Estava na dúvida. Vou ou não ao Lidl quando sair do trabalho? Nem sei. Vou ao de Avintes ou ao que fica aqui ao lado da empresa mas tenho que ir um pouco para trás? Saí, liguei o carro, e decidi virar para a esquerda e ir para trás, ao Lidl que fica perto da empresa.
Entrei e não pude desde logo deixar de olhar para as plantas que estão, estrategicamente, expostas à entrada. E eu com as plantas sou pior que uma gaja na Parfoi, e rapidamente cobicei uma Lança-de-São-Jorge. Bom, deixa-me ir lá comprar o que vim comprar e no fim passo por aqui para levar a planta. E assim foi, com as compras feitas, regressei à zona das plantas para levar a plantinha e dirigi-me para a bicha da caixa de atendimento que entretanto se tinha formado.
À minha frente, um senhor de cabelos brancos, apanhados por um pequeno rabo de cavalo que pareceu ter ficado a olhar para mim.
- Tu és lá dos meus lados (...)!
- Não estou a reconhecê-lo. O senhor conhece-me? Mas não! Sou de bem mais longe!
- Ah, é que tu passas por mim todos os dias, ali perto do Estádio, quando estou a tirar o carro da garagem!
É muito curioso como, todos os dias, e por este ou aquele motivo, passamos por diversas pessoas nas quais reparamos, enquanto muitas outras, pelas quais também passamos todos os dias, mas que nos são invisíveis. E também nós seremos umas dessas pessoas, invisíveis para muita gente, enquanto que, outras repararão em nós.
Já a senhora minha mãe, por causa da minha fisionomia, acha que eu sou muito conhecido e que muita gente me reconhecerá de vista. Sim, talvez... ou talvez não tanto assim.
- Pensei que trabalhasses na empresa de música, por causa do teu aspeto viril!
É bom saber que, afinal, ainda é possível travar amizades na bicha do supermercado. Travar amizades com pessoas que nos são invisíveis, mas que todos os dias reparam em nós.
Sem comentários:
Enviar um comentário