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domingo, 21 de março de 2021

Ciclovia com Obstáculos!

O Cais da Lixa, em Gondomar tem uma ciclovia nova. Nova e inovadora: tem obstáculos! Alguém achou que, o melhor sítio para colocar a sinalização fosse, deixa pensar bem, no meio da ciclovia, para o pessoal se poder aleijar bem contra os postes! Esta gente dos gabinetes certamente que não anda bicicleta, e, provavelmente, também deve ter feito o curso, como o outro, por equivalência do rancho folclórico! 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

As Pessoas Enganam-se Tanto


Primeiro fim-de-semana de novo pseudo-confinamento. Mais uma camada de geada a deixar tudo branco no monte e nas ruas, mas também um belo dia de sol, antes da chegada da chuva, amanhã. Decidi ir fazer o meu "passeio higiénico", neologismo que dá para as pessoas justificarem tudo aquilo que não seja o seu dever de estar em casa confinadas e, logicamente que neste caso contra mim falo porque também saí, ainda que, em minha defesa, possa dizer que quase não me cruzei com viva alma. 

Peguei na bicicleta e fui fazer um pouco de exercício, não que já esteja propriamente redondo, mas, principalmente, arejar um pouco em véspera de mais uma semana de "trabalho". Resolvi ir para montante do rio Douro, aldeia vizinha e freguesa anexada e fui explorar uns caminhos ali pela beira do rio. 

Saí de mochila às costas e roupa comum, botas e caças de ganga justas e elásticas, porque não sou daqueles que para andar de bicicleta têm que vestir o equipamento desportivo todo, como se fossem fazer a volta a Portugal. Saí agasalhado, com gorro preto na cabeça e óculos de sol. Cabelos esvoaçantes e barba de duas semanas. 

Por onde passava e se me cruzava com alguém, educadamente dizia "boa tarde". Imagino que para quem me leia e que viva na cidade isto pareça estranho, mas nas aldeias, quer as pessoas se conheçam, ou não, sempre foi normal cumprimentarem-se, e não vergarem simplesmente os cornos ao chão, fazendo de conta que não vêem ninguém. Até me estou a lembrar, dos sítios onde fui fazendo caminhadas, sempre vi o bom hábito das pessoas se cumprimentarem. Em Espanha, por exemplo, sempre que me cruzava com alguém, quer na Senda Del Cares ou nos Lagos de Covadonga ouvia sempre um "Holla!". 

Então sempre me pareceu natural e instintivo cumprimentar quem passa. Ontem, infelizmente, várias vezes do outro lado respondia-me o silêncio. Numa das ruas, de boas vivendas (a aldeia vizinha não é como a minha, pobre, até porque em tempos até já foi sede de concelho) mas entretanto chego a um cais onde estavam dois pescadores a pescar e, minutos depois, no regresso, cruzo-me de novo com o senhor, um dos que não me respondeu e vi-o a fechar o portão da sua bela vivenda, não fosse eu decidir, sei lá, assaltar-lhe a casa, em pleno fim-de-semana de confinamento com toda a gente em casa!

Pedalar calmamente também é bom para pensar. E eu refletia como há coisas que não mudam. Há uns anos lembro-me (já não sei se contei esta história aqui no blogue) que uns emigrantes radicados em França, numa altura em que estavam de novo cá na aldeia, ficaram estupefactos a olhar para mim quando passei por eles na rua. E eu não vi essa surpresa, mas ouvi ao longe uma vizinha, que seguia no carreiro do campo de carro-de-mão carregado: "Não tenhais medo, é o filho da Rosa Maria"!

E, não deixa de ser muito curioso que, ainda por estes dias em conversa com a minha amiga carioca dizia-lhe que nunca me senti muito discriminado em Portugal por causa deste meu aspeto mais "exótico". E exótico talvez seja uma bela palavra quando tantas vezes sou interpelado em inglês no meu próprio país. Mas, para o bem ou para o mal, nós somos sempre vítimas ou reféns da forma como nos apresentamos e do nosso aspeto físico. No entanto eu sempre arranjei empregos e nunca senti propriamente que o meu aspeto fosse um entrave a fazer a minha vida normalmente. Há sempre reserva e medo com aquilo que não se conhece, ainda que, digo eu, eu não devesse ser motivo para que sejam mal educados quando passo.

