Os grandes líderes políticos vêem nas graves crise, tal como os grandes jogadores se vêem nos grandes jogos. Porque sem sermos testados somos todos os melhores da nossa rua. Em plena pandemia, seria de esperar da mais alta figura da nação, postura e sentido de estado, e é tudo que faltado em Marcelo Rebelo de Sousa.
Ser-se presidente enquanto tudo corre bem é fácil. Aprovam-se as leis, faz-se uns discursos bonitos aqui e ali, aparece-se em todo o lado, distribuem-se abraços e beijinhos, tiram-se milhares de fotografias, condecora-se muita gente e fica-se sempre bem na fotografia.
O primeiro caso de coronavírus COVID-19 apareceu em Portugal há cerca de um mês. Uma semana depois, Marcelo decide suspender a agenda e fazer um teste, quando o que a DGS disse é que os testes só seriam feitos a pessoas com sintomas. Marcelo não apresentava qualquer sintoma de estar infetado e o resultado deu negativo. Marcelo mesmo assim, manteve uma quarentena voluntária, e quinze dias depois voltou a fazer novo teste!
No dia 18 Marcelo decreta o estado de emergência e diz: "Isto é uma guerra, temos que estar todos unidos". Dia 2 de Abril, um mês depois de conhecido o primeiro caso de coronavírus em Portugal, Marcelo prolonga o estado de emergência e diz: "este é, vai ser, o nosso maior desafio dos últimos 45 anos".
Dois dias depois e em plena fase crítica, em que todos apelam a que os portugueses fiquem em casa e limitem os contactos sociais desnecessários, o que é que Marcelo Rebelo de Sousa faz? Vai visitar uma exploração agrícola e ver como vai a plantação de tomate!
Marcelo, como é sabido e exposto pelo próprio é hipocondríaco, e, carrega sempre consigo um monte de medicamentos para qualquer eventualidade. Só que, infelizmente, a falta dos holofotes e do protagonismo político é ainda maior que o medo de ser infetado. Mas o que o país não precisava neste momento era de um presidente da república que em vez de ajudar, atrapalha o trabalho dos outros. Quando o melhor que podia fazer era dar o exemplo e ficar resguardado, não, logo a seguir a prolongar o estado de emergência lembra-se de ir ver como estão os tomates!
Ele esteve em quarentena porque esteve em contacto com os primeiros infetados, acho eu que foi ao hospital onde eles estavam... No fundo até acho importante ele ter ido lá porque no fundo está a mostrar que a agricultura é um setor fundamental na nossa sociedade. Que em tempos de emergência, eles não podem parar para que não nos falte nada. E muitas vezes as pessoas menosprezam quem trabalha na agricultura.b
ResponderEliminarMas a questão não é essa Cristina, porque todos os setores são importantes, ainda que uns mais do que outros. Os lixeiros por exemplo, correm grande risco e são essenciais senão o lixo acumula-se nas ruas. As pessoas que trabalham nos supermercados, a merceeira aqui da rua que corre muito risco porque toda a gente aqui da aldeia lá vai comprar porque não se quer deslocar aos hipermercados; muitas áreas são importantes.
EliminarE no meu entender o Presidente da República, depois de decretar o estado de emergência (que eu não sou contra) e depois de fazer o discurso que faz, não pode dar sinais contrários! Tu olhas para esta fotografia e que mensagem passas? Que está tudo bem, pois vês o presidente da república, que tem mais de 70 anos, é uma pessoa de risco, e passa a imagem aos outros velhos todos que podemo andar por aí a dar água sem caneco na letra, sem máscara, na boa, que está tudo tranquilo! Do meu ponto de vista o Marcelo está a correr atrás do prejuízo porque ele foi muito criticado - e desceu na simpatia popular contrariamente ao Costa que subiu - por simplesmente ter desaparecido logo nos primeiros dias de coronavírus em Portugal. E então agora, e ainda por cima porque tem presidenciais para o ano, quer ter algum protagonismo mediático. Mas está a fazê-lo da forma mais errada possível!
Pelo contrário, e para te dar um exemplo do outro político do mesmo partido (PSD) que o Marcelo, o Rui Rio do ponto de vista do sentido de estado, tem tido uma postura completamente exemplar. Exemplar! Não tem criticado o governo, nem criado dificuldades, tem apresentado as suas propostas concretas do ponto de vista económico, etc. E basta tu olhares para o que fez Passos Coelho (do mesmo PSD) que aquando dos incêndios de Pedrógão teve uma postura miserável, tentando ao máximo sacar aproveitamento político da desgraça vindo dizer (mentindo) que o governo estava a esconder mortos, quando essa área nem sequer era da alçada do governo mas sim do Ministério Público, e ainda veio dizer que as pessoas em Pedrógão estavam abandonadas sem apoio psicológico, o que também foi desmentido. E até te digo que, do que tenho visto, todos os partidos se têm portado à altura das exigências, independentemente dos seus pontos de vista ideológico, e ainda que alguns tenham dado umas piruetas de 180º.
Mal, a meu ver, esteve também o Ventura que, porque também perdeu protagonismo mediático (que está como é lógico ocupado a 100% pela pandemia) decide demitir-se (para certamente depois se candidatar de novo) e achando que esta é a altura altura ideal para o fazer. E pronto, ainda não vi o que escrevi mas cheira-me que isto dava quase uma publicação sobre o comportamento partidário em plena pandemia!
Obrigado pela visita! e boa quarentena! ahahah
* ter ido lá, à plantação de tomates.
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