessante
Guerra e paz ou os Maias.
Mia Couto! Nada melhor que Mia Couto. Sugiro este pro cada vez q querem começar a ler
Qualquer um da Catherine Clément. Eu talvez começasse pel’A Senhora. Ou qualquer um do Richard Zimmler, talvez começando pel’O último Cabalista de Lisboa
O estrangeiro. Camus
A mim, o que me cativou foi “A Relíquia” de Eça de Queirós. O que me ri com aquele livro. Já tinha lido outros, mas aquele marcou-me! É por acaso, há muito que não leio. Tenho que recomeçar :)
Para alguém que não lê... Jerónimo Stilton.
Catarina de Bragança ou Felipa de Lencastre da Isabel Stillwell caso gosta de História e de Rainhas fortes e marcantes
Corin Tellado... romance anos 60
Pessoas Normais da Sally Rooney. É o livro certo para alguém que cresceu com a internet descobrir lugares emocionais onde só se vai através da literatura. A linguagem é acessível e o universo da obra também
"No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar levantou-se às 5 e 30 da manhã para esperar o barco em que chegava o bispo.” Crónica de uma morte anunciada, Gabriel Garcia Marquez
Algo que cative desde logo, sugiro bd. Existem coisas giras de todo o tipo. O Ghost world, o sandman nos americanos. Franco belga, o Astérix, tintim, o Decálogo se quisermos uma coisinha mais exigente. Manga, samurai x eventualmente. É um romance muito interessante
Eu sugeria a “Parábola do Cágado Velho” de Pepetela. Lembro-me que me marcou imenso na altura. Outra sugestão, e sem ironias, poderia ser “As 50 sombras de Grey”. Aquilo, admitamos, prende!
Para quem nunca leu, pode começar pelo o Homem que plantava árvores de Jean Giono.
Deixo-lhe aqui algumas sugestões: Deve ser primavera algures - Pedro Rodrigues Onde - José Luís Peixoto Morreste-me - José Luís Peixoto
As redações da Guidinha do Sttau Monteiro!
Eu, que não sou de ler, vi-me "obrigada" a ler para literatura inglesa "of mice and men" Até lia o livro devagar para não acabar e chorei com o final :')
A metamorfose, do Kafka. curto e cativante
Para começar qualquer livro de Mia Couto
O Código Da Vinci e semelhantes. Sim, não é bom. Mas é um page turner, e neste momento a prioridade parece ser essa.
Faulkner. Não há melhor escritor para começar
Aconselharia um livro divertido de BD, com boa ilustração.
Mulherzinhas
“Anibaleitor” do Rui Zink
As revistinhas da Turma da Mônica, se não puxar pela leitura já nada mais puxa.
O Principezinho, precisamente.
“O diário de Adão e Eva” Mark Twain
Loucura de Mário Sa Carneiro. Poucas páginas mas um grande livro
Pode tentar outra abordagem. Para treinar o inglês dela, ofereça-lhe "The Book Thief". Mesmo em inglês é fácil de ler e cativante. Pode ser que com o intuito de melhorar o inglês funcione!
O Siddhartha de Herman Hesse, lê-se num dia e é lindíssimo.
Sugiro um thriller ou um livro de humor. Os livros românticos são outra hipótese mas depende do alvo...
Qualquer um daqueles que faça querer avançar
“A história do Gato e da Gaivota que o ensinou a voar”. Do Sepulveda. Curto e fofo. A biografia de um/a artista q ela goste. Mas também podes ter uma abordagem diferente- “A Grande Fabrica das Palavras” é um livro da seção infantil com uma magnífica história. (Fernanda Freitas)
A lua de Joana
O estranho caso do cão morto.
Se isto é um homem" Primo Levi
Se gosta de filmes e séries porque não começar por novelas gráficas? (Maus e Persepolis)
Balada para Sophie
Leitura leve, Moby Dick, Grandes Esperanças. Algo diferente, A Romana (Alberto Moravia).
"Sexus" de Henry Miller.
Isso é como pôr alguém que quer aprender a conduzir logo ao volante de um Ferrari
Qualquer um do Mia Couto, talvez começar por um dos mais pequenos. Por exemplo 'Um Rio chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra'
Um bom livro de contos. Talvez o "Todos os contos" da Lispector.