Por outro lado, não deixa de ser irónico, que, se um qualquer meliante se vestir bem, como qualquer "pessoa de bem" (expressão muito em voga pelo candidato fascista) e usar um fato e gravata, e for por aí pelas aldeias dizer que vem trocar as notas de Euro, porque como agora o Reino Unido saiu da União Europeia, tem que se retirar do mapa aquele país, aposto que as pessoas os recebem quase de braços abertos. É assim a sociedade, sempre a julgar pelas aparências, e, como diz a minha mãe: "as pessoas enganam-se tanto". 

sábado, 29 de agosto de 2020

Gastar 145 Mil Euros Para Não Chatear Grupo Pestana


Ontem fui dar uma voltinha de bicicleta no passadiço de Valbom. Para quem não conhece começa junto ao Palácio do Freixo e segue junto ao rio Douro durante cerca de três quilómetros. Como já tinha ouvido que o troço tinha sido finalmente concluído, numa parceria que envolveu as câmaras de Gondomar e Porto (porque fica na fronteira dos dois concelhos) quis ver como ficou a obra. O que me surpreendeu nisto tudo, foi ter-se gasto 142 mil euros (é o que está afixado no edital mas na imprensa fala-se em "quase 145 mil euros") para fazer meia dúzia de metros suspensos sobre o rio. 

Perguntar-me-ão se não ficou bem. Sim, ficou bem mas vou só comparar duas realidades. 
Quando meti à câmara o projeto para requalificar minha casa e ter licença de utilização, disseram-me logo que tinha que alinhar o meu terreno (em curva) com o terreno do vizinho e e algumas zonas foram dois metros de terreno que tive que dar à estrada. No caso desta obra, o que aconteceu foi que a câmara de Gondomar não quis chatear o Grupo Pestana e, em vez de ser o dono a ceder dois metros de terreno para o passadiço, não, acabou por se gastar 145 mil euros do Estado para não chatear o pobrezinho Grupo Pestana. 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

A Rua Esburacada Que Deixou de o Ser

Há anos que tenho vergonha do estado em que se encontra a minha rua. E revolta-me que outras sejam feitas de novo, sejam esburacadas duas ou três vezes e de novo ajeitadas ao passo que a minha vai ficando cada vez pior. Eu não consigo perceber, como é que as câmaras municipais gastam por vezes rios e rios de dinheiro, que é de todos os munícipes, em festas e merdas que não lembra o Diabo e depois naquelas coisas básicas de primeira necessidade como uma estrada, fecham os olhos e fazem de conta que não é nada com eles. 

Quando eu ia para a escola a minha rua era em terra batida e foi-lhe colocada brita com algum, pouco, alcatrão por volta de 1990. Lembro-me que em cima do alcatrão foi colocada uma enorme camada de areia, que depois aos poucos os moradores foram varrendo e aproveitando.  Se andássemos de bicicleta o passeio não era sereno mas sim com alguma trepidação fruto da irregularidade da brita asfaltada. 


Apesar da estrada ter pouco movimento, a verdade é que, com o tempo foi ficando em muito mau estado, e piorou muito quando a rasgaram toda para meter os tubos para o saneamento. Até que, recentemente foi construída uma oficina abaixo da minha casa (que era a última da rua) e de cinco em cinco minutos passava um camião cheio de terra. Ora se estava mal muito pior ficou. 

Já há coisa de dez anos fez-se um abaixo-assinado por sugestão dum antigo presidente da junta que se prontificou a entregar na câmara municipal mas que, por certo, devem ter deitado ao lixo visto que nada se fez.

Dois presidentes da junta passaram. O atual estava ao corrente, e ao que parece chegou a dizer (desculpa esfarrapada) que quando fosse para fazer fazia-se bem de vez. Pois é, isso é muito bonito, só que, entretanto as pessoas têm verdadeiras crateras em frente de casa, mesmo à feição de furarem um pneu para saírem ou entrarem em casa. E será que os em frente das casas dos presidentes de junta e da câmara também se espera que se façam as estradas de novo? Suspeito que não.

Farto desta situação comecei a pensar em formas de chamar a atenção e de envergonhar os autarcas. Comecei pela mais simples, antes de optar por métodos criativos e radicais. E foi então que, sem dizer nada a ninguém, decidi escrever para o jornal da cidade. Tirei uma fotografia bastante explícita e expus a situação. Posteriormente, a minha mãe disse que eu poderia lá ter metido as tartarugas no charco!

