domingo, 11 de dezembro de 2022

Resumo do Mundial 2022 por quem Não Vê Futebol


Ai os Direitos Humanos... 
Ai que morreram milhares de trabalhadores sem condições no Qatar. 
Ai a discriminação das mulheres e dos LGBT...
Ai que não pode ser e estamos todos muito revoltados apesar do Qatar ter vencido a organização do mundial em 2010 e ninguém na altura se preocupou muito com isso e em 2013 rebentou o escândalo de corrupção. 

O Qatar garantiu a organização do Mundial em 2010. Na altura, Nicolas Sarkozy era presidente de França e lobista do violento regime Qatari. A UEFA, fundamental na escolha do Qatar, era liderada por Platini. E Platini foi um dos convidados para uma célebre reunião na residência oficial de Sarkozy, juntamente com o Vladimir do Qatar, Tamim bin Hamad al Thani. A reunião terminou com duas certezas: que o Mundial de 2022 seria no Qatar e que o Qatar encomendaria 14 mil milhões de dólares à indústria francesa do armamento. Pelo caminho, com os trocos que sobraram, ainda compraram o PSG. (daqui)

Sobre os direitos humanos bem prega Frei Tomás: a Europa trata os direitos humanos abaixo de cão. A UE criou e paga milícias líbias para gerir um campo de concentração para todos os desgraçados dos imigrantes apanhados no meio do mar. E muitos morrem. (Pedro Tadeu / Os comentadores)

A minha indignação com esta Copa vergonhosa é tal que não tenho alternativa: serei obrigado a tomar medidas drásticas. Vou colocar uma fotografia do símbolo da Fifa de pernas para o ar nas minhas redes sociais. E talvez uma bandeira do arco-íris, para eles aprenderem(Ricardo Araújo Pereira)

O que eu comentei na empresa foi: "se eu sou judeu e der uma festa, faz algum sentido as pessoas virem comer à minha pala mas, em protesto, trazerem braçadeiras com suásticas no braço"? Acho que não. E, como tal, quem está revoltado com a organização do Mundial no Qatar deveria simplesmente não ir! E não ir para lá protestar, porque o Mundial tem que se fazer porque há muito dinheiro para meter ao bolso. 

Mas assim que a bola começou a rolar de imediato se esqueceu os direitos humanos, tal como tinha pedido o nosso presidente-comentador "mas enfim, esqueçamos isto" e todos se viraram para a bola.

Nós tínhamos os melhores, e o melhor do mundo, que para muitos com cinquenta anos há-de ser sempre o melhor do mundo!, e, portanto, como é lógico, iríamos vencer facilmente o torneio, mesmo que até hoje nunca tenhamos vencido um campeonato do mundo e a melhor prestação que obtivemos foi um terceiro lugar no mundial de 1966. E estaríamos a jogar com duas equipas, a seleção propriamente dita, e a equipa das ronaldetes, que está mais interessada nos seus recordes, no seu ego, do que, propriamente, nos interesses da seleção

... como já se tinha visto contra a Nigéria, a equipa joga infinitamente melhor sem ele, liberta da escravidão de ter de servir os seus interesses pessoais, os seus recordes, o seu egoísmo, o seu ego. É, de facto, uma tristeza ver terminar assim uma carreira verdadeiramente notável (Miguel Sousa Tavares)"

Eu, apesar de não ver nem ligar minimamente a futebol, acabei a ver os jogos da seleção, porque o chefe instalou uma televisão na empresa e sempre que dava um jogo nós parávamos de trabalhar e íamos ver e conversar e é fixe para o espírito de grupo. Além disso ainda apostamos! E cinco pessoas, a apostar no resultado dos jogos, e nem uma só pessoa sequer acertou num único resultado! E ainda bem que saímos nos quartos-de-final, caso contrário ainda ia à falência! Não, estou a brincar, foi so 1€ por jogo!

O cúmulo do ego chega a ponto tal do capitão da seleção (que nunca o deveria ter sido pois é mais do que evidente que não tem perfil para tal) de querer retirar um golo a um colega só para que, qual criança, seja ele a ter o protagonismo e bater o seu recorde de golos. O importante não é que seja golo de Portugal e que Portugal ganhe, não!, o importante é que o Cristiano brilhe!


Primeiro, Ronaldo ficou furioso por ser substituído no jogo frente à Coreia e insultou o treinador. Depois, ficou furioso por não ser titular contra a Suíça e terá ameaçado abandonar a seleção portuguesa. É uma pena. Cristiano Ronaldo está convencido de que é Cristiano Ronaldo —um erro que nunca tinha cometido. Essa era, aliás, a razão do seu sucesso: Cristiano Ronaldo recusava-se a acreditar que fosse Cristiano Ronaldo. Todo o mundo se espantava: você é Cristiano Ronaldo, por que treinar tanto? E, no entanto, ele continuava a ser o primeiro a chegar e o último a sair do treino. Você é Cristiano Ronaldo, por que não relaxar um pouco? E ele mantinha uma vida de monge: comida saudável, água, cama às 21h30. Você é Cristiano Ronaldo, vale a pena tanto esforço? E ele não desistia de tentar correr mais depressa, saltar mais alto, chutar com mais força, sempre acreditando que ser Cristiano Ronaldo era um objetivo que estaria ao seu alcance, desde que ele não julgasse já o ter alcançado.

Em 2015, perseguindo o propósito de ser Cristiano Ronaldo, Cristiano Ronaldo fez 48 gols e 16 assistências em 35 jogos pelo Real Madrid, no campeonato espanhol.

Quando algum outro jogador, com uma produção muito menor, se dava ares de estrela, alguém lhe fazia a pergunta fatal, que o punha imediatamente na ordem. “Quem é que você pensa que é? Cristiano Ronaldo?”

Nesta época, Ronaldo marcou um gol e fez zero assistências em dez jogos da liga inglesa pelo Manchester United. Desses dez jogos, foi titular em apenas quatro.

Agora chega à seleção e, ao verificar que fica no banco de suplentes, pergunta pela primeira vez: “Como assim, não jogo? Eu sou Cristiano Ronaldo”. Creio que Cristiano Ronaldo não concordaria com esta alegação extravagante. (Ricardo Araújo Pereira)

Mas o triste fado cumpriu-se e perdemos com uma seleção considerada inferir, seleção africana, a primeira seleção africana a estar presente nas meias-finais de um mundial de futebol, mas que antes, e não de somenos importância, já tinha despachado a campeã do mundo Espanha. 


Este jogo fez-me lembrar o que vi em Braga contra a Espanha. Os nossos andaram a passear as camisolas e a bola durante toda a 1a parte, ignorando olimpicamente a baliza adversária, a brincar com o tempo como se de um treino se tratasse. Marrocos deu-nos uma lição de humildade (Felisberta Lopes)

Daqui por quatro anos há mais. E o Cristiano pode de novo tentar bater o recorde de nove golos num mundial que pertence a Eusébio, e seremos de novo candidatos a vencer o mundial apesar de ainda não termos ganho um para amostra.

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