A minha sogra, 75 anos, depois de se ver viúva e sem ninguém para cuidar, olhou para a estante e lembrou-se de abrir um volume das obras completas de Eça de Queiroz que lá jaziam. Já leu A relíquia, o Primo Basílio, os Maias, o Crime do Padre Amaro, etc. Por isso recomendo Eça.
Para quem nunca leu nada, recomendo "Eurico o Presbítero" de Alexandre Herculano. É um romance histórico de fácil leitura e que "prende" desde o início!
"O velho que lia romances de amor" de Luís Sepúlveda. Só tem cem páginas e é de fácil leitura.
E a história de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar
Não ter lido o pricipezinho é uma das vantagens de nunca ter lido nada. Adiante, que o tweet não é sobre isso. Algo não muito complicado, para começar: o velho que lia romances de amor.
A Sombra do Vento
Tenta dar-lhe umas mangas para começar. Poucas palavras e muitas imagens.
A Arte da Guerra!
Pode começar por Ulisses de James Joice...
Isto Vai Doer - Diário secreto de um médico" de Adam Kay é um livro engraçado
A Cabana do Pai Tomás...
Pulp" ou outro do Bukas.
Sob o sol jaguar.... Italo Calvino
Doze contos peregrinos, de Gabriel G Marquez
O Perfume
A Pequena Vendedora de Fósforos de Hans Cristian Handersen.
Coisa mais simples de ler, ainda mais que o Principezinho: O Homem que plantava árvores, do Jean Giono. Também é das coisas mais bonitas que vai ler, a par do Principezinho. Depois, O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos. Se nada disto a agarrar, é desistir.
O Visconde Cortado ao Meio
"Por favor não matem a cotovia", "A Rapariga que roubava livros", "O grande Gatsby". São todos razoavelmente fáceis de ler, com uma escrita fácil e acessível e um ritmo bom. Já estive numa situação idêntica e resultou para a pessoa em questão. Mas depende, claro.
O Mistério da Estrada de Sintra. Foi publicado no Diário de Notícias, de Lisboa, sob a forma de cartas anónimas. É a primeira narrativa de cariz policial da literatura portuguesa, e marca a estreia literária de Eça de Queirós, em colaboração com o seu grande amigo Ramalho Ortigão
Crónica de uma morte anunciada ou O Estrangeiro.
Bichos - Miguel Torga (profundidade de um grande autor, moderada pelo facto de ser um livro para garotos) Ou se a quiseres impressionar com retratos de verdadeira natureza humana: Contos da Montanha, ou Os Novos Contos da Monhanha, também do Torga Tudo histórias curtas, cativantes
Talvez “Os capitães da areia” de Jorge Amado.
Cozinha confidencial do Bourdain. Se ela curte restaurantes, vai curtir esse.
"A cartilha maternal” do João de Deus, depois de aprender nunca mais pára.
Um de crónicas do Ricardo Araújo Pereira, se ela lhe achar graça.
O monge e o executivo de James hunter..
Limitless.
Nicholas Sparks ou uma coisa do género… muito soft, de praia e um bocadinho lamechas
De João Ubaldo Ribeiro. Educativo e um page turner
Sugiro: os livros que devoraram o meu pai. Afonso Cruz. Pode ser que abra o apetite pela leitura.
Se ela gosta de psicologia “O homem que confundiu a mulher com um chapéu” de Oliver Sacks É super fácil de ler, tem alguma comédia a mistura na escrita dele e aprende-se alguns conceitos bastante interessantes
Código de Da Vinci. Cola uma pessoa
Que assuntos lhe interessam ? Acho que será importante pensar nisso. Ela gosta de séries policiais, rom coms, thrillers, sci-di? (Tentei ler o princepezinho e detestei, no entanto, li paletes de livros na adolescência).
Histórias extraordinárias, de Edgar Allan Poe; O meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos; A menina que roubava livros, de Markus Zusak; A cor do Hibisco, Chimamanda Ngozi Adichie; Rumo a Casa, Yaa Gyasi; Melhores Contos Espirituais do Oriente, Ramiro Calle.