Mas a verdade é que a minha denúncia foi publicada e, não é que, duas semanas depois (eu ainda nem tinha a edição do jornal) já tinham começado a ajeitar a rua? Anos e anos em que ninguém fez nada e uma notíciazinha no jornal e mexem-se logo? Terá sido coincidência ou quando envergonhados os autarcas mexem-se logo? Ficarei sem saber, mas o que interessa é que fiquei com o problema resolvido, ainda que, como o meu nome veio no jornal, talvez tenha ganho algumas inimizades. Azar.

domingo, 20 de janeiro de 2019

sábado, 20 de outubro de 2018

Pré-Requisitos Essenciais Para Ser Ladrão e Não Ser Apanhado!

Ora bem decidi que a minha profissão vai ser roubar os outros, mas à moda antiga. Não quero ser um ácaro e roubar contas bancárias nem entrar em sites de outras empresas porque não percebo um cu de informática, quero sim ser um ladrão como se deve ser, não propriamente um Robin dos Bosques e roubar aos ricos para dar aos pobres, mas sim um ladrão empreendedor que roubo aos pobres para proveito próprio. 

Então que é que eu vou fazer primeiro? 
- Aprender a arrombar fechaduras e cofres? Fazer um curso de tiro ao alvo para saber manejar uma arma como um profissional? Aprender técnicas para saber disfarçar-me como ninguém e nunca ser identificado?

Não. Vou mas é fazer uma tatuagem, bem grande, e no pescoço, que é para toda a gente ver bem à distância e saber identificar-me que o ladrão sou eu!


E sempre que o nome da minha aldeia é notícia nunca é pelos melhores motivos. Ou é por causa dum incêndio de grandes proporções, ou então é porque três meliantes que se evadiram do tribunal de instrução criminal do Porto resolveram vir-se esconder aqui neste fim-do-mundo!

domingo, 12 de novembro de 2017

Gondomar: A Cidade Europeia do Desporto que Não Gosta de Ciclovias

Em Gondomar inaugurou-se a primeira ciclovia junto ao Rio Douro em 2009. É um percurso de cerca de três quilómetros, que vai desde o Palácio do Freixo até Gramido. 

Era uma via com alguns metros de largura, dividida a meio, em que a metade do lado do rio era de uso de quem pretende caminhar ou passear, enquanto que, a parte do lado da estrada marginal, que estava pintada de cor mais escura, até para se perceber bem que era uma ciclovia, era de uso exclusivo de quem quisesse andar de bicicleta. Este espaço de usufruto, bastante aprazível, também rapidamente foi vandalizado. As casas de banho até foram fechadas, e roubaram de tudo um pouco, desde torneiras, até, pasme-se, os corrimões de aço inox. 

É uma zona que sempre fui visitando, se bem que, cedo, comecei a evitar de andar de bicicleta. Não há respeito. As pessoas vão passear e não respeitam nada nem ninguém. A ciclovia sempre esteve bem sinalizada mas ninguém respeita nada. Se as pessoas não respeitam os outros quando andam de carro nas estradas, iam agora respeitar uma sinalização num passeio? Era o que havia de faltar!

Se for uma família de quatro ou cinco pessoas a passear, pois têm de ir os quatro ou cinco parolos, lado-a-lado, a ocupar toda a largura do passeio, estando-se verdadeiramente a cagar para o que aquilo é. Então, já sabendo de antemão da ocorrência deste tipo de situações desagradáveis, comecei a evitar por lá andar de bicicleta, principalmente ao domingo, quando grandes multidões de pessoas por ali se juntam. 


No entanto hoje, já depois de ter andado na ciclovia de Oliveira do Douro, bem menos frequentada, apesar dos mesmos parolos que têm os mesmos comportamentos, na vinda para casa acabei mesmo por estacionar o carro, e ir dar mais umas quantas voltas por ali, servindo-me de todo aquele maralhal de pessoas, como prova de obstáculos! E na verdade aquilo até dá alguma adrenalina, contornar toda aquela gente, como se fossem pinos de obstáculos!

Mas qual não foi o meu espanto quando pude constatar a nova sinalização que ali meteram! Como a cor da ciclovia entretanto desapareceu, a autarquia deve então ter entendido que seria bem mais fácil acabar com a ciclovia e colocar vários sinais ao longo do percurso dizendo que os peões têm prioridade!! No entanto, o ridículo da situação é que, temos agora um enorme passeio, dividido ao meio, onde um ciclista não sabe por onde andar. É pela esquerda ou pela direita? Não interessa. O que interessa é que os peões têm sempre prioridade!

