sábado, 24 de setembro de 2016

Cando penso que te fuches


Praça Maior - Lugo

Cando penso que te fuches, 
Negra sombra que me asombras, 
ó pe dos meus cabezales 
tornas facéndome mofa.
Cando Maximo que es ida, 
No mesmo sol te me amostras, 
i eres a estrela que brila, 
i eres o vento que zoa.
Si cantam, es ti que cantas; 
Si choran, es ti que choras; 
i es o marmurio do rio, 
i es a noite, i es a aurora.
Em todo estás e ti es todo, 
Pra min i em min mesmam moras, 
nin me abandonarás nunca, 
sombra me abandonarás nunca, 
sombra que sempre me asombras.


Rosallia de Castro (1837-1885) 


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