Só para destoar, Crónica dos Bons Malandros, do Mário Zambujal. Pequeno, leve, e a pessoa parte-se a rir. E é o Mário
Rosa Lobato Faria. Qualquer um. Simples, curtos e agarram o leitor. Ofereceram-me "Os três casamentos de Camila E.". De seguida, comprei todos os outros dela. A leitura simples é uma boa aposta para quem não tem hábitos de leitura.
Se ela gosta de psicologia “O homem que confundiu a mulher com um chapéu” de Oliver Sacks É super fácil de ler, tem alguma comédia a mistura na escrita dele e aprende-se alguns conceitos bastante interessantes
Os Filhos da Droga. Muito popular quando era pré-adolescente. E para algueym com interesse em psicologia, a dependência (e esta história verídica) podem ser fascinantes.
Dom Casmurro, A Morte de Ivan Ilitch, A metamorfose, O Jogador, A Quinta dos animais, Os contos dos irmãos Grimm, e Dicken
"O Romance da Raposa" de Aquilino
Novos dados requerem novas sugestões. Noites Brancas-Dostoievski
Os mais curtos de Don Winslow
Os Pilares da Terra
Com esse perfil, acho que iria gostar dos livros da Marian Keys (leves, divertidos e com alguma loucura, à mistura). Para começar sugiro: Melancia e Los Angeles :)
Cândido ou o Optimismo, de Voltaire.
Chocolat, Johanne Harris é sobre comida, sabores e romance, pode se interesse
Contos, autores mediante interesses da colega. E qualquer livro da Adília Lopes. O Manhã é óptimo para descobrir o prazer em ler.
‘Ninguém escreve ao coronel’ porque poucos escrevem como GM. ‘Ficções’ porque Borges vale muito a pena.
Como é linda a puta da vida do MEC :)
Erico Veríssimo é de leitura muito agradável (começar com Clarissa, seguir com Música ao longe, Caminhos cruzados, Um lugar ao sol, Saga, e deixar para o fim a trilogia "O tempo e o vento").
Já agora, Somerset Maugham tem vários volumes de contos muito giros e agradáveis de ler (era um fabuloso contador de histórias) e alguns romances não muito longos e muito bons. As traduções dos Livros do Brasil são muito boas.
Os contos curtos do Manuel da Fonseca são de leitura muito agradável e com uma componente de análise psicológica muito gira. "À lareira, nos fundos da casa onde o Retorta tem o café" é um livro de crônicas muito giro, também do M da Fonseca.
Os contos do Checkov são frequentemente muito giros, embora às vezes sejam desconcertantes, e há uma série de volumes em tradução bastante boa.
O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë é um livro fascinante e não é muito longo, tem um bom ritmo.
Se ela tiver sentido de humor, começa com os "Casos do Beco das Sardinheiras", do Mário de Carvalho. Já converti alunos renitentes à leitura com esse livrinho.
Memória das minhas p*tas tristes do Gabriel Garcia Marquez - é pequenino, por isso há aquela satisfação de acabar um livro.
qualquer coisa do john green, as historias dele viciavam me imenso quando tava no secundario ou isabel allende
Eu gosto de Arturo Perez Reverte. O jogo de xadrez ou assim. Bem escritos e leitura leve/média.
A trilogia das Jóias Negras, escrito pela Anne Bishop. Foram os primeiros livros de fantasia que li, e nunca mais parei
Lembrei-me, não sei pk de “a vegetariana” Hang Kang “ Nada maçador Leitura fácil Tema pertinente
Também recomendava policiais da Ágatha Christie. Em jovem li tudo o que havia dela e não conseguia parar. O enredo ajuda a prender para descobrir o assassino. Boa sorte nessa tarefa hercúlea. Os Maias que eu adorei como todo o Eça é muita areia para a camioneta dela para já!
Tudo de Bill Bryson.
Há um do Murakami que é capaz de resultar para alguém assim: After Dark, ou Os Passageiros da Noite. Pequenino, estranho, cinemático, misterioso. Já o li há muito, mas sendo Murakami é muito provável que passe por comida e restaurantes.