Gondomar, para quem não sabe, é neste ano de 2017 Cidade Europeia do Desporto. Ironicamente ficamos agora a saber, que esta cidade do desporto não gosta de ciclovias. Prefere os parolos que ocupam as ciclovias todas. Lamentável. 

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Oeiras: e os Burros Somos Nós?

Das eleições autárquicas de ontem só me interessava saber uma coisa: quem seria o próximo presidente da Câmara Municipal de Gondomar?

Ao longo dos últimos dias eu fui sempre comentando que não queria acreditar que o ladrão, que foi despedido do exército por roubar, e bem mais recentemente foi condenado a três anos de cadeia por corrupção, e que se voltou a candidatar à câmara municipal (com um Coração de Ouro!) pudesse, de novo, vencer as eleições, depois de ao longo de vinte anos ter enterrado a autarquia em dívidas e em conhecidos favorecimentos pessoais. Eu não queria acreditar que iria de ter levar com este sujeito por mais quatro anos, se ao menos não tivéssemos a sorte que morresse antes. 

Para mim qualquer candidato servia, desde que não fosse Valentim Loureiro. Qualquer um, todos menos ele. Sim, é verdade que Gondomar ficou no mapa, passou a ser uma terra conhecida, depois que o homem, que na altura era presidente do Boavista e presidente da Liga de clubes, para cá veio. Mas Gondomar não ficou conhecida pelos melhores motivos. Ficou conhecida por ter habitantes que se deixavam comprar com eletrodomésticos e com música foleira de cantores que plagiam outros cantores.


Nesta campanha o major apostou forte. Na internet ia sabendo que usava os mesmos métodos arcaicos que funcionam sempre bem em meios mais rurais, e em que as pessoas são mais ingénuas e fáceis de enganar ainda por cima por um rosto conhecido que aparecia constantemente na Televisão. E quem aparece na televisão é sempre gente importante, de nível, pensam os ingénuos! Métodos como pudemos ver na novela O Bem Amado, em que a personagem de Odorico encarnava o típico político corrupto. E parece que nada mudou desde então! Festa popular, com cantores e porco-no-espeto. Tudo de borla como convém! E mesmo aqui onde vivo, neste sítio recôndito e muito afastado do centro do concelho, ouvia-se todos os dias a musiquinha repetitiva com o supostos feitos de pôr quarenta mil gondomarenses a voar (entre outras coisas) e vi apoiantes seus na rua onde vivo, e depois ainda vi crianças com a T-shirt verde da sua campanha.

E o dia das eleições chegou. Quatro anos depois de ter saído da câmara pela lei de limitação de mandatos, era esperar para ver o que sucederia. A noite não começava da melhor maneira. Um dos antigos dinossauros e ex-presidiário ganhava a eleição em Oeiras. Mas sobre Gondomar, até à hora que fui dormir nem uma só palavra na rádio. E no sítio da internet das Autárquicas, o concelho ainda só tinha metade dos votos apurados. Mas de manhã, a primeira coisa que fiz quando acordei, foi verificar quem tinha ganho. O major nem aos 20% tinha chegado, teve menos de metade dos votos do candidato vencedor, e unicamente mais três mil votos que a CDU. Já poderia respirar de alívio!

Mas ainda assim reflitamos um pouco sobre Oeiras e Gondomar. 

Oeiras, é sabido, é o concelho que mais licenciados tem no país. Gondomar por seu lado, é um concelho mais rural, de muita gente pobre e iletrada. Ambos os concelhos, Gondomar e Oeiras, tiveram presidentes de câmara por vinte anos ou mais, que tiveram problemas com a justiça e foram condenados a penas de cadeia por comportamentos pouco recomendáveis para quem quer gerir dinheiros públicos. Os eleitores licenciados de Oeiras, estudados, doutores e engenheiros, votaram, legitimamente, no candidato ex-presidiário. Pelo contrário, em Gondomar, as gentes simples e os parolos preferiram varrer de uma vez por todas o homem-político-corrupto.

Mas então, pergunto eu: o que é que esta gente de Oeiras anda a aprender nas escolas e nas universidades? Vocês é que são ricos, burgueses, cultos, gentes de bem, com boas casas na capital e com muitos cursos superiores, mas então e nós? 

Será mesmo que os burros somos nós?