O primeiro do Quarteto de Alexandria, o Durrell é bom para quem gosta de viajar.
Obras de Sophia de Mello Breyner: A fada Oriana; A menina do Mar; A floresta etc. Literatura infanto-juvenil que, talvez, lhe agrade.
quinta-feira, 11 de agosto de 2022
Tens a Certeza que Gostas de Pretos?
"O racismo é um problema difícil de abordar. Como e o quê poderemos considerar racismo? Hoje pouca gente considera alguém inferior ou superior só porque pertence a esta ou aquela raça, tem esta ou aquela cor. É que o racismo anda misturado com tantos outros fatores que por vezes nos é difícil reconhecê-lo. A primeira interrogação acerca do racismo, que me surgiu, foi quando o paquete acostou ao cais de Luanda e vi todos aqueles negros, da mangueira na mão, preparados para o abastecer de combustível. É que não vi sequer um branco em algum trabalho pesado, duro; esses trabalhos eram executados por pretos. Até que ponto isto é expressão de racismo? Ou será expressão de uma exploração meramente económica?
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
Ó Viagem Medieval: 30 é Mais do Que 70?
Tinha ficado alinhavado uma visita no fim de semana com os colegas de trabalho. Mas falei com o meu amigo. A namorada não podia, mas veio ele. Combinamos às três da tarde e às três da tarde estava eu a dar cinco euros pelo bilhete de uma feira que durante tantos anos foi gratuita.
Lá nos encontramos junto à igreja e aquela hora, eu, que já lá vou há mais de vinte anos, nunca tinha visto tanta gente. Este ano é sempre tanta gente em todo o lado. Depois de dois anos em casa está tudo cheio de dinheiro e a querer gastá-lo e meter fotos na internet para mostrar que são pessoas que fazer coisas.
Pusemos a conversa em dia, quase em modo caminhada pelas ruas e floresta da feira. Invariavelmente falamos sempre da política, da nossa vida. Falou-me que agora comece Lisboa como as palmas das mãos. Que se tivesse hoje vinte anos ia viver para lá. É lá que estão as boas ofertas de trabalho e que se ganha bons salários.
Disse-me também que se sentiu especial. Afinal, no meio de todo aquele maralhal era a única pessoa que estava de máscara. E claro que eu só me dou com pessoas especiais!
Apesar de fresco o sol acabou por me avermelhar a testa. E eu que ando quase sempre com protetor solar. Mas para a testa não queimar é preciso aplicá-lo na testa. E ainda por ali estivemos um bom tempo sentados, à sombra.
Aquelas ruas repletas de gente. Às cinco da tarde já eram enormes as bichas para comer. E grandes ajuntamentos não é mesmo para mim. E bem antes do previsto acabei mesmo de me vir embora com ele.
No dia seguinte a surpresa: no jornal a organização fala num recorde de visitantes de sempre e fala nuns impressionantes trinta mil visitantes. Acontece que em 2019, tinham anunciado setenta mil visitantes!
A organização da viagem medieval mostra que leva o rigor histórico da feira medieval muito a sério encarna o perfil da grande generalidade das pessoas na Idade Média não sabia ler nem escrever. Contudo, ainda assim, essas pessoas para fazerem a sua vida e irem à feira e comprar e vender sabiam contar.
segunda-feira, 8 de agosto de 2022
Pra Quem Nem Sequer um Torneio de Bisca Tinha Organizado...
Saía do treino, tarde e a más horas com o meu colega e ele pergunta-me: vamos à banda perguntar ao Ricardo se nos deixa organizar um torneio lá?
E assim foi. O dono do café que explora o espaço logo acedeu de forma simpática, comunicamos no grupo da direção como quem nem sequer espera o aval, e avançamos. E rapidamente ele já tinha patrocinador para os prémios, cartaz, enquanto que eu fiquei com a organização da competição.
Arranjei todo o material, separadores e marcadores na associação, e comecei a pensar na forma de organizar o sorteio, fase de grupos e eliminatórias até à final.
Divulgamos os cartazes bem como nas redes sociais. Desde a primeira hora sabia que os nossos amigos do Vila Verde viriam, recebi também e de forma surpreendente a inscrição de um clube do Porto com três senhores veteranos e federados já nossos conhecidos de outras competições e fomos aguardando por mais inscrições.
Comecei a ficar nervoso e ansioso. Não sabia se haveria de estar só na mesa a organização o torneio ou se também poderia jogar. Pesei os prós e contras. Seria bem mais tranquilo estar só focado na organização mas a verdade é que eu gosto de jogar. Acabaram por me incentivar e assim foi. Fiz as duas coisas.
No dia anterior ao torneio transportamos as mesas para o local do evento e montamos o espetáculo que se realizaria no melhor dia para não sofrer nenhum desgosto: o 31 de Julho porque depois entraria Agosto!
Preparei o sorteio que foi quase mais complexo que um sorteio da Liga dos Campeões! Os papelinhos, em cartolina preta foram tirados pelo dono do café. À noite ainda estive a tratar de algumas coisas. Enviar e-mails para os dois clubes que vinham, fazer os mapas com os jogos dos grupos que iriam estar na mesa de quem arbitrasse. Fui deitar tarde e levantei cedo, para cedo estar a receber os atletas. Levei o computador portátil e a impressora da coletividade.
E as pessoas começaram a chegar. Recebia o dinheiro das inscrições e comecei a preparar o início dos jogos. Fazia a chamada dos atletas que iriam jogar de seguida. E também tive que jogar quando chegou a minha vez,
Foi tudo muito simples, sem conflitos, todos com um bom espírito de desportivismo e as coisas foram decorrendo bem. E eu lá fui avançando também na competição e a determinada altura percebi que já estava nos quatro finalistas.
Iniciamos a competição pouco depois das 9h e acabou depois das 17h.
E por grande sortilégio, na meia-final, iria defrontar o mesmo atleta que me tinha vencido em São Pedro da Cova há uns meses. E voltei a perder pelos mesmos 3-2 porque, de facto, ele é-me superior, ainda que os jogos sejam sempre discutidos taco-a-taco até ao final e a vitória possa cair para qualquer dos lados. E um dia terá que cair para o meu. Pelo menos assim espero!
Gosto muito daquele pessoal de São Pedro da Cova. Parece-me boa gente.
E, seguindo o que tinha delineado, iria-se jogar, antes da final, a atribuição do terceiro e quarto lugares. Mas logo o senhor da equipa federada do Porto me disse que nestes torneios individuais não há esse jogo, só por equipas. O colega dele contrapôs que nós é que estávamos a organizar e nós é que tínhamos que decidir e, se queríamos fazer esse jogo, ótimo! Eu ainda tentei escapar, porque, como estava a cair de cansaço queria mesmo era descansar, mas como vi que o senhor que iria disputar o pódio comigo queria jogar lá acedi.
Pensei mesmo que iria perder. Primeiro porque da última vez que jogamos ele venceu-me, depois, porque já não podia com uma gata pelo rabo! Mas a verdade é que, mesmo assim, acabei mesmo por vencer por 3-1 e garanti o último lugar do pódio. Não é que fosse importante, mas, se não tivesse disputado esse jogo teria ficado em quarto lugar porque o terceiro lugar seria atribuído a quem perdesse com o vencedor do torneio.
E a final, mesmo para um torneio amador como este, acho que foi espetacular. Muito bem jogada. Foi discutida até à última jogada e caiu para o senhor mais velho, ficando o meu conhecido num honrroso segunda lugar.
Logo de seguida improvisamos o pódio, que no dia anterior tinha sido pintado cá em casa pela minha mãe!, e chamei os três primeiros classificados, começando por mim mesmo! A filha do dono do café procedeu à entrega dos prémios simbólicos e as pessoas começaram-se a despedir, desfazendo-se em elogios e afirmando que passaram um domingo espetacular.
E no fim de tudo é isto que importa. Passar bons momentos. E neste dia, muito mais importante que a minha prestação desportiva, e ainda por cima estamos a falar de desporto amador, era que as coisas tivessem corrido bem e as pessoas tivessem gostado. E gostaram.
E, tendo em conta que nunca sequer tinha organizado um torneio de bisca, acho que até me saí muito